(Por Federico)

Minha nossa! Esqueci que é tão doloroso. É dez vezes pior do que eu me lembrava! Estava escorrendo bastante sangue. Toda vez que ela puxava a linha, fazendo com que o machucasse fechasse, eu gritava.

– Ludmila, para um pouco!- Eu disse.

– Quer que eu pare por aqui?

– Quanto falta?

– Em meia hora tenho certeza que terminamos.

– Meia hora!?

– Sim.

– Tudo bem então.- Eu disse frustrado.

Ela continuou e era a mesma coisa. Doía muito, não tem como descrever. Meia hora depois ela finalmente terminou.

– Pronto Federico. Terminei.

– Ah que bom!- Eu disse ofegante.

– E então?

– Tá ótimo, maravilhoso!

– Tem certeza?

– Absoluta!

– Eu só vou lavar as mãos. -Disse ela, realmente suas mãos tinham um pouco de sangue, fui atrás dela para poder me lavar um pouco também.

Depois voltamos para a areia e nos sentamos um do lado do outro, estava entardecendo, e o Sol logo iria se pôr.

– E então, o que quer fazer?- Perguntei.

– Me ensine a escrever!- Pediu ela animada.

Peguei meu diário e minha pena e comecei a ensiná-la. Primeiro o sons de algumas letras, depois ditei algumas palavras para ver se havia entendido. Depois de uma hora mais ou menos o Sol já havia se posto e a noite chegou muito estrelada, fresca, e com uma Lua cheia grandiosa e brilhante.

Nós estávamos deitados na areia um do lado do outro, com uma fogueira um pouco afastada.

– Essa noite é a mais bonita de todos esses anos.

– É verdade?

– Sim, nunca vi uma Lua tão linda assim, e o céu nunca esteve tão estrelado.

Peguei minha luneta e comecei e observar. Na constelação de Aquário havia uma estrela pequena que não estava nomeada. Nem era conhecida.

– Vê aquela estrela bem pequena ali?- Eu disse entregando a luneta para ela. Depois de um tempinho ela respondeu.

– Sim, estou vendo!

– Ela ainda não foi descoberta pelos astrônomos.

– Como você sabe?

– É que um dos astrônomos mais conhecidos é italiano e, como ele sabe que eu gosto desse assunto, cada coisa nova que descobre ele me conta.

– E agora que você descobriu algo novo o que vai fazer?

– Vou nomeá-la.

– E que nome vai dar?

Pensei um pouco e tive uma ideia.

– Hum... Que tal: Ludmila?

– Ludmila?

– Sim. O que achou?

– Não poderia ser melhor. - Disse ela rindo me fazendo rir também.

...