O Coaxo sobre as neves escrita por Magnumcannon


Capítulo 1
O Coaxo sobre as Neves


Notas iniciais do capítulo

E aqui está...outra história que deixei na geladeira esperando para postar. Talvez essa não tenha sido a melhor analogia para ela...Enfim! Aqui está: O Coaxo sobre as Neves. É uma história relativamente curta e uma de minhas tentativas ao horror cósmico. Esperem que aproveitem e lembrem-se: Críticas são bem vindas!



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O Coaxo sobre as Neves

Seresburg, terra nevada, repleta das mais incríveis lendas que alguém pode ouvir, rica em tradição, também rica em fauna. Fundada em 1800 em Ohio, é pacata, porém interessante de se viver. Nasci em 1990, filho de pais divorciados. Hoje, com 24 anos, vivo em minha própria casa, solitário, porém aprecio esse estilo de vida, parcialmente.

Sempre me interessei nas lendas locais, principalmente na lenda dos Ruks, pequenos anfíbios mágicos que habitavam o rio Jarl. Minha infância poderia ser descrita com aquele rio. Vivi grande parte de minha vida com minha avó, Lucy, ela fazia os melhores biscoitos do universo!

Sua casa ficava logo em frente ao rio Jarl, o tão falado rio. Passava parte da tarde em frente a ele, contemplando sua beleza e mistério. A água era cristalina, fluía serenamente na correnteza. Era relaxante ficar lá. Às vezes me deitava, deixando apenas que o barulho da água massageasse meus ouvidos.

No fim da tarde, quando começava a escurecer e as sombras tomavam conta do ambiente, provocando minha infantil imaginação a imaginar as mais grotescas criaturas que podiam habitar aquele lugar lúgubre, eu voltava para dentro de casa. As pequenas e amistosas criaturas anfibianas não eram imaginadas por mim dessa forma, e sim como seres horrendos devoradores de carne humana.

Apesar de todo esse medo, o rio ainda sim chamava minha atenção. O medo do desconhecido é curioso e ao mesmo tempo aterrorizante. Eu dormia solitário em um quarto, com uma pequena janela apontando em direção ao rio. Às vezes minha mente infantil imaginava ter visto algum vulto passar por ela, algumas vezes arrastando sua mão anfibiana na janela.

Certas vezes deixava marcas no vidro, porém elas desapareciam com o sol da manhã, apagando-se misteriosamente. Às vezes eu conseguia ver esse processo, pois mal conseguia dormir no meio de tamanho terror. O sol surgia, o céu se azulava, era manhã e eu ainda não havia conseguido dormir. Passei minha vida inteira me perguntando que horror me aguardava atrás daquela janela, dentro daquele rio... porém ao mesmo tempo eu nem queria saber.

A oportunidade chegou recentemente, hoje de manhã, para ser mais exato. Recebi uma carta de um amigo de infância meu de Seresburg. Aparentemente, o festival anual de Seresburg é daqui a uma semana. Eu quase sempre vou para eles, afinal, foi lá onde eu nasci e vivi grande parte de minha vida, e, além disso, não tenho muitas coisas importantes para fazer nesse momento, portanto, estou livre para festejar lá e é claro, visitar a pessoa que cuidou de mim por toda minha vida: Minha avó.

Nas vezes que fui nunca cheguei perto do rio, nem mesmo pensei em. Repelido pelo profundo e antigo medo, só foi nesses dias que finalmente tive a coragem de investigar o lugar. A ânsia me dominava antes da viagem. Talvez eu esteja desperdiçando meu tempo procurando algo que não existe? Ou quem sabe estou desperdiçando minha vida?

Considerei em desistir e apenas aproveitar o festival, porém se eu desistisse, nunca saberia o que habitava as águas aterradoras noturnas do rio. Minha curiosidade me venceu e finalmente viajei para Seresburg. Não era muito longe de onde moro, portanto fui de carro.

Creio que tinha escolhido um horário pouco apropriado para se viajar: Estava escuro e precisei ligar os faróis para ver a estrada e me certificar de que eu não batesse em uma árvore, ou em um pobre animal. A estrada era longa, porem eu soube que estava perto. Logo vi uma placa desgastada, nela estava escrito: “Bem-vindo à Seresburg!”.

Já mencionei que a gasolina estava acabando? Sou uma pessoa um tanto esquecida e desorganizada, às vezes me esqueço de acontecimentos recentes. É mais uma inconveniência em minhas características, das tantas.

Vi luzes distantes, tinha certeza que estava próximo. Continuei dirigindo e me certificando que não batesse em nada, prestando atenção fixamente na rua, com os faróis sempre ligados, é claro. Quando estava a uma distância mediana da cidade aquilo ocorreu, um aviso me dizendo “Volte, agora!”. Um vulto repentino passou em frente ao meu carro, não consegui identificar o que era devido ao seu tamanho pequeno e sua aparição inesperada.

Minha gasolina se esgotou completamente naquele exato momento. Uma sombria aura cercava meu carro e discretamente, porém perceptivelmente, obscurecia minha visão das luzes da cidade. Um frio terrível desceu pela minha espinha, meu batimento cardíaco disparou e meu instinto de sobrevivência foi empurrado aos seus limites em uma fração de segundos.

Estava sozinho no meio da estrada, sem poder me locomover, preso em uma caixa de ferro, na qual está sendo rodeada por alguma entidade maligna. Só de pensar o que poderia estar lá fora me dava calafrios. Agindo rapidamente, peguei a lanterna convenientemente posicionada no porta-luvas, abri suspensamente a porta do carro, trancando-a rapidamente e guardando as chaves ainda mais rapidamente em meu bolso.

Disparei em direção à cidade, sem olhar para trás ou para o lado, ignorando a constante presença de um vulto no limite de uma visão, um pequeno vulto negro. Olhei curiosamente para o meu lado, porém não vi nada além de um rastro molhado de pegadas nas quais eu estava apressado demais para examinar cuidadosamente.

Cheguei tremulo nas ruas da cidade. Infelizmente, ainda havia uma longa caminhada pela frente, dessa vez seria pelas ruas desertas da cidade. Cheguei à porta de um hotel, chequei meu bolso procurando minha carteira e...ugh, havia a esquecido dentro de meu carro.

Ando pelas ruas desertas, lembrando de alguns pontos de referência, ainda que vagamente, portanto me direcionei para onde eu sempre fui bem recebido... minha antiga casa, perto do rio. Se eu tivesse de escolher entre ficar exposto e aterrorizado no lado fora e ficar seguro e aterrorizado no lado de dentro, iria sem dúvidas com a segunda alternativa. Ainda estava assombrado pelo vulto no limite de minha visão, porém sua presença já não me surpreendia mais.

Finalmente cheguei, lar doce lar. Bato na porta e segundos depois sou recebido por minha avó, já bem idosa, com cabelos brancos e escassos, com uma aparência sonolenta.

Howard? O que faz aqui tão tarde da noite?—Ela perguntou espantada.

Longa estória. Acabou a gasolina de meu carro, esqueci minha carteira e não pude pagar por um hotel. —Esclareci sua dúvida, porém levantei outra.

Hotel? Você sabe muito bem que sua avó sempre está disposta a lhe receber!—Exclamou.

É que eu não queria incomodar....enfim, posso passar a noite aqui?—Perguntei.

Mas é claro que pode! Entre, o seu quarto está como você o deixou: Bagunçado como sempre. — Respondeu ela, me acolhendo.

Entrei rapidamente e tranquei a porta. Dirigi-me em direção ao meu quarto e de fato estava da mesma forma que eu havia o deixado: Bagunçado. Deitei-me e, antes de fechar meus olhos e esquecer de todo aquele horror, percebi um monte de livros jogados no chão.

São de minha adolescência, eu passava noites estudando. Não era um dos mais inteligentes da classe, portanto precisava estar estudando constantemente. Minha infância se mistura com minha adolescência na pilha, pois no meio dos complicados livros de física havia alguns desenhos meus feitos com giz de cera, livros de estórias infantis, entre outras coisas.

O que me chamou a atenção foi um pequeno livro no qual continha poemas sobre as lendas locais. Dei uma pequena olhada nele antes de dormir. Lembro-me de ler alguns desses poemas antes de dormir. O meu favorito era, ignore o meu medo pela lenda, a que falava um pouco a respeito dos Ruks. Pequenas criaturas anfibianas que andavam sobre duas pernas e podiam se comunicar fluentemente com os humanos.

Das águas límpidas do rio,

Durante o incessante frio,

Eles estarão lá, os Ruks

Os pequenos anfíbios, onipresentes no mundo.

Fluentes com nossa língua,

Inacabáveis e amigáveis

Hábeis e notáveis

Incessantes cachoeiras deles se formam

De lá eles nos contatam

De lá nos convencem

Era inútil lutar

No final, eles sempre vencem.

Não sei se isso era proveniente de minha ingenuidade ou de meu gosto literário mórbido infantil. O poema era curto, porém descrevia a natureza das criaturas de uma maneira bem distorcida e confusa. Talvez minha curiosidade fosse o que me fez gostar tanto desse poema quando era criança? Quem sabe...

Enfim, eu estava exausto no momento, portanto decidi dormir, ou apenas tentar. Com o tempo, meu sono venceu meu medo e consegui dormir em “paz”. Acordo de manhã, às 8 horas. O sol da manhã lava a terra da horrível e aterrorizante noite. Levanto-me lentamente, quase vencido pelo aquele típico sono matinal, mas eventualmente me ponho de pé e me arrasto (Não literalmente, tá!) até o banheiro, onde tomo um banho para me despertar e para acalmar os nervos.

Nem sei se ainda tenho coragem de chegar perto do rio, mas a curiosidade... A primeira coisa que faço é voltar para o local onde deixei meu carro. Depois de uma longa caminhada eu o encontro, aparentemente intacto à primeira vista, porém uma olhada mais atenta revela algumas perfurações em sua lataria, fundas demais para terem sido causadas por qualquer criatura existente, se é que existe algo que pode cortar assim tão facilmente metal.

As perfurações eram de mais ou menos 20 centímetros, tamanho absurdamente grande para ter sido causado por algo de carne e ossos. O que causou vai além de meu entendimento, só de pensar que há algo com esse nível de periculosidade rondando a cidade me dá calafrios. De qualquer maneira, retirei do carro minha carteira e meu celular.

Ainda era cedo e as sombras que a noite trazia não eram problema, portanto decidi me aventurar e investigar o tão temido rio. Chegando ao local percebi que pouca coisa havia mudado: As quatro estações se passaram, porém nada mudou. Sempre me perguntei onde era a nascente do rio.

A curiosidade novamente me venceu e me encontrei seguindo para onde o rio nascia. Não foi uma caminhada muito extensa, muito pelo contrário, durou poucos minutos. O rio aparentava sair de dentro de uma espécie de gruta, saindo da pequena elevação como uma mini-cachoeira. A gruta não era pequena demais para caber, digamos, um homem lá, portanto... sim, resolvi entrar. O que poderia dar errado?

Com uma lanterna na qual está sempre no meu bolso iluminando o caminho e uma mochila que peguei na casa de minha vó nas costas, adentrei a escura e misteriosa gruta. Água gotejava do teto, sendo um dos poucos barulhos que se podia ouvir em meio daquele mar de sombras, além de meus cautelosos passos. Enquanto andava pude ouvir um distante e arrepiante som de um coaxo irregular. Talvez apenas um pequeno sapo e seu coaxo ecoando pelos muros de pedra dessa caverna?

Era um extenso sistema cavernoso, havia no momento cinco caminhos igualmente aterrorizantes engolidos pela escuridão, porém em apenas um deles o rio corria. Fui por esse caminho com a lanterna na mão e atento a cada movimento da pequena vida cavernosa de lá. Sentia-me mais desconfortável e levemente apavorado conforme meus passos seguiam em direção ao rio.

Fui parar em uma grande câmera com um lago subterrâneo igualmente grande. Nela pude ver peixes nadando, não peixes comuns de caverna, pequeninos e indiferentes, mas grandes e horripilantes com longas nadadeiras e caudas.

Um deles perseguia ferozmente outro da mesma espécie, porém menor, creio que um adolescente ou criança. O peixe abocanhou a pobre criatura e a chacoalhou até arrancar um pedaço robusto de carne. O canibal se afastou conforme o sangue pintava a água de vermelho e sua presa perdia lentamente sua vida.

Depois de presenciar a desconcertante cena, me dei convencido que não era seguro colocar nem um dedo naquela água. Prossegui minha exploração pelas bordas, desviando a qualquer custo da boca dos mortíferos peixes que lá habitavam. Tive que caminhar bastante até achar um corredor no qual me levaria à outra câmara.

A próxima câmara era pequena comparada à anterior: Uma sala circular de terreno irregular com uma estreita passagem na qual fluía o rio, porém tal passagem era inacessível devido à quantidade de peixes da caverna que lá havia. O tamanho, o comportamento, o físico daqueles seres nunca havia sido observado antes. Eu não podia sair de lá sem levar um exemplar...

Estava ocorrendo uma briga desigual entre dois peixes, um brutamonte e outro menor e mais fraco. Depois de ver o pequeno peixe ser massacrado e ter sua cauda arrancada, agarrei rapidamente seu corpo e coloquei em um compartimento vazio de minha mochila. Fedia bastante, porém podia me render alguns trocados... eu esperava.

Dei meia volta e então percebi: Não conseguia achar a saída. Procurei e procurei, porém não a achei. Era como se tivesse sumido! Meu coração acelerava conforme ouvia barulhos vindos da água, sons que certamente não foram feitos pelos peixes que lá nadavam.

Novamente dei meia volta e foi então que me atingiu, eles eram reais...

Três pequenos seres grotescos de pele anfibiana olhavam curiosos para mim e, ao perceber que eu também olhava para eles, correram em minha direção e com toda a força que tinha me derrubaram. Tentei lutar e consegui acertar um soco certeiro no rosto de um, que cambaleou para trás e caiu no rio.

Os outros dois, depois de presenciarem minha ação bruta contra seu semelhante, ficaram assustados e me largaram, fugindo em direção ao rio. Eram ótimos nadadores e desviaram das mordidas dos peixes, sumindo na escuridão cavernosa.

Apesar de apavorado, aqueles monstros de alguma maneira bloquearam a saída, não tive outra escolha se não seguir o rio infestado de peixes da caverna. Foi um longo e doloroso caminho, literalmente. Perdi a conta de quantas mordidas levei, felizmente minha roupa e minha agilidade na água me salvaram.

Cheguei ao outro lado com ferimentos mínimos, mas extremamente dolorosos. Fazia esforço para ficar de pé, tive que me sentar um pouco no chão cavernoso e descansar. O tempo passava, a água gotejava e os peixes...bem, se matavam. Tinha me recuperado e estava apto a seguir em frente. Levantei-me e prossegui na expedição.

Estava muito assustado e ao mesmo tempo fascinado no momento, tamanho prestígio científico receberia se voltasse de lá vivo, porém tamanha dor e esquecimento sofreria se falhasse. Apontei minha lanterna para minha frente e revelei um enorme caminho a se seguir.

Ainda seguindo o rio, desci uma rampa pela qual sua água escorria, que parou em outro imenso lago similar ao anterior. A maneira que a caverna era estruturada era anormal, os corredores às vezes apresentavam formato regular, às vezes até pensei ter visto uma caricatura anfibiana esculpida em uma pedra.

Ainda seguindo o longo corredor percebi inúmeras entradas esculpidas nas rochas, talvez feitas por aqueles seres? Adentrei o pequeno quarto rochoso, lá achei corpos daqueles peixes medonhos, de alguns restavam apenas os ossos.

Não foram os corpos no chão que me chamaram a atenção, e sim as exóticas pedras penduradas no teto por intestinos de peixe. Agarrei uma delas para examinar mais de perto: Tinha a cor e a textura translúcida de uma esmeralda, porém em seu interior havia uma espécie de líquido negro viscoso e luminoso.

Resolvi ficar com ela também, colocando-a em minha mochila. O resto do quarto era pouco interessante, apenas uma arrumação primitiva resultante da suposta baixa inteligência dos seres que o habitam. Ou será que por pura preguiça ou prioridades?

Não havia muito mais a explorar, exceto um estreito buraco no qual o rio fluía. Eu sabia que eu provavelmente encontraria mais uma daquelas bestas e provavelmente perderia o que restava de minha escassa sanidade mental. Eu poderia recuar, procurar por saídas alternativas e esquecer tudo isso, ou ao menos tentar, porém a que preço? Nunca o segredo de Seresburg seria revelado, eu sairia como um lunático de lá, um homem que clama ter sido atacado por anfíbios mágicos e que socou a fuça de um deles. Também refleti nas consequências que teria se entrasse. Essas eram bem mais óbvias...

Eu não tinha nada a perder, minha vida era tão interessante quanto assistir a tinta secar, portanto adentrei o buraco com a lanterna na mão. Encontrei-me em um estreito túnel no qual o rio corria, sempre fluindo. Fiz esforço e rastejei o mais rápido o possível, seguindo sempre o rio. Encontrei-me em uma larga área aberta, nela havia um lago subterrâneo em terreno elevado. Havia achado ela: A nascente.

Olhei para as águas, eram tão cristalinas e estranhamente atraentes aos meus olhos. Fiquei hipnotizado por suas suaves ondas causadas pelo movimento da vida que lá habitava, parecia não ter fim. Era um mundo em uma caverna, porém conforme fui olhando vi seu lado escuro. Conforme os peixes desciam para o fundo do abismo aquático eu pude ver a escuridão que no fundo habitava.

Era uma escuridão inquietante que me atraia, era bela de sua própria maneira que não conseguia explicar. Conforme eu contemplava as águas eu senti uma disrupção em minha linha de raciocínio lógico. Eu havia sido fisgado pelas águas, que se tornavam cada vez mais escuras. O mundo de lá desaparecia e dava lugar a um vulto que de lá vinha.

Eu não conseguia me mexer, não sentia nada, nem mesmo desespero. O vulto chegava cada vez mais perto, até que percebi seu tamanho anormal e sua forma vagamente humanóide. Eu, ainda paralisado, não movi um músculo. O vulto logo se aproximou tão perto que saltou das límpidas águas, revelando sua face grotesca anfibiana, com olhos derretidos e uma ferocidade de um tigre.

A criatura agarrou-me pelo pulso direito e me puxou para as infinitas águas. Lá vi mais Ruks, todos pareciam sorrir para mim, acenavam e pareciam felizes com minha presença. Eu estava em casa, eu me sentia em casa. Nem senti a falta de meu oxigênio, ou de meus amigos e de minha família. Fui acolhido por mais Ruks, lá conheci a cidade de Jarlop, localizada em uma rede de cavernas que ligam todos os rios de água doce do mundo. Eles me fizeram um deles, vivi com os Ruks durante o resto de minha vida e não me arrependo. Lá sou amado, lá sou querido.

Certo dia notei algo. Sentia-me estranho, fraco, perguntei a mim mesmo o motivo. Logo cheguei a conclusão, era o que todo ser vivo sente uma ou mais vezes na vida. Estava faminto, precisava me alimentar. Todos os outros Ruks precisavam. Foi então que me ensinaram a caçar. Não peixes, eles não são nosso cardápio principal. Foi então que cacei meu primeiro humano: Minha querida avó, Lucy.


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