It's You escrita por Malina


Capítulo 22
My dream is not a dream.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Tudo certinho? Espero que sim. Adivinhem quem está postando capítulos novos com frequência. Sim, eu! kkkk mas acho que o próximo capítulo só semana que vem... provas... mas enfim, espero que gostem, boa leitura :*



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Era quarta feira e Maura arrumava suas coisas do hospital, ela havia recebido alta e iria embora agora mesmo, só precisava empacotar sua mala, e se vestir. O dia não tinha sido produtivo, ela fizera nada o dia todo, ficou apenas trocando canais da TV à espera do médico chegar com a grande notícia. Depois de ter feito a pequena mala, ela lembrou-se de que ainda não havia trocado de roupa, pegou a mala e levou ao banheiro, lá ela se despiu e ligou o pequeno chuveiro, mas antes de entrar na água ela olhou para um espelho que havia ali, um espelho grande que a possibilitava de ver seu corpo todo. Lá estava ela, nua de frente a um espelho, encarando seu reflexo com dor e confusão no olhar. Passou a ponta dos dedos na pequena cicatriz que agora tinha em seu peito, um arrepio correu por todo seu corpo. Ela chegou mais perto do espelho e passou a mão em sua coxa marcada, uma lágrima escorreu de seu rosto. Por que eu? Ela se perguntava. Deu as costas para sua imagem e limpou a lágrima que insistia em escorrer. Lentamente Maura entrou no chuveiro, sendo abraçada pela água morna.

Quando desligou o chuveiro, já estava enrolada na toalha, preparada para se vestir. Abriu sua mala e vestiu a roupa que havia escolhido. Se olhou mais uma vez no espelho, estava usando uma calça jeans e uma blusa solta, e dessa vez sorriu. Estão escondidas, pensou, ninguém pode vê-las agora. Suspirou cansada e saiu do banheiro, pegou suas coisas e foi assinar os papéis da alta.

– Alguém vem te buscar? – Perguntou a mulher enquanto Maura assinava os papeis.

– Sim, uma amiga.

– Feliz que vai sair daqui?

– Com certeza, primeira coisa que vou fazer é sair pra caminhar no parque.

A mulher riu.

– Muitos falam isso.

– Eu imagino que sim. Prontinho – Maura entregou a caneta e os papéis para a senhora.

– Obrigada, e boa sorte.

– Obrigada.

Maura abriu um grande sorriso quando passou pelas portas do hospital. Não tenho mais que voltar pra cá. Ela respirou o ar fresco, e sentiu o sol lhe cegando, olhou pra baixo e vasculhou sua bolsa a procura de seu óculos de sol, quando encontrado ela os botou e para sua surpresa sua carona a esperava em sua frente.

– Oi Maura. Bom te ver assim.

– Angela – Maura correu para abraça-la. – Obrigada por ter vindo aqui.

– Não tem que agradecer, você é como uma filha pra mim. Agora venha, entre no carro.

– Com certeza. Eu quero ir pra casa, jogar minhas coisas no quarto e sair.

– Sair hum?

– Caminhar, correr... – Riu – Correr não, tenho que ir devagar.

Angela riu, ver sua quase filha feliz desse jeito a deixava extremamente alegre, já estava fazendo planos para amanhã, hoje Maura passaria o dia nas ruas de Boston, em shoppings e mercados, comprando mais e mais, era isso que a legista planejava, comprar roupas novas, e algo mais para o pessoal do trabalho, algo para se lembrarem dela quando partir, mas ela ia voltar, sabia que iria. Em sua cabeça essa viagem seria como uma férias de tudo e todos, um recomeço, conhecer pessoas novas, experiências novas, tudo novo, mas sabia que não aguentaria muito tempo longe de Jane mesmo que mantivessem contato, o que seria improvável. Maura pensava em como seria sua nova vida, como seguiria em frente, seria possível achar alguém que amasse tanto quanto ama Jane?

– O que acha de amanhã nós fazermos alguma coisa especial para o almoço? – Angela perguntou quebrando o silencio.

– Não sei, estou com dúvidas entre comer em casa ou em um restaurante – Maura respondeu olhando a paisagem passar na janela ao seu lado.

– Bom, você tem até amanhã pra decidir – a mais velha sorriu, mas logo desfez quando não viu expressão no rosto de Maura, a loira parecia distante, então Angela resolveu ir logo ao ponto – Maura...?

– Sim? – dessa vez a legista olhava para a mais velha.

– Posso te fazer uma pergunta?

– Pode sim.

– Por que você está indo embora?

– Você já me perguntou isso Angela.

– Mas você não me respondeu.

– Respondi sim, lembro-me muito bem.

– Mas você não estava falando toda a verdade. Vamos Maura, você pode conversar comigo, sabe? – parou o carro no sinal.

– Eu sei Angela, mas não tenho o que falar, já te dei a resposta da pergunta. Eu quero experiências novas, aprender técnicas novas, quero tudo novo.

– Você se cansou de nós?

– O que? Não! Eu nunca disse isso Angela. Eu amo vocês, nunca poderia me cansar. Estou fazendo isso por bons motivos, e você sabe que não posso mentir, então não irei okay?... Eu só não estou preparada para dizer nada no momento, mas na hora certa você irá descobrir, talvez por outra pessoa, mas você descobrirá.

– Okay, me desculpe, eu só me preocupo demais e vou sentir sua falta – o carro voltou a andar

– Está tudo bem. Não precisa se preocupar eu estarei bem... – despois de alguns segundos de silencio, Maura olhou para Angela com carinho – E eu também sentirei sua falta.

*****

Ao chegar em casa Maura pega sua mala do carro, e corre para seu quarto. Ela passara um dia em casa antes, mas parecia diferente, talvez porque dessa vez seria permanente, ou não. Mas a alegria de estar de volta a deixava elétrica. Entrou em seu quarto jogando seus saltos em um canto, soltou sua mala na cama e se deitou respirando profundamente, ela sentou de perna de índio na cama, olhando ao redor, o cômodo estava limpo e as janelas abertas iluminavam o quarto, e deixava um ar refrescante. Pôs-se ao chão e andou pelo quarto que estava completamente organizado, Angela claramente fez uma limpeza antes de ir ao hospital. Maura abriu seu armário, e logo em seguida abriu a mala, guardando todas as roupas em seus devidos lugares.

– Maura? – Angela chamou batendo na porta.

– Entre.

A italiana entrou.

– Logo será meio dia, o que você quer comer?

– O que decidir está ótimo.

– Mesmo?

– Claro. – sorriu, dobrando uma blusa de seda.

– Você se importa se eu chamar algumas pessoas para comer conosco?

– Sem problema algum Angela.

– Okay. Quando tudo estiver pronto eu te chamo. – a mulher saiu e fechou a porta.

Maura continuou dobrando e guardando as roupas, imaginando quem viria para o almoço. Jane..., ela pensou e um arrepio percorreu seu corpo. Ela não sabia porque sentiu as borboletas no estômago, afinal, ontem elas passaram algumas horas juntas e se sentia como se fossem apenas amigas, como se o beijo jamais tivesse acontecido, mas agora, agora era diferente por alguma razão que ainda não descobrira. Maura sorriu quando lembrou do que Jane dissera para ela no dia anterior.

– Vai ficar muito tempo fora? – Jane perguntou

– Não sei, mas Jane, peço que se cuide, okay? E tente esquecer de mim.

– Eu preferiria morrer amanhã à passa anos sem te conhecer, sem ter te conhecido.

E de novo borboletas em seu estomago, aquela lembrança a deixou com um sorriso enorme no rosto. Quando a mala estava completamente vazia, Maura a guardou no armário, e em vez de ficar em casa ela decidiu ficar um pouco na rua. Desceu as escadas rapidamente, avisou Angela que ficaria no quintal pegando ar fresco. Quando no quintal de trás, ela sentou-se em uma espreguiçadeira perto à piscina. O sol que batia em seu rosto aquecia sua pele, e a fazia querer trocar as calças por um vestido, mas agora ela já não se sentia tão à vontade com vestidos. O som da água da piscina se movendo a acalmava, assim como o canto dos pássaros. O dia estava perfeito para uma caminhada, ou um dia na piscina. Maura sentiu seu celular vibrar em se bolso e atendeu na hora quando viu que era sua mãe.

– Mãe?

Oi querida, queria saber como tudo está indo, já preparou as coisas pra mudança?

Ainda não preparei nada mãe, meu voo é só segunda feira, tenho tempo.

– Segunda feira? Mas Maura, você deveria voar antes. – Constance disse mudando sua voz.

– Por que?

Só achei que você iria gostar de começar a trabalhar cedo lá. O tenente Green está ansioso pra te conhecer. E vai ser meio difícil já que começará a trabalhar na quarta-feira. Acha que vai conseguir se ajeitar em tempo?

Maura ouvia as palavras de sua mãe com cuidado, pensando se ela poderia estar certa. Ela ficou sem responder por um momento mordendo sua bochecha.

– Eu vou ver o que posso fazer.

– Ótimo! – Constance disse alegremente – O pessoal de lá mal pode esperar pra trabalhar com você. Mas agora eu tenho que ir filha, me avise quando estiver em NY, eu irei te fazer uma visita.

Okay mamãe, até lá. – desligou o telefone.

A legista pensava se deveria partir antes ou não, mas assim passaria pouco tempo com as pessoas de Boston, com Jane, com sua família da BPD, com os Rizzoli... Mas a única coisa que realmente pensava era: Se Frank não tivesse descoberto, se ela pudesse ter dito “sim” a Jane, como seriam felizes, elas poderiam construir um futuro, um família quem sabe, poderiam ser a felicidade uma da outra, mas nada estava dando certo para Maura, estava tudo muito confuso e complicado. Maura sempre fora uma mulher decidida, sem impulsos, determinada e definida, quando queria algo ela lutava por tal, fazia de tudo para alcançar seus sonhos, lutou para entrar na faculdade de medicina, e estudou para lutar, não é à toa que Jane lhe chama de Wikipédia... Jane... Foi só Jane aparecer em sua vida que tudo virou de cabeça para baixo, Jane era um sonho distante que ela não conseguia alcançar, por mais que tentasse, por mais que chegasse perto, sempre havia algo para atrapalhar, algo ou alguém. A legista já esteve à um passo de Jane, de conseguir tê-la para si, mas era como se tivesse esquecido como lutar, e agora estava voltando a aprender, o tempo que estiver em NY será o tempo para voltar aos trilhos, será o tempo que irá aprender a não se intimidar com qualquer ameaça, e a conquistar o que é seu, conquistar a gloria, e alcançar seu sonho. E se tinha uma coisa de que Maura tinha certeza era de que seu sonho se tornará realidade.

“Meu sonho não é um sonho, é um caminho, e eu irei trilhá-lo” Maura lembrou do que Tasha a disse tempos atrás, e agora mais que nunca ela usaria essa frase para lhe dar forças, para lhe mostrar que ainda tinha uma chance e que seu sonho ainda poderia se tornar realidade, ela só precisava caminhar pelo seu sonho, e é exatamente isso que Maura fará.


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Notas finais do capítulo

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