Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 55
Capítulo 55 - O beijo




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Estava na minha sala, faltava mais ou menos uma hora para eu ir para a minha casa, me enfiar na minha banheira de hidromassagem e só sair dela quando meu corpo estiver como de uma velha de 90 anos. Eu estava sentada sobre minha mesa, três botões da minha blusa social estavam abertos desvendo uma pontinha do meu sutiã vermelho, eu também havia subido um pouco a saia até depois da metade das coxas, meu cabelo estava preso por um coque frouxo e eu usava meus óculos de leitura enquanto dava uma checada em meus arquivos. Tudo estava tão calmo, até…

– Desculpe senhorita Duarte, eu tentei impedi-lo.

Nanda entrou em minha sala e logo na frente dela estava um ser raivoso, ler-se Pedro Ramos. Punhos fechados, respiração ofegante, olhos semicerrados e cenho franzido. É com certeza ele estava raivoso. Olhei para a mulher que estava com o olhar pesaroso e lhe sorri levemente.

– Tudo bem Nanda, pode ir – Ela saiu da sala e eu abaixei meus óculos olhando Pedro dos pés á cabeça – Olá senhor educação, o que deseja?

– Quem você pensa que é para ter saído da reunião daquela forma? !

– Ahh Karina Duarte, muito desprazer – Sorri cinicamente e oh, sua expressão me divertiu horrores.

– Continua a mesma prepotente de sempre.

– Ahh muito obrigada pelo elogio, mas quem o pediu mesmo?

– Você não está lidando com nenhum desses seus clientes meia tigela não Duarte, eu sou o dono de uma das maiores empresas do Brasil!

– Grande merda – Levei os óculos até minha cabeça e o deixei por ali – Isso não te dar o direito de exigir nada, porque aliás, você é apenas o dono de uma empresa e não o Barack Obama meu querido, sinto muito lhe informar, mas você não tem todo esse poder não.

– Meça suas palavras a se dirigir a mim Duarte!

– Ui magoei a rainha da Inglaterra. Foi mal princesa, ou melhor… Realeza.

– Já chega dessa ironia – Pedro se aproximou de mim e pegou nos meus dois pulsos fazendo com que meu notebook caísse do meu colo e se espatifasse no chão.

– Ahh valeu. Só não te processo porque tudo que tinha nesse notebook é copia – Ahh com certeza vocês devem estar me estranhando não é? Karina Duarte, tão calma assim e cheia de ironias, isso não é novidade nenhuma, mas deixa pra lá. Não sei explicar o que sentia, não sei explicar como eu estava tão… Calma? Ou melhor, calma até um certo ponto, calma até o senhor gostosão feat delicia se aproximar de mim fazendo com que minhas narinas automaticamente puxassem o seu cheiro viciante que ainda era o mesmo de cinco anos atrás fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem. Ok… Respira. Minha respiração vacilou e Pedro percebeu isso já que sorriu divertidamente.

– Algum problema Duarte?

– Além do fato de você ter quebrado meu notebook e está machucando meu punho? Não Ramos, nenhum – Rolei os olhos e… Espera ai, ele estava se aproximando de mim… Por que ele está se aproximando de mim? Ele me odeia, não odeia? E se odeia porque ele está se aproximando de mim? ! Oh shit.

– Ahh algum problema com sua respiração Duarte?

– Eu… Desenvolvi um problema por conta do alto nível de poluição da cidade.

– Aham e eu sou a sininho.

– Diz logo o que quer – Me desvencilhei dele e levantei caminhando até uma janela que tinha ali e deixando que o vento refrescante do começo da noite pairasse sobre meu corpo.

– Eu vim avisar que irei marcar outra reunião e já vou avisando que eu quero você lá, sem desculpas e sem sair no meio dela e ahh… Sem atender a ligações também.

– Mais é um escroto mesmo – Fiz cara de nojo – Ô ser desnecessário, se você não percebeu eu sou a dona disso tudo aqui, eu não gosto que fiquem exigindo coisas de mim, nunca gostei, e eu faço o que eu bem entender!

– Acontece que se você não fizer tudo o que eu disse eu simplesmente cancelo a meda desse contrato.

– Vai se fuder! Você e esse contrato de merda.

– Isso são modos de se falar com um cliente Duarte – Um sorriso prepotente desenhava seus lábios o que indicava que ele estava conseguindo o que queria… Irritar-me.

– Você ainda não viu nada… Sai daqui – Que parte do sai daqui ele não entendeu? Por que ao invés de sair o bendito começou a se aproximar de mim.

– Você já foi mais educada – Ele se aproximou mais e eu me vi sem saída – Há cinco anos atrás, com certeza você era mais educada – Meu corpo congelou e meus olhos pela primeira vez se fixaram aos seus. Ahh que saudade daquele lindo tom de chocolate… Que saudade do Ramos, do Pedro, do Pê, do meu Pê.

– Há cinco anos atrás eu não tinha muitos motivos para ser grosseira – Isso Duarte mostra pra ele que sua voz ficou baixa e falha, mostra pra ele que apesar de cinco anos, ele ainda mexe com você. Isso é vergonhoso.

– Não tinha mesmo – Oi? Distância cadê você? Por que naquela hora, naquele momento a palavra distância deixou de existir. Senti seu olhar infiltrar o vão de meus seios, vi ele mordendo o lábio inferior enquanto seus olhos ganhavam um brilho abundante, ouvi o farfalhar da sua respiração que estava se igualando a minha, falha e apressada. Pedro se aproximou mais de mim e colou seu peitoral em meu corpo – Eu ocupava muito você para permitir que você falasse.

Então ele me beijou, aham, beijou, se é que aquele arrancamento de boca podia ser chamado de beijo. Nossas bocas trabalhavam de uma forma violenta e nossas línguas ao se chocaram estava participando de um verdadeiro UFC. Seu beijo, tão delicioso como eu me lembrava, proporcionou coisas que pareciam adormecidas dentro de mim. Senti meu corpo em chamas em segundos, sua mão ousada que repousou em minhas coxas sem cerimônias nenhuma, me causaram deliciosos arrepios. O mover de seu peito arfante contra o meu, me fez ver que eu não era a única a me entregar naquele momento, naquele momento de saudade, de desejo e de quebra de orgulho.


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