Futuro Infinito - Busca Pessoal escrita por Resgate


Capítulo 3
Verdade.


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de mais uma mini. Espero que os leitores estejam gostando desse cenário e aguardem, pois uma nova mini já está sendo escrita.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614788/chapter/3

– Não... Não pode ser...

Junho estava sentado, a Câmara de Infusão estava mergulhada numa penumbra, toda tecnologia de acesso desligada enquanto ele mantinha os braços cruzados sobre o peito, tentando recuperar o fôlego e o auto controle.

O que ele descobrira nunca passaria pela sua mente, como a Futuro S.A. poderia ser capaz daquilo e pior, como teriam feito tal coisa com o amor de sua vida, transformando Mikaell num monstro.

Considerado uma lenda urbana pela comunidade USB, Junho descobria agora que os Devoradores eram uma verdade, cuja mitificação servia aos propósitos das megaempresas do Brasil.

Um desses propósitos era se livras de possíveis ameaças ao status quo e que maneira melhor de fazer isso do que sequestrar os incômodos e transformá-los num exército de monstros?

Segundo os arquivos os Devoradores eram humanos, infectados com um vírus de origem alienígena que, após corroer toda carne e ossos, mantinha o hospedeiro vivo através da conservação do sistema nervoso do mesmo, mergulhado agora numa forma de energia negra.

Vivo... Mas sofrendo de uma agonia extrema.

Não era preciso ser um Super-Cérebro para deduzir o que acontecera com Mikaell após seu sumiço e assim que conseguiu se controlar o suficiente para ficar em pé, Junho foi levando a mão ao comunicador, onde Aldebaran gritava até o limite de seus pulmões.

- Droga filho! Não fica off assim não garoto... Tô no quinto coração e não quero colocar outro, se possível até o fim da minha validade... O que você descobriu afinal e...

Estática.

Seguida de silêncio. Nunca era um bom sinal, e logo Aldebaran começou a reunir recursos, a acordar quem lhe devia favores e a preparar uma missão de resgate.

De seu filho adotivo, ou do corpo dele.

- MerdaaaaAAHHHHHH!

Junho escapou por pouco do primeiro ataque, que resultou na destruição da Câmara de Imersão, caindo desajeitado pela pista maglev mais próxima, tendo tempo apenas de registrar o cheiro ionizado da pista praticamente intocada pelos veículos comuns nos demais Andares.

Um chiado metálico, que lembrava vagamente alguém tendo uma acesso de asma fez o jovem se virar, a tempo apenas de fechar os olhos, antecipando o impacto de uma imensa criatura que vinha, em meio à fumaça preta, do que restara da Câmara.

Ele só voltou a abrir os olhos ao perceber o som de metal se chocando ao lado de suas orelhas e logo se arrependeu.

A criatura conhecida como Devorador, lenda urbana para a qual Junho nunca ligara, mantinha a cabeçorra a poucos centímetros de distância, um fedor de morte enchia as narinas do jovem USB, que dava graças por não ter se alimentado antes da incursão daquele dia.

O golpe mortal esperando não vinha e de repente a criatura começou a grunhir algo parecido com unhou, mas o instinto de sobrevivência do rapaz falou mais alto que sua curiosidade e ele acionou um pequo dispositivo de fuga.

Ao apertar a ponta do dedo médio no meio da palma da luva, os filamentos brancos de seus cyber-membros criaram um efeito estrobo, forçando seu inimigo a se erguer, dando espaço para que Junho acionasse o efeito buster de suas botas.

Ele voou literalmente alguns metros, acabando por rolar até bater contra uma parede, quando a propulsão especial das solas de seus cyberpés finalmente acabou.

Um urro de ódio ecoou pelo Décimo Terceiro Andar, quando o Devorador, ainda de quatro, ergueu a cabeça aos céus, para depois de externar sua frustração, voltar toda a atenção para sua presa.

Com olhos arregalados de terror Junho se colocou a correr, logo após dar o sinal de alerta, procurando ver o melhor caminho até seu objetivo, o local pré-programado para uma extração de emergência.

Algo explodiu no chão ao seu lado direito e o rapaz mal conseguiu registar o fato de que era um pedaço do chão, arrancado pelo monstro e jogado contra ele, errando por pouco, o que ajudou-o a sair do estado letárgico em que se encontrava, se colocando a correr pela sua vida.

Mesmo com o medo servindo de combustível, o jovem ainda teve presença de espírito para acionar a câmera instalada na base de sua nuca, normalmente usada para registrar seus Percursos, na esperança de que, se ele não escapasse, as imagens gravadas ajudassem a alguém enfrentar e vencer tal monstro.

Boa parte do corpo do Devorador era negro e esguio, a energia negra que o formava sofria pequenas distorções conforme ele corria, mas as peças de metal, no capacete arredondado, com imensos olhos avermelhados, na peça que lhe cobria o pescoço, ombros e parte do peitoral, bem como uma grande mochila nas costas e as pontas das garras dos pés e das mãos davam a impressão de ser mortalmente rígidas.

Não querendo esperar para ter uma confirmação Junho acirrou sua corrida, agora precisando desviar de tudo que era lançado contra ele, de pedaços de paredes a outros tipo de detritos.

- Seria a melhor hora para aparecer Aldebaran! - ele gritava no comunicador, torcendo para que não tivesse se danificado na última explosão. - Vamos lá papai...

Outro salto, agora dando mais de dez passos sobre uma amurada próxima, ficando perigosamente perto de cair no Andar de baixo para, logo em seguida dar um mortal de costas, sentindo a carne rasgar levemente por causa de um afiado pedaço de metal que foi jogado em sua direção.

O Devorador, entre um ataque e outro, continuava urrando algo como unhou, deixando clara a frustração por não conseguir atingir ou mesmo se aproximar de seu alvo.

- Vamos, vamos, vamos... - Junho chegou até a face norte do edifício da Yamahonda Veículos e mesmo em meio ao pânico se lembrou de como ele e Mikaell riam da péssima junção dos nomes das empresas que haviam se fundido. - Esteja aí, esteja aí...

Num verdadeiro ato de fé cega, enquanto ouvia as garras do monstro rasgando o plastimetal do prédio conforme ele escalava atrás de sua presa, Junho alcançou o nível de salto.

Seu calcanhar chegou a ser rasgado, quando uma das garras da mão do Devorador se estendeu ao máximo para pegá-lo, mas no último instante um veloz drone voador surgiu, agarrando Junho pelas costas e levando-o em segurança para longe.

Um último e desesperado urro e a vida do jovem USB jamais seria igual, pois só naquele momento ele entendeu o que o Devorador dizia.

- JUNHO!

Fim?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado pela leitura pessoal!
Vençam a timidez e comentem! Façam um escritor muito feliz!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Futuro Infinito - Busca Pessoal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.