As Cold as a Black Widow escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 13
Let's call it a date


Notas iniciais do capítulo

Heey, primeiro quero pedir desculpas por ter sumido um pouco, fiquei sem inspiração, mas estou de volta com um capítulo bem fofinho pra vocês!



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Eu e Steve estamos de volta ao edifício dos Vingadores. O destino de Zoey não está claro ainda, por isso ela passa o tempo aqui enquanto não decidimos para onde manda-la. Sinto uma forte empatia pela garota, tão jovem, órfã e cheia de sofrimento.

As coisas entre mim e um certo homem loiro de olhos azuis estão vagarosamente evoluindo. Posso afirmar que ele está tão nervoso quanto eu, quando faço uma piadinha mais suja ele sempre se retrai. E às vezes eu nem faço por maldade. A visão do mundo que Steve tem é diferente da minha, ele vê tudo com certa inocência, como uma criança, e eu vejo as coisas sórdidas por trás disso, como uma alma velha e amarga que já passou por muita coisa.

Eu sou fria, distante, não consigo me aproximar das pessoas com facilidade a não ser que esteja fingindo. Eu mesma me confundo com minhas mentiras e a realidade. Minto desde tão jovem que passei a tropeçar nas próprias mentiras, não consigo mais divergi-las da verdade, de quem eu realmente sou. É como se eu tivesse enterrado meu âmago bem fundo e não conseguisse escavar.

Mas então, há momentos que eu vejo semelhanças entre nós. Fomos ambos melhorados com soros, mas isso é algo superficial demais para contar. Nós dois sofremos muito no passado, perdemos pessoas de quem gostávamos, somos incapazes de gerar filhos... E há coisas ligeiras, como apreciação por literatura e cinema de suspense, quando estamos juntos rimos de piadas bobas. Meus pelos se arrepiam ao seu simples toque. Me sinto uma adolescente perdida e insanamente apaixonada pelo rapaz bonzinho.

Às vezes me repudio por tal atitude, ele sente minha mudança de humor e faz de tudo para me deixar confortável novamente. Por isso posso afirmar que tudo tem ido bem entre nós.

Estou levantando alguns pesos com as pernas quando ele chega, sorriso evidente.

— Oi. — ele beija minha bochecha suada.

— Oi.

— Então, eu estava pensando... Já tem um tempinho que estamos juntos e eu ainda não levei você propriamente a um encontro. O que acha de sair hoje à noite?

— Eu adoraria. — confesso. — Mas com uma condição: eu escolho o passeio. — ele aquiesce.

Quando termino minha sessão de exercícios o sol já está se pondo. Me seco com uma toalha e rumo para meu quarto, mas ouço um soluço seguido de um gemido vindo de algum lugar à minha esquerda, e, curiosa, sigo esse som. Primeiramente acho que é Zoey, mas então, quando abro a porta do banheiro e vejo por baixo do box um par de botas vermelhas sei que se trata de Wanda.

Minhas narinas são impregnadas pelo forte cheiro de sangue fresco. Wanda soluça alto e apuro meus ouvidos para o ligeiro som de uma lâmina deslizando em contato com a pele. Abro a porta com estrondo, fazendo Wanda se encolher e esconder os braços atrás de suas costas.

Mas consigo ver a poça de sangue que se formou aos seus pés, evidenciando sua atividade destrutiva.

— O que pensa que está fazendo?! — indago, firme.

— O que você está fazendo? Esse box está ocupado!

— Ah, jura? Por que está se cortando no banheiro como uma menina de 15 anos no colegial?!

Seus olhos já marejados transbordam, e ela finalmente solta os braços, deixando o sangue escorrer livremente e debulhando-se em lágrimas.

— Sinto falta de casa, do meu irmão, de tudo! E sinto que não pertenço aqui desde que... Desde que Steve escolheu você!

Fixo meus olhos nos dela com o máximo de raiva possível.

— Não seja uma criança tola, Maximoff. Nós duas sabemos que você é mais que isso. Engula essa paixonite platônica que você tem pelo Capitão e se recomponha! — sinto a dureza de minhas palavras acertando-a como um tapa na cara.

— Você não sabe como é ser eu. Você não sabe como é sentir-se abandonada e...

— Eu não sei?! Ah qual é?! Você invadiu minha mente e viu muito bem pelo que eu passei! E eu já li seus arquivos Wanda, sei que você foi abandonada pelos pais verdadeiros e seus pais adotivos morreram, mas mesmo assim você se virou e se tornou essa garota incrível e poderosa que você é agora, não desperdice tudo isso por um homem. Não vale a pena. — tento ser mais leve com ela, como faria com uma amiga, e sinto seu corpo desabar sobre o meu em um abraço apertado. Ela não encosta os braços ensanguentados em mim, mas ainda sim me aperta com os cotovelos.

— Obrigada, Natasha. — ela sussurra.

Eu apenas a seguro por mais um instante e depois vou embora. Um turbilhão de pensamentos invade minha mente. Mas logo todos eles são abandonados quando me lembro que vou sair com Steve hoje e nem comecei a me arrumar.

Tomo um banho rápido, visto roupas elegantes mas ao mesmo tempo casuais, uma saia preta de cintura alta e um suéter de mangas rasgadas azul bebê com um salto da mesma cor. Passo uma maquiagem leve e encontro Steve no saguão, vestido com jeans e camisa social, deslumbrante.

— Você está maravilhosa. — ele suspira, me abraçando. — Aonde vamos?

— Quero te mostrar alguns dos meus lugares preferidos em Nova York.

Pegamos um táxi até uma pizzaria arrumadinha, não muito cheia e nem deserta, e nos sentamos do lado de fora, fazendo os pedidos. Jogamos conversa fora enquanto admiramos a beleza do lugar.

— Nunca estive por aqui antes. — ele diz.

— Não é um bairro muito popular, mas eu adoro. Conheci em uma missão.

— Você é cheia de surpresas, Natasha.

— Você não viu nada. — sorrio.

De repente, uma menina de uns 17 anos vem até nossa mesa e diz:

— Vocês são o casal mais fofo que eu já vi! Qual é o nome de vocês?

Estranho a pergunta no começo, mas logo percebo que é somente uma menina comum, admirando um casal bonito. Ainda assim, a ideia de inventar nomes para nós me parece empolgante.

— Eu sou Lily Harvey e esse é o meu noivo, Elay Collins. — digo com sorriso estampado, segurando a mão de Steve por cima da mesa, fazendo-o corar.

— Bem, felicidades pra vocês! — ela sai, sorridente.

— Por que fez isso? — ele pergunta quando ela está a uma distância segura.

— Porque achei divertido. Nunca fingiu ser alguém que não era para impressionar alguém? — retruco, sorrindo, mas me dou conta do terrível engano que cometi. — Espera! Não que eu esteja fingindo quando estou com você, não é isso.

— Eu sei. — ele sorri, pegando de volta minha mão e a levando até seus lábios.

— Podemos ir, Elay? Tenho outro lugar para mostrar.

Ele assente. Primeiro ele quer pagar a conta, mas com um discurso longo e feminista convenço-o que podemos dividir. Vamos a pé até uma praça perto de lá que eu conhecia, que era decorada com luzes e fontes bonitinhas. Um vento frio sopra entre nós e eu automaticamente me movo para mais perto, aconchegando-me ao seu lado com um braço cruzado com o dele e a cabeça aninhada em seu peito. Caminhamos até um lugar mais reservado, onde nos sentamos num banquinho de madeira.

Uma música vinda de algum lugar próximo ressoa em nossos ouvidos, e baixinho, cantarolo a sinfonia comigo mesma. Então uma ideia me vem a cabeça e me ponho de pé, esticando a mão para Steve se levantar também.

— Dance comigo. — eu sussurro perto de sua orelha.

— Eu não-não sei d-dançar. — ele gagueja.

— Eu guio você.

Coloco minhas mãos em volta de seu pescoço, e ele segura minha cintura, e nos movemos num ritmo lento, desajeitado inicialmente, mas depois vamos pegando um passo. Ele me gira de repente e arqueia me coluna para trás, trazendo seu corpo para próximo do meu. Quando voltamos a posição normal, eu o beijo, lenta e suavemente, e depois aprofundo o beijo, explorando sua boca com a língua até perder o fôlego.

Aninho minha cabeça no vão entre seu pescoço e ombro, e sussurro, com os lábios colados em seu pescoço:

— Eu fui bailarina uma vez.

— É mesmo? Quando? — ele fala entre meus cabelos.

— Ainda na KGB. Fortalecia nossos músculos e nos trazia sintonia. Eu odiava dançar, como também odiava lutar, mas agora faço ambos por prazer. É estranho pensar nisso.

— Um dia ainda quero ver você dando uma performance.

— Um dia, quem sabe. — sorrio, e quando nossos lábios se encontram de novo eu sei que tudo vai ficar bem.


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Notas finais do capítulo

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