Te amarei para sempre escrita por weslley felix


Capítulo 1
Olhos brilhantes


Notas iniciais do capítulo

Gente, essa é a primeira Fanfic do Weslley, então, mostrem apoio! Obrigado



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~Gabriel~

Eu acabei de levantar e já não aguento mais todo estresse que o dia promete.

Fora morar numa cidade minúscula, eu ainda preciso aguentar todas as provocações do idiota do Lucas. Ele pode ser "o cara" entre os atletas mas, pra mim, nunca deixou de ser um idiota que me dá nos nervos.

–Gabriel, desce logo, seu café vai esfriar. - gritou minha mãe.

–já terminei mãe.

As vezes eu me pergunto se minha mãe não sabe falar sem precisar gritar. Mas eu não me incomodo. Porque toda mãe grita o tempo todo.

A campainha toca, e, ao abrir a porta, Weslley meu amigo desde sempre, coincidentemente me salva de ter que discutir o porque de eu não sentir fome de manhã com a minha insistente mãezinha.

– Pronto pra mais uma chata e irritante semana de aula? - pergunta ele, com aquele sorriso que me faz querer perguntar...

–Como você consegue ficar tão feliz de manhã?

–Ah para de ser ranzinza, e vamos logo.

Entramos no carro dele, e o balanço nele parece só me deixar ainda mais irritado. O movimento dos corredores é o mesmo. Eu pego minha mochila e vou até minha sala quando uma visão me surpreende pouco antes de entrar. Um garoto me encara, ele deveria ser apenas uma cara no corredor, mas alguma coisa nele me deixa intacto: ele era pouco mais alto que eu, tinha uma pele morena, seu corpo, apesar de esguio, era musculoso. Ele era lindo, e não tirava os olhos de mim. Mas os olhos dele tinham uma cor estranha... aquilo é vermelho?

– Se olhar mais ele vai morrer desidratado. – Escuto essa voz e a reconheço imediatamente.

– Aliás, bom dia pra você também Lucas.

– Usando hostilidade pra disfarçar? Pensei que só olhasse assim pra mim.–Outra piada. Que engraçado.

–Alguém já te disse que o seu senso de humor é ridículo? – disse, injetando, em uma única frase, veneno suficiente pra matar um elefante.

–Acho que você só não quer admitir que eu sou fantástico. Todo mundo sabe disso, Bielzinho.

– Esse "todo mundo" só inclui você, Lucas. – Weslley diz, e me salva de querer bater nele de novo.

Ele desiste da discussão com aquela piscadinha que sempre faz pra me irritar. eu não sei como ele consegue fazer aquele ego caber em dentro de um corpo que não deveria comportá-lo. Olho de novo para o lado, e o dono dos olhos vermelhos não está mais lá. Mas...pra onde ele foi?

~Paulo~

O que será que aconteceu comigo? Eu sempre tive auto-controle suficiente pra me aguentar todos os meu impulsos. Mas é só um garoto aparecer que eu me descontrolo?

– Terra para paulo. – fala Eric, estalando os dedos na frente do meu rosto– Paulo!

Olho para o lado e vejo um Eric extremamente preocupado. A preocupação dele chega a ser palpável. Ás vezes exagerada. Como sempre foi.

– O que foi aquilo? Seus olhos apareceram. Todos poderiam ter visto.

– Eu também não sei. Eu simplesmente...olhei.

– É bom que não aconteça de novo. Isso poderia nos expôr.

– Ora. Deixa de fazer drama, Eric. - Andy diz - Isso já aconteceu com você várias vezes e tudo que você precisou fazer é dizer quer foi o efeito da luz. – O otimismo dele as vezes é revigorante .

–Mas eram em circunstancias totalmente diferentes

– Ok. Entendo a preocupação de todos, mas será que podemos discutir o que realmente importa.– Mauro sempre o mais centrado de todos nós.

Nas Últimas duas semanas, milhares de pessoas tem desaparecido e nós temos nos emprenhado em procurar todos eles, mas não obtivemos sucesso. Saímos todos os dias para caçar e procurar pistas da pessoa que está por trás disso tudo. Somos a única alcateia em toda a área em torno da nossa cidade. Erechim não é lá muito grande, mas também não se compara as outras cidades do Brasil.

Eu simplesmente não consigo me esquecer do menino que vi na Escola. O que eu senti foi diferente de qualquer coisa que já senti por outros rapazes com quem já namorei. Esse era diferente, eu costumava ficar com alguém que fosse no mínimo da minha altura. Mas esse era pequeno e delicado, com a pele branca e levemente corada nas bochechas, os lábios eram avermelhados os cabelos eram castanhos, o corpo era curiosamente magro porém definido.

Não consigo entender o que vi de tão atraente num garoto que aparente não tem nada que me atraia. O que ele tem que meche comigo a ponto de me fazer ficar a tarde inteira pensando em seu rosto. Eu precisei fugir da escola hoje pra não dar mais sinais que pudessem expôr a mim e a meus Betas.

Isso pode ser chamado de obsessão, mas eu vou até ele essa noite. Nem que seja só pra olhá-lo de longe. Eu preciso vê-lo.

Quem sabe Weslley possa me ajudar com isso? Ele é um Bruxo poderoso, e, o melhor de tudo, é amigo do menino dos lábios vermelhos. Quem sabe isso pode me dar uma aproximação maior entre nós.

~Gabriel~

Quem era aquele cara?

Essa pergunta ficou na minha cabeça a tarde inteira. Eu nunca reparei nele. Mas a Fernanda me disse que ele estuda na nossa escola a tanto tempo quanto eu, mas ele é muito reservado e por isso não chama a atenção de ninguém. Apesar de sua aparência. Bem, é realmente impressionante que um homem daquele tamanho não chame atenção.

Ele era pelo menos uns dez centímetros mais alto que eu, era musculoso e os cabelos eram lisos e pretos. Os olhos foram o que me chamaram mais atenção. Eram castanho-escuros, mas no momento em que nossos olhares se encontraram eles ficaram vermelhos e brilhantes.

–Acho que você deveria esquecer isso. - Diz Weslley - Deve ter sido apenas efeito das luzes.

– Eu sei o que vi. Eu não sou louco – Tento passar a maior segurança que posso.

Wes ficou o dia inteiro tentando me convencer de que as luzes da escola ás vezes fazem com que os olhos de todos fiquem com cores esquisitas. Mas eu não acredito nenhum momento no que ele diz. Depois da aula fomos à casa dele e ficamos lá comendo besteiras e vendo filmes o dia inteiro. Admito que pra um cara sozinho numa cidade razoavelmente pequena ele se vira muito bem. A casa dele é bonita, tem dois quartos: um dele e o outro dos hóspedes, ele herdou a casa da tia que morreu há cerca de três anos.

– Que tal esquecer o boy dos olhos brilhantes e comer uma panela de brigadeiro, hã? – pergunta ele, gritando da cozinha.

–Chocolate nunca é demais. – Digo. Ainda bem que sou chocólatra.

Wes vem da cozinha com a panela de brigadeiro nas mãos. Eu as vezes tenho inveja dele. Ele tem uma aparência que chama a atenção de qualquer um, com aqueles cabelos cacheados compridos até a altura do peito .Os ombros largos combinados a cintura e ao bumbum grande, dão a ele uma aparência andrógina que combina com ele, e dão um ar sexy que faz com todos os dias receba olhares indiscretos.

– Como você consegue? – pergunto sem enrolar.

– Como consigo o que?

– Ser solteiro a tanto tempo e não ficar carente nem desesperado? – ele está solteiro há três anos e não dá sinais de estar nem mesmo subindo pelas paredes. Isso não é normal.

– Eu acho que depois do meu ultimo namorado eu não resolvi não me apegar a ninguém por um bom tempo. - Ele se senta do meu lado.

–O seu autocontrole é invejável. – E é mesmo. – Eu queria ter alguém pra namorar e chamar de meu.

– Você não devia pensar tanto nisso. Não é nada saudável.

– Estou apenas pensando na vida amorosa que eu devia ter. Porque não seria saudável - pergunto sem realmente entender .

–Existem coisas mais importantes com que você poderia se preocupar.

–Tipo?

–Você mesmo. Seu futuro, sua família, sua felicidade... existem pelo menos um milhão de coisas que eu poderia listar.

–Ás vezes você fala de um jeito esquisito. - Falo olhando para ele fixamente.

Eu realmente acho isso. Desde quer me lembro Wes, apelido que lhe dei há dois anos, fala como se estivesse passado por algo que eu não sei, ou pior, que ele se recusa a contar.

– Eu estou apenas lhe dando um conselho. - Ele olha no relógio e continua. - E falando em conselho, é hora de você ir pra casa. Tia Sue vai me matar se chegar muito tarde em casa.

–Ah! Detesto quando age como meu irmão mais velho.- Ele está apenas mudando de assunto como sempre faz, mas decido não insistir.- Bem, eu já vou.

– Eu te levo. - ele se oferece como de praxe.

– Não precisa. Eu posso ir sozinho.

– Tem certeza?

– Wes , você mora a duas quadras da minha casa. - Digo, me levantando - Vou chegar vivo em casa, sério.

– Tudo bem então. Até amanhã na escola.

– Tchau.

Depois de me despedir , eu sigo calado em direção a minha casa. A caminhada teria sido silenciosa, se eu não tivesse a estranha sensação de estar sendo seguido. Tenho a impressão desesperadora de que tem alguém logo atrás de mim. Olho pra trás e não vejo ninguém, mais quando me dou conta estou correndo desesperadamente e não faço a menor ideia do quê - ou de quem - estou fugindo.

Em um beco entre uma casa e um prédio, eu paro e me escondo... e nada.

Afinal, o que deu em mim? Não tem ninguém atrás de mim, e eu corro como se não houvesse amanhã? Acho que estou enlouquecendo. Fecho os olhos e respiro fundo pra me acalmar. Quando os abro vejo um homem parado no começo do beco. Sinto vontade de gritar e de fugir, mas minha voz simplesmente não sai, e a única saída está bloqueada pela presença daquele homem imenso. Meu coração quase para quando ele vem em minha direção. Ele subitamente para e pergunta:

–Você está bem ? Parece até que acabou de ver o Diabo em pessoa .

Não digo nada , mas percebo que esse é o mesmo cara que eu vi na escola. Eu levanto a voz e falo com a maior segurança que encontro.

– É! Você realmente quase me matou de susto. - Estou ofegante, cansado e assustado mas ele parece estranhamente tranquilo. - O que estava pensando ?

– Desculpe não foi minha intenção. - Ele estende a mão e diz - Meu nome é Paulo.

– Gabriel. - Aperto sua mão - Agradeceria se não fizesse isso de novo.

– Desculpe. É que eu estava andando pela rua e te vi correndo e pensei que algo tivesse acontecido.

– Eu estou bem. Só pensei estar sendo seguido. – Eu não sei porque estou falando com ele, mas parece que alguma coisa nele me faz querer conversar até que o dia amanheça.

– Podemos ir embora juntos. O que acha?

– Acho que... sim. Tudo bem - Ainda estou ofegante e cansado. Sei que não devia estar falando com um estranho, mas , depois desse susto, ele, estranhamente, consegue me passar segurança.

Fomos embora juntos e descobri, no meio de tanta conversa, que ele sempre estudou na na mesma escola que eu, porém nunca gostou de chamar atenção. Mas porque eu nunca reparei nele?

– Acho que nunca gostei de chamar atenção. - diz ele.

– Sério? Me desculpe, mas você não é exatamente o tipo de cara que "se mistura".- Nesse momento ele faz uma cara de envergonhado, que fica incrivelmente sexy nele. Eu percebo e quase morro de vergonha. Onde eu estava com a cabeça pra dizer isso?- Ah.. Me desculpe. Eu realmente não quis dizer...

– Tudo bem. Eu entendi. Costumo ouvir isso frequente mente, mas faço o possível pra não atrair atenção.

– Aham. Bem... É aqui que eu me despeço. – Eu não quero que ele vá, mas não sei o que há comigo.

– Acho que isso é um “adeus”. – diz ele. Não, de jeito nenhum.

– Não. É um “até logo”.

Me despeço outra vez. E logo depois disso entro, envergonhado. Paro atrás da porta pensando:

Que merda foi essa?

~Paulo~

Esse passeio foi a coisa mais embaraçosa que já enfrentei em toda a minha vida. Mas em compensação foi gratificante. Tudo bem, adorei conversar com ele. Ouvir a voz, reparar na cor branca e ligeiramente rosada da pele, sentir aquele cheiro adocicado que ele tem, mas preciso falar com quem pode me explicar o que está acontecendo comigo. Essa atração repentina por alguém que acabei de conhecer não pode ser normal. Eu já tive envolvimentos com pessoas por conta de atração puramente lupina, mais isso é totalmente diferente. Se fosse só o meu lado lobo, seria puramente carnal, eu ia querer transar com ele. Mas não, isso tem sentimentos, tem algo que eu nunca senti.

Como eu disse preciso falar com quem possa me ajudar: Um Bruxo. Isso, um bruxo com certeza saberia o que está acontecendo. Mais Erechim não é exatamente o que se possa chamar de uma cidade "grande" , então vou diretamente no único que essa cidade tem.

Weslley.

Paro na porta dele e toco a campainha. Mas porque será que ele precisa de uma casa tão grande se ele mora sozinho? Aporta abre e ele me olha com uma cara de sono.

– Paulo? O que você esta fazendo aqui? - Ele olha para o seu relógio - Já são quase meia noite.

– Eu sei. Desculpe incomodar, mas preciso de ajuda.

– Claro! Porque mais um lobisomem procuraria um bruxo a essa hora da noite?

– Olha, é importante. Não estaria aqui se não fosse.

Ele me olha de um jeito pensativo e em seguida diz:

–Tá! Entra. Mas fala rápido, tenho uma reunião importante.

– Com quem ? - pergunto, mas rapidamente lembro - Ah, claro. O Lance... dos ancestrais.

– Ultimamente eles têm me dito que vai acontecer algo ruim. Muito ruim

– Estarei alerta. Mas vamos logo ao que interessa.

Explico de foma breve, mas, ao mesmo tempo, mais completa possível. E quando eu termino ele faz uma cara de quem está com vontade de rir de mim.

–Sei exatamente o que está acontecendo com você. - Fala ele como se fosse a coisa mais simples do mundo. - Destino!

Hã?–Ttipo... Hã?

– É isso aí. Eu já li sobre isso. Entre os licantropos, os sentimentos são amplificados. Por causa disso, o amor verdadeiro também é igualmente intenso. Basicamente, é como se o universo estivesse juntando você e esse garoto. Seja lá quem ele for. Ou seja, o destino os está juntando.

– Bem, nunca pensei que fosse tão simples.

– Quem é garoto que você está gostando ?

–Acho que ele se chama Gabriel.

– Gabriel? Como é esse "Gabriel"? - Depois de descrever. Ele me olha com uma cara de raiva e me diz.- O que? Ele é meu melhor amigo! Você não pode estar apaixonado por ele.

– Eu não sabia! E mesmo não é como se eu pudesse controlar esse tipo de coisa?

– Não vou deixar você ficar com ele. – ele parece determinado.

– Se tentar me impedir passarei por cima de você. - eu levanto do sofá encaro ele de frente com os olhos ficando vermelhos.

Ele estica o braço e os dedos. Eu sinto uma dor lancinante que cobre o meu corpo de veias negras.

–Escute bem. Eu fiz de tudo pra que ele jamais descobrisse sobre o mundo sobrenatural, ok? Fiz o possível pra protegê-lo. - Ele relaxa a magia e eu já não sinto dor. - Permitirei que fique com o Gabriel. Mas ele é meu melhor amigo, e se você magoá-lo, ou deixar que ele passe por qualquer perigo que seja... sabe o que farei.

– Entendi. E você sabe que jamais faria isso. Além do mais, eu nem tenho nada com ele ainda. - Fala sério, eu só falei com ele uma vez - E outra, eu sou o Alfa da matilha que protege essa cidade e todas as três cidades vizinhas. Acha mesmo que ele ia correr qualquer perigo?

– Beleza. Mais ainda assim estarei de olho .- diz ele com um olhar afiado.

– De qualquer forma, obrigado!

De repente ouvimos um barulho na varanda e ficamos alertas. Ele me olha por um instante . Mas minha audição é mais aguçada que a dele, e ouço passos. Outro instante depois o barulho se repete. Ele me faz um sinal para ficar onde estou. Mas quem ele pensa que é? Eu sou um Alfa. Eu o ignoro e vou até a varanda ao seu lado, e lá vemos mais um vulto. Wes, sem paciência, acende labaredas vermelhas nas mãos e, quando está prestes a lançar as chamas no ar, uma figura branca aparece com os braços levantados. Eu reconheço aquela pessoa. Um cara branco, cabelos escuros, e olhos negros como a noite. Eu o encaro.

–Joey?


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Notas finais do capítulo

Comentem e favoritem please ;)



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