Natsu on

Era o mesmo pesadelo novamente. Estava em um lugar escuro, podiam-se ouvir os pingos que caiam no chão, e em meio àquela escuridão, podia ser ouvido um sussurro. A voz sempre repetia a mesma frase e eu nunca compreendia seu real significado.

Voz: "Seu tempo está acabando. Irá ser consumido pelo seu próprio demônio. Ele irá, aos poucos, incinerar suas convicções e mostrar-lhe que no fundo, não existe uma diferença tão grande entre os dois lados”.

E sempre que acordava, me encontrava no mesmo estado: suando e com as marcas brilhando. Quando a luz parava, vinha a pior parte: o sangue e a dor. A cada dia pós-pesadelo, mais as marcas cresciam em meu braço e mais doloroso era o processo.

Saí da casa, precisava de ar puro e aproveitei para trocar as bandagens antigas, que estavam encharcadas de sangue. Apenas não esperava que outra pessoa tivesse a mesma ideia que eu. Eu estava na varanda já fazia um tempo quando Lucy apareceu.

Lucy: O que está fazendo a essa hora Natsu?

Eu me assustei, escondi rapidamente, como pude as marcas. Mas foi em vão, ela viu as bandagens com sangue e o curativo feito as pressas.

Lucy: O que está escondendo de nós Natsu? O que tem sob as bandagens?

Natsu: Nada, Lucy. Volte a dormir.

Lucy: Nada? Quer realmente que eu acredite nisso depois de ver todo esse sangue e essa sua tentativa estupida de esconder seu braço?

Eu não queria mais conversar, apenas me levantei e me dirigi de volta à sala. Apenas não espera que ela fosse insistente a ponto de chamar Loke e com sua ajuda, arrancar os curativos feitos apressadamente.

Loke: Mas o que diabos são essas marcas? Sinto magia negra vindo delas.

Lucy: Natsu, você se envolveu com algum culto de magia negra nesse um ano?

Eu não sabia o que fazer. Tudo que eu havia feito para esconder essas marcas de Happy foi em vão e amanhã todos saberiam sobre elas. Todos ficariam fazendo perguntas e me associariam a cultos, exatamente como Lucy estava fazendo. Quando imaginei todos me acusando de traição e me julgando, senti uma coisa que nunca havia sentido: sede de sangue. Era como se algo estivesse despertando. E o pior, eu gostava daquilo. Era como se fizesse parte de mim e não soubesse. Encarando Lucy, respondi sua pergunta estúpida.

Natsu off

Lucy on

Natsu: Não Lucy, não estou associado com magia negra.

O rosto dele estava assustador, nunca o tinha visto com aquela expressão, era como se precisasse derramar sangue e naquele momento poderia ser o meu. Sua íris estava vermelha e seus dentes cresceram um pouco.

Loke: Mentira, sinto magia negra dessa marca.

Natsu conseguiu se soltar e saiu andando, como se nada tivesse acontecido.

Natsu: Apenas não se metam onde não são chamados. Preciso que a Fairy Tail se junte novamente. Apenas concentrem-se nisso. No momento, não sou o inimigo.

E voltou para a casa. Ele disse no momento, ou seja, a qualquer momento ele pode mudar de lado. Agora tenho certeza, esse não é o Natsu, alguém o está manipulando, e só tem uma pessoa que poderia ganhar com isso: Zeref. Ele é o maior mago negro que existe e segundo o que Natsu havia contado, parecia que tinha interesse nele. Eu vou salvar o Natsu, devo muito a ele, nem que para isso tenha que desafiar o maior inimigo da humanidade.

Loke: Acho melhor manter certa distância dele Lucy. Ele não é mais o mesmo e não sabemos o quão perigoso ele é para nós.

Lucy: Pode deixar, vou me cuidar. Obrigado Loke.

E então Loke voltou para o Mundo Celestial. O que faria agora? Contaria para todos? Natsu disse que precisa da Fairy Tail unida novamente, mas o que ele queria dizer com isso? Claro, eu sentia falta de todo aquele barulho e alegria reunida, porém era estranho o modo como ele havia dito, como se a qualquer momento, ele pudesse passar uma grande missão para a guilda inteira. Uma missão que provavelmente não gostaríamos nem um pouco.