Acordei me sentindo dolorida, não tinha sido uma boa ideia correr daquele jeito, eles devem me achar uma maluca agora.
O lugar onde eu me encontrava estava escuro, olhei em volta tentando identificar algo, mas meus olhos ainda não estavam acostumados ao escuro.
Então uma porta lateral foi aberta e uma luz fraca adentrou o aposento.
- Quer que eu acenda a luz Pam? - A voz linda penetrou meus pensamentos
- Não. - Respondi sorrindo

Minha mente estava trabalhando devagar, mas pude entender que eu estava em um quarto, estava em uma cama, ao meu lado havia um guarda-roupas e um criado mudo.
Ele andou até a cama e sentou-se a meu lado.
- Você está bem?
- Não. - Respondi sem querer
Reparei que isso o assustou, ele ficou tenso e preocupado - O que você tem? Quer que eu chame um médico? Eu posso te levar pro hospital ou…
- Hey. - Interrompi-o - Não preciso de nada disso, só estou meio dolorida por causa da minha “queda”.
Ele respirou fundo e sorriu - Você me assustou Pam.

Agora que meus olhos já haviam se ajustado há luz, ou falta dela, podia vê-lo com clareza, seu rosto estava risonho, mas não conseguia esconder a preocupação.
- Eu sou um problema pra você. - Eu disse suspirando
- Claro que não Pam.
- Claro que sim… Eu vim com defeito de fábrica. - Grunhi.
- Não veio não. - Ele sorriu e deitou-se a meu lado. - Você é o produto mais perfeito de todos.
- Podemos parar de falar de mim como se você tivesse me comprado no super mercado? - Pedi sorrindo
Ele riu e passou a mão por meu rosto. - Tudo o que você quiser.

Me aninhei em seus braços sentindo seu cheiro, seu calor… Sabia que essa era uma das minhas coisas finitas…
Não sou idiota a ponto de pensar que ficaríamos juntos para sempre, mesmo com a impressão, não posso fingir que meu destino é aqui, meu futuro é bem longe, muito mais do que eu gostaria.
Mesmo mentindo para todos aqui, me sentia bem e segura… Segura de mais para ser verdade.

- Pam? - Jake me chamou carinhosamente
- Sim?
- Você ainda quer ir à esse luau? - Ele perguntou acariciando meu rosto
Eu não queria, mas talvez isso o chateasse. - Claro.
Ele me encarou desconfiando. - Não senti muita verdade nisso.
Eu sorri, - Tá, eu não quero ir.
- Quer que eu te leve pra casa? - Ele perguntou brincando com meus cabelos
- Sim. - Respondi - Mas daqui a pouco. - Disse me abraçando mais a ele

Nós ficamos um bom tempo abraçados em sua cama, ele respirava quase silenciosamente, eu podia ouvir seu coração bater, podia sentir seu cheiro e seu calor, me perguntei o porque de ter que ir embora.

Ouvi o trepidar da cadeira de Billy e então o vi parar na porta do quarto.
- Pam eu liguei para o Charlie para avisar que você passou mal, ele disse que está vindo te buscar.
- Não era necessário pai, eu pretendia levá-la.
- Sinto muito Jacob, mas nós dois sabemos o que você precisa e o que você pretende. - Ele disse
Eu não entendi, mas Jake ficou com raiva e grunhiu.
- Que foi? - Perguntei calmamente
- Nada Pam. - Ele disse se levantando

Minha necessidade dele falou mais alto que minha consciência, então me levantei e abracei sua cintura colocando o rosto em suas costas
Ele suspirou e jogou a cabeça pra trás - Sinto muito. - Ele sussurrou
- Pelo que?
- Não sei, mas você parecia tão mal… - Ele disse se virando para mim - Eu fiz alguma coisa? - Ele perguntou atormentado
- Não, claro que não. - Eu disse estranhando. Afinal ele não podia ter feito nada para me deixar mal.
Ele ficou parado me encarando e acariciando meu rosto.
- O que foi?
- Por que você correu? - Ele perguntou torturado
- Eu… Não sei.
- Desculpe. - Ele disse
- Já disse que você não fez nada.
Ele suspirou e me puxou pra sentar na cama. - Tem certeza?
- Tenho Jake, além do mais, o que você poderia ter feito?
Ele suspirou e esfregou as mãos no rosto. - Quer saber, deixa para lá.
- Ok.
Ele pareceu mais relaxado
Me levantei e saí do quarto, ele me seguiu até a sala - Hey, calma. - Ele disse segurando meus ombros e me fazendo virar pra ele.
Billy entrou na sala - Vocês estão bem?
- Estamos. - Respondi
- Certeza? - Ele perguntou desconfiado
- Tenho. - Respondi fechando os olhos
- Tudo bem então. - Ele disse voltando para a cozinha, mas eu tinha certeza que ele ia escutar.
Billy é realmente ótimo, mas as vezes é um tanto quanto intrometido.

Continuei congelada no lugar, de olhos fechados e rezando pra Jake não retomar nossa conversa, mas claro que ele retomou.
- Você… Está bem?
- Estou. - Respondi rápido
- Então tá, olha eu…
- Jake, não! É sério, eu não quero conversar sobre isso. - Eu disse abrindo os olhos
Ele bufou - Eu só estou tentando entender droga.
- Não importa, não quero conversar agora. Sobre nada.

Ele me soltou e grunhiu andando em direção à cozinha, eu voltei para seu quarto para pegar minha mochila, então vi uma foto que nunca tinha reparado.

Can I hold you close?
Do her out of focus
And everything I know
I don't even know this
It all falls through
I'm here and I hear you

Uma mulher com um garotinho, eles sorriam para a foto, alisei-a com cuidado.
- Minha mãe. - Ele respondeu à minha pergunta muda
- Você sente muita falta dela? - Perguntei sem me virar
- Sinto, mas eu mal a conheci. Lembro de poucas coisas, mas sei que ela queria que eu fosse feliz e pensasse nela apenas para alegria, nunca para me entristecer.
Eu senti o calor de seu corpo arder atrás do meu.
- Sinto muito. - Sussurrei
- Não precisa. - Ele disse e eu senti suas mãos em meus ombros
- Ela era linda. - Comentei encarando a morena da foto
- Sarah. - Ele sussurrou
- Como?
- Era o nome dela. - Ele disse e eu me virei, seus olhos pareciam tristes e eu me senti mal por isso
- Desculpe, não queria te entristecer… De nenhum jeito.
- Você é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. - Ele disse me olhando, seus olhos negros eram intensos e me prendiam
- Eu…
- Obrigado. - Ele sussurrou e me abraçou.
Não tinha nada que eu pudesse fazer além de abraçá-lo de volta.
Ele respirou fundo e soltou-me.
- Desculpe se te deixei irritada antes.
- Tudo bem. - Disse abaixando o rosto para que ele não pudesse vê-lo.

Ele levantou meu queixo devagar e me encarou, depois me beijou, o beijo mais doce de todos, sua língua quente abriu passagem por meus lábios, me fazendo esquecer do resto do mundo, normalmente ele tinha esse poder, o que me deixava tão bem com Jake.

Suas mãos acariciavam minhas costas por dentro da blusa, o que eu não sei muito bem como aconteceu, minha mão boa acariciava seu cabelo, e a mão machucada eu pousei em seu braço, decidindo que não queria machucá-la mais.
- Pam? - A voz de Charlie foi audível, então Jacob grunhiu com raiva na minha boca
Eu abri os olhos e vi, não só Charlie, mas Carlisle parado no batente da porta.