Muito havia mudado.
Aproveitei que era noite e percorri rapidamente as ruas em busca da minha casa.
Quase me perdi em meio às ruas, existiam novas ruas na cidade.
Naquele momento me perguntei quanto tempo vivi naquele bosque.
Cheguei à rua da minha casa.
Não existia quase nada, apenas ruínas.
Corri a rua toda, até que encontrei minha casa. Em frente a ela uma placa dizia “Memorial Elea Dideron Yvet”.
Olhei a casa. Estava bem conservada, sem sinais de incêndio, como havia nas outras casas.
Subi as escadas a passos lentos enquanto uma lembrança humana vinha à minha mente. A noite da minha transformação.
Entrei em minha casa.
Os móveis estavam no mesmo lugar daquela noite, mas agora também existiam pequenas placas que contavam histórias que aconteceram ali dentro ou na vida de meus pais, irmã ou até minha.
Subi as escadas que levavam aos quartos.
Primeiro fui ao quarto de meus pais. A porta estava destruída.
Adentrei o quarto e olhei a destruição que ali ocorrera.
A cama estava partida ao meio, com os mesmos lençóis ensangüentados daquela noite, a penteadeira de minha mãe estava caída, com o vidro estilhaçado.
Aquela visão me entristeceu e enraiveceu.
Saí do quarto sem ler a história que fora inventada para a morte de meus pais e me dirigi ao meu antigo quarto.
Lá a destruição não era tanta, somente a janela estava quebrada, mas, um forro fechava o buraco, protegendo o quarto da chuva e sol.
Li a placa que se encontrava sobre minha cama:
”Sammuel U. E. D. Yvet. 1875 - ?
Na noite da morte dos pais Sammuel desaparecera, provavelmente fugira, apesar das pequenas manchas de sangue sua irmã relatou que...”
Aquela frase ecoou na minha cabeça por um instante “... sua irmã relatou...”.
Ela relatara à polícia a historia.
Ela estava... Viva? Era possível?
Rapidamente corri para seu quarto.
“Se ela sobreviveu, a placa com sua história de vida dirá.” Pensei.