It's You escrita por Malina


Capítulo 11
Você levaria um tiro por mim?


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, tive um pequeno bloqueio na hora de escrever, plus tava cheia de trabalhos do curso pra terminar, então fica complicado. Galera, eu sei que tá pequeno, e esse capítulo deveria ser maior, mas não conseguia pensar em um modo de continuar... Anyway.

Boa leitura :*



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Jane segurava Maura perto de si, a abraçava fortemente com medo de que a levassem novamente, Jane não podia dizer, pois precisava manter-se forte por Maura, que tremia nos braços da detetive, talvez por frio, talvez por medo, talvez por dor. A morena permitiu-se olhar os machucados da legista. Seis cortes longos e profundos, tudo o que queria era levar a mulher que amava para um hospital, algum lugar seguro, longe de qualquer tipo de perigo. Queria segurá-la em seus braços e não soltar mais, queria poder dizer o quanto a amava e que tudo ficaria bem, queria poder beijá-la e dizer que elas sairiam dali, que não tinha nada com o que se preocupar. Mas talvez todas essas palavras fossem insignificativas, ou simplesmente mentira, porque Jane não sabia se ficaria tudo bem, não sabia e sairiam dali, não sabia se as encontrariam.

– Jane... – Maura chamou com a voz trêmula.

– Sim, Maur?

– Vamos sair daqui, não é?

– Eu... eu não sei – Jane disse suspirando.

– Você mentiu pra ele.

– O quê?

– Você mentiu para aquele homem. Você havia dito que tinha sido o irmão, mas nós não interrogamos o irmão.

– Ele não precisa saber disso.

– Por que você mentiu Jane?

Maura disse isso esperando ouvir um “porque eu te amo” mas sabia que não iria acontecer, tinha certeza de que Jane não sentia o mesmo por ela. Mas por dentro tudo o que Jane queria era dizer aquela frase, porém, não achava que seria correto, então preferiu optar por algo mais simples e menos comprometedor.

– Eu não podia ver você sendo machucada. Você é minha melhor amiga Maur.

– É.... eu sou sua melhor amiga – Disse com um pouco de decepção

– A BPD inteira deve estar à nossa procura agora.

Maura apertou a mão de Jane. Tudo isso que acontecera as fez esquecer quase que totalmente do beijo, mas completamente dos problemas. Apenas apreciavam a proximidade.

***

Korsak dirigia como um louco pelas ruas de Boston, Frost estava ao seu lado segurando um computador que mostrava um mapa e o local de onde o celular do moreno se encontrava, porém, o alvo já não se movia.

– Acho que seja lá quem pegou seu celular, cansou de dirigir– disse Sam no banco de trás.

– Ou não... quer dizer, ele pode estar em um outro carro fugindo.

Eles chegavam cada vez mais perto do celular, até que o computador apitou, avisando que haviam chegado.

– Ta de brincadeira? – Disse Korsak pasmo.

O local mostrado era um estacionamento de ônibus, com centenas deles, todos do mesmo tipo, enfileirados e parados.

– Acho que levaremos um tempo... – Comentou Boucher

– Jane e, Maura podem não ter “um tempo”

– Ele tem razão, deveríamos chamar outros policiais para checar aqui, enquanto tentamos achar algo na BPD.

– Verdade. Chame Frankie, ele pode ajudar.

E então os rapazes voltaram para o departamento, para procurar mais pistas de onde as meninas poderiam estar, mas principalmente para interrogar o irmão adotivo das vítimas.

***

Enquanto isso Jane e Maura continuavam naquele porão frio, silencioso e, com cheiro de mofo. Maura não sentia mais dor, e seu medo diminuíra bastante, a única coisa que a preocupava no momento era a possibilidade de pegar uma infecção por causa dos ferimentos profundos na coxa. Até se sentiu estranha por um momento, pois lembrou-se da sensação que sentiu após o segundo corte que recebera, e sim, em parte era dor, mas tinha algo mais e parecia bom, uma sensação diferente que nunca sentira antes, e se sentia horrível por sentir essas coisas.

Jane por outro lado tinha seus pensamentos em outras coisas, pensava em como sairia daquele lugar, como as tiraria dali, como os rapazes do departamento as encontrariam, e se encontrassem. De minuto a minuto Jane olhava para Maura, seu rosto mostrava que ela estava distante em seus próprios pensamentos e preocupações, ela olhou novamente para os cortes na pele branca e delicada de Maura. Seus movimentos eram limitados, então se inclinou levemente e tocou a coxa da loira, que se espantou com o movimento de surpresa, mas quando sentiu o toque de Jane, ela sentiu carinho e atenção, porém não podia se deixar levar, então rejeitou o toque, encolhendo as pernas para o outro lado. A carne de Maura ainda estava dolorida e inchada, por muito tempo suas pernas eram uma das partes favoritas de seu corpo, mas agora Maura as achava feias, violentadas e não queria mostrar isso para a detetive, não queria mostrar para ninguém.

Jane estranhou quando Maura esquivou de seu toque, mas ela entendia, e queria mostrar para a loira como entendia.

– Está tudo bem – Ela disse – Você continua linda.

– Eu vou ter cicatrizes gigantes e feias – disse virando o rosto.

– Não acho que serão feias. Acho que quando as pessoas notarem, vão pensar o quão forte você é, e como você honra seu trabalho.

– Você não sabe...

– Eu sou a que mais sabe sobre cicatrizes aqui, apesar de você ser médica. Eu tenho dezenas de cicatrizes, e todas elas mostram o quão forte sou, eu não achava isso no início, mas alguém me contou que com elas ou sem elas, eu continuo sendo eu. Minhas cicatrizes fazem quem eu sou, e eu me orgulho delas;

– Quem lhe disse isso? – Perguntou curiosa.

– Disse o quê?

– Que você é você com ou sem as cicatrizes.

– Você Maura, você me disse isso.

– Ah... não me lembro disso.

– Talvez você decidiu apagar da sua mente. – Assim como está me apagando aos poucos pensou.

– Eu quero sair daqui.

– Nós vamos.

– Você levaria um tiro por mim?

Jane pensou um pouco antes de responder.

– Com certeza. Você é minha melhor amiga, como viveria sem você?

Maura sorriu junto com Jane.

– Você levaria um tiro por mim? – Jane perguntou.

– Talvez...

– Talvez? Isso é tão rude!

– Não é! Eu estou falando sério. Eu posso falar que sim, mas nunca vou saber até o momento em que isso realmente acontecer. Eu posso ficar nervosa na hora e ficar sem reação.

– Ata, tinha me esquecido que você faz essas coisas as vezes.

– Faço o quê? – Maura perguntou sorrindo, mas Jane fechou o rosto, prestando atenção em algo.

– Shh... – A detetive disse. – Tem alguém vindo – Ela podia ouvir os passos chegarem mais perto.

Maura se encolheu um pouco, escondendo o rosto no ombro de Jane, que se preparava para o que fosse acontecer. A porta se abriu, não vinha nenhuma luz do outro lado, talvez o lugar estivesse apagado, talvez estivesse de noite. Nunca saberiam.

– Olá meninas. Tudo bem com vocês? – Perguntou o homem que agora tinha uma voz diferente, parecia mais novo.

– Qual deles é você? – Jane questionou com a voz grave.

– Eu sou o homem que você quase matou.

– Aí querido, tem tantos... – Jane disse com seu sarcasmo de sempre

– Eu sou o homem que vai te matar.

– Se eu ganhasse um dólar para cada vez que eu ouvisse isso...

Maura xingava Jane mentalmente, afinal o que ela tinha na cabeça pra ficar desafiando alguém que quer matá-la?

– Olha só sua estupida, você sai falando pra Deus e o mundo que foi eu quem matou minhas irmãs, eu nunca faria isso com elas, eu as amava. E agora aquele imbecil quase me matou! E agora eu vou matar você.

– Ah, você é o Tyler? Prazer, sou Jane. Então Tyler, seu amiguinho ali pode não gostar dessa ideia de você me matando, afinal, ele precisa de informação sobre o caso dessas meninas.

– Ele não precisa de você, os detetives já estão investigando cada detalhe desse caso, até mesmo os mais inúteis, logo, logo descobrirão quem as matou, e aquele homem que está no cômodo ao lado, vai pegá-lo antes mesmo de vocês localizarem eles.

– Você não tem como descobrir isso, nem você nem ele.

– Ah temos sim. E quando vocês duas saírem daqui eu vou caçar vocês, e matá-las.

– Nem nos seus sonhos.

– Você pensa que é mais esperta que eu, mas não é. – Ele disse se aproximando do rosto de Jane

– E você pensa que me intimida jogando esse bafo na minha cara.

– Jane... – Maura sussurrou quase implorando para que a morena parasse.

– Okay então, vamos ver o que acontece – Disse o homem afastando-se da morena.

Ele andou até o meio do cômodo, e parou ao lado da lanterna que ainda estava ali.

– Desejo toda sorte – Ele disse dando um sorriso sarcástico, pisou na lanterna a quebrando e foi embora.


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Notas finais do capítulo

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