Capítulo 6

“Você realmente quer aprender esse tipo de coisa?” Perguntou o pai um pouco frustrado.

“Quero sim, papai.” A menina disse com os olhos baixos.

No dia anterior ela havia pedido ajuda ao pai para a ensinar aqui que até então nunca tinha pensado em aprender. O problema era que não conseguia entender nada. Talvez por ter passado tanto tempo usando seu cérebro apenas em coisas fúteis não conseguia assimilar as outras.

“Kitty!...” O pai suspirou. “O que eu vou fazer com você?”

“Papai, eu sei que sou uma das garotas mais tolas da Inglaterra, mas eu gostaria de deixar de ser. Por favor tenha um pouco mais de paciência.”

“Por que isso agora, Catherine? O que te fez mudar de idéia?”

A menina ficou toda vermelha, pensando na razão. Devia ou não contar ao seu pai? Talvez ele a achasse mais tola ainda se dissesse a verdade?

“Vamos Kitty diga o que é.”

“Bem… Eu… talvez o senhor possa ficar decepcionado comigo ou me acha tola.”

“Passei boa parte da sua vida pensando isso, agora já não importa mais.”

A garota ficou com lágrimas nos olhos. Mesmo que tentasse não se importar, ela ainda se importava.

“Não me diga que é porque se apaixonou.”

Kitty ficou vermelha novamente.

“Não exatamente… Ele é muto inteligente e tem muita paciência para me explicar as coisas, não se importa se eu sei ou não. Mas me fez pensar que é melhor estar bem informada sobre alguns assuntos. Só isso.”

“O que eu vou fazer com você? Só por isso? Você não deve mudar quem é por causa de um homem, muito menos me incomodar por isso. Tenho coisas mais interessantes para fazer. Saia.”

“Pai! O senhor não está me entendendo. Eu não quero mudar por causa de ninguém. É só que percebi que realmente quero fazer isso. Quero estudar. Estudar tudo que eu posso, por mim. Por favor, me deixe fazer isso, pai.”

Com as mãos na ponte do nariz e um suspiro o Senhor Bennet perguntou:

“Está realmente falando sério Catherine?”

“Nunca na minha vida, falei tão sério pai.”

“Acho que não posso evitar isso… Ah, tudo bem, eu ajudo. Mas não vou fazer isso sozinho, não tenho tanta paciência. Pode ir, por hoje é só.”

“Obrigada.” Ela abriu um enorme sorriso. E antes de partir deu um beijo na testa do pai.

Talvez isso pudesse, possivelmente dar certo. Mas quem era esse homem que podia fazer com ela mudasse de idéia sobre algo como esse assunto?

~/~

“Então Maria ele entrou na sala e interrompeu o chá. Ele é tão mal educado! Realmente eu não vejo como ele pode ser considerado charmoso!”

“Como ele pode não ser. Ele é alto, tem uma voz bonita e um lindo sorriso. Sem contar que quando casar pode sustentar muito bem uma família, não importa quantos filhos tenha.”

“O sr. Charles Bingley é do mesmo jeito. Porém muito mais agradável.”

“E já esta se apaixonando por Jane. Minha mãe disse que se não tomarmos cuidados até aquele homem arrisco, o sr. Darcy vai se apaixonar por Jane. Nós temos que lutar para conquistar pelo menos um dos homens solteiros que vieram para a cidade.”

“Eu ainda não vejo charme nenhum no sr. Bingley.”

“Ele é muito mais charmoso do que qualquer homem que nós conhecemos. Você viu como ele anda tão elegante.”

“Maria Lucas, você está apaixonada pelo homem mais desagradável de toda Inglaterra.”

“Que seja. Charlotte disse que ele é charmoso assim por não ser preocupar com nada na vida e ter tudo.”

“É o que vocês dizem.” Ela revirou os olhos. “Eu não vejo nada de mais nele.”

“Ele é como um príncipe encantado.”

Príncipe encantado nada, é um idiota, arrogante, intrometido e mal-educado.

~/~

“Cariel?”

“Ei, Charlie? Que está fazendo no escritório a essa hora?”

“Não vem comer com a gente?” Um reflexo pediu ao outro.

“Eu não posso agora. Tenho uma quantia considerável de correspondência para ler e responder.” Ele sorriu para sua cópia. “Que foi? Achou que eu ficar em Netherfield seria de graça?”

“Mas o que é tudo isso? Você nunca teve tanto que resolver em BonumVitae!”

“No geral, eu sempre tinha você para ajudar. E pequenos problemas estando longe para ver sempre parecem maiores.”

“Vamos comer, então. Te ajudo com isso mais tarde.”

“Pode ir Charlie. Agora você tem que cuidar de Netherfield. Eu cuido de BonumVitae. Mostre que aprendeu o que nosso pai ensinou.”

“Mas Cariel…”

“Vá. Do jeito que você esta falando, me faz parecer um inútil.” Ele abriu o seu sorriso presunçoso favorito. “Sabe que eu sou muito bom para ser inútil não é? Gostaria de permanecer com o orgulho intocado.”

“Tudo bem, seu grande orgulhoso.” Charles riu. Já estava saindo quando se virou novamente. “E Cariel… obrigado por não estragar as coisas ontem.”

“Hum.”

“Sabe que eu realmente queria causa uma boa impressão.”

“Já sei, encontrou a mulher da sua vida novamente. Quero só ver quanto tempo até decidir de novo que ela não é a certa pra você.”

“Dessa vez e diferente!”

“Das outras também foram. Só se certifique de não a pedir em casamento depois de um mês ou começar um noivado secreto.”

“O que você está fazendo?”

“Só cuidando do meu irmão mais novo.”

“Como se eu fosse tão mais novo assim.”

“Certo, sério. Saia agora. Eu gostaria de terminar isso a tempo para o jantar. Já perdi dez minutos no mínimo.”

“Tchau.”

“Mande um aviso para Carol. “Não irrite Louisa.”

“O recado está dado.”

~/~

“Você não está bem, Lou?”

“Não é nada Carol. Eu só estou pouco enjoada já vai passar.”

“Por que você foi fazer isso?’

“O que eu fiz?” Perguntou confusa.

“Vai me fazer se tia aos dezoito anos.” Disse verdadeiramente desapontada.

“Sério? Caroline! Garotas de sua idade já estão casadas e têm filhos. Qual é o problema em ser tia com dezoitoe anos?” Ela realmente esperava que essa conversa não acontecesse.

“Qual é o problema? Eu vou ter que ficar com um bebê boa parte do meu tempo.”

“Caroline. Você está vedo o quanto está sendo egoísta? Eu já tive que casar tarde por causa da morte do nosso pai. E você ainda quer que eu adie ser mãe por causa de um capricho seu?”

“Você não entende!”

“Não, Caroline eu não entendo. Eu só sei que você cresceu muito mimada, e, ainda é.” Louisa apertou a ponte do nariz. “Depois de tudo que Cariel tem feito por você! Ainda continua mal agradecida!”

“Eu não sou mal agradecida. Amo o Cariel e tudo o que ele tem feito por mim. Mas só porque eu sou a mais nova vocês não tem que agir como se fosse meus pais. Vocês não são meus pais! Eles não estão aqui, especialmente minha mãe.”

Nesse momento a porta se abriu, revelando Charles e o sr. Hurst.

“Esta acontecendo alguma coisa aqui, meninas? Vocês estão um pouco vermelhas.”

“Não é nada Charlie.” Caroline foi a primeira a responder. “Onde está Cariel e o sr. Darcy?”

“Ele tem algumas correspondências para enviar. E Darcy eu acho que foi cavalgar ou algo assim.”

“Ainda bem que eles não estão aqui para ver isso não é Caroline?”

“A você também não Hurst!”

“Cariel, mandou um recado para você.” Ele então abaixou e sussurou no ouvido da irmã. “Mas agora é inútil, não é?”

“Chega, vamos comer, pessoal. O bebê está com fome.”

“Ótima idéia.” Charles já estava mais que pronto para abandonar aquela discussão.