Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 36
Capítulo 36 - Peço desculpas




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A noite já havia caído e eu estava sozinha no escuro do meu quarto, minha mãe estava de plantão e o silêncio era meu companheiro. Passei a tarde enfurnada embaixo das cobertas, levantei apenas para banhar-me e comer algo que minha mãe tinha deixado na porta do quarto, ela estava preocupada comigo, mas não perguntou nada, ela me conhecia muito bem para saber que eu queria ficar com a minha dor.

Pedro não havia me ligado, mandado mensagem e nada do tipo e eu não parava de pensar nele e nos nossos momentos vividos. Eu apesar de gostar dele não iria atrás, ele errou não eu, esse era meu pensamento e desculpas eu não pediria, ele me magoou muito quando chamou o que tínhamos de palhaçada, um nó se formava em minha garganta toda vez que eu pensava naquilo. Eu me entreguei de corpo e alma e ele chamou tudo de palhaçada. Eu queria pensar em algo, queria saber que era importante para alguém, então peguei a caixa onde eu guardava as cartas do meu anonymous e comecei ler algumas.

(…) Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide… Soltei o mundo pra pegar tua mão… Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio. ”

Assinado: Anonymous

”Karina, tão bela. Linda e singela. Sua beleza chega a ser tamanha que me apaixono a cada dia mais. Seus olhos transmitem um brilho tão intenso, tão incrível, que acho que chega a ser impossível um ser na terra ter um brilho no olhar mais intenso que o seu.. Ah se eu pudesse, se eu pudesse ao menos ter a chance de te conquistar, de provar teu beijo… Te provaria que é possível amar uma pessoa a cada dia mais. Te provaria, provaria cada pedaço do teu corpo a cada dia, te amaria a cada dia, cada vez mais e mais… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato… Ou toca, ou não toca.

Assinado: Anonymous

Se ele estivesse comigo eu tenho a certeza que eu não estaria daquela forma. Se eu tivesse descoberto sua identidade eu estaria com ele naquele momento e não com Pedro, eu estaria o amando, ele estaria me amando, e com certeza estaria mais feliz, muito mais feliz, mas eu não sabia quem ele era, não sabia quem era aquela pessoa. Uma lágrima solitária desceu por meu rosto. Por que eu estava sendo tão fraca? Eu não era fraca, não era de chorar tanto ainda mais por um garoto, mas tudo estava diferente. Ouvi o soar da campainha, mas nem me incomodei em levantar, era onze horas e quem quer que fosse iria embora com certeza, mas á insistência da pessoa era grande, ela parecia estar determinada a ser atendida. Então eu desci as escadas e me encaminhei até a porta, assim que abri meus olhos focaram-se nos olhos de Pedro e assim que ele me viu sua expressão mudou. Antes que ele pudesse dizer algo, eu bati a porta e me encostei na mesma.

– Vá embora.

– Ka por favor, eu quero falar com você.

– Você já disse tudo que queria… Vá embora, por favor.

– Ka eu…

– VÁ EMBORA! – Passei a chave na porta e corri para meu refúgio me afogando mais uma vez em minhas lágrimas. Eu queria tanto que ele estivesse comigo, ali me aconchegando em seus braços musculosos, me ninando, dizendo coisas bonitas para mim, mas ele não estava e tão cedo parecia que estaria, ou eu estava errada.

– Eu não vou embora sem falar com você – Ouvi sua voz ecoar por meu quarto e me assustei. Saltei da cama e o olhei, nem me importava que ele me visse chorar.

– Co-como você entrou aqui?

– Isso não importa.

– Claro que importa, isso é invasão! Vá embora.

– Eu já disse que só saiu daqui quando falar com você – ele tentou se aproximar, mas eu me desviei.

– Eu não quero te ouvir.

– Mais vai. Karina aquilo que eu disse não era o que realmente eu queria ter dito, eu estava nervoso…

– E disse a primeira coisa que lhe veio à mente. Eu sei, e se isso foi á primeira coisa que lhe veio à mente é porque ela era á mais pura verdade, porque se não fosse isso não teria nem passado por sua cabeça.

– Ka, não é nada disso, você sabe que eu amo você.

– Eu não queria mesmo ouvir mentiras.

– Não é mentira garota, não é – Ele se aproximou de mim e antes que me afastasse Pedro enlaçou seus braços em minhas costas e cintura fazendo nossos corpos ficarem bem próximos e nossos olhos ficassem em um contato profundo – Eu amo você como jamais amei nenhuma garota e tudo que eu disse foi da boca pra fora, fui precipitado em tudo até mesmo em te obrigar a fazer algo que não queria. Ka eu vim aqui, passei em cima de algo que eu achava certo, para te pedir desculpas por tudo. Eu não quero terminar com você, ainda quero viver muito nosso romance, mesmo escondido, ninguém precisa de plateia quando os atores encenam da própria forma, mas isso é mais que uma cena e nós somos muito mais que atores. Eu te amo minha pequena, por favor, fique comigo.

Seus olhos transbordavam sinceridade e suas palavras me acalmaram, parecia até as palavras de alguém… Pedro me apertou mais em seus braços e antes que eu pudesse dizer algo, ele colou nossos lábios, eu não relutei em dar passagem para sua língua, eu queria aquele beijo eu o queria como jamais quis alguém! Assim que ele cessou o beijo, Pedro olhou em meus olhos.

– Você me perdoa? – Sorri.

– Perdoo e também quero pedir desculpas, sei que eu errei.

– Tudo bem, pra mim já está tudo resolvido meu amor – Ele espalhou beijos por meu rosto e selou nossos lábios em um selinho – Descobri que odeio verte chorar, seus olhos são tão lindos para ficarem tão tristes – Segurou meu rosto e deu um beijo em cada olho meu – Prometo que nunca mais te farei chorar, chorar agora só se for de alegria.

– Olha que promessa é divida hein.

– Essa será a minha maior divida então e eu vou ter o prazer de pagá-la a cada dia – Sorri


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