Promise escrita por Thalita Moraes


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

E.... Eu falei que voltaria logo, não falei? :D
E pra compensar o capítulo curto passado, esse ficou meio grandin.
E agora vou manter a média de mil palavras por capítulo. Chega de capítulos curtos, depois eu fico pensando se vocês não vão querer me matar por chegar com um capítulo curto demais xD



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O que antes era seu amigo, agora tinha se tornado seu pesadelo.

Antes mesmo de acordar, Natsu podia ver uma bola de fogo em suas mãos. Mas dessa vez, de alguma forma, não era como todas as outras vezes. Ele sabia disso. Ele sentia o calor do fogo em suas mãos, mas não era aquele calor controlado, que nascia centímetros de sua mão. Agora, o fogo circulava sua mão, fervendo e borbulhando em sua pele, comendo seu braço inteiro, fazendo-o acordar com um susto.

Ele ainda não tinha aberto os olhos. Ele ainda estava deitado, seja lá onde ele estava, com os olhos fechados, mesmo estando acordado. Ele estava com medo do que veria dessa vez assim que acordasse. Natsu se manteve imóvel, estático, sua respiração parou.

Ele quase dormiu de novo, mas então, ouviu um barulho de trovão. O barulho fez sua mente voltar no tempo, e ele lembrou-se de ter caminhado lentamente, com cuidado, em direção à um edifício de dois andares no meio da escuridão. A chuva caindo ao seu redor, seu cabelo rosa já encharcado. As portas se abrindo nas suas mãos, os rostos de seus amigos preocupados.

Então, Natsu percebeu uma coisa. Ele estava em casa.

Se esforçou um pouco para prestar atenção no ruído. Estava silencioso demais para ser a Fairy Tail. Ele não conseguia acreditar que estava realmente na sua casa. Com cuidado e receio, ele abriu um de seus olhos. Relaxado, já podendo respirar novamente, ele abriu o outro olho.

Ele estava na enfermaria escura. Tinham fechado a porta, impedindo a única luz de entrar naquele ambiente escuro. Natsu sentou-se na cama e observou a escuridão ao seu redor.

Ele suspirou fundo e, só então, depois de sete meses, pode relaxar realmente. Ele estava em casa. Mas ainda assim, não era motivo de celebração. Porque ele sabia que não poderia ficar ali por muito tempo.

Mas naquele instante, a porta se abriu e a iluminação da guilda entrou no quarto escuro, cegando Natsu momentaneamente. Ele ergueu suas mãos sobre seus olhos, cerrando-os levemente.

Ele pôde ouvir alguém gritando para Wendy. Wendy entrou rapidamente na enfermaria, tendo de pedir espaço entre Gray e Erza para examinar Natsu com um pouco mais de atenção. Ela já tinha feito um exame preliminar anteriormente, mas não tinha nada de mais com ele. Exceto pela desidratação e exaustão, Natsu estava perfeitamente bem. Perfeitamente saudável, até.

A primeira pergunta veio de Erza, sua voz grossa exigindo que ele lhe explicasse o que tinha acontecido.

É lógico que aquela seria a primeira pergunta que alguém iria fazer.

Wendy chegou um pouco mais perto de Natsu para verificar seus olhos. Natsu pôde ver o rosto de Wendy um pouco perto demais, ele enxergou a preocupação em seus olhos, a concentração e o foco. Mas mais do que isso, Natsu conseguia sentir a intensidade da concentração dela. Conseguia sentir um calor emanando do seu corpo e ele soube exatamente o que era. A amizade que ela sentia por ele. Não só isso, mas Natsu percebera como Wendy mudara naqueles meses. Isso estava claro em seus olhos, quer ela sabia disso ou não.

Então, Wendy corou e Natsu se pegou encarando-a.

Gray e Erza estavam preocupados. Natsu tinha um olhar completamente diferente em seu rosto.

—Natsu. — Erza voltou a perguntar. Então, Natsu virou-se para encarar Erza. E ele sentia o mesmo calor vindo dela. — Você se lembra do que aconteceu?

—É claro que eu me lembro. — Ele respondeu, talvez rápido demais. Talvez seco demais. Erza surpreendeu-se com a reação dele. Ele abaixou o olhar, lembrando-se das coisas que teve de fazer.

E, naquele pequeno instante, naquele ínfimo segundo, Erza sentiu medo. Ela sentiu seu corpo inteiro estremecer quando viu uma pequena sombra nos olhos de Natsu. Poderia ter passado despercebido, talvez fora uma ilusão, mas ela sabia que tinha algo errado. Parecia que Natsu tinha perdido aquele brilho em seu olhar, aquele sorriso que ele sempre tinha em seu rosto.

—Você encontrou ele? — Uma outra voz perguntou, vinda da porta da enfermaria. Gajeel. Embora algumas coisas tenham acontecido entre os dois, Gajeel não poderia deixar de conversar com ele. Eram família. Pertenciam à mesma guilda. Não é?

Natsu engoliu em seco.

—Eu encontrei Igneel.

Um leve momento de choque invadiu a enfermaria inteira. Wendy e Gajeel mantinham a mesma expressão. Eles na verdade, queriam pular de alegria que tinham encontrado seu pais, finalmente, mas...

O encontro deveria ter custado algo muito caro. A imagem de Natsu deixava isso claro.

Por algum motivo, eles não sentiam nenhuma animação de encontrar seus dragões.

E, se ouvissem o que Natsu tinha a dizer, provavelmente nem deveriam.

—Natsu, agora você precisa contar o que aconteceu. Você não pode soltar uma bomba como essa e ficar quieto. — Gray disse. O Natsu de sempre brigaria com ele. O Natsu de sempre estava sempre brigando com ele. Mas por algum motivo, Natsu não queria brigar com ele. Natsu já estava se sentindo ruim o suficiente antes mesmo de Gray dizer qualquer coisa. Então, nem valeria a pena brigar. Não tinha motivo para ele estender a briga.

—Natsu. — Mirajane entrou na enfermaria, com os olhos vermelhos, preocupada. Ela caminhou até ele, calmamente. — Onde está Lisanna? Ela não foi com você?

Essa era a pergunta que ele estava mais preocupado em responder. Essa era a única pergunta que ele não queria ter de responder. Ele mordeu seus lábios com força, querendo punir a si mesmo por ter deixado aquilo acontecer e abaixou a cabeça. Ele não precisou dizer mais nada. Mirajane apenas colocou a mão na boca e se pôs a chorar novamente, literalmente desabando no chão, olhos arregalados em desespero, lágrimas caindo sem parar.

Foi nesse momento em que Natsu levantou da cama onde estava, pronto para sair da guilda novamente, pronto para buscar Lisanna. Mas, então, Wendy o parou.

—Você não pode levantar ainda. Não está completamente curado.

—Eu preciso ir buscar a Lisanna. — Ele disse, ignorando as ordens de Wendy e deu um passo. Seu pé entortou de uma forma que parecia ter quebrado e então, ele quase caiu no chão. Gray o segurou pelo braço, tentando evitar que ele caísse, mas Natsu empurrou o braço dele. Ele não podia parar agora. Tinha uma promessa a cumprir.

Parecia algo pequeno aquele empurrão, mas para Gray, significou o fim do mundo. Quem era aquele homem que estava na frente dele? Não era seu amigo, seu amigo era animado, sempre tinha um sorriso idiota em seu rosto, rindo e causando bagunças. Não era aquele homem que estava vendo agora. Agonizado pela sua própria dor, recusando a ajuda de uma mão amiga.

Aquele não era Natsu.

E realmente não era. O Natsu que eles conheciam jamais quebraria uma promessa.

Naquele momento, antes mesmo que Gray pudesse dizer alguma coisa, Lucy abriu a porta da enfermaria. Ela não disse nada. Natsu também não disse nada. Eles ficaram se encarando por alguns segundos.

Houve algum tipo de cumplicidade naquele olhar.

—Onde está o seu cachecol? — Essa foi a primeira coisa que ela tinha notado. Enquanto os outros percebiam o estado em que ele estava, só então, eles voltaram a olhar para Natsu, com um outro olhar, como se soubessem o que estava de errado com aquela imagem. Ele estava sem seu cachecol, por isso estava tão estranho.

Não era só isso, mas o cachecol era apenas uma das coisas que fazia o Natsu não ser ele mesmo naquele momento.

E, por um instante, apenas por um instante, Natsu quis contar para ela tudo o que tinha acontecido, como se aqueles eventos que quebrara a amizade deles nunca tinha acontecido. Então, Natsu viu Gajeel logo atrás dela. Lucy não tinha percebido, mas ele estava ali. Observando-a por cima do ombro, encarando Natsu com curiosidade. Ele não tinha nada de hostil em sua atitude, mas por algum motivo, Natsu ficara hostil. Natsu entrara na defensiva, mesmo sabendo que não era preciso.

—Eu perdi. — Ele disse e ficou por assim mesmo.

E aquilo completava o quebra cabeça sobre o que estava errado com Natsu. Ele jamais perderia seu cachecol daquela forma, o que levava todos a pensar que ele estava mentindo. Mas ele jamais mentiria, então tinha alguma coisa seriamente errada com ele.

O que era, infelizmente, eles demorariam a perceber.


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Notas finais do capítulo

Eae? Gostaram do Natsu conturbado? Pelo que será que ele passou?



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