POV. Jane
Estávamos deitadas de frente uma para a outra, eu podia sentir sua respiração se misturar com a minha, tentávamos conversar normalmente, mas o pequeno espaço entre nossos corpos nos impedia de pensar ou formular uma frase, mas então Maura falou algo que fez meu coração açodar.
– Me beije. – Maura disse quase sem som.
– Não posso...
– Por quê?
– Você é minha melhor amiga...
– E?... Beije-me...
Meus lábios agora estavam roçando aos de Maura, meu coração estava mais acelerado que antes, eu não respondia por mim, então apenas fiz o que estava com vontade de fazer a tempos a trás. Eu a beijei.
Dias antes
- Por favor Jane! - Dizia Maura.
- Não.
- Por mim... - Fez biquinho
- Argh... Okay!
- Yaay! - Gritou animada.
Maura então puxou a amiga do sofá e caminhou puxando Jane pelos braço.
- Só um vestido e voltamos pra casa, combinado? - Disse Jane
- Mas... - Virou e viu o rosto manhoso de Jane - Está bem. Combinado, agora vamos.
- Só um minuto, - Pegou o celular que estava vibrando em seu bolso - Rizzoli. Não precisa, okay. Estamos à caminho.
- Temos um caso?
- Yup. Faremos compras outra hora, no momento temos que ir pra cena de crime.
Maura suspirou e foi junto a Jane para o carro. A pequena viagem foi em completo silencio, cada uma em seu próprio pensamento, e o radio tocava November Rain do Guns n Roses.
- Gosto dessa musica - Maura falou, quebrando o silencio.
- Eu também - Jane concordou.
- Sabe Jane, eu não queria ser chata com a história do vestido, é só que eu quero muito ir nesse restaurante novo, e a roupa adequada...
- Você não estava sendo chata - Jane interrompeu
- Não?
- Claro que não... Talvez um pouco, mas eu não me importo. Acho fofo.
A loira deu um pequeno sorriso sentindo suas bochechas queimarem.
- Parece que chegamos. - Jane disse olhando para todos os carros de policia estacionados.
- É o que parece...
Desceram do carro e andaram em direção à Frost que estava do lado de fora do apartamento.
- Onde está corpo Frost?
O homem limpou a garganta e se recompôs.
- Quarto andar, você vai ver.
- Okay, obrigada - Sorriu do rosto nauseado do parceiro.
As duas mulheres foram ao elevador cumprimentando os policiais que passavam por elas, e então quando chegaram ao andar desejado, viram mais e mais policiais. Passaram por todos os homens e entraram na cena do crime. Entraram pela cozinha onde no meio da mesa descansava a cabeça decepada do que parecia a vitima.
- Esse é só o começo meninas - Comentou Korsak no comodo ao lado.
As mulheres foram até ele. E na sala, no sofá estavam os braços decepados da mulher.
- Que tipo de doente faria isso? - Disse Jane com pena na voz.
- Aparentemente... O assassino dessa mulher - Respondeu o homem mais velho.
- Vou procurar por restos mortais nos outros cômodos - Anunciou Maura.
- Isso daria uma boa brincadeira de Halloween - Brincou Jane - E vocês já tem alguma ideia de quem seja nossa vitima?
- Sim. Payton Branst - Korsak entregou a carteira que estava em sua mão para a detetive.
- 20 anos... - Suspirou Jane - Okay, e o resto dela?
- Escolha, tronco no quarto, pernas no banheiro, os dedos desses braços - Apontou para os membros no sofá - estão na geladeira, os cabelos que faltam na cabeça não achamos ainda.
- Já temos uma causa da morte?
- Isso você tem que perguntar para a doutora Isles.
- "Só posso responder depois de fazer a autópsia" - Jane imitou a voz da doutora.
- Eu ouvi isso - Disse Maura atrás da detetive. Korsak saiu de fininho
- Foi só uma brincadeira, e na verdade você sempre diz isso, então... Sei lá, desculpa?
- Tudo bem. E sim, só posso responder depois de fazer a autopsia. Já pedi para levarem o corpo pro departamento, podemos ir?
- Com certeza - sorriu Jane - Vou deixar para os outros o trabalho de vasculhar a casa.
Elas então foram para o carro e dirigiram até o departamento, onde seguiram para suas respectivas sala.
Jane sentou em sua mesa, pensando que teria que levar Maura ao shopping e comprar um vestido, e ainda teria que ir à um restaurante fino, que não era se tipo favorito de restaurante, mas ela faria isso por Maura, sua melhor amiga.
- Jane? - Chamou detetive Boucher
- Diga Sam.
- Sabe aquele momento em que eu gosto de "desabafar"?
- Quando você se faz de mulherzinha? - Riu - brincadeira. Sei
- É que... Você já esteve apaixonada? - Ele puxou uma cadeira e setou ao lado da mesa de Jane
- Pode-se dizer que sim - Disse depois de uma longa pausa para pensar - Você ta apaixonado?
- Eu não sei...
- Como não?
- Eu nunca senti isso antes... é diferente
- Claro que é, mas e então, quem é o cara?
- Que cara? - Ele perguntou confuso
- Você não é gay? - se surpreendeu
- Não!
- Droga... to devendo dez pratas pro Frost
- Vocês estavam apostando?
- ... Talvez... Mas de qualquer jeito...
Frost entrou na sala, interrompendo a conversa dos detetives. Jane tirou dez dólares da carteira, e levou até o Frost, entregando o dinheiro.
- Parabéns - Jane falou.
- Parece que seu gaydar quebrou - Frost brincou
- Eu nem sei o que isso significa
- Você é gay? - Boucher perguntou para Jane.
- Não! Meu deus, daqui a pouco todo mundo vai ser dado como gay aqui.
- Vocês ficam conversando ai, e esquecem que tem trabalho à fazer - Frost disse
- De volta ao trabalho - Jane voltou para sua cadeira, para seu computador.