Thorns escrita por Kamereon


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

MIL PERDÕES pela demora, eu estava em fim de semestre na faculdade... Junho foi um mês difícil pra mim T_T haha mas enfim, agora tem mais um capítulo cheio de emoções aí. Mil perdões tmb pelo tamanho do capítulo! Eu sempre tento fazer menor, mas é difícil. Chega de papo, e boa leitura pra vcs *-*



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Sasuke's POV

Acordei completamente assustado. Eu estava na cama da Sakura. Com a Sakura. E pra completar, nós estávamos abraçados. Ela passava os braços pela parte superior das minhas costas e tinha uma das mãos enfiada em meus cabelos. E eu, quando acordei, notei estar com meus braços envoltos na cintura dela. Meu rosto ficou em um espaço entre o pescoço e os seios dela... Um espaço um tanto perigoso, e pra piorar a situação (ou melhorar), aquela era justamente a parte que a camisola dela não cobria, ou seja, eu tive diretamente contato com a pele macia dela, a noite inteira. Me lembrei vagamente da minha mania de esparramar as pernas enquanto dormia, e me segurei pra não entrar em pânico quando senti uma das minhas pernas enroscada entre as belas coxas daquela irritante. O lençol nos cobria, por isso não vi a situação em que nos encontrávamos, mas eu imaginei que a camisola dela devia estar levantada naquela parte. Constrangedor, completamente constrangedor. Ao mesmo tempo que eu queria aquela camisola no chão, eu também queria simplesmente acordar a Sakura e sair dali o mais rápido possível. Nos declaramos há relativamente pouco tempo, ainda nem conversamos sobre a nossa situação. Não quero que pareça que eu desejo uma grande aproximação com ela assim, dessa maneira, se é que me entendem. Com Sakura não deve ser assim. Mas uma coisa foi boa, eu esqueci completamente do pesadelo que tive.

– Sakura. - A chamei baixinho, tentando acordá-la. Não foi necessário chamá-la mais de duas vezes. Logo ela despertou, parecia uma criança, resmungando um "aah, que preguiça". Estava bem cedo, já que eu tinha que ir pro trabalho. - Sakura, eu preciso trabalhar.

– Fica aqui comigo, só mais um pouquinho. - Ela resmungou ainda de olhos fechados. Dei-lhe um beijo no pescoço e me aconcheguei um pouco mais, não pude evitar. Tentei o máximo que pude expulsar os pensamentos pervertidos da minha cabeça e apenas aproveitei o momento, sentindo o cheiro dela e a textura do tecido que a envolvia. Aah... Os dias poderiam começar desse jeito por mais vezes.

– Se eu pudesse eu ficava aqui o dia inteiro. - Eu disse. Usualmente eu pensaria essa frase e teria vergonha de dizer, mas eu estava tentando parar com isso. Até quando teríamos vergonha de dizer, de expressar nossos sentimentos um pelo outro? Ela sorriu, abrindo os olhos lentamente. - Sakura, me desculpa por vir ontem a noite, e por ter ficado aqui. Não quero deixar uma má impressão. Nós nos conhecemos há muito tempo, confiamos um no outro, mas eu não quero que você pense que eu tive segundas intenções aqui. Eu sei que eu meio que esclareci isso ontem antes de ficar... Mas é que... Você já reparou na situação?

Lancei a ela um olhar sugestivo, e então Sakura olhou em baixo do lençol, endireitando bruscamente suas pernas e ajeitando a camisola.

– Agora eu que fiquei com vergonha, quer dizer, não que isso não pudesse acontecer, mas é que é um pouco estranho no momento e... Desculpa, Sasuke. Eu devia ter pensado melhor também. - Ela nem sabia direito o que dizer, era evidente que ela estava tão constrangida quanto eu, talvez até mais.

– Você não precisa pedir desculpas Sakura, a gente não controla nosso corpo enquanto dorme. Tá tudo certo. - Falei, dando um selinho demorado. -Você vai descer agora?

– Eu não sei... estou com sono ainda.

– Então fica mais um pouco. – Sorri.

Ela continuou deitada, mas eu tive que sair logo. Fui pegar meu macacão no varal, tomei um banho, me arrumei e desci pra tomar café. Tomei meu café da manhã sozinho dessa vez, e me senti estranho. Apenas alguns dias se passaram desde que Sakura voltou, e eu já precisava dela até pra tomar café da manhã. Aquele sonho que eu tive na noite anterior me fez ver algo. Eu realmente estava com medo dela ir embora e me deixar sozinho, como da ultima vez. Eu queria que ela ficasse pra sempre comigo. Mas e as conquistas dela lá na capital? E o emprego dela, o apartamento, os amigos... Como ficam? Será que eu tenho o direito de ser egoísta a esse ponto? Parei de pensar nisso, não posso me preocupar antes da hora. Impressionante notar, eu acho que até amadureci um pouco desde que a Sakura voltou. Só de ter conseguido falar com ela sobre nossos sentimentos, só de agir por impulso para beijá-la, me fez criar uma consciência diferente, agora eu estava pensando seriamente em nós. Já estava na hora de ir pro trabalho, e eu ia em direção à porta quando a ouvi me chamando.

– Sasuke?! - Ela descia as escadas rapidamente.

– Que foi? - Me virei para vê-la, e lá estava ela com aquela típica camisola e o hobby por cima, como sempre. Acho que ela só havia trago aquela, já que ela pensava desde o inicio que ficaria aqui por apenas uma noite. Eu não conseguia olhar pra ela e vê-la normalmente naqueles trajes. Nas primeiras vezes eu ficava um tanto excitado, mas agora eu somente ficava bobo em ver a mulher incrivelmente maravilhosa por quem eu tinha me apaixonado, e que tinha se apaixonado por mim também.

– É que... Bem eu queria te perguntar quando nós vamos na cachoeira.

– É depois de amanhã. Por que?

– Não, não é nada. - Ela disse, sorrindo nervosa. Quando ela dizia "não é nada" eu sempre insistia pra que ela me contasse.

– Me conta vai. Senão eu vou te fazer cócegas. - Eu disse, estreitando os olhos e me preparando pra correr atrás dela.

– É que... Eu queria ficar mais tempo com você. Era só isso. - Ela se aproximou um pouco pra dizer. Falou baixinho, envergonhada. Percebi ela corar, e eu provavelmente devo ter feito a maior cara de idiota do mundo. Aquilo estava mesmo acontecendo? Me perguntei por um instante se eu não estava sonhando novamente.

– Depois de amanhã vamos passar o dia inteiro juntos, tá bom? É que eu realmente preciso trabalhar hoje. - Falei baixo, igualando meu tom de voz com o dela. Não sei por que estávamos falando daquele jeito e nem por que me igualei a ela. Me aproximei mais ainda, colocando minha mão esquerda no ombro dela e levando minha mão direita a brincar com suas mechas de cabelo que estavam bagunçadas.

– Claro, eu entendo que você tenha que trabalhar, lógico. É só que... Às vezes me sinto um pouco sozinha sem você aqui.

Terminei com a pequena distancia que ainda havia entre nós, dando-lhe um beijo lento e apaixonado. Eu queria ela, queria pra sempre. Queria pra estar ao meu lado em qualquer hora, qualquer ocasião. Ela não era só o meu amor de colégio, era minha melhor amiga. E se é que ainda restava algum tipo de duvida, eu podia ter certeza que ninguém mais mexeria com todos os meus sentidos como ela mexe.

– Nós vamos ter um dia especial, eu prometo. Minha irritante.

– Você é tão fofo com apelidos...- Ela ironizou. Demos risada antes de eu me despedir e finalmente, sair atrasado para o trabalho.

–--x---

Sakura's POV

Fiquei a manhã inteira pensando no feriado, em como seria legal ir até a cachoeira com Sasuke depois de tanto tempo. Me lembro que ele sempre pulava de uma pedra pra cair na água, e eu sempre tive medo de pular. Ele vivia reclamando, dizia que eu tinha que pular e sentir a "adrenalina". Papo furado, eu não queria saber de adrenalina nenhuma! Gostava de me refrescar e nadar um pouco, apenas isso.

A hora do almoço se aproximava, e eu resolvi abrir a geladeira pra ver se almoçaria ali mesmo, ou se iria até a casa da minha mãe, almoçar com a minha família. Dentro da geladeira tinha uma vasilha diferente, eu nunca a vi lá dentro. Costumava vê-la sempre guardada. No entanto ela estava dentro da geladeira e cheia de comida. Passou pela minha cabeça que Sasuke quase sempre levava uma sacola de papel pardo para o serviço, e eu nunca soube o que tinha lá... Será que era uma marmita? Resolvi ligar pra ele.

– Alô? - Liguei pra ele, e logo ele atendeu. Antes de falar comigo eu ouvi alguns barulhos estranhos e algumas vozes masculinas no ambiente. Rapidamente o barulho diminuiu consideravelmente, e então ele me respondeu.

– Oi, Sakura. - Ele disse. Falou de um jeito diferente; mais carinhoso e com voz mais grave. – O que houve?

– Ah! É, desculpa ligar e te atrapalhar, mas é que tem uma vasilha aqui na geladeira com comida, fiquei pensando se não era seu almoço.

– Droga! Eu esqueci! Se você não tivesse ligado eu só ia notar na hora de comer. Eu vou ter que ir até aí na hora do almoço pra buscar.

Rapidamente passou pela minha cabeça que ele poderia vir almoçar comigo, fiquei feliz por um instante. Mas resolvi apenas ajudá-lo, não queria parecer grudenta demais.

– Quer que eu leve até aí pra você? - Falei, e percebi que ele ficou em silencio por uns 5 segundos.

– Faria isso por mim?

– Mas que bobagem, do que você está falando? Não me custa nada ir até aí levar o seu almoço! - Completei, dando risada.

– É que eu não queria atrapalhar você, mas se não tiver problema pode trazer sim.

– Atrapalhar? Esqueceu que eu fico fazendo exatamente nada o dia todo? - Dei risada.

– Tudo bem, então... Vamos nos ver na hora do almoço. - Ele disse, e eu consegui visualizá-lo sorrindo.

–--x---

Sasuke's POV

Por mais que pareça algo extremamente bobo, eu fiquei feliz em saber que a veria no meio do dia. Trabalhei feliz no resto da manhã. Mas o insuportável é que eu não posso nem dar um mísero sorriso que o Sai já vem encher o meu saco. Se eu desse pulos de alegria e cantasse músicas românticas, tudo bem, seria normal repararem e comentarem. Mas esse Sai, eu sinto como se ele tivesse um sexto sentido e soubesse quando eu ficava feliz.

– Tá feliz hoje, Sasuke? - Ele perguntou, enquanto eu assobiava.

– Estou normal. - Respondi, me fazendo de desentendido.

– Quem era no telefone?

– Pra que quer saber? Eu hein. Vai trabalhar, cara.

– Bom, você ficou estressado... Aposto que era a Sakura. - Ele acertou na mosca, e agora minha cara de espanto entregou todo o jogo. Esse branquelo me pegou desprevenido. - Eu não disse?!

– Como...

– Como eu sei? Eu vi você saindo da oficina e indo falar no celular lá na área do escritório. Você devia ter visto a cara de idiota que fez. É claro que seria ela, por quem mais você faria aquela cara? Pela sua mãe é que não seria.

– Não foi nada de mais, ela só ligou pra avisar que eu esqueci minha marmita. - Eu respondi, tentando outra vez me fazer de desentendido. Se eu ficasse nervoso ele ia querer saber mais e mais sobre o que tem acontecido, e eu realmente não estava a fim de contar. Era direito meu querer manter segredo por enquanto, e eu devia respeito à Sakura também.

– Hum... E como você vai almoçar?

– Com um garfo, uma faca, e com a minha boca. Com licença, preciso ir ver aquele carro lá de trás. - E rumei para o fundo da oficina, na esperança de que ele me deixasse em paz e que não me forçasse a dizer mais nada.

–--x---

Não demorou muito até que ela chegasse. Eu vi quando ela parou em frente à oficina, estreitou o olhar tentando me encontrar lá dentro, eu sabia que ela não me acharia. Eu estava, de certa forma, "escondido" atrás de um dos carros, arrumando faróis. Mas fiquei ali mais um tempo só pra ver o que ela faria quando desistisse de me procurar da calçada. Por que ela não entrava logo de uma vez?

Observei Sai indo em direção a ela, com um sorriso idiota nos lábios. "Que droga Sai, outra vez?", resmunguei comigo mesmo. Vi que ele disse alguma coisa, Sakura arregalou levemente os olhos e ficou com as bochechas vermelhas, rindo de um jeito um pouco nervoso. Ela não era muito boa com respostas rápidas, não com pessoas que ela não tinha muito contato. Sai era da família, era cunhado dela e um dos meus poucos amigos próximos. Mas a Sakura não tinha muita intimidade com ele. Bem, tratei de ir socorrê-la logo.

– Sakura, trouxe meu almoço?

– Sim, eu trouxe. - Ela disse bem rápido, demonstrando ainda certo nervosismo.

– Posso almoçar com vocês? - Sai falou. Seria engraçado se não fosse incomodo.

– Bem, eu não vou ficar, vocês podem almoçar se quiserem... Sai, pede pro Sasuke. - Sakura disse, engasgando um pouquinho na hora de dizer meu nome.

– Não. - Respondi. Minha amizade com Sai era assim, muito bonita. A gente se suportava desse jeito, era bem legal.

– Que mau humor Sasuke, até agora você estava tão bem! Não precisa ficar assim só porque...

– Tchau, gente! Outra hora a gente se vê, ok? Até mais! - Sakura disse e praticamente saiu correndo em direção à esquina.

– O que você disse pra ela? - Perguntei "educadamente" ao Sai.

– Nada, só disse que achei legal ela ter vindo trazer o seu almoço e que vocês parecem ser recém casados.

– Só isso? - Fui irônico e fulminei-o só um pouco com o olhar.

– Perguntei quando é que vocês vão se assumir, por favor, né? Você vai ficar enrolando a menina até quando?

Terminei de fulminar Sai com o meu olhar e larguei minha marmita com ele. Por que ele tinha que ser tão indiscreto? Corri um pouco pra tentar alcançar Sakura ainda na rua, e por sorte consegui avistá-la. Eu sabia que se não conversasse com ela, ela ia pra casa e ficaria a tarde inteira remoendo as palavras do Sai e quando eu chegasse, ela ia estar completamente paranoica se perguntando se por acaso a cidade toda já sabia que estávamos... Juntos.

– Sakura! - Gritei, na esperança que ela ouvisse e parasse de andar. Ela parou e me olhou com aquele olhar de "ai meu Deus, e agora?" – Calma, tá?

– Será que... Ele sabe? Será que a Ino contou?

– Eu não sei se a Ino disse alguma coisa pro Sai, mas ele sempre implicou comigo sobre você, então fica tranquila. Ele não deve saber de nada, deve só suspeitar. - Falei, tentando acalmá-la.

– Suspeitar? - ela disse. - Será que a gente tá dando tanta bandeira assim? É claro que não é errado a gente ficar juntos, e também não é proibido que as pessoas saibam, mas...

– Eu sei que é complicado, é tudo muito novo, mas fica calma, ok? - Mais uma vez eu falei, dessa vez segurando o rosto dela com as duas mãos. – É só o Sai. Relaxa.

– Tá bem, eu vou tentar. - Ela disse, respirando um pouco mais aliviada.

– Ótimo. - Sorri. - Mais tarde a gente se vê.

Olhando para os lados para ver se não havia ninguém na rua, dei um beijo na testa dela ao nos despedirmos. Há alguns anos ela estaria mais histérica sobre isso, achando que todos na cidade estariam nos recriminando e imaginando coisas por estarmos morando juntos e estarmos “ficando juntos”. Mas surpreendentemente, ela agiu com um pouco mais de calma do que pensei. Sakura com certeza estava mais forte e ficaria bem.

–--x---

Sakura's POV

Não era errado que as pessoas soubessem sobre nós. Disso eu tinha completa consciência, mas por que eu fiquei tão nervosa quando Sai falou daquele jeito? Acho que alguma parte de mim deve estar estranhando isso tudo. É muito novo, como Sasuke disse, muito diferente de antes. Sasuke não é só mais meu melhor amigo, ele é algo além disso agora. Precisamos nos acostumar direito com essa ideia, e aí eu não vou ficar tão paranoica com isso.

Na verdade, acho que outro assunto ainda me incomoda. Sasori literalmente sumiu, faz alguns dias que eu "terminei com a secretaria eletrônica" dele. Acho que enquanto eu não estiver cara a cara com Sasori e colocar todos os pingos nos is, algo em mim ainda vai se incomodar. Algo em mim ainda não vai se acostumar totalmente com a ideia de seguir em frente. Precisava de um ponto final! Não que eu ainda tivesse algum sentimento por ele, pra falar a verdade, só de pensar em vê-lo novamente já me dava um embrulho no estômago. Mas era meio que questão de honra, sabe? Terminar as coisas decentemente. Devolver os presentes que ele me deu, a escova de dentes e as roupas que ele deixava no meu apartamento lá na capital, esse tipo de coisa. Quebrar qualquer ligação. Eu e minha maldita mania de ser metódica... Eu não sentia como se estivesse traindo Sasori, até porque eu terminei com ele e não quero saber se ele concorda ou não. Mas é como se faltasse acontecer alguma coisa pra que tudo se encaixasse melhor. Porém, eu tinha medo de como se daria esse evento.

Ir até a capital atrás de Sasori só pra fazer isso? Não, eu não estava muito a fim. Eu estava ocupada demais pra ir até a capital agora. No momento, eu estava ocupada demais me preparando para o feriado que viria. Sim, seria o dia em que eu e Sasuke iríamos até a cachoeira, e isso era importante pra mim.

–--x---

O dia seguinte passou devagar, e eu ajudei a Sra. Uchiha em meio período na confeitaria. À tarde fui até a cidade para providenciar um biquíni comportado para nossa ida à cachoeira. Eu estava pensando na vergonha que sentiria quando Sasuke me visse de biquíni. Comprei também um shortinho, para caso eu não me sentisse confortável em usar apenas o biquíni. E se ele não gostasse do que visse? E se eu descobrisse uma celulite bem no dia? Eu precisava estar preparada pra esse tipo de coisa, por mais que eu achasse que Sasuke não era o tipo de homem que ligaria pra isso. Eu sei, eu sei... Era só uma paranoia boba.

–--x---

Finalmente o dia de irmos até a cachoeira havia chegado. A manhã estava linda, o sol brilhava fortemente no céu e eram apenas nove da manhã. Pegamos uma cesta com um lanche reforçado pra comer mais próximo da hora do almoço, entramos na velha caminhonete emprestada da oficina e pegamos a estradinha de terra rumo à cachoeira. Como o tempo havia passado... Antigamente fazíamos aquele caminho todo de bicicleta. Tudo parecia exatamente igual, sorri com as lembranças.

Chegamos à cachoeira e Sasuke já foi logo tirando a camisa e se jogando na água. Fiquei tímida ao vê-lo daquele jeito, assim como aquele dia que ele saiu do banheiro sem camisa. Não era mais a mesma coisa de quando éramos adolescentes.

– Vem, Sakura! A água está boa! - Ele gritou sorrindo, já no meio da água.

– Ai, deve estar muito gelada. Não sei, acho que eu vou ficar aqui sentada nas pedras mesmo.

– Ah mocinha, eu dirigi até aqui e não vai entrar na água? Você tem que entrar sim. - Ele disse, chegando mais perto. Encolhi meus pés porque tive medo que ele os puxasse pra que eu entrasse logo na água. - Ei, lembra que você perdeu uma aposta?

– Hum, o que tem?

– Ta vendo aquela pedra de onde eu pulava antigamente? - Ele falou, apontando a pedra que ficava a uns 3 ou 4 metros acima do poço que a cachoeira formava.

– Não, Sasuke! Eu não vou pular! - Era óbvio que não! Ele ficou maluco?

– Vamos Sakura, sinta a adrenalina correndo no sangue! Lembre-se que você perdeu pra mim.

– Lá vem você com essa historia de adrenalina de novo, eu não quero pular! Ok?

Ele saiu da água e ficou de pé ao meu lado, estendendo a mão pra que eu pudesse me levantar também.

– Eu te levo até lá. Vamos! Vai ser legal... Eu prometo! E aposta é aposta, não é? - Ele pediu "com jeitinho". Carinhoso, com um olhar de cachorrinho pidão de partir o coração. Como ele aprendeu isso? Eu não costumava cair tão fácil assim no papo do Sasuke. Mas afinal de contas, eu tinha como fugir?

Timidamente me virei de costas pra ele e fui até a caminhonete para deixar a minha blusa lá, ficando apenas com a parte de cima do biquíni e o shortinho. Fui até ele de novo para que ele me levasse até a tal pedra. Quando chegamos lá em cima, eu olhei pra baixo e tive medo de verdade dessa vez.

– Sasuke, eu não vou conseguir... - Falei baixinho, segurando forte na mão dele.

– Eu pulo primeiro e quando eu estiver lá em baixo, você pula e eu te pego. Ta bom? Não precisa ter medo. - Dito isso ele soltou minha mão e pulou, como se fosse a coisa mais simples do mundo.

– Você vai me pegar mesmo? - Gritei lá de cima, depois que ele já estava de volta à superfície.

– Eu prometo! Eu não vou deixar você se machucar!

E então eu pulei. Ele prometeu que não me deixaria, ele prometeu! Eu confiava em Sasuke, estranho como a gente tem provas das coisas que sentimos nas situações mais triviais possíveis.

E ele cumpriu a promessa. Logo quando senti a água gelada batendo em minha pele, senti também os braços de Sasuke me envolvendo, não deixando que eu afundasse muito. Me agarrei ainda mais ao corpo dele, me certificando de que eu não afundasse mesmo, aquela parte do poção era um pouco mais funda, de modo que eu não conseguia alcançar meus pés no chão, mas Sasuke conseguia isso sem dificuldades.

– Eu pulei! Viu só, eu pulei! - Eu disse, quase gritando, e sorrindo de orelha a orelha. Como ele tinha dito, tinha essa tal de "adrenalina", era mesmo bom senti-la.

– Viu como você consegue?! Eu sabia que você ia gostar! - Ele disse, sorrindo ainda mais e me segurando pela cintura.

Eu não sei exatamente quando, depois disso, que nós começamos a nos beijar. Sei que ele olhou bem fundo em meus olhos e um arrepio bom percorreu minha pele. Éramos apenas nós ali. Ele ainda me segurava pela cintura quando roçou de leve os lábios nos meus, como se estivesse ensaiando um primeiro beijo. Ergui meu braço direito passando-o por de trás do pescoço dele, e pousei minha mão esquerda em seu peito. Permiti que Sasuke me beijasse. Mais do que isso, dessa vez não houve qualquer impedimento pra que ele tocasse meu corpo, apenas deixamo-nos levar pelo que sentíamos. Certo momento, entrelacei minhas pernas nos quadris dele, e pela primeira vez ele segurou firmemente em minhas coxas, para que eu não caísse. Não fiquei com vergonha, deixei-o me conduzir. Quando ele sugou de leve o meu pescoço acho que deixei escapar um pequeno gemido, talvez por isso ele tenha parado. Ele parou, mas não me soltou, em momento nenhum ele deixou de ter-me nos braços. Acho que foi nosso primeiro... Ahm, como dizer? Amasso? O que meu eu de seis anos atrás diria se soubesse que tempos depois eu estaria aos amassos com Sasuke na cachoeira assim, tão entregue? Nunca achei que isso sairia dos meus sonhos.

– Isso está ficando serio mesmo. - Ele disse baixinho, olhando nos meus olhos na mesma intensidade que minutos atrás.

– Se arrepende? - Perguntei, esperando ouvir um "não" como resposta.

– Nem um pouco. - Ele sorriu, e eu sorri em conjunto, porque a resposta que tive foi ainda melhor que imaginei.

–--x---

Passamos uma tarde muito romântica na cachoeira. Depois de beijos, carinhos, um pique nique maravilhoso e uma quase brincadeira de lutinha na água, resolvemos voltar à realidade. "Resolvemos" não né, Sasuke me convenceu. Se dependesse de mim eu ficaria ali pra sempre e não voltaria nunca à realidade.

Chegando em frente a casa de Sasuke, ele estacionou a caminhonete e nós íamos descendo dela, quando eu vi algo que gostaria de não ter visto. Segurei firme na perna de Sasuke, como se quisesse mantê-lo ali, como se com esse gesto eu dissesse "não saia agora".

– Sasuke. - O chamei. Minhas mãos já começavam a suar.

– O que aconteceu, Sakura? Você está bem? - Ele perguntou preocupado, acho que pensou que eu estava passando mal. Eu não estava... Mas talvez estivesse prestes a ficar.

– Aquele carro. - Apontei um carro estacionado perto da casa dele.

– O que tem ele?

– É o carro do Sasori.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? E agora, o que vai acontecer? :o
Treta is comming heheheh
Prometo que vou tentar postar com menos espaço de tempo agora, que vou estar de férias. Espero que tenham gostado, e até mais :)



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