It's You escrita por Malina


Capítulo 3
Shopping


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tinha ficado muito grande, então eu dividi em dois, e daqui a pouco, assim que possível, eu posto a segunda parte ;)

Boa leitura pôneis amarelos.



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Estavam todos reunidos no pequeno escritório, de frente para as grandes telas na parede, nas telas tinha uma imagem do vídeo congelado, a pessoa que usou os cartões da vítima, era a vítima, ou parecida.

– Isso é impossível – Disse Cavanaugh

– Obviamente – Jane disse sarcástica;

– Talvez sejam univitelinas – Maura falou entrando na sala.

– Olá doutora Isles – Cumprimentaram os homens

– Hey Maur – Jane acenou – univitelinas ham?

– Sim, gêmeas idênticas – Explicou

– Ah... Isso faz mais sentido...

– Okay, como vamos acha-la?

– Com a nossa carta Frost – Disse Frankie brincando com o que Maura havia dito mais cedo.

– Vou fazer meu trabalho... – O moreno respondeu indo para o computador – e o que você está fazendo aqui Frankie?

– Ah é, tinha esquecido. Vim avisar que o apartamento está quase todo varrido, todo o DNA e digitais que encontramos eram da vítima, Payton.

Os detetives acenaram com a cabeça em confirmação. Jane voltou para sua mesa, e Maura continuou parada apoiada na porta, ela ainda estava observando o vídeo congelado. Jane aproveitou o momento para apreciar a doutora. Maura estava usando um vestido verde simples, e seus inseparáveis saltos, seus cabelos loiros estavam soltos e brilhantes, Jane apenas não conseguia parar de olhá-la. Ela não entendia como uma pessoa como Maura podia não ser notada quando mais nova, ela entendia que a boca google de Maura podia ser chata, mas também era tão linda, tão beijável.

– Jane? – A loira chamou

– Hm... Ah, oi Maur.

– Vamos sair que horas?

Rizzoli olhou seu relógio de pulso, eram 17:45

– Já está quase no nosso horário, podemos ir agora.

– Okay – Sorriu – Vou pegar minhas coisas e, te espero lá embaixo.

– Certo

Jane observou a médica sair do cômodo e então começou a desligar o computador.

– Jane, você vai sair com a Maura? – Frankie interveio.

– Sim, por que?

– É que ela parecia meio cabisbaixa hoje, talvez você devesse falar com ela.

– Cabisbaixa?

– Sim, algo sobre estar pensando em alguém – Ele sorriu de lado – Acho que ela está apaixonada.

– Apaixonada? – Jane torcia pra ter ouvido errado.

– É. Você vai ficar repetindo tudo o que eu falo?

– Hm... Ta, eu falo com ela. Obrigada Frankie.

A detetive, voltou a arrumar suas coisas quando seu irmão foi embora, e de novo ela pensou: Apaixonada? Por quem Maura estaria apaixonada? Ela me contaria se estivesse gostando de alguém... Quem seria tal pessoa?

– Pronta? – Maura perguntou entrando na sala.

– Estamos capitão! – Disse Jane sorrindo, Maura a olhou com dúvida – Quando estivermos em sua casa, nós vamos assistir desenhos.

– Você vai pra lá?

– Se não for incômodo, você vai estar esperando alguém?

– Não, não vou, e não tem nenhum problema. Vamos?

– Vamos – Jane levantou e com Maura foi ao elevador – Será que não podemos deixar as compras pra amanhã? Hoje podemos ficar assistindo tv

– Não! Você prometeu que me acompanharia amanhã no restaurante, e se não comprarmos hoje, você vai ficar adiando sempre, e não iremos ao restaurante.

– Okay, okay...

Já no carro Jane ligou o rádio e uma música começou a tocar

Lucky I'm in love with my best friend

Lucky to have been where I have been

Lucky to be coming home again

Lucky we're in love in every way

Lucky to have stayed where we have stayed

Lucky to be coming home someday



And so I'm sailing through the sea

To an island where we'll meet

You'll hear the music fill the air

I'll put a flower in your hair

Não sei qual a sorte nisso, Jane pensou, isso é azar isso sim. A detetive pensava tanto em Maura, não sabia se iria aguentar mais algum minuto, ela precisava falar, mas preferiu não.

– Você quer passar na sua casa e trocar de roupa, ou ir direto pro shopping?

– Shopping

– Certo, então estamos quase chagando.

E de novo o silencio, o silencio que corroía as duas, o silencio, a oportunidade de falar, o silencio, a oportunidade de pensar. Maura pensava, pensava na situação, quase não ouvia nada além de sua própria voz em sua cabeça que dizia repetidamente “Que mal faria?” mas Mara sabia a resposta dessa pergunta.

Que mal faria? Pensou. Eu perderia Jane, eu perderia a amizade, eu perderia não só uma pessoa importante, mas três. Como viveria não tendo os Rizzoli em sua vida? Sem ter Angela para ouvi-a, sem ter Frankie para acompanha-la quando a morena não estava disponível, sem ter Jane para fazê-la rir, se sentir melhor, sentir vontade de viver. Jane não era apenas uma amiga, era sua melhor amiga, única amiga, seu porto seguro, sua confidente, sua ouvinte, e sua conselheira. E Jane podia definir Maura em todas essas mesmas palavras. Sua Jane; sua Maura. Elas eram uma da outra, de um modo lindo, de dar inveja em qualquer um, elas se sentiam sortudas por ter uma a outra. Maura era esperta, mais que esperta, mas se tinha uma coisa que não entendia era como Jane a aguentara por todos esses anos, Maura não se achava uma pessoa interessante, todos a achavam esquisita, estranha, chata. Mas Jane, Jane a achava interessante, misteriosa, encantadora. E isso, isso Maura não entendia, como uma pessoa tão extrovertida, excelente e cativante como Jane, gostasse de uma pessoa com a personalidade tão descomunalmente diferente da dela. Jane era um mistério que Maura adoraria desvendar.

– Chegamos! – Jane disse sorrindo.

– Não pareça tão alegre, sei que você não gosta de fazer compras.

– Você é uma pessoa muito complicada, daqui a pouco vai estar pedindo pra eu me alegrar...

Saíram do carro e foram entrando no shopping.

– E então? Por onde quer começar? O shopping fecha às nove.

– Eu sei, vamos – Maura arrastou Jane para uma loja de roupas.

– Por que eu não posso usar um dos meus vestidos?

– Quer mesmo que eu comece a dizer as razões?

– Não... Vamos acabar com isso.

Maura foi pegando alguns vestidos que talvez ficassem bom na detetive e entregando para a mesma segurar. Nos braços de Jane já haviam seis vestidos quando disse:

– Acho que por hora está bom né Maur?

– Quê?

– Deixe-me provar esses vestidos, e se nenhum ficar bom, pegamos outros okay?

– Okay...

Foram até o provador. Jane podia jurar que Maura sabia a planta inteira daquela loja, talvez de todas as lojas. A morena botou o primeiro vestido, ele era um preto simples, liso. Mas quando Maura viu quase riu, aquele vestido desfavorecia muito o corpo de Jane. E então o segundo vestido, vermelho, sem alça, mas para Jane, aquilo tinha muito babado, nunca que ela sairia assim em público. Terceiro vestido, alaranjado, com algumas pedrarias, Maura deixou o queixo cair um pouco, mas logo percebeu que a morena estava desconfortável.

– Você tem que escolher um que te deixe feliz usando ele. Vamos lá Jane, não é tão difícil – Maura disse, animando a detetive.

– Tudo bem, é que eu não sou muito fã de laranja

– Então experimente outro

– Certo – Sorriu de lado exibindo suas covinhas.

O quarto vestido não era tão ruim, ela era um verde, com alça de um ombro só, porém, muito comprido, na opinião de Jane. Maura estava adorando aquilo tudo, podia fitar a detetive o quanto podia sem parecer estranho, então apenas aproveitou a oportunidade, além de que ver Jane experimentando vestidos era muito divertido. Jane já estava ficando sem opções, já estava no ultimo que pegara e não queria experimentar outros. O quinto vestido era um desastre, Jane o achou muito curto e a cor muito chamativa, uma coisa que Jane não gostava. Mas o ultimo vestido... O último vestido era de cor pérola, não muito longo, não muito curto, ele cobria quase que o busto inteiro de Jane. Ela se sentiu muito confortável e bonita, tirando o fato de que não conseguia fechar o zíper que ficava nas costas.

– Maura...? – Chamou do provador.

A loira estava sentada em um sofá que ficava em frente à cabine onde Jane estava.

– Sim? – Levantou

– Preciso de uma ajudinha com o zíper... – Estava um pouco constrangida.

– Tudo bem, eu te ajudo – Ela abriu a cortina um pouco para poder passar, mas sem expor a morena para as outras pessoas ali.

A cabine era pequena, Maura se posicionou atrás da detetive, seu corpo esquentou com a proximidade, pegou o zíper e aos pouco foi fechando, sentindo a pele de Jane tocar a sua. O corpo de Jane assim como o de Maura, esquentou imediatamente após o contato, nossa como ela queria se virar e beijar aquela mulher. Jane estava de frente para o espelho, conseguia ver Maura fechando o seu zíper e por um momento desejou que a outra estivesse o abrindo.

A loira ainda atrás de Jane, olhou para o espelho por cima do ombro da morena e sorriu.

– O que achou deste?

– Pelo mais incrível que isso soe, eu gostei – Sorriu.

– Te serve bem, e a cor fez um contraste incrível com sua pele.

– Obrigada? – Deu um risinho

Maura continuou parada ali, ela não queria acabar com o contato, estava bom ali, estava confortável e, talvez um pouco constrangedor. Mesmo não querendo ela se afastou e disse.

– Vou estar te esperando lá fora.

– Maur? – Chamou antes da loira passar pela cortina

– Sim?

– Eu não consegui fechar, o que te faz pensar que vou conseguir abrir? – Sorriu

– Ah claro! – retribuiu o sorriso.

E lá estava o momento que Jane imaginou. Maura abrindo seu vestido, o toque gentil contra a sua pele novamente, torcia para que pudesse sentir aquilo novamente, talvez usasse esse vestido mais vezes, talvez fosse interessante fazer compras com Maura. E então o toque acabou. A loira saiu da cabine e, Jane tirou o vestido e colocou a roupa anterior.

A legista quando saiu da cabine, soltou o ar que prendera quando tocou no zíper novamente, talvez vir comprar o vestido não tivesse sido uma boa ideia, talvez esquecer Jane seria mais difícil do que da primeira vez.

– Pronta? – Maura perguntou assim que Jane saiu da cabine com suas roupas, e os vestidos em mão.

– Sim, só tenho que devolver estes – Levantou o braço que carregava os vestidos rejeitados.

– Sem problemas, é só entregar para a moça logo ali.

Jane deixou os vestidos e comprou o que sobrara, o cor de pérola

– Agora que tal os sapatos? – A loira perguntou ansiosa.

– Ah Maur... Eu tenho sapatos...

– Quando eu digo sapatos, eu me refiro a saltos e não botas ou tênis.

– Ei! Eles são bem confortáveis. E eu tenho saltos.

– Que já não devem mais lhe servir.

– Okay madame, desisto, vamos comprar sapatos.

Já na loja de sapatos, que Maura já sabia de cor e salteado o que tinha em cada fileira, as duas começaram a procurar algo simples, mas bonito.

– Sabe, isso é apenas um jantar, não sei pra quê tudo isso. – Jane disse.

– Não é só um jantar, é a inauguração de um restaurante fino. E eu quero que você vá comigo.

– Sei... – Ela alcançou um par de sapatos pretos de tira – Olha, esse é bonito, e preto combina com tudo. Podemos ir?

– Como você é afobada. Mas sim, essa é uma escolha excelente. Acho que podemos ir sim.

– Yaay, mas e você?

– Eu já tenho minha roupa preparada.

– Nossa, okay madame.

– Pare de me chamar assim Jane.

– Já parei, madame – Sussurrou a última palavra quando Maura passou sua frente em direção ao caixa.

– Você vai dormir lá em casa? – Maura perguntou

– Você já me perguntou isso.

– Eu sei, só quero ter certeza.

– Claro, sim eu vou, e não for incomodo.

– Você não é incomodo – Disse passando o cartão de crédito na máquina.

– Você está pagando pelo sapato? Por que está pagando pelo sapato?

– É meu presente pra você.

– Mas... Eu vou me sentir mal....

– Não tem por quê. Agora pare de reclamar e pegue as sacolas.

– Tenho cara de Isaura?

– Jane, eu sinto muito. Deixe-me ajuda-la.

– Eu estava brincando Maur – Sorriu – Não se preocupe com isso, já que você pagou os sapatos, o mínimo que posso fazer é carregar as sacolas.

Maura sorriu e, elas pegaram o elevador para o estacionamento do shopping quase em silencio, elas não tinham muito o que conversar, tinham medo de falar algo errado, e também, gostavam de apreciar a companhia, o silencio, tudo.

– Sabe o que podemos fazer quando chegarmos? – Perguntou Jane animada

– O quê?

– Assistir algum filme. Amanhã é sábado...

– Nós trabalhamos sábado, Jane – a interrompeu

– Eu sei, é só que... Eu queria conversar sabe? Como costumávamos fazer? Virar a noite falando coisas aleatórias... Faz tempo que não fazemos isso.

– Podemos fazer isso amanhã, domingo não trabalhamos. Mas isso não nos impede de ver um filme.

– Okay. – Sorriu satisfeita.

Quando saíram do elevador foram direto para o carro, mas optaram por deixar o rádio desligado, Jane tentava puxar conversa, mas Maura parecia longe.

– O que acha da nossa vítima? – Jane perguntou

– Não tem o que achar, ainda não achei a causa da morte especifica, e vocês não acharam a irmã dela.

– Se é que ela é irmã dela.

– Jane, eu já disse, não existem clones.

– Deixa minha imaginação quieta. Eu quero que existam clones, você não pode chegar para uma criança e falar que papai Noel não existe.

– Isso não faz o menor sentido.

– Faz sim, você sabe que faz.

– Você é muito complicada, Jane.

– Eu sou a complicada? – Sorriu – você tem um Wikipédia na sua cabeça.

– Wikipédia não é um site...

– Confiável, é eu sei. – Continuou a frase da outra.

Maura sorriu, gostava dessa sintonia que tinham. Ela olhou para Jane que estava dirigindo e a viu sorrindo também, Maura adorava o sorriso da morena, era ridículo as vezes que se viu admirando aquele sorriso, tanto em fotos, como na própria Jane. Isso tudo não era novo para a legista, ela já estava familiarizada com a situação, e queria não estar nessa posição novamente, ela só queria poder amar alguém e ser correspondida. Amar, ali estava, essa palavra novamente, a palavra que Maura não conseguia falar, afinal como ela poderia de um dia pro outro falar “eu amo minha melhor amiga”? Isso pra ela era muito, e talvez se deixasse, com o tempo ela conseguiria.


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Notas finais do capítulo

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