Cheguei à escola e como sempre fui direto ao meu armário ver se tinha mais uma carta do anonymous e claro que tinha não é? Abri o armário e peguei o envelope vermelho tão conhecido.

”Ah, todos os dias ouço em meu coração teu nome, tão perto de mim, tão no caminho de meus desejos. Sei que estou com um anseio infinito de te ver… De me encontrar em teus braços. Como não sonhar? Este anseio me arranca de um mormaço a que falto me entregar todos os dias… Talvez eu esteja entre o sonho e a realidade; invento um mundo onde posso te encontrar, mas é este mar imenso que nos separa… Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse pleno de tudo”

Assinado: Anonymous.

E mais uma vez me apaixonei por suas palavras. Eu estava à beira de uma sincope. Quem era aquela pessoa meu Deus? Eu precisava logo descobrir, eu estava me jogando em um precipício cujo a queda era imensa. Eu estava me envolvendo de mais. E se ele não fosse o que eu imaginava? Minha decepção seria grande… E eu também pensava… Quando eu descobrisse quem ele era, o que eu faria? Eu estava com Pedro e possivelmente apaixonada por outro, o que seria de mim? O que eu faria? Perdida em pensamentos me encaminhei até á sala, ela estava com poucos alunos e eu me isolei para pensar em minha vida, na minha nova vida, porque á vida que eu vivia antes em nada parecia com a vida que eu estava vivendo naquele momento. Aproximei-me de uma pessoa que achava que jamais me aproximaria e até estava deixando meus amigos de lado, as únicas que eu ainda falava e via sempre era Vicky e Bianca, o resto só na escola mesmo.

– Fala Ka – Disse João sentando-se a minha frente.

– OI Jhonny.

– Quanto tempo né senhorita? Você não vai mais á nenhuma festa, não sai mais com a gente…

– Mil perdões por isso, é que eu estou meio ocupada.

– E não tem nenhum tempo para os amigos? Nossa.

– Desculpa mesmo, eu vou tentar copensar.

– Vou esperar hein – Sorriu. Eu olhei para frente bem no momento que Pedro entrava na sala e não pareceu me ver ali, estava muito entretido conversando com Manuela, uma vadiazinha que era da nossa sala, o nojo em pessoa, claro que meu sangue ferveu, mas eu não podia demonstrar então comecei qualquer assunto com João.

– Humm João?

– Sim…

– Por que você nunca caçoou do Pedro? Digo, você se quer fez nenhuma brincadeirinha com ele… Nunca.

– Ahh. é que.. é .. bem – ele olhou para Pedro – O garoto é gente boa.

– É?

– Muito, talvez ele seja á melhor pessoa dessa escola, seu caráter é inigualável, todos veem isso e eu não tenho motivos para caçoar dele, na verdade eu até que gosto dele.

– Eu não sabia disso.

– Pois é,desde que usávamos frauda que nós estudamos juntos, éramos amigos, mas essa amizade não deu muito certo, tínhamos escolhas diferente… Mas eu ainda considero ele meu amigo.

– Ahh.

– E ele já me ajudou muito, eu nunca disse isso pra ninguém, mas quando criança eu era muito zoado sabe, digamos que eu era uma criança muito gordinha e isso sempre foi motivo para zoação e o Pedro sempre enfrentava todos para me ajudar, sempre fomos tipo irmãos.

– Nossa João, por que nunca me disse isso?

– Talvez eu tenha um pouco de medo do que as pessoas vão pensar,sei que isso é uma coisa escrota, mas é a verdade – É,estávamos no mesmo barco – Eu estou devendo uma pra ele, mas… Pensando bem, eu to pagando já.

– Como?

– Ahh um negócio ai, deixa pra lá. Que tal cinema hoje?

– Eu topo – Sorri.

– Te pego as sete.