Largo Grimmauld, 12 escrita por Anemone


Capítulo 4
A História do Lobo e do Cão




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A próxima coisa de que teve consciência foi que estava enrolado como uma bola, aquecido sob as cobertas, e a voz forte de Jorge enchia o quarto:
– Mamãe falou para vocês acordarem, que o café está na cozinha, e depois ela precisa de todos nós na sala de visitas, tem um número muito maior de fadas mordentes do que ela imaginou.
– Ah! Mas que ótimo... - resmungou Rony, levantando.
Meia hora depois, Harry e Rony chegaram à sala de visitas. Uma sala comprida, com paredes verde-oliva cobertas por tapeçarias sujas.
Encontraram Hermione, Fred, Jorge, Gina e a Sra. Weasley, todos de cara amarrada segurando borrifadores e usando máscaras.
– Protejam o rosto e apanhem um borrifador - disse a Sra. Weasley a Harry e Rony no instante em que os viu. - Nunca vi uma infestação tão séria, o que é que aquele elfo doméstico ficou fazendo todos esses anos?
Harry notou o olhar de censura que Hermione deu à Sra. Weasley.
– O Monstro está muito velho e provavelmente não pôde...
– Ah! Você ficaria surpresa com o que o Monstro pode fazer quando quer, Hermione. - disse Sirius, que acabava de entrar na sala trazendo uma saca ensanguentada que parecia conter ratos mortos. - Estive alimentando Bicuço. - acrescentou, em resposta ao olhar indagador de Harry. - Eu o mantenho lá em cima, no quarto de minha mãe... em todo caso, essa escrivaninha...
Ele largou a saca e se curvou para examinar o armário trancado, o qual Harry reparara agora que estava vibrando.
– Bom, Molly, tenho certeza de que isso é um bicho papão. - disse Sirius, espiando pelo buraco da fechadura - mas talvez fosse bom o Olho-Tonto dar uma espiada antes que o soltemos: conhecendo minha mãe, pode ser coisa muito pior.
– Você tem razão Sirius - disse a Sra. Weasley.
A campainha tocou, a mãe de Sirius começou a berrar no corredor.
– Já disse para não tocarem a maldita campainha! - gritou Sirius, saindo rapidamente da sala para conter o quadro.
Um elfo doméstico esgueirou- se para dentro da sala, quando Fred encostava a porta.
Ele parecia muito velho. Sua pele dava a impressão de ser maior que seu corpo, seus olhos eram cinzento aquoso e o nariz grande demais para o rosto.
O elfo não prestou atenção nem em Harry nem nos demais, como se não pudesse vê-los, arrastou- se para perto de uma enorme tapeçaria e resmungou:
– ...Cheira a esgoto e ainda criminoso, traidores de sangue e trazem uma sangue ruim com eles... Ah se minha senhora soubesse o que estão fazendo com a nobre casa dos Black...
– Este é o Monstro, Harry. - disse Hermione.
O elfo se adiantou.
– ...e olhe a sangue ruim, parada ali insolente, fala como se fosse minha amiga, se a senhora de Monstro soub...
– Não a chame assim! - disseram Rony, Gina e Jorge ao mesmo tempo.
– Não tem importância - sussurou a garota. - ele não bate bem da cabeça.
– Afinal, o que é que você quer Monstro? - perguntou Fred.
– Monstro está limpando - respondeu o elfo, fugindo à pergunta.
– Dá mesmo pra acreditar! - disse uma voz atrás de Harry
Sirius voltara e olhava aborrecido para o elfo.
Ao ver Sirius, Monstro mergulhou em uma reverência ridiculamente profunda.
– Fique em pé direito! - disse Sirius impaciente. - Agora, o que é que você anda aprontando?
– Monstro está limpando - repetiu o elfo.
– Perguntei o que está aprontando? - falou Sirius com a voz cortante. - Todas as vezes que você aparece fingindo estar limpando, esconde alguma coisa no seu quarto para não podermos joga-la fora.
– A senhora jamais perdoaria Monstro por jogar a tapeçaria que está há sete séculos na família fora, Monstro não vai deixar que os traidores do próprio sangue a joguem fora...
– Achei que fosse isso. - respondeu Sirius, lançando um olhar desdenhoso à parede oposta.
Sirius olhou pensativo para a tapeçaria velha, Harry se aproximou.

" A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black"

– Você não está ai! - admirou- se Harry, depois de examinar o inferior da árvore.
– Costumava estar aqui - disse Sirius, apontando para um buraco queimado na árvore. - Minha mãe fez isso quando fugi de casa. Encantadora, não? - disse, com sarcasmo nos lábios. - Eu tinha 16.
– Você fugiu de casa?
– Oh, sim - disse, rindo - Meus pais e sua mania elitista de sangue puro, eu odiava todos eles.
– Aonde você foi?
– Fui para junto de seu pai - respondeu Sirius. - Seus avós foram muito compreensivos; meio que me adotaram como um segundo filho. Quando fiz dezessete anos montei casa própria. Meu tio Alfado me deixara um bom dinheiro, também foi removido da tapeçaria, talvez por essa razão... Meu irmão idiota, frouxo suficiente para acreditar neles... olhe ele ai.
Sirius enfiiu um dedo bem na base da árvore, indicando "Régulo Black".
– Um filho melhor que eu... meus pais não se cansavam de me lembrar, morreu depois de se juntar aos Comensais da Morte.
– Você está brincando! - exclamou Harry.
– Ora vamos, Harry, você já não viu o suficiente nessa casa para saber que tipo de bruxos era a minha família? - disse Sirius irritado.
– Almoço - anunciou a Sra. Weasley, que havia saido fazia um tempo para trazer a comida. Ela vinha carregando uma bandeja cheia de sanduíches e bolos.
Os outros se aproximaram para comer, mas Harry continuou em companhia de Sirius.
– Você cresceu, Harry. Não é mais aquele garoto baixinho que conheci - disse o padrinho que o observava sorrindo.
– Ah, sim - respondeu Harry - A Sra. Weasley também disse isso. Sirius, o que Snape tem feito aqui?
– Ah, ele cuida de uns relátorios, cuida da vida dos outros também, mas faz parte.
Harry lembrou de Fred e Jorge falando sobre Snape estar investigando Sirius e Lupin e não conseguiu conter sua curiosidade...
– Sirius - disse Harry -, Você e Lupin estão bem?
– Sim... Bom, na medida do possível - respondeu o padrinho, surpreso.
– Ah, bem é que - pense em uma desculpa... pensou Harry - Vocês não tem se falado muito.
– Ah - respondeu Sirius aliviado - Ele tem passado muito tempo envolvido nas tarefas que Dumbledore lhe confere. Não temos muito o que conversar, eu andava muito sozinho, estou feliz que estejam por aqui - ele deu um sorriso triste e se virou para a tapeçaria.
– Minha prima, biruta - disse ele, parecendo fugir do assunto. Apontou para uma mulher morena de cabelos cacheados e cheios chamada Belatriz. Harry reconheceu o nome. - Ela e o marido Rodolfo Lestrange foram com Bartô Chrouch jr para Azkaban.
Harry então teve a lembrança de uma mulher que mostrava seu orgulho à Voldemort numa visão de um julgamento que viu na penseira de Dumbledore ano passado.
– Você nunca disse que ela era sua prima - disse Harry.
– Faz diferença? Não considero nenhum deles minha família. E ela menos de todos. Você acha que tenho orgulho de ter uma parenta como ela? - disse Sirius, irritado.
– Desculpe... eu não quis... - disse Harry depressa - eu fiquei surpreso, foi só...
– Não faz mal, não precisa se desculpar - disse o padrinho em tom de murmúrio. Afastou- se então da tapeçaria, as mãos enterradas no bolsos. - Não gosto de ter voltado - disse olhando pela sala. Nunca pensei que voltaria a ficar preso nessa casa.
Harry entendia o padrinho, sabia como era ficar em um lugar onde se foi infeliz como a Rua dos Alfeneiros, ainda mais se tivesse que voltar para o lugar anos depois...
Sirius amarrou a cara por um momento, em seguida suspirou.
– Eu não me importaria se pudesse ao menos sair de vez em quando para fazer alguma coisa útil. Já perguntei a Dumbledore se posso acompanhar você à audiencia como cachorro, é claro, para poder lhe dar algum apoio moral, que é que você acha?
Harry sentiu o estômago despencar e atravessar o tapete empoeirado. Não pensava nessa audiência há um tempo. Ao ouvir as palavras de Sirius, porém, a sensação esmagadora de pavor tornou a invadi-lo.
– Não se preocupe - disse Sirius. Harry levantou a cabeça e percebeu que Sirius o estivera observando outra vez. - Tenho certeza de que vão inocentar você. Decididamente há alguma coisa sobre uso da magia para salvar a própria vida no estatuto Internacional de Sigilo e não sei o que...
Harry então, aproveitou para ver se Sirius respondia melhor a pergunta que ele tinha feito na noite passada.
– E se me explusarem? - perguntou Harry, em voz baixa. - Posso voltar pra cá e morar com você?
Sirius sorriu com tristeza.
– Já disse, não se preocupe. Veremos.
– Eu me sentiria muito melhor sobre a audiência se soubesse que não precisaria voltar para a casa dos Dursley - Harry pressionou o padrinho.
– Lá deve ser bem ruim pra você preferir esse lugar - disse o padrinho sombriamente.
– Não, o lugar não importa desde que eu esteja com você - respondeu Harry, que não sabia como tinha dito isso.
Sirius levantou a cabeça para ele, olhou dentro dos olhos do garoto e sorriu suspirando. Harry se sentiu novamente intimidado pelo olhar de Sirius, mas dessa vez ele queria entrar naqueles olhos, possuir quem o olhava tão profundamente e mexia com ele daquela maneira. Assustado com o que disse e o que passava pela sua mente agora, Harry sorriu e engoliu a seco.
– Andem logo, vocês dois, ou não vai sobrar comida - chamou a Sra. Weasley.
Sirius ergueu os olhos e deu mais um grande suspiro, lançou um olhar mau-humorado à tapeçaria , então ele e Harry foram se juntar aos outros.
– Quando tudo isto acabar vamos poder ser uma família decente.
Harry sorriu.
Nas horas seguintes em que terminavam de limpar a sala, várias vezes Monstro entrava timidamente e tentava contrabandear alguma coisa sob a tanga, murmurando maldições terríveis sempre que alguem o surpreendia no ato. No jantar o garoto fez o possível para não pensar na audiência, mas estava decidido. Ele não iria para a casa dos Dursley. Se algo desse errado, voltaria ao Largo Grimmauld para morar com Sirius.
Era o que mais queria fazer, o garoto olhou para os amigos e tentou imaginar eles indo a Hogwarts sem ele... Mas tinha que afastar os pensamentos da cabeça. Se virou e começou a rir com os amigos quando Fred contou uma piada.


Harry teve a sensação de que engolira um tijolo quando a Sra. Weasley se virou para ele durante o jantar de quarta feira e disse em voz baixa:
– Passei as suas melhores roupas para amanhã, Harry, e quero que lave o cabelo hoje à noite também. Uma primeira impressão boa pode fazer milagres.
Rony, Hermione, Fred, Jorge e Gina, todos pararam de conversar e olharam para ele. Harry concordou com a cabeça e tentou comer a costeleta de porco, mas sua boca ficara tão seca que não conseguiu mastigar.
– Como é que vou até lá? - Perguntou à Sra. Weasley tentando não demonstrar preocupação.
– Arthur vai levar você para o trabalho - respondeu com gentileza, a Sra. Weasley, que sorriu, tentando animar Harry.
Harry olhou para Sirius, mas antes que pudesse fazer a pergunta, a Sra. Weasley a respondeu.
– O Prof. Dumbledore acha que não é uma boa idéia o Sirius ir com você, e devo dizer que...
– ... acho que ele tem toda a razão - respondeu Sirius entre os dentes.
A Sra. Weasley contraiu os lábios.
– Quando o Prof. Dumbledore lhe disse isso? - perguntou Harry, encarando Sirius.
– Ele veio aqui noite passada, quando você já estava deitado - disse a Sra. Weasley.
Sirius furou uma batata com o garfo, pensativo.
– Vou lá para a sala - disse Sirius, se levantando - não estou como fome e nem quero dormir.
Harry seguiu o padrinho com o olhar, em seguida abaixou a cabeça para o próprio prato. O pensamento de que Dumbledore estivera na casa, na véspera da audiência, e não pedira para falar com ele fez com que o garoto se sentisse ainda pior, se é que isto era possível.

Harry não conseguia dormir outra vez. Ele não encontrava paz no sono, já que os sonhos com os misteriosos corredores escuros que estava tendo ha algum tempo ainda o incomodavam. Ficou quieto, pensando:
Não posso ir até lá, ele não vai aceitar que eu abandone tudo...
Harry, já chateado com Dumbledore, que não lhe dera o minímo sinal ou apoio moral naquele verão, estava se sentindo mal pelo padrinho preso naquela casa, recebendo ordens. Ele não se preocuparia de deixar Hogwarts aquele ano para ficar com Sirius, e de repente, muito impulsivamente ele tomou uma decisão.
– Vou descer - pensou - ele ainda deve estar na sala, vou dizer a ele que vou ficar. Não vou à Hogwarts esse ano, sei que vou ser expulso, sei. Quero ficar aqui e viver com Sirius, não posso viver longe dele.
O garoto então se levantou, tomando cuidado para não acordar Rony, que roncava em profundo sono...
Fechou a porta e deu uma olhada em volta e no patamar debaixo. Viu uma luz que vinha da sala, então soube que o padrinho ainda estava lá, desceu.
– Não, você já bebeu demais... - Harry ouviu mais uma voz conhecida. Ahá! Pensou. Lupin está aqui. Harry se escondeu num canto que lhe deixava ver a sala sem ser notado e observou...
– Me deixe Remo, não estou bem, certo? - disse Sirius, já parecendo um pouco alterado pela bebida.
– Sirius... - disse Lupin se curvando para o padrinho de Harry, que estava sentado, largado no sofá velho e luxuoso da sala. - Você não quer mesmo voltar? Me perdoe... Porque não consegue me perdoar? Eu tive de fugir, entende? Eu não estava em condições, eu era um perigo. Ainda sou...
– Ora Remo! - disse Sirius, a voz bêbada e irritada - Convivi com sua Licantropia por anos! Não é uma boa desculpa, eu já estava acostumado.
– Sirius, eu estava fora de controle! - disse Lupin muito triste a Sirius, que sacudia a cabeça.
– Fugiu, me deixou sem chão, sem entender o porquê, pensando o pior! Logo depois quando Lilian e Tiago morreram eu só cai em desespero achando que você os tivesse traido, eu não tive um segundo de paz!
Que era aquilo?! - Pensou Harry - Ele estava espantado e apurou os ouvidos à conversa... Que é que eles tinham? Eles...
– Não meu amor... - Disse Lupin, devagar, o tom de desespero em sua voz. - Eu não conseguia mais me controlar, eu poderia te-lo matado! E depois que você voltou, eu tentei te explicar em Hogwarts mas você...
– Eu não queria falar sobre aquilo de novo! - disse Sirius irritado - Eu já disse que te perdoei e voltamos nossa amizade, quando vi rabicho vivo naquele jornal, entendi que não os tinha traido e não haveria porquê não ser seu amigo, e mesmo feliz por ter uma chance de me vingar de rabicho, de que não tinha sido você, a mágoa do amor... Como celebrar o abandono? - disse rindo sarcasticamente - Porque você voltou com essa história só esse ano? - seu rosto mudou drásticamente para linhas enfurecidas.
– Você passou o ano passado inteiro, fugindo - retrucou Lupin - De país em país, sem encontro exato. Eu não conseguia te localizar e...
–... Eu estou foragido, ano passado tive de ficar pra lá e pra cá, Harry estava em perigo! - disse Sirius, gesticulando.
– Eu entendo, só agora estamos próximos o suficiente - disse Lupin. Harry entendeu a frase quando Lupin se aproximou ainda mais do rosto de Sirius.
– Remo, não... - disse Sirius pouco relutante, olhava nos olhos de Lupin. Parou de se mexer e respirava fundo.
– Não, não ele não... não é possível - pensou Harry desesperado.
Lupin se aproximou ainda mais de Sirius, os narizes encostando.
– Ele não vai Beij...! - pensou Harry, furiosamente.
– Sirius, eu não posso me controlar, não me rejeite... - sussurou Lupin, os lábios roçavam os de Sirius.
– Me traga de volta para você então - sussurrou Sirius, os lábios... - Me salve...
Lupin o tomou num beijo profundo, Sirius deixou cair a taça que segurava, e colocou as mãos nos cabelos de Lupin, que respirava ofegante com os joelhos entre as pernas de Sirius sentado. Ele aproximou a mão tremula no corpo de Sirius, que se mantinha firme, mas quando Lupin largou sua boca e beijou- o no pescoço, apertando os joelhos contra Sirius, Harry viu o padrinho gemer, se contorcendo, apertando mais os cabelos do lobo.
Com esse movimento, Harry despertou do transe da cena. Ele estava petrificado, parado ali. Uma sensação horrível tomava conta dele, ele se sentiu envergonhado, traido. Tinha ido ali oferecer seu apoio e Sirius estava se agarrando com Lupin, agora Harry entendia os olhares dos dois. Saiu rapído dali, silenciosamente, não conseguiria mais ver aquilo.
– Ele estragou TUDO! - pensou, furioso - ele, o que ele quer?!
Harry não subiu as escadas, foi para a cozinha e sentou numa cadeira ao fundo, desesperado.
Parou para pensar, ao fazer isso, a situação na sua cabeça piorou...
– Não compreendo... porque me sinto assim? Ele não me traiu, certo? Porque é que eu estou furioso, afinal, eles são livres e eu sou seu afilhado e... É! PORQUE É QUE EU ESTOU DESESPERADO DESSA MANEIRA?! - Harry pensou. Apenas pensou, mas ele queria gritar.
O garoto agora compreendia o calor que sentia quando Sirius o abraçava, o olhar do padrinho no dele o fazia querer agarrar Sirius onde eles estivessem. Ele entendeu tudo... Estava dominado, não queria aceitar esse pensamento. A imagem de Sirius sendo beijado por Lupin, passou pela sua cabeça, ele sentiu calor ao lembrar da forma com que Sirius correspondeu e tocava Lupin, ele se imaginou automaticamente no lugar do lobo e então lhe ocorreu que eles estavam a poucos cômodos dele, agora, fazendo sabe-se lá Deus o quê. Ele se sentiu mal. Ele era um garoto, nunca tinha sentido isso por uma garota, ele era gay? Se era, com quem poderia conversar? E se contasse a Rony, o amigo ficaria com medo dele e não iria nunca mais se sentir a vontade ou quem sabe até parar de falar com ele. Harry pensou que discutiria essa situação com padrinho se o próprio padrinho não fosse agora quem o colocara nessa situação!
Harry se levantou da cadeira, atordoado. Sirius e Lupin tinham um caso! será que estou sentindo isso mesmo? pelo meu padrinho? Nunca nem beijei uma garota, agora um homem invade minha cabeça dessa maneira! Como é possível? Com quem vou poder conversar sobre isso?!
– Com ninguém - respondeu a si mesmo.
Harry sentou no chão e se sentiu novamente confuso, um garoto, ele era só um garoto, seu afilhado. É claro que Sirius não iria... Se sentiu rejeitado e traido, traido por ele mesmo.
Como pôde não perceber o que estava acontecendo com ele?
Ele não poderia se abrir com ninguem, nem com... de repente se lembrou de Dumbledore e que este também o havia abandonado... estava sozinho.
– O que é que eu vou fazer? - perguntou baixinho, para o escuro - Sirius... Eu amo você.


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Notas finais do capítulo

Harry está sem chão. E agora, como proceder?
Comentários e sugestões são bem-vindos!
Muito Obrigada, boa leitura!
Anemone ∽



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