Acordei desorientada. Afinal, o que havia acontecido? Digo, o que realmente havia acontecido?
Parece que minha mente só estava esperando eu me perguntar, pois no segundo seguinte, enxurradas de memórias vieram à minha mente.
A chegada da VacElena no acampamento, meu encontro (que por acaso não aconteceu) e a bebida que Jace (meu Zeus, Jace?) Me deu. Só então notei pequenas lágrimas escorrerem pelo meu rosto e pela primeira vez - na vida -, me permiti chorar.
Só notei que não estava desacompanhada, quando braços gentis e amorosos me abraçaram, enquanto um outro choro preenchia o ambiente acompanhado de um perfume floral. Me agarrei mais em minha mãe e ali mesmo desabei, chorei, chorei e chorei até sentir outro par de músculos me reconfortar, e assim fui me debulhando, até não ter mais lágrimas para chorar.

– O minha menina... – papai começou. – Não chore por aquele filho de uma put...

– Ares!!! – Mamãe berrou irritada. – Será que você não consegue parar de xingar nem quando sua filha está mal?

– Mas eu estou mentindo Dite? – ralhou Ares. – Aposto que aquele filho da mãe já deve estar pegando outra por aí.

Confesso. Aquilo só me fez dar um berro e chorar ainda mais, tirando eles de sua bolha e trazendo – de novo – para a minha. Afinal, porque ele tinha feito aquilo comigo? Naquele momento as portas do quarto se abriram fazendo aparecer tio Popo (Poseidon) e tia Thena, que logo me mandou um sorriso caridoso quando me viu acompanhado de um abraço terno.

– O minha querida, - sussurrou enquanto me abraçava. – quer saber de uma coisa? – concordei com a cabeça. – Ele não te merece. Na verdade, nunca mereceu.

Abri um mínimo sorriso e a agradeci. – Obrigada tia.

– Sabe, - tio Popo começou. – pela primeira vez Atena está certa. Ele não te merece. – ao que Atena respondeu com um “Idita, eu sou a Deusa da sabedoria, eu sempre estou certa”.

– Mas então... – mamãe interrompeu (uma provável) ex-futura-briga – o que deu nos exames?

– Exames? Que exames? – Eles tinham me examinado? Então porque não senti nada? Alias... – Há quanto tempo eu dormi?

– Três dias. – A Deusa casta respondeu. – E neles, tomei liberdade pra fazer um exame em você, pra ver o que o Jac... Ele te deu. E bom... Os resultados não foram muito bons... Mas acho melhor esperar os outros pra contarem sobre isso.

– Enquanto isso Clary, - mamãe emendou. – Acho melhor você ir tomar um banho. – disse me lançando um meio sorriso. – Afinal, não se deve deixar as visitas esperando, não é?

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Depois de um bom banho (que só me fez chorar ainda mais) e estar devidamente vestida, fui ao meu quarto, não me surpreendendo ao ver Clarisse pulando – e desfazendo – minha cama, Drew olhando algumas revista de moda – que eu não sabia nem da existência – e Aline inquieta andando de um lado pro outro, só parando para me notar e me esmagar em um abraço de urso.

– Oh Clary, eu sinto tanto...

– Na verdade, todas sentimos. – Drew a interrompeu.

– Exatamente. – Clarisse interrompeu. – Quer que eu o mate? Corte suas bolas? Ou melhor, o cabelo dele? – Clarisse completou com um sorriso demoníaco. – Porque acredite, ele ama aquele cabelo. Acredita que um dia eu o vi conversando com aquele maldito cabelo? – aquilo me fez soltar um pequeno sorriso.

– É eu sei... Eu peguei ele conversando com o cabelo... – deixei escapar um soluço – quando... – soluço - ainda... estávamos... namorando... – lágrimas.

– A culpa não foi de vocês meninas. – tentei acalmar minhas meias-irmãs por parte de mãe, mas só consegui fazer Aline chorar ainda mais. Rapidamente a abracei, e comecei a falar que isso não era sua culpa, mais minhas asas – simplesmente – rasgaram as minhas costas, me fazendo gritar o que a fez dizer o contrário e se levantar enxugando as lágrimas.

– Proteger sua irmã você irá, - ela começou o que eu acho ser uma profecia – De um filho de Apolo ela se decepcionará, Pois uma decepção á aguarda, Odiada por todos você será, Para quando lágrimas deixar escapar, sua Deusa interior se aflorar, Decisões ela terá que tomar, e você irá ajudar, E no final recompensada será. Viu Clary? – se sentou na cama. – Eu fiz isso com você, eu poderia ter te contado, te poupado dessa dor...

– Para com isso Aline! Você acha que as parcas iriam simplesmente deixar você me contar assim? Sem impedir? – gruni tanto de irritação como de dor, me abaixando para pegar as suas mãos. - A culpa não foi sua ok?

– Mas...

– Mas nada. Vem, vamos pra sala de reuniões, quero logo acabar com isso.

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– Bom, já que todos estamos aqui, acho que já posso começar. – Atena anunciou. – Clary querida, tente ser forte. – Então começou a andar pela sala. – Todos já sabemos que a Clary está no processo para virar uma Deusa certo? – todos assentiram. - Bom, muito bom. O que eu descobri foi que o líquido que Jace deu pra Clary beber era, supostamente...

– Como assim supostamente? – Poseidon perguntou, sendo ignorado completamente. (como sempre).

– Um “veneno”, para mata-lá. – Muitos ofegos foram ouvidos. – Mas calma, - Tentou tranquilizar-nos, enquanto eu já chorava. Ele queria me matar? – Não foi ele que fez esse “veneno”...

– Então quem foi? – papai brandiu furioso.

– Isso eu não sei...

– Atena não sabendo de alguma coisa? – o deus do mar zombou – essa é nova.

– Continuando... – falou com irritação, para logo depois acalmar a voz. – Eu não consegui porque tem algo na Clary que simplesmente está me... bloqueando, por assim dizer. – Terminou com um suspiro cansado.

Logo o salão se encheu com murmúrios, gritos e suposições do que – provavelmente – estava acontecendo comigo. Quando já estava com dor de cabeça, e iria gritar um simples “Porra, calem a boca!” uma voz calma e serena soou, fazendo todos se calarem.

– Não se preocupem. Eu sei o motivo.

– Mas... Rachel... Como?

Mas Rachel não teve tempo de responder à pergunta de Apolo, pois seus olhos já estavam cravados nos meus e o que ela anunciou, me fez congelar.

– Gêmeas Clary. Você está grávida de gêmeas.