"Pois a perda é dolorosa, mas se torna ainda pior quando se sabe que esta é permanente. Quando se sabe que algo se foi para sempre."

Natsu conhecia bem a dor de ser abandonado por alguém importante. Ele também sabia que não era o único que conhecia essa dor. Sua primeira cicatriz profunda surgira naquele 7 de Julho.

Mas entre aquele dia e o momento atual existiam mais diferenças do que se podia notar.

Naquela vez, ele pelo menos podia manter a esperança de reencontrar Igneel. Ele tinha um objetivo que o impelia a sempre procurar nos mais diferentes lugares por seu pai.

O agora não lhe dava nenhuma esperança. Zeref havia prometido que daria desespero a eles. E que desespero há que seja maior do que aquele de perder alguém muito amado bem na frente de seus olhos, sendo incapaz de fazer qualquer coisa?

A dor de ver seu pai, aquele por quem procurou por 14 anos, desaparecendo após ser derrotado por um dragão falsário abriu um ferimento gigantesco, muito maior do que aquele do 7 de Julho.

E não havia mais amparo. Não havia mais busca, não havia mais Igneel. Ele se fora. E dessa vez para sempre.

Sobrariam apenas as memórias do tempo que passaram juntos, mas memórias tendem a desaparecer com o tempo. Sobraria apenas a saudade, sentimento que diminui, e depois retorna com mais força ainda.

Sim, a saudade permaneceria, do mesmo jeito que o vazio deixado pela perda. Ele não teria mais o consolo de seu pai, pois dessa vez ele não estaria mais lá.

E essa era a mais desesperadora das verdades, não importava o quanto negasse, este fato permaneceria imutável.

Não havia mais Igneel. Só sobrara a saudade. Pois dessa vez, ele se fora para sempre.