Jane havia dado uma pausa nas pesquisas para ver como estava na autopsia. No escritório se encontravam Frost e Sam. O detetive Boucher olhou para Frost e perguntou.
– Você realmente apostou minha opção sexual com a Rizzoli?
– Você faz parecer errado, mas sim. - Respondeu simplesmente.
– Então esse tempo todo ela pensou que eu era gay?
– Sim.
– Qual o seu problema? - ele parecia indignado com tal fato.
– O que?
– Você sabe que eu gosto da Jane. Por que deixou ela pensar que eu gostava de homens?
– Porque a vida não é justa, agora para de reclamar da sua vida amorosa e vá trabalhar - Frost disse e sorriu depois que não estava mais sendo olhado.
Enquanto isso, Jane estava à caminho do necrotério, parou de frente para a porta de vidro e se perguntou quantas vezes já não ficara parada ali, apenas observando a legista fazer seu trabalho atentamente. A detetive então abriu a porta, chamando a atenção de Maura, que virou o rosto, já que seus braços estavam afundados dentro do tronco do cadaver.
– Oi Jane.
– Oi, e então? novidades?
– Até agora nada, mas tenho suspeitas de que a causa da morte tenha sido um corte profundo no pescoço, cortando a jugular.
– Você tirando conclusões precipitadas? Quem é você e o que fez com minha amiga?
– Em nenhum momento eu afirmei que essa seria a causa da morte, apenas... - Suspiou - O que você quer?
– Ei! Eu só estava brincando. Quero saber que horas você sai, pra podermos ir ao shopping
– Oh, eu não sei exatamente que horas vou sair, mas eu te mando uma mensagem quando eu estiver pronta.
– Certo, mais uma cois... - Foi interrompida pelo celular - Ah, é uma mensagem de Frost, parece que estão usando os cartões de credito da nossa vitima
– Okay, te vejo mais tarde.
Jane saiu do necrotério e foi de encontro à Korsak e Boucher que já estavam no térreo esperando pela detetive. Quando já juntos, os três deteties foram para o uma farmacia onde o possivel assassino estaria. Jane aproveitou enquanto os dois homens estavam entretodos em uma conversa, ela deu uma atenção aos seus pensamentos. Não se assustou quando tudo o que vinha em sua cabeça era Maura, seu sorriso, sua covinha, seu cabelo, seu corpo... Jane já estava cansada de ter que prender todos esses pensamentos para si, ela queria poder dividir com alguém, tirar o peso que carregava em seus ombros, mas a unica pessoa com que se sentia confortavel falando sobre sentimentos, era justamente Maura, sua melhor amiga.
Sua melhor amiga Jane! Ela é sua melhor amiga. Jane repetia internamente para sua mente.
Jane pensava em diferentes maneiras de como contaria à Maura, e se contasse. Na maioria das cenas que se formavam ela seria correspondida, mas é claro, que sendo Jane, ela queria estar preparada para qualquer situação, e pensando em cenas na qual ela acabava num bar sozinha bebendo até esquecer o próprio nome , parecia abafar a voz que a dizia que deveria falar com Maura. Quando percebeu que estava chegando a farmacia, se endireitou no banco e limpou a garganta.
– Vamos lá - Disse Korak se soltando do cinto de segurança e depoois abrindo a porta; os outros dois detetives fizeram o mesmo
Eles entraram na pequena farmácia que havia ali, estava silencioso, Rizzoli foi até o balcão enquanto os dois homens checavam o local.
Enquanto os detetives faziam seu trabalho, Maura estava sentada no sofá de seu escritório, olhando alguns documentos, pois qualquer um podia ver que ela não estava lendo, apenas observando, vendo se achava as respostas para suas perguntas internas. Por que Jane não saia de sua cabeça? Por que tudo o que podia pensar era em sair daquele lugar e ir passear com a Jane? Por que isso estava acontecendo?
– Maura? - Rizzoli entrou na sala chamando a atenção da doutora.
– Oi Frankie, o que faz aqui? Está tudo bem? - Disse após sair de seus devaneios.
– Sim sim, ma pediu pra eu te trazer isso - Entregou um pote para Maura - ela disse que tentou fazer os biscoitos que voce havia pedido.
– Uh, parecem deliciosos, obrigado Frankie - Ela disse meio triste, mas com um sorriso forçado no rosto.
– O que houve Maura? - Sentou ao lado da loira.
– Nada...
– Você não pode mentir.
– Okay, você já usou a carta Urtiarias hoje, não pode mais - Eles riram
– Sério Maura, você pode conversar comigo.
– É que... Bem... Tem essa pessoa, e eu não consigo parar de pensar nessa... Pessoa.
– Você ta apaixonada?
– Não, eu só... Essa pesssoa não sai da minha cabeça.
– Vamos tentar mais uma vez, só que diferente. Você está apaixonada - Dessa vez afirmando.
– Eu estou? Não acho que eu esteja, quer dizer... Eu não posso estar
– Ele é careca? - Perguntou querendo animar a outra.
– Não - Riu - Essa pessoa é importante demais pra eu estar me sentindo assim.
– Entendi, sabe, se você quiser podemos marcar sua sessão pra não sei - Pensou - uma vez por semana, sexta feira.
– O que? - Perguntou confusa.
Ele riu
– Vou ser seu psicólogo oras.
Maura olhou desconfiada, o fitou de cima à baixo e disse:
– Não sei dizer se está falando sério ou se está brincando.
– É brincadeira, - ele riu - mas se quiser desabafar, eu estou aqui.
– Obrigada
– Sempre que quiser - Ele botou a mão no ombro de Maura, logo se levantou e saiu da sala com um aceno.
A legista ficou observando a porta sendo fechada, e continuou olhando sem saber o que estava procurando. Tirou o foco da porta e olhou para o relógio na parede, eram exatamente 17:09. Como o tempo passou rápido - pensava ela. Havia tanta coisa em sua mente, talvez não fizesse mal desabafar um pouco ou talvez ela tivesse que aceita, apenas. Estava apaixonada por sua melhor amiga... de novo, talvez fosse melhor fa zer como da primeira vez, namorar com alguém, se apaixonar por outra pessoa, era tudo tão complicado, porque no fundo, ela não abandonava esse sentimento por Jane, apenas o abafava por um tempo, e então no final, ele volta com tudo. Maura não gostava de falar que estava apaixonada por Jane, mal conseguia dizer iso para si. Apaixonada é uma palavra muito forte, mas era assim que se sentia. Agora para Maura, era dificil falar "eu te amo" para Jane, amor é complexo, e por muito tempo esse amor foi apenas de amizade, apesar de não usarem essa frase muito, elas expressavam com seus atos. Mas agora Maura tinha que pensar duas vezes antes de fazer ou falar algo. Ela não queria estragar nada, Jane é sua melhor amiga, sua unica amiga, e talvez fosse hora de abafar os sentimentos... novamente.
– Okay, eu vou ver os videos da camera de segurança - Disse Jane entrando no departamento.
– Não Rizzoli, deixe os videos pro Frost, nós temos que falar com a família - Korsak falou
– Mas ainda nem encontramos a família dela, nem sabemos se ela tem uma.
– Certo, okay, vai.
Korak e Boucher observaram Jane entrar no elevador, Sam olhou para o homem mais velho e disse curioso:
– Eu pareço gay?
Korsak o olhou com uma careta, e saiu andando em direção ao outro elevador sem falar nada.
– Isso é um sim ou um não? - Perguntou Boucher esperando a resposta. Suspirou e continuou andando.
Jane estava em sua mesa assistindo aos videos quando levou um susto com o que viu na tela do computador.
– Frost? - Chamou o homem que estava sentado na outra mesa
– Sim? - Ele olhou para a detetive que parecia assustada.
– Pode dar uma olhada nisso?
Ele levantou e foi até a morena. E assim como ela, se assustou.
– Essa é a...?
– É a nossa vitima? - Eles se olharam com a mesma expressão