Em sua pequena grandeza, o homem tenta compreender o que não pode. O que não deveria. Por conseguirmos fazer um barco flutuar, já nos consideramos reis dos mares. O oceano já é dito como nosso. Ansiamos por descobrir nosso lugar, por explorar o inexplorável. Ir até onde ninguém jamais foi.

Queremos chegar ao fundo do mar, sem nem sabermos que monstros habitam as profundezas abissais, quais colossos apenas esperam para nos devorar.

Queremos chegar aos confins do espaço. Ver as maravilhas inimagináveis que o vácuo esconde em sua escuridão. Tocar na face de Deus. Encontrar vida. Encontrar a nós mesmos.

É engraçado. Espaço e oceano. Mundanos, subjugados pelas leis da física e da lógica, conhecidas ou não. Padronizados, condenados à consequências previsíveis. O amor é o limite.

Não há cálculos que possam defini-lo, não existe matemática para ele. A lógica não pode ser aplicada. Os mais sábios o consideram como magia pura. Eu não. Ele está além disso. Ele tem uma voz linda, um olhar magnífico, me faz bem.

Não há ciência ou deuses para explicá-lo. Apenas eu para senti-lo.