Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 38
Capítulo 38 - Eu sei que você é meu anonymous - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

BOOM CLAP! Olha eu aqui de novo, enfim a parte 2 eim? Não precisam mais esperar. Aproveitem o capítulo, é o último de hoje. Amanhã tem mais. Espero que gostem e boa leitura!



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Cheguei na casa de Pedro e apertei a campainha e foi a mãe dele que me recebeu.

– Oi querida, pode entrar.

– Oi, o pedro está ai?

– Está no quarto, diga á ele que nós estamos de saída e não sei que horas voltamos.

– Tudo bem, tenham uma boa tarde.

– Você também.

Seus pais saíram e fecharam a porta, eu olhei para á escadaria e logo subi chegando em seu quarto. Olhei algum segundo para a maçaneta e a girei entrando no quarto sem bater. Ele não estava ali, mas eu ouvia o barulho do chuveiro o que significava que ele estava no banho.

Rondei pelo quarto e observei algumas coisas, ali encontrei mais provas que indicavam que ele era o meu anonymous, eu peguei o seu caderno e comparei a assinatura das cartas que eu recebia com a letra dele… Idênticas. Sentei-me em sua cama e fiquei a sua espera, meu coração batia tão acelerado que eu achava que teria um ataque cardíaco a qualquer momento. Ouvi o barulho do chuveiro sendo desligado e minutos depois a porta se abriu. Aquela coisa linda saiu de lá com uma toalha enrolada na cintura e com outra enxugando os cabelos. Sorri.

– Karina? – Ele franziu o cenho ao me ver. – O que está fazendo aqui?

– Eu fiz uma descoberta e queria te falar- Me levantei e fui até ele, fitei seu peitoral e passei as mãos por ali secando alguns vestígios de água.

– Qual?

– Eu descobri quem me manda as cartas.

– Quem? – Disse despreocupadamente como se eu não soubesse quem era.

– Você.

– Eu? Tá doida?

– Não Pedro, eu tenho certeza, o anonymous é você.

– Karina, pra que eu ia te mandar cartas anônimas se eu to namorando contigo?

– Mas antes de namorarmos eu já recebia as cartas.

– Mas se realmente fosse eu você não acha que eu teria parado assim que consegui o que queria? Não sou eu Karina.

– É você sim, estou absolutamente certa disso. Eu vou mostrar que é você, sente-se ai – Pedro bufou e sentou-se em sua cama, eu fiquei em sua frente e coloquei minhas mãos para trás começando a andar vagarosamente de um lado para o outro tentando me recordar de tudo – Bom á primeira pista que eu descobri foram os envelopes vermelhos e o papel cor de creme que você tem em cima de sua escrivaninha…

– Eu já disse que os uso para escrever receitas para minha mãe.

– Errado. Em uma conversa com a Delma eu perguntei á ela como ela aprendeu a cozinhar, ela disse que foi tudo com a vó dela, que todas as coisas que ela faz vêm de anos atrás, então ela me ensinou a fazer uma receita, eu estranhei, pois as coisas que ela usou nada tinha haver com uma receita que eu já havia feito daquilo, então eu perguntei pra ela se não tinha nada de errado, ela disse que não, então eu disse que eu já fiz uma vez a receita e que não usava aqueles ingredientes e ela disse que não gosta das receitas de hoje em dia, que as receitas do tempo da avó dela é bem mais saborosa e nutritiva. Outra coisa que eu me lembrei foi que quando estávamos na oitava serie a professora te perguntou. Pedro, qual seu escritor preferido? E você respondeu, Caio de Abreu, disse que era mil vezes ele do que essas escritoras água com açúcar como Clarisse Lispector, aquele dia eu fiquei com raiva quando te ouvir falar aquilo, mas aquele momento apagou-se da minha memória. Quando eu comecei a receber as cartas do anonymous ele me espionava, eu sempre o via, apenas de relance, mas o via e quando começamos a nos envolver eu não o vi mais. Um dia também eu consegui ver a pulseira que ele usava e olha á pulseira aqui – Estendi uma pulseira que encontrei na escrivaninha de Pedro - Em uma das cartas recebida por mim do anonymous ele disse … Não sei o que me fascina mais, ficar te olhando ou simplesmente te tocar… Mas como assim? Ele nunca havia me tocando, eu achava que não, pois não sabia que era você que escrevia as cartas. E á última, mas não menos importante pista foi quando eu descobri que você e o João foram amigos, ele me contou a história de vocês e me disse eu devo uma á ele, se bem que eu já estou pagando… E hoje, quando o sinal bateu anunciando o fim da ultima aula e eu fui até meu armário ver se tinha alguma carta do anonymous eu encontrei João por lá, eu nunca tinha o visto ali á não ser quando ia comigo, ele veio com um papinho que não me convenceu, então eu deduzi que muitas das vezes ele que colocava as cartas no meu armário para não dar bandeira e para que pudesse me confundi achando que ele era meu anonymous mesmo eu sabendo que não era, como eu disse, ele te deve algo e vocês ainda são amigos… Ou seja é você Pedro, ou devo dizer… Anonymous?

– Olha, meu disfarce foi revelado – Sorriu fracamente.

– Agora eu sou te pergunto… Por quê?

– Como eu disse, eu já venho gostando de você á muito tempo e você nunca me notou, eu já tentei chamar sua atenção e me sentia extremamente idiota querendo ficar com uma menina que não estava nem ai pra mim. Você passou a ser como um vicio pra mim, eu só queria saber de você, me sentia um psicopata, eu te desejando e correndo atrás de você sendo que tinha várias meninas correndo atrás de mim. Então cansado de não ter sua atenção eu pensei em desistir de tudo, mas João disse para mim continuar. Ele sempre andou com você, mas não podia ficar falando de mim apesar de eu pedir muito para que isso ele fizesse. Foi então que eu tive a ideia de cartas anônimas. Chamei João e disse minha ideia a ele, ele á achou esplêndida, mas eu queria fazer algo além do imaginário, eu não queria que minhas cartas fossem iguais aquelas que garotinha apaixonadinhas recebem de admiradores nem tão secretos assim, eu já sabia várias coisas de você inclusive que você era apaixonada pela renomada escritora Clarisse Lispector, foi então que tive a ideia de colocar uma frase dela em todo fim de carta e você tem razão, João colocou a maioria em seu armário assim conseguiríamos te confundir e não daria tanta bandeira. E não foi que deu certo? Karina Duarte estava ficando encantada com as cartas que recebia e eu cada vez mais estava gostando de envia-las, mas ai, de uma hora pra outra você começou a me notar, percebi que você me olhava, que você falava de mim e então você veio pedir minha ajuda pra algo, isso me incentivou mais para eu continuar á escrever as cartas. Então de uma hora pra outra viramos amigos e com o tempo namorados. Nossa como eu fiquei feliz, finalmente eu estava junto da pessoa que era louco desde criança, mas eu não poderia parar com as cartas, daria muita bandeira e toda vez que eu via seu sorriso quando lia uma era á minha recompensa de tudo, então continuei a mandar e mandar e sempre me fingia de desentendido sobre o assunto.

– Quando você iria me contar isso?

– Talvez eu nunca contasse, acho que estava esperando que esse momento acontecesse.

– Cara, você me pegou direitinho – Sentei-me em uma cadeira que havia em seu quarto e fitei o nada – Como eu nunca desconfiei de nada? Estava tão na cara e o João sabia de tudo, aquele infeliz viu meu sofrimento e não disse nada.

– Eu pedi a ele que não dissesse, a final, somos irmãos né.

– Então vocês continuam sendo amigos?

– Amigos/irmãos, desde crianças, crescemos junto pois a mãe dele é irmã da minha mãe, mas tomamos rumos diferentes, mas nossa amizade continua firma e forte.

– Vocês são muito atores, ninguém desconfia de absolutamente nada… João sabe de nós?

– Sim, desde o inicio, ele sabe de tudo Ka – Eu ainda estava incrédula de tudo, como eu pude ser tão tola? – Você está decepcionada de saber que o autor das cartas sou eu?

– Não… Claro que não – Me levantei e sentei em seu colo com uma perna de cada lado de seu corpo – Eu nunca li palavras tão lindas em toda a minha vida, como alguém pode me conhecer mais que eu mesma? Meu Deus, aquelas cartas elas… Elas… Fizeram com que eu mudasse, você me mudou Pedro, você me transformou em algo melhor e eu só tenho que te agradecer.

– Achei que se decepcionaria – Sorriu.

– Nem se eu fosse louca meu amor. Meu anonymous é um gostoso, tem um corpo delicioso, é lindo de morrer, tá uma delícia só com essa toalha ai, me ama incondicionalmente, me dá carinho, tem o sorriso mais lindo que alguém poderia ter, excita qualquer uma e é meu… Só meu – Pedro gargalhou.

– Quando vai dizer coisas lindas? Essa foram meio escrotas. - Ele me abraçou pela cintura e eu coloquei as mãos no pescoço dele.

– Acho que eu preciso de umas aulas de como ser romântica.

– Que bom, pois você acabou de encontrar um ótimo professor.

Sorrimos e eu tomei seus lábios com os meus em um beijo.


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