Reféns de um segredo escrita por magalud


Capítulo 9
Médico para a minha doença




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614839/chapter/9

O ano começou, as aulas também, e Mia foi introduzida ao cuidado de crianças e adolescentes mágicos e seus desastres e acidentes com Poções, Transfiguração, até mesmo Herbologia, pois os alunos de segundo ano tinham negligenciado seus abafadores de ouvido ao lidar com as mandrágoras jovens deste ano. Nada muito desafiador, mas ela tinha que se acostumar a tratar também do aspecto físico de seus pacientes. Obviamente, ela gostava de falar com a garotada, como psicóloga e psiquiatra.

Aparentemente, ela estava indo muito bem, pois era cumprimentada pelos alunos nas ocasiões em que cruzava com eles pelos corredores. Ela se sentiu aceita, e isso era bom.

Heitor escrevia de maneira irregular e não conseguia decidir uma data para ir a Hogwarts. Mia estava ficando com saudades do filho, mas não queria pressioná-lo a vir até ela.

Com o fim do verão, o tempo rapidamente começou a esfriar, e Mia começou a sentir saudades dos invernos de Atenas, muito mais amenos dos que o do norte da Escócia, claro. Do alto de sua janela, ela via as folhas começarem a trocar de cor, e deu-se conta de que estava longe de sua terra natal há tempo demais.

Foi numa noite dessas, bem nublada e fria, que tudo aconteceu. Estava chegando perto da hora de dormir. Um aluno pequeno de Corvinal, aparentemente do primeiro ano, entrou correndo na ala hospitalar, aterrorizado. Ela não sabia o nome dele porque ainda não se acostumara a todos os alunos.

– Madame Byington! Madame Byington, socorro!

– Calma, rapazinho, o que aconteceu?

– Um aluno precisa de ajuda! Ferido!

– O que aconteceu?

– Não sei, mas ele está muito mal! O Prof. Snape está lá e precisa de sua ajuda!

Para Severus chamar por ela, a coisa deveria ser muito, muito grave. Ela juntou alguns instrumentos rapidamente, perguntando:

– Como é seu nome?

– John Smith.

– Muito bem, Sr. Smith, sabe onde ele está?

– Num lugar chamado Sala Precisa.

– Eu sei onde fica. Por favor, pode avisar a Profª McGonagall do que aconteceu? Avise também que talvez ela precise chamar alguém de St. Mungo’s.

– Sim, senhora – O garoto saiu correndo.

Mia também disparou para as escadas, afobada, mil e uma possibilidades passando por sua cabeça.

Ela não percebeu que o tal John Smith não tomou a direção do gabinete da diretora.

o0o o0o o0o o0o o0o

Mia entrou esbaforida na Sala Precisa, e viu uma sala de estar extremamente requintada. Severus Snape estava de pé, perto da lareira. Ele obviamente não estava esperando ninguém e alarmou-se ao ver Mia ali.

– Onde está o aluno, Severus?

– A porta! – Ele correu na direção dela. – Não a deixe bater!

– O quê?

Click.

Severus espremeu os lábios um contra o outro, a cor no rosto sumindo ao ouvir o ruído suave da porta se fechando magicamente.

– A porta está enfeitiçada. Agora estamos os dois trancados aqui.

– Trancados?

Ela tentou abrir a porta, que não se mexeu, e depois usou a varinha. Nada. Magia alguma mexia aquela porta.

– Mas o que está acontecendo aqui? Disseram-me que havia uma emergência médica.

– Sim, foi o que me disseram também. Mas cheguei aqui e fiquei trancado.

– Tudo bem – disse Mia. – Minerva não vai demorar a aparecer.

– Como sabe disse?

– Eu mandei o Sr. Smith avisá-la do que tinha acontecido.

Aquilo só aumentou a carranca de Severus:

– Que interessante. Foi o mesmo Sr. Smith que me chamou dizendo que você precisava da minha ajuda? – Ao ver os olhos e Mia se arregalando, ele explodiu. – Sinceramente, Madame, o que tem na sua casa de grifinórios que os faz geneticamente compulsivos a pregarem peças de mau gosto nas pessoas?

Mia respondeu no mesmo tom ácido:

– Para seu governo, Severus, o garoto é Corvinal. E nem todos os grifinórios têm compulsão de pregar peças nos outros.

– É mesmo? Podiam ter me enganado. Afinal, a compulsão é por pregar peças realmente humilhantes nas pessoas.

Mia não estava disposta a passar por tudo aquilo de novo. Ela estava francamente cansada de ter que se defender por algo que tinha acontecido há 25 anos e que ela nem sabia o que era.

– Não pode esquecer uma brincadeira estúpida? Se não percebeu, só sobramos nós dois e Remus. A vida é preciosa, Severus, deixe isso para lá.

– Seus amigos não me deixam esquecer. – O rosnado foi baixo, ameaçador.

– Sou a primeira a admitir que pendurar você de cabeça para baixo foi cruel e estúpido. Sirius era um babaca quando tinha 15 anos. A brincadeira do Salgueiro Lutador foi pior ainda, mas aquilo também passou. Depois nós tivemos até uma aproximação.

Ele estava lívido:

– Você não tem direito de me dizer essas coisas. Não depois do que você e seus amigos fizeram.

– Mas eu não sei do que está falando, pelo amor de Merlin!

– Não sei por quanto tempo pretende fingir ignorância. Mas você sabe quando me jogou aquele feitiço, e preferiu me ver em dor constante, a queimadura e a ardência.

Mia o encarou, perdida. Talvez agora ela pudesse ter respostas. Mas antes que pudesse articular qualquer pergunta, ele disse, com desprezo:

– Não me olhe desse jeito! – Severus parecia à beira de um ataque de nervos. – Você sabe precisamente o que você fez. Não bastou seus amigos soltarem o lobisomem em cima de mim. Você queria que eu vivesse em dor constante, não é? Era mais divertido do que me matar. Vocês, marotos, podem se orgulhar. Nem um dos melhores servidores de Lord das Trevas conseguiu desfazer o feitiço. Não pense que não tentei. Mas foi inútil. Mesmo mortos, seus amigos conseguiram vencê-lo.

Oh meu Deus, pensou Mia. O que eles tinham feito com ele?

A dor do homem era real, e Mia instantaneamente acionou seus reflexos de psiquiatra.

– Severus, por favor, me explique do que está falando.

– Realmente, Madame, a senhora deveria ter optado por uma carreira no teatro, com tantos olhares falsos de inocência.

– Severus, por favor, só me diga o que aconteceu. Fale o que eles fizeram.

– Ah, quer me humilhar ainda mais, não é? Tudo bem. Mas não vou falar. Quero que veja. Quero que fique frente a frente com o seu trabalho perfeito!

Suas mãos foram às suas roupas. Mia arregalou os olhos ao ver que Severus estava tirando as vestes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Reféns de um segredo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.