Querido-livro-velho-que-eu-chamo-de-diário,

Hoje o dia foi muito tedioso. Mas vou contar mesmo assim porque (1) não consigo dormir e (2) quero relatar a minha conversa com Harry e (3) esse diário é meu e eu faço oque eu quiser.

Vou contar a parte do café da manhã por que é mil vezes menos tedioso que contar sobre as aulas que eu tive hoje.

Então, diário, eu acordei, me vesti e fui para o grande salão, mesmo sem fome, na tentativa de comer algo antes das aulas.

Cruzei a porta principal e ignorei completamente a mesa da grifinória, indo na direção da mesa da corvinal. Não estava a fim de ver o Ronald com a Lilá. Queria ver Harry, mas sabia que ele estaria com a Weasley Fêmea, então decidi falar com ele depois.

Procurei a figura loira da minha amiga lunática e caminhei em sua direção.

– Bom dia - eu disse, sem um pingo de animação.

– Bom dia lindo dia, como o sol está bonito hoje, os passaros estão cantando... - Luna olhou com seu olhar sonhador para as janelas do Salão principal, e me deu espaço para sentar ao seu lado.

– Você está feliz hoje. Transou com Vincent utimamente?

Vincent Dave era o namorado da Luna. Um corvino alto e moreno, que era muito popular e várias garotas eram afim dele, mas Luna conquistou seu coração primeiro, e eles estavam namorando há um ano. Sério, eles eram muito fofos juntos. Era aquele tipo de casal que da super certo e quase nunca briga, e eles eram super felizes juntos.

– Cala a boca - disse ela batendo em mim de brincadeira.

Rí da cara dela e de como ela ficou vermelha.

– Calma, calma, não precisa ficar bervosa. - eu disse, dando tapinhas em seu ombro.

Ela me bateu de novo, e dessa vez, nós duas rimos até doer a barriga. Como era bons esses momentos.

Até que Luna me deu uma cotovelada e disse a pior idéia de sua vida.

– Ei, voce devia ir falar com o Ronald.

– Ata. Muito engraçada essa sua piada. Ha-ha-ha.

–É sério.

– E oque eu vou falar? Que eu o amo e quero que se case comigo?

– Não é uma má ideia - intromteu-se Padma, que até agora estava lendo O Profeta diário.

Padma era uma das minhas outras melhores amigas. A corvina sabia que eu gostava do Rony e me ajudava ouvindo meus desabafos e me dando conselhos.

Desde que eu estava ignorando Rony (acho que já faz um mes, acho), eu havia passado muito tempo na corvinal. Eles eram legais e engraçados. Eu sempre achei que eles eram super nerds (tipo eu) mas na verdade eles eram inteligentes por natureza, sem nem precisar se esforçar. E diferente do que eu achava, eles não passavam o tempo todo estudando. Pelo contrário, eles ficavam muito pouco tempo estudando, pois prestavam muita atençao nas aulas e por isso respondiam as respostas e aos exercicios facilmente.

E, apesar de tudo eram super legais. Fiz amizade com praticamente todo mundo, e a maioria das pessoas gostava de mim, apesar de eu passar quase o tempo todo na biblioteca.

Lembrei que hoje era sexta, e que tinha dois tempos de poçoes com o seboso. E me lembrei também que tinha que terminar um trabalho sobre os vários tipos de alquimistas.

– Vish, gente, eu tenho que terminar o trabalho de poçoes. Vou para a biblioteca, beijo tchau - me despedi antes de pegar um croissant e ir correndo para fora do Salão.

Fui caminhando para as masmorras depois de uma aula difícil de transfiguração.

Faltava mais dois tempos de poçoes para eu finalmente estar livre e poder descansar. Mentira, por que havia a lição que a Macgonagoll havia passado. Respirei fundo ao pensar nos tres rolos de pergaminho que eu tinha que fazer, mas depois lembrei que era sexta e eu podia deixar para fazer no fim de semana.

Entrei na sala mal-iluminada e me sentei nos fundos, torcendo para o narigudo não me mudar de lugar.

O seboso entrou na sala e pediu para entregarmos o trabalho á ele. Sorri, agradecendo a mim mesma de ter lembrado do tal trabalho, pois consegui terminar ele á tempo.

Eu sei que eu estou enrolando muito, diário, então, resumindo, a aula foi um tédio. Tenho que admitir que praticamente não prestei atenção em nada. Consegui anotar o básico do que ele falava, mas aquilo parecia uma das aulas de história.

– Entao eu quero que vocês preparem para mim um metro de pergaminho explicando o por que de a poção para fortalecer de Neville não funcionou e o que vocês deriam ter feito ou deixado de fazer para que ela atinja um ponto melhor. - O coitado do Neville queimou até seu próprio caldeirão tentando desastrosamente fazer a poção.

Arrumei meu material e fui feliz para a biblioteca. Cheguei lá e sentei em uma mesa escondida que eu costumava ficar no terceiro e quarto anos. Bons tempos.

Não querendo deixar para depois, abri minha mochila e comecei a fazer o trabalho de transfiguração. Serio, por que os professores dão lição de casa na sexta? Acho que só para ferrar com nosso fim de semana, só pode. Eles devem pensar "Ah, é fim de semana. Vamos dar muita lição por que sim"

– Hermione... - disse alguém me cutucando e sentando ao meu lado.

– Ah, oi, Harry.

– Novidades?

– Sim. A Luna tá gravida. - eu disse enfiando a cabeça em um livro e fingindo que dormia.

– Ah, o Neville finalmente engravidou ela?

Joguei um livro nele.

– A Luna tem namorado!! - eu disse, rindo.

– Eu sei. Mas ainda shippo Luneville.

Bati nele de novo.

– E você e Gina? Como vão?

– Ah. Nós brigamos.

– Deixa eu adivinhar. Você está aqui por isso.

– Ahã.

Respirei fundo e me ajeitei na cadeira.

– Qual foi o motivo da briga?

– Dino Thomas.

– Ah. O que ele fez?

– Chamou ela para sair. E ela concordou. Disse para mim que só um encontro de amigos. Minha cara de quem acredita.

– Tá. Olha, eu acho que se Gina fosse traír você com o Dino, ela não te contaria, não é? - Era frustrante dar conselhos para o Harry sobre aquela Weasey Femea, mas ele precisava de ajuda e amigos servem para isso. Não é, diário?

– Hummm, faz sentido. Ela seria mais cautelosa, e provavelmente não iria me contar sobre o encontro. Ou talvez não, talvez ela esteja mesmo me taindo mas me contou para justamente disfarçar e para eu pensar que não é nada. - Harry franziu a testa.

– Ta, que tal você decidir isso depois? - eu disse, revirando os olhos.

– E você? Não vai falar com o Ronald?

– Não.

– Mas vocês dois precisam se resolver.

– Não precisamos não - eu disse empurrando ele para a saída da biblioteca. - vai embora, vai. Vai se entender com a Ginevra.

E ele se foi, rindo. Sorri para mim mesma ao perceber que não tinha perdido essa amizade, e voltei a fazer o trabalho que minerva pediu.

Entao, diário, esse foi meu dia emocionante. Escrevo em breve,

Hermione.