Verdadeiros Audaciosos escrita por Luh Chris


Capítulo 3
Escolhas


Notas iniciais do capítulo

Queridos,

Lá vai mais um.
Perdoem os erros, não revisei.
Deixem suas opiniões, elas são importantes para mim.

Bjs!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612646/chapter/3

Acordo com uma dor terrível, como se minha cabeça fosse explodir. Nunca tinha sentido isso antes. Abro os olhos e por um instante não reconheço o lugar em que estou. Fecho-os novamente, com uma pontada na cabeça. Tento me lembrar de como cheguei ao quarto de Tobias, mas não me recordo de muita coisa, só dos desafios que tínhamos que fazer uns aos outros, e em cumprir o primeiro deles, que era virar três doses de uma bebida prateada. O que eu fiz sem nem pensar. Deve ser por isso que não me lembro de nada.

Me movo na cama e não localizo Tobias em lugar nenhum.

– Você está acabada. – Me guio pelo som de sua voz, e ainda com os olhos semicerrados, percebo sua carranca. Mas seu sorriso está lá, meio disfarçado, mas está. Tento me levantar, mas não consigo, minha cabeça está muito pesada. Ele sorri com a careta que faço, e se aproxima – Toma. Isso vai fazer você se sentir melhor. – me entrega um comprimido e um copo com água gelada, em seguida me dá um beijo- Isso também pode ajudar. – eu faço um remedo de sorriso e bebo o que ele me entregou.

– O que aconteceu ontem, depois dos desafios?

– Bom, você tirou sua roupa pra todos verem, e fez mais um monte de coisas que deixaram até Uriah de boca aberta e sem entender.

Eu o encaro perplexa.

– Não acredito que fiz isso, que vergonha.

– Peguei você. HÁ. – ele dá uma risada descuidada. E o alívio toma conta de mim. – o que aconteceu foi o seguinte: você aceitou o desafio do Zeke, bebeu as doses e a bebida acabou subindo um pouco rápido demais. Fizemos mais alguns desafios e bebemos mais um pouco. – ele se acomoda ao meu lado na cama - Quando começou a anoitecer, você disse não estar muito bem, e como ainda não tem um quarto só seu e eu não queria te deixar em um quarto que qualquer um poderia entrar, te trouxe pra cá.- ele começa a gargalhar.

– O que é tão engraçado? – semicerro os olhos para ele. Ele para de gargalhar na hora, e me olha meio sem graça. Nesse momento olho para baixo das cobertas e percebo que estou vestida somente com minhas roupas de baixo e uma camisa de Tobias. Rubor toma conta de minha face. – Nós não fizemos... fizemos?

– Não, não fizemos sexo, se é ao que você está se referindo. – ele olha nos meus olhos, e diz. – Mas só porque EU não quis. Quando chegamos, você estava muito fora de si, tirou os sapatos e o vestido e começou a pular na cama, me chamando para deitar com você. Eu vim, começamos a nos beijar, o clima esquentou, mas não achei certo fazer qualquer coisa sabendo que você não se lembraria no outro dia. Dessa forma, me levantei pra buscar uma blusa pra você, e quando voltei você já estava dormindo, te vesti, e assisti você dormir durante um tempo e peguei no sono também.

Minha cara de alívio deve ter transparecido, por que senti seu olhar aliviado também, por saber que acredito no que ele me falou.

– Desculpe por te dar tanto trabalho. – falo, saindo da defensiva – E obrigada por cuidar de mim, e me respeitar. Mesmo quando eu mesma não estava me dando ao respeito.

Cubro minha cabeça com o cobertor, sentindo muita vergonha em olhar para ele.

Ele puxa a coberta e me abraça por um longo tempo, me olhando nos olhos, mostrando que me respeita e dizendo com o silencio, que me quer sim, mas no meu tempo. Eu me agarro a isso, e percebo que o quero muito também. Mas abandonada pela coragem adquirida com o álcool, não consigo me expressar com palavras.

Como hoje é o dia de descanso, Tobias não precisa trabalhar. E como minha escolha de trabalho só acontecerá amanhã, ficamos assim por algum tempo.

Minha cabeça para de rodar, e me mecho para ir ao banheiro. Tobias me aperta contra seu peito, não me deixando ir.

– Preciso ir ao banheiro. – falo baixinho.

Ele me dá um beijo no pescoço e me solta.

– Tem uma escova de dentes nova no armário, caso você precise de uma. – ele sussurra, um pouco adormecido.

– Obrigada de novo. – Beijo sua testa e me levanto.

O banheiro de Tobias é bem funcional. Box com uma ducha, privada, pia e um pequeno armário com um espelho acima da pia. Fecho a porta e faço minha higiene. Quando estou acabando, percebo que preciso de um banho para despertar completamente.

Procuro por uma toalha e deixo-me perder em pensamentos embaixo da ducha. Penso que tenho que escolher um apartamento para mim. Tenho que pensar bem para qual trabalho vou me candidatar. Em qual rumo minha vida vai levar.

Não sei quanto tempo fiquei perdida em meus pensamentos, mas sou trazida à realidade por batidas na porta.

– Tris, tudo bem por aí? Está viva?

– Estou sim, só um minuto e já estou saindo.

Desligo o chuveiro, seco meus cabelos com a toalha e me enrolo nela. Quando abro a porta dou de cara com Tobias.

– Pensei que você tinha morrido lá dentro. Tudo bem mesmo? – ele fala, não tirando os olhos do meu rosto.

– Sim, já falei. Só estava pensando e me esqueci do tempo. – falo passando por ele. – Sabe, preciso de um apartamento, preciso de uma carreira. Essas coisas.

Me viro para ele e percebo que seu olhar mudou do meu rosto para o meu corpo. Fico vermelha de novo, e tento me esconder mais atrás da toalha. Ele percebe meu desconforto.

– É... então. Preciso de uma ducha também. – e fecha a porta do banheiro atrás de si.

Me troco rapidamente, vestindo as mesmas roupas que estava ontem, meio enojada, mas fazer o que? É o que tenho por hora. Penteio meus cabelos com um pente que peguei no banheiro e começo a arrumar a cama, da mesma forma que fazia na Abnegação, sem perceber.

Tão silencioso como um gato, Tobias chega e segura minha mão, me ajudando a terminar o serviço.

– Deixa que eu faço isso.

Me viro e me afasto para olhar pra ele, e me desequilibro. Ele com os cabelos um pouco mais compridos, pingando água, e com o abdômen de fora é um pouco demais pra mim.

– Apreciando a vista? – ele diz, e me tira do transe. Não percebi que estava olhando pra ele por tanto tempo. Olho para seus olhos e vejo humor neles. Dessa forma me limito a sorrir e a encará-lo.

Tobias cruza o pequeno espaço que nos distancia e me abraça, me beija. Rapído no começo, mas depois fica mais calmo, até encerrar com selinhos.

– Estive pensando.

– Você pensa?

– Engraçadinha. – ele me beija na testa. – Sabe, você precisa de um apartamento, posso te ajudar a escolher um hoje mesmo.

– Sério? Seria perfeito. Assim já começo a semana com tudo no seu devido lugar. E posso ficar mais tempo com você, e...

– Ainda não terminei. – ele me silencia com um dedo na minha boca. – Pensando agora no fato de você querer ficar mais tempo comigo, sabe? – ele desliza as mãos para minha cintura. – Sei lá, talvez durante a noite. Penso que pra te ajudar, você poderia pegar um apartamento perto do meu, se for do seu interesse, claro. Talvez um apartamento duplo, não sei.

– Que tal um apartamento de casal? – eu entro no seu jogo, de quem quer alguma coisa, mas está com medo de pedir.

– É, alguma coisa desse tipo. – ele me aperta mais e se finge de inocente, depois de chegar onde queria. – Talvez isso seja apropriado. O que você acha?

– Acho uma excelente ideia. Mas você não acha que estamos indo rápido de mais?- o pânico toma conta de mim.

– Calma, respira. Pode ser rápido de mais mesmo. Mas é que eu percebi que isso é o que mais quero nesse mundo. Sério, no momento estou pensando em me casar com você hoje mesmo. Só pra ter certeza que você vai ser sempre minha, mesmo que eu tenha que esperar pra estar com você. Isso não importa. O que importa é o amor que sinto por você, e o tanto que quero sua companhia todos os dias. O tanto que quero poder dormir abraçado com você. Te ver acordar...

– Casar???

– Você ouviu o resto?

– Sim, ouvi. Mas no que isso implica? Tipo, quanto de compromisso isso indicaria aqui? Não sei não Tobias, mas isso soa como algo que deve ser pensado por algum tempo. – percebo seu olhar triste, e emendo – Vamos fazer assim: olhamos um apartamento hoje, um de casal. Mas continuamos namorando por um tempo. Depois se for de sua vontade ainda, podemos ter um casamento reservado aos nossos amigos mesmo. O que você acha?

Tobias me encara por um tempo. Depois encara o chão e diz.

– Você não tem certeza se me quer? Porque eu tenho certeza que te quero, te quero muito. E tenho certeza de que isso não vai mudar.

– Não é isso Tobias, na verdade eu quero muito estar com você todos os dias e todas as noites. Mas não estou acostumada a rapidez que as coisas acontecem por aqui.

Ele ergue os olhos para mim.

– Se estivéssemos na Abnegação, eu iria à sua casa para o jantar, falaria com seus pais sobre minhas intenções. Eles te perguntariam se você sentia o mesmo que eu, e no máximo até a semana seguinte estaríamos casados. No que isso difere daqui?

Ele tem um ótimo ponto. Não posso discutir com isso.

– Você tem razão, me dê uma semana para me preparar então. Vou me virar para você se vestir. – digo com um sorriso mal contido – Vamos comer alguma coisa e procurar o nosso apartamento.

Antes de se vestir mesmo, ele me abraça por traz, e diz que me ama ao pé do ouvido.

Estou muito assustada, mas estou mais feliz que ontem. Se é que isso é possível.

Preciso contar à Christina.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Bjs!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Verdadeiros Audaciosos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.