It's You escrita por Malina


Capítulo 47
The Perfect Problem


Notas iniciais do capítulo

Rélou. Então guys, depois de ler vários comentários de leitores ameaçando abandonar a fic por conta do rumo que eu estou levando, só tenho uma coisa a dizer: Não sou obrigada.

Gente, eu a principio já tinha um plano pra fic quando comecei a escrever, houve alguns imprevistos durante e algumas alterações, mas não desistam, vale a pena gente. Serinho, amo vocês ♥

Mais uma coisa: Muito obrigada à todas que me motivaram a continuar quando pensei em desistir depois de ler os comentários.



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Três meses depois

 

Atrasada. Essa era a palavra que eu me definiria essa manhã. Acordei atrasada e não tive tempo de comer nada consistente, vesti a primeira coisa que encontrei sem fazer muito barulho, antes de fechar a porta de casa gritei avisando:

— Eu vou voltar pra casa depois do trabalho, se você for pra lá me avise.

E saí dirigindo até a BPD enquanto comia uma maçã que seria meu café da manhã.

Durante esses três meses bastante coisas aconteceram, Frost e Amelia descobriram que o bebê será uma menina, eu os ajudo a escolher o nome dando minha opinião, que se resume em pensar em possíveis xingamentos que as crianças vão possivelmente usar contra ela a partir do nome. Boucher pediu transferência após me dar um grande discurso do quão arrependido ele estava com tudo o que aconteceu. Frankie continua seu relacionamento com a moça Courteney, e ele parece estar bastante feliz com ela. Minha mãe Angela não poderia estar mais feliz em ver seus filhos em seus respectivos relacionamentos, pelo menos pelo Frankie ela estava feliz. E já que mencionei... Cassie e eu estamos há três meses juntas, ainda não decidimos exatamente o que somos, nas primeiras semanas foi bastante confuso, não sabíamos o que queríamos, e eu não sentia algo além de amizade por ela e ela definitivamente sentia algo por mim, eu decidi arriscar. Duas semanas e ela terminou com o Oliver, agora seu ex-namorado. Acho que aos poucos eu fui me acostumando com a ideia de namorar a Cassie, ela é uma pessoa incrível e eu queria dar à ela uma chance do mesmo jeito que eu queria me dar uma chance. Ela me deixa sempre com um sorriso no rosto, faz com que eu esqueça os problemas e preocupações. Com um mês e meio de seja lá o que somos, porém acredito que seja um namoro, ela resolveu transferir-se para Boston, a distância entre nós não estava sendo uma aliada. E acho que agora com três meses eu posso dizer que estava me apaixonando por aquela mulher. Mas como nem tudo é um mar de rosas isso me acontece:

Entro desengonçada na BPD tentando achar minha identificação para o policial permitir minha entrada, quando finalmente consegui passar, pude olhar o local com mais calma. Havia algo diferente, o ar estava alterado, porém familiar. Algumas pessoas me olhavam de canto com um olhar curioso, em algumas pessoas pude ver um pouco de medo, tentei ignorar, mas não podia evitar o olhar de estranheza em meu rosto.

Andei até a cafeteria e minha mãe estava inquieta, eu tentei lê-la, mas nada do que pudesse ter acontecido vinha em minha mente, até onde eu saiba meus irmãos estavam bem, ninguém estava doente, ninguém havia se machucado ou sido assassinado. Caminhei até ela e quando seu olhar me encontrou, ela se assustou e tentou dar as costas e fugir rapidamente.

— Ma! – a chamei ameaçadoramente.

Ela se virou fazendo uma careta.

— Oi Jane, não vi você ai. O que vai querer? – me forçou um sorriso.

— O que aconteceu?

— O que? Nada... Não aconteceu nada.

— Ma... você prefere que eu descubra sozinha e te culpe depois? – ela me deu um olhar desistente – Foi o que pensei.

Ela bufou e se deu por vencida, fomos até uma mesa vazia no fundo da lanchonete e ela começou a falar.

— Eu não sei se eu devo falar.

— Fale de uma vez mulher. O que está acontecendo? Devo me preocupar?

— Maura está aqui.

Eu congelei. Foi como se tivessem atirado no meu estomago e a bala vinha em câmera lenta, e eu podia sentir tudo precisamente.

Meu corpo todo ficou frio, eu podia sentir minhas mãos suarem, meu coração acelerando, minha respiração ficando descompassada e difícil.

— Aqui? Como... Como assim “aqui”?

— Ela está aqui. Em Boston. No departamento. Está no escritório de Cavanaugh. 

E então eu já não sabia mais como respirar. Meu chão havia sumido e era como eu estivesse caindo eternamente nas confusões da minha mente. 

— Você está bem? - ouvi minha mãe dizer, a voz dela ficou abafada pelos milhares de pensamentos que me envolviam.

— Eu... Eu estou.

— Você está pálida, o que comeu de café da manhã? Está com fome?

— Eu estou bem - disse retornando à minha postura forte. - Tenho trabalho à fazer.

Sai sem ouvir uma resposta, apenas dei as costas e me pus a andar. Eu imaginava que meu dia não seria muito bom, mas não imaginaria que se tornaria em um drama de novela das oito. 

Maura estava de volta, ela estava de volta e eu estava confusa, furiosa também é um bom adjetivo para descrever o que sinto. Ela foi embora levando uma parte de mim, e quando finalmente consigo recuperar essa parte, ela volta como um trem passando por cima de mim.

Da janela do escritório eu observava as pessoas passando com suas próprias pressas e preocupações. Vejo o tempo passar e tento me prender nesse ato, assim não tenho que voltar ao mundo real e ter de resolver os milhares problemas.

— Jane? – Frost me chama, eu viro meu olhar para ele – O que aconteceu?

Não pude responder, meu olhar se perdeu naquela estrutura na porta. Ela estava linda, seus cabelos dourados caiam perfeitamente ondulados em seus ombros, percebi que as madeixas estavam mais longas. Ela usava pouca maquiagem como sempre, mas havia algo diferente em seu rosto, algo que não havia antes, um tipo de energia que não sei explicar.

Frost percebeu minha mudança de ar e virou seu corpo para a porta. Ele estava tão chocado quanto Korsak que estava em sua mesa.

O mais velho se levantou e foi rapidamente abraçar Maura, eles tinham lagrimas de saudades no rosto, Frost foi lentamente com um sorriso no rosto e braços abertos acolhedores. Eu não pude me mexer, sua figura em minha frente após seis meses me fez congelar, era como se nada tivesse mudado, porém tudo mudou. Eu não conseguia encontrar minha amiga naquela mulher em minha frente, tudo que eu via era um amor jamais esquecido. Meu coração acelerou de modo demasiado e eu tudo que passava pela minha cabeça era abraçar aquela mulher que amo, beijar os lábios que tanto senti falta. Mas não podia fazer isso, não com Cassie na história, não sem primeiro conversar com ela.

— Jane... – A primeira a falar foi ela.

— Com licença – disse a morena entrando na sala.

— Agente Collins! – Os rapazes a cumprimentaram.

— Não estamos mais trabalhando juntos, podem me chamar de Cassie aqui também – ela disse com um sorriso.

Olhei para ela e forcei um sorriso para não causa-la preocupação. Ela se dirigiu para Korsak lhe entregando um saco de roscas.

— Trouxe pra você.

— Assim você vai me acostumar.

Cassie que até então não tinha notado Maura na sala, finalmente fitou a loira de cima a baixo, senti meu estomago embrulhar imaginando o que poderia acontecer a seguir.

— Você eu não conheço – sorriu.

Ela é uma ótima atriz, devo me preocupar. Maura que até então parecia ausente na sala, apenas observando meu rosto, acordou do transe ao ouvir a voz da outra.

— Isles, Maura Isles. Doutora Maura Isles – disse desajeitada.

— Estilo James Bond huh? – apertaram as mãos em cumprimento – Cassandra Collins.

— O que veio fazer aqui? – Perguntei sorrindo.

— Te trazer isso – me entregou um molho de chaves – Você esqueceu lá em casa.

Eram as chaves do meu apartamento.

— Eu saí com pressa hoje de manhã, nem lembrei delas, muito obrigada.

— E sua mãe me ligou preocupada dizendo que você não tinha comido nada – revirei os olhos com o drama de minha mãe – Então te trouxe isso também.

Me cedeu uma sacola que peguei prontamente ao sentir o cheiro de café que ainda não tinha tomado.

— Hambúrguer do Dirty?! Melhor namorada do mundo! – disse animadamente ao ver a embalagem do hambúrguer.

— Eu sei, poupe os comentários. – riu – Mas agora tenho que voltar ao serviço, e se sua mãe perguntar, eu te trouxe uma salada bem variada.

Sorri, ela me deu um selinho e se despediu de todos ao sair.

Assim que eu ia tomar meu primeiro gole de café, fui interrompida pelos diversos olhares sobre mim, olhei estranhando e então entendi do que se tratava.

Maura estava estática no lugar, olhava para o molho de chaves em minha mesa tentando entender o que acabara de acontecer.

— Maura... – eu disse tentado chamar sua atenção com sucesso.

Olhei para os rapazes que entenderam meu olhar e se retiraram nos deixando a sós.

— Maur. Eu...

— Você está namorando? – ela perguntou com a voz falha.

Eu não podia acreditar que estava finalmente ouvindo aquela voz novamente, era como o som de mil anjos cantando em uníssono.

— Eu... Sim.

— Não precisa ficar assim... Digo, eu disse aquele dia que era pra você seguir em frente. Você seguiu.

— Não tenho tanta certeza sobre isso.

— Jane... Posso... Posso te abraçar? – ela me pergunta com lágrimas nos olhos.

Sem hesitar eu me levanto e ela corre para meus braços me apertando fortemente. Eu não esperava pelo ato abrupto, imaginei um simples abraço, mas a abracei com a mesma intensidade. Pude sentir o seu perfume novamente, seu cheiro perfeito que me dava frio na barriga.

Ela seria um problema estando de volta, um problema perfeito que quero para mim novamente.  


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Notas finais do capítulo

Lá lá lá... (emoji de nota musical hehe)