Era 05h45 min da manhã quando acordei com os berros do meu celular. Tomei um banho para espantar a persistência do sono. Vesti minhas roupas de sempre, saí correndo de casa. Eu precisava me apressar, enquanto corria pela rua, avistei um taxi e logo pedi que me levasse ao Hospital de Storybrooke, nesse tempo somente ouvia Mamãe no viva-voz do telefone me explicando tudo o que tinha acontecido.

– Você tem certeza que isso é verdade?

–Sinto muito querida, é verdade.

– Não posso acreditar primeiro perdi Ever e agora ele, isso é uma injustiça. –eu já estava chorando.

– Eu sei filha, você tem que ser forte.

–Já contou para o tio August?

– Vou ligar pra ele agora, você já esta chegando?

–Sim, em menos de dez minutos eu estou ai.

–OK, te amo filha não se esqueça disso!

–Também te amo Mãe.

Desliguei o celular, e me perdi nos meus pensamentos, fazia uma semana que o meu pai estava internado no hospital, tinha levado cinco tiros por detrás das costas enquanto voltava para casa, não podia acreditar que aquilo era verdade. Meu pai sempre foi uma pessoa do bem, nunca fez mal a ninguém e não merecia tamanha covardia.

Acabei me lembrando dos melhores momentos que eu passei junto a David, das nossas risadas desenfreadas, de quando mamãe ficava irritada quando eu e ele brincávamos de lutinha, das broncas e puxões de orelha, da careta que ele fazia toda vez que recebia uma carta da escola exigindo sua presença, e que quase sempre estava ameaçando me expulsar, e que ele sempre sorria me dizendo que tinha que melhorar meu comportamento. David sem duvidas foi o melhor pai do mundo. E agora estava morto, o destino fez com que ele me deixasse o mesmo e maldito destino que já tinha me tirando tantas pessoas.

Cheguei ao hospital e logo pude ver Meredith sentada em um dos bancos verdes daquele lugar, ela estava com os braços apoiados na coxa e as mãos no rosto. Meredith era minha mãe adotiva, se casou com meu pai quando eu tinha 8 meses de vida e desde então me amou como se fosse sua própria filha. Seus cabelos eram logos e pretos, seus olhos grandes e azuis, sua pele branca, ela com certeza parecia aquelas modelos de capa de revista. Sempre muito amorosa, já sofreu muito por minha causa, uma mulher forte e batalhadora, logo percebi o porquê do meu pai te escolhido ela para forma uma nova família.

Ela levantou seu olhar de encontro ao meu, seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, eu simplesmente corri em sua direção e a abracei.

– Cadê ele?

– O corpo dele foi pra necropsia meu amor. – ela alisava meus cabelos no intuito de me acalmar.

– Eu queria vê-lo, me despedir.

– Assim que o Dr. Whale liberar você se despede ok? – agora me encarava com um olhar triste.

– Ok. – assenti com a cabeça- Como isso aconteceu quem fez isso com a gente? –consegui falar entre soluços, há essa hora não dava mais para conter as lagrimas.

– Não sei o certo, seu tio August está investigando junto com Josh.

Nessa hora sinto um abraço pelas costas, quando me viro vejo meu tio August, ele sorri para mim e bagunça meus cabelos fazendo mamãe rir.

– Estávamos falando de você agora mesmo. – disse Mamãe

– imagino, sou muito importante, além de bonitão é claro, e vocês me admiram muito, então não é nenhuma novidade vocês falarem da minha pessoa o tempo todo. – ele falou piscando o olho para Meredith.

– Nem é convencido. – revirei os olhos

– Nem sou. – agora me dando uma risada forçada- Emma querida você sabe que eu vou está sempre aqui né, David morreu, mas me deixou para tomar conta de vocês duas.

– Eu sei August, Já sinto tanta falta dele.

– Eu sei pequena, mas não podemos fraquejar agora, quem matou David mais cedo ou mais tarde vai aparecer, e quando ele aparecer – socou a própria mão- Vai se arrepender de ter mexido com essa família.

– Emma, você pode esperar eu conversar com seu tio em particular, não vai demorar é só 10 min.

– Porque eu não posso participar, também quero saber o que está acontecendo.

– Eu sei Filha, só que isso você não precisa saber por enquanto. – pegou sua carteira e colocou na minha mão. – Agora vá à lanchonete da esquina e compre algo para você comer. - passou a mão no meu rosto e depositou um beijo na minha testa.

Eu até que tentei resistir, mas no fim mamãe venceu, e claro que tio August ficou do lado dela e eu acabei tendo que deixa-los conversar sem a minha presença.

Fui andando pela Calçada até a lanchonete da Vovó, Não estava com fome alguma, mas poderia conversar com Ruby minha melhor amiga. Já era 06h40min e o sol já tinha dado o ar da sua presença.

Entrei e me sentei em uma das cadeiras em frente ao balcão, Ruby logo veio me dar seus pêsames junto com um abraço.

– Sinto muito Emma, David não merecia morrer assim. – Ela me abraçou ainda mais forte

– Não sinta, eu vou encontrar quem fez isso com ele, e prometo que vou vinga-lo.

– Você está com as emoções à flor da pele loira, não tome nenhuma decisão precipitada ok?

– é o mínimo que eu posso fazer por ele Ruby!

– eu sei, mas me promete que não vai pensar nisso por enquanto?

– Prometo. – revirei os olhos.

Ao longe, na ultima mesa do estabelecimento uma mulher com um vestido preto e um Chapéu enorme da mesma cor, que por sinal escondia todo o seu rosto, chamou Ruby.

– Já volto, vou atender aquela cliente e trago seu chocolate quente com canela, e não adianta negar.

Ela sai tão rápido em direção à mulher de preto que não deu nem tempo deu eu retrucar.

#Ponto de vista: Ever Swan

Quando avistei Emma entrar por aquela porta meu coração quase parou. Minha Filha estava linda, nem parecia à criança que eu tinha visto há 13 anos, seus cabelos estavam maiores, parecia uma cascata de cachos loiros, ela estava tão perto, queria correr até ela e abraça-la até que nos duas ficássemos sem ar, analisei ela sentar naquele banco e conversar com a garçonete que a abraçou, parecia ser sua amiga, quando a chamei Emma se virou junto a garota, tentei esconder meu rosto para Emma não me reconhecer, mas não antes de ver seu rosto perfeito, aqueles olhos esmeralda que invadia meus sonhos todos os dias, eu queria agarra-la e dizer que eu sentia muito por David, mas que eu a amava e que a protegeria sempre. Mas não, eu não podia, pelos menos por enquanto.