A Casa escrita por _Rouse_


Capítulo 20
Capítulo 20




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- Ai... Que dor de cabeça... - Uma luz ofuscante me deixava cega, e despertando de um sonho estranho, eu esmagava os olhos esperando que eles se ajustassem à iluminação. - Porra... onde é que eu estou?

A resposta à minha pergunta veio quase imediatamente, quando eu pude ver o que havia ao meu redor... Como eu vim parar no jardim? Percebi que levava em uma das mãos um coelho de pelúcia, branco, e uma garrafa de vodka, o que não faz muito sentido por que ontem eu... eu... eu não lembro o que fiz ontem...

- Porra - Por que eu não lembro de nada? Ah! Claro, deve ser por causa da merda de garrafa de vodka vazia na minha mão!

Pude ver que eu não estava só. Ao meu redor haviam outros corpos caídos sobre a grama, a uns poucos passos avistei a Cah, me levantei, por mais difícil que fosse, cambaleando como uma idiota andei até ela. E me deixei cair ao seu lado.

- Cah...

- Hm... – Ela gemeu em resposta.

- Cah!

- Oi...

- Cah eu não posso gritar com você por que a minha cabeça esta doendo, então faça o favor de acordar sua vadia! – Sacudi-a um pouco para ver se ela reagia às minhas tentativas de gritos.

- Cla... Não grita.

- Mas... Estou sussurrando... – Sacudi-a novamente.

- Para! Que eu vou vomitar em você! Deus! Você gosta de sacudir os outros hein? – Ela abriu os olhos de repente, e os arregalou de uma maneira tão engraçada que por um segundo esqueci da gravidade da situação e comecei a rir.

- Ai... Cah! Eu não sei o que aconteceu ontem... – Contei-lhe a razão da minha aflição.

- Você está com amnésia?! Ontem a gente... Ai! Cla! Você não vai acreditar! Você contagiou a amnésia pra mim!

- Sua besta! A amnésia não se contagia! Você bebeu de mais! – Eu ri, e tentei me levantar. Como já o tinha feito antes pude repetir o movimento com mais facilidade que a Cah, que tecnicamente rolava no chão tentando se levantar.

- Ah... E você já foi ao médico?! – Ajudei-a a se levantar.

- Mas por quê? Por que eu iria ao médico?  

- Você tá com amnésia lembra? ... Ah! É! Você não se lembra de nada! – Ela começou a gargalhar na minha cara... Provavelmente ainda estava sob os efeitos da bebida...

- Não, Cah, eu bebi também... Não estou com amnésia!

- Ah... Isso faz mais sentido... Mas eu aposto que a batida que você levou na cabeça ontem poderia ter te causado algum probleminha ai no coco... Mais dos que você já tem...

- Batida? Que batida? Eu caí? – Sorri ao perceber que ela lembrava de mais do que eu.

- Sim! Alguém te pegou no colo, e... deixou você cair... Ah! É... Fui eu... Ou será que foi o...?

- Quem?

- O seu marido...

- Eu casei?! – Gritei assustada pela nova noticia. E a Cah começou a gargalhar.

- Claro que não! Eu não deixaria! Você é tão bobinha as vezes! Sua crédula! – Ela gargalhava sacudindo todo o corpo, e imitando cem mil vezes a minha “cara”.

- Tá bom... Agora que você já deu seu showzinho, palhaça, vamos entrar na casa e ver o que está acontecendo... – Puxei-a pela mão, e ambas cambaleamos até a porta. A empurrei com toda a minha força, e ela nem se quer se moveu, por isso não tive melhor ideia que tomar distância e chocar meu corpo com ela em total brutalidade, a porta cedeu ao choque, e ouvi um barulho estranho...

- Você está bem?! – Cah correu para atender um garoto que estivera sentado no chão, apoiado na porta, e que depois do arrombamento da porta estava fortemente desnorteado, porém a bebedeira não lhe permitiu sentir dor alguma, ele nem acordou, na verdade ele virou de costas pra ela e seguiu dormindo... – Desculpe... Espero que você não sinta dor mais tarde...

- Espero que ele sinta! Por babaca, quem mandou sentar atrás da porta?! – puxei-a pelo braço novamente, e andamos pela casa, saltando corpos esparramados pelo chão, e esquivando alguns bêbados quase conscientes que perambulavam por ai...

Algumas paredes estavam todas riscadas com uma letra muito feia, quase pude ler “Rei Derek” naqueles garranchos, mas não estava segura disso. Fomos para a cozinha na esperança de comer alguma coisa e vimos o Sr. Smith dormindo em cima da bancada, feito uma bolinha, abraçando seu próprio corpo, com a careca reluzindo e um fedor a tequila. Decidimos não acordá-lo, mas próximo a ele, tendido no chão estava Lucas, abraçando um pedaço de presunto.

 - Lucas... Acorda... Sh... – Cah foi tentar lidar com ele.

- Uh?! – Ele é meio histérico, e por isso se levantou abruptamente, com os olhos arregalados, e tentou começar a falar... – Of quef euf esftouf...? – Sua boca estava cheia de presunto, por isso uma grande quantidade voou na cara da Cah que estava perto de mais...

- Ai! Seu nojento! Levanta! – Puxei-o rapidamente, enquanto a Cah se limpava sem dar um pio... Ela tinha descoberto o defeito de seu príncipe... O presunto! Tchã tchã tchã tchã!

- Ah... Pera... – Ele ficou meio tonto, mas conseguiu se manter em pé... Eu e a Cah o abraçamos para ajudá-lo a seguir andando, lhe demos um copo de água, e tomamos uns também... Peguei um pedaço de chocolate e distribui para todos, assim, nos recompomos e pudemos seguir a busca... A busca por alguém que soubesse o que aconteceu ontem...

- Lembrei! – Gritou Lucas.

- O que?!

- O que eu fazia com o presunto... – Enquanto isso, subíamos as escadas devagarzinho, ainda tentando passar pelo meio dos corpos derrubados no chão.

- E ai?

- E ai o que?

- O que você lembrou?! – Eu começava a me irritar com a ignorância desse menino esta manhã! Nunca o vi tão mal da cabeça.

-  Ah... Isso... – Ele corou, e aí percebi que ele na verdade não estava tão tonto assim... Somente não queria contar o que lhe acontecera, e por isso se fazia de estúpido.

- Não seja bobo... Sabe que pode confiar na gente...

- Sim... Bom, eu estava fazendo alguma coisa, que eu não lembro, e bateu uma fome, e ai... eu não tinha o que comer... e bom... invadi um trailer que encontrei por aí e roubei toda a comida... e tentei voltar caminhando para a casa, mas estava tão bêbado que tudo ia caindo, e então...

- E então?

- O dono do trailer apareceu, eu saí correndo, mas o mundo girava rápido de mais, então me virei e comecei a jogar nele o que tinha roubado... Fiquei só com o presunto... Pude fugir, e bom... Apaguei, com um monte de presunto na boca, ah! O Chace tentou roubar o presunto de mim... Por isso me escondi na cozinha! Depois de...

No momento que ele falou do Chace o encontramos, molenga, deitado de atravessado sobre o corrimão da escada, provavelmente tentando descê-la que nem nos desenhos animados, ou alguma coisa parecida, ele parecia prestes a cair, por isso com cuidado o puxamos levemente em nossa direção. E ele tombou no chão fazendo um estrondo!

- AAAAAh! O que aconteceu?! – Ele acordou pelo golpe, super assustado.

- Calma! Podia ter sido pior, você podia ter caído pro outro lado e rolado a escada!

- Sim... Claro... – Ele tentou se levantar, e o Lucas o ajudou. Lhe dei chocolate, e um pouco de água que tinha numa garrafa, preparada para esta possível situação. – Vejo que você aprendeu muito bem!

- o que?! – A Cah intrometida respondeu no meu lugar.

- Eu ensinei para a Claire que levasse sempre uma barra de chocolate quando fosse beber, um pouco de água, só um pouco, se não você vomita, e que desse uma corridinha, assim você já fica como novo! – Chace explicou quase como um professor a sua teoria.

- É isso que dá trabalhar em bar... Não é, Chace? – Gargalhei.

- Mesmo assim olha o meu estado!

- Tá um gato! – Sorri tentando ajudá-lo a andar.

Seguimos nosso caminho, não achamos nada no quarto das meninas, mais do que algumas pessoas nuas, mas quando entramos no quarto dos meninos...

- AAAAH! – Gritamos todos em uníssono. – O que é isso?!

   No momento em que abrimos a porta uma cabra saiu correndo em nossa direção, parecia querer nos atacar, e por isso nos sobressaltamos e tentamos correr, mas a cabra começou a urrar e a girar no lugar, meio tonta, eu acho, e logo saiu em disparada, na direção da escada, desceu-a rapidamente, pisoteando os corpos em seu caminho. Ouvimos alguns gritos, e uns golpes... Nada grave de mais. Entramos no quarto com medo, vai que o resto do zoológico pulava em cima da gente?! Mas não havia nada, mais do que uma bosta do tamanho de um filhote de cabra.

- Cabra nojenta! – Gritou Lucas agoniado pelo que teria que limpar.

Passei pelo cantinho, o mais longe do cocô possível, e empurrei a porta do banheiro...

- AAAAAAH! – Berrei. Desta vez não era por causa de um animal como a cabra, era mais por causa de outro tipo de animal... Muito mais estúpido... – DERECK!


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora, na verdade eu tinha desistido de escrever devido à falta de tempo (me mudei pra Argentina), mas a pedido de um ser infinitamente amado decidi voltar com as fics!
FRAN ESSE CAPÍTULO É PRA VOCÊ!
Obrigada pela paciencia!
Espero que esteja bom... Acho que perdi o costume... então se estiver estranho tenham fé em mim, já vou voltar!
Beijoooos!
Titia Rouse (nééé Rose)



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