Someday escrita por Jonh White


Capítulo 9
Spin the bottle


Notas iniciais do capítulo

Bom, eventualmente eu viajei e como de costume tive mto temp pra escrever, próx cap sai quinta, e espero que laikem...
até as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612576/chapter/9

Eu tentava elaborar um plano para me vingar, antes mesmo de saber ao fundo do que se passara. Passam-se dois dias, como estava de férias passava o dia e a noite inteiros deitado na cama vegetando, e pensando sobre ele, e não conseguia tirá-lo da cabeça facilmente. Chegou um momento em que me via preso a doces lembranças que no momento, preferia tê-las como amargas.

Quando menos espero recebo uma mensagem de Syan, ela ia comemorar o ano novo numa festa de férias na casa dela, e tinha me chamado pelo privado. Eu tento mandar uma mensagem para ela, mas ela sai. Enfim, seria no dia seguinte e eu não tinha falado com a minha mãe ainda e coisas em cima da hora não eram de seu agrado. Mas estava decidido a ir, tinha que sair de casa rever meus amigos e esquecer tudo, cansara de ficar naquela morbidez doentia.

Passara o resto do dia inventando maneiras de convencer minha mãe a deixar, mas estava realmente otimista visto ao fato de que ela estava bem mais liberal do que nunca. Tinha que tirar proveito disso de alguma maneira, e não iria pegar leve. Passam-se cerca de quatro horas depois da notificação que me foi feita, e minha mãe finalmente chega, e a cena que fiz questão que ela presenciasse foi a seguinte: meus livros do colégio espalhados na minha escrivaninha e meu caderno aberto em uma atividade antiga para ela pensar que eu estava estudando, louça lavada, computador desligado, música gospel e eu lendo a bíblia cinicamente sentado na cama.

Claro que ela não iria cair nessa, mas queria fazê-la pensar que estava me esforçando para alegrá-la ao menos. E para caso ela fosse esperta, eu li realmente um capítulo inteiro de Salmos, para comentar sobre se ela me pergunta-se. Ela põe os pacotes do mercado que trouxe em cima do balcão da pia, e vai atrás de mim chamando pelo meu nome pela casa. Quando finalmente me encontra e presencia tal circo que armei, dá um risinho sarcástico e me manda acompanha-la a cozinha, eu reluto afirmando que estava lendo e não queria ser interrompido. Sendo assim, me manda terminar e ir falar com ela.

Vou até a cozinha e minha mãe estava a guardar o último pacote de biscoitos, e quando me sento na cadeira ela me estende os braços pedindo-me um abraço. Eu me levanto sorridente e a abraço, é quando ela ataca.

– Você sabe que não precisa de todos esses esforços para me pedir alguma coisa. Se você acha que eu vu dizer não, então dialogue comigo, saia daquele quarto, eu me sinto tão sozinha nessa casa desde que seu pai morreu que as vezes quando penso que você vai me fazer companhia, você sai ou fica aqui trancado. – ela lacrimeja e me abraça mais forte – Eu te amo tanto meu filho. Deus abençoou tanto a nossa família, nos mantendo firmes mesmo depois do abandono do seu pai! – me solta e me segura pelos ombros carinhosamente – Diga-me. O que você quer?

– Na verdade mãe, a Syan me chamou e uns amigos pra passar a noite na casa dela amanhã para comemorar as férias e ano novo, aquela confraternizaçãozinha que ela faz todo começo de ano. – Eu me sento e continuo a explicá-la, é quando ela se senta novamente e começa a me encarar seriamente – Daí a gente vai no finalzinho da tarde e quem for dormir fica, e quem for voltar já por volta das onze vai indo embora.

– Não. – ela recusa sem piscar.

– Mas por quê? Pelo amor de Deus, o que tem demais? – Eu me levanto bruscamente, ação que é completamente desaprovada por minha mãe que me arregala os olhos em um olhar de incredulidade.

– Primeiro você vai sentar e vai me escutar. Eu tinha dito não para ir pegar você às onze, ia deixar você dormir lá, mas vejo que ainda precisa de um pouco de autocontrole.

– Nã-não-não, mãe desculpa eu prometo que não faço isso de novo! É só uma questão de me dar outra chance que eu não farei mais nenhuma besteira! – juntei as mãos como quem fizesse uma prece a ela.

Ela me olha com um olhar satisfeito, porém desconfiado. E em seguida finda em uma pergunta que decidiu tudo.

– Como ainda hoje você estava sem sequer levantar da sua cama e agora está tão aflito em não ir para essa festinha? O que vai ter lá? – separa minhas mãos.

– Eu decidi que ver meus amigos é mais importante, e que eu estava realmente precisando disso e então surgiu a oportunidade.

– Está certo então, arrume logo suas coisas que você vai levar para dormir lá, e avise a ela. Mas lembre-se que hoje tem culto. Não demore para se aprontar. – e foi para o seu quarto.

Eu dentro de mim comecei a pular de emoção, e assim que ela fecha a porta eu realmente dou um pulo e tapo minha boca para abafar o grito. Embora tivesse que ir para a igreja ainda hoje, eu sobreviveria movido pela ansiedade para a chegada do dia seguinte. Fui checar minha conversa com a Syan, ela ainda não havia lido as últimas que tinha mandado horas atrás, ignorei e pensei em ligar para ela depois. Arrumei minha coisas e peguei as minhas roupas mais “provocantes”, decidi que iria com uma bermuda que me marcava e uma camisa que subia facilmente, facilitando “escapadas” do meu abdômen e dormiria apenas de bermuda curtinha de fina e um casaco frouxo. Eu iria deixa-lo louco amanhã. Depois vesti uma camiseta e uma calça qualquer e fui à igreja com a minha mãe.

A recepção foi a de sempre, os diáconos falando com todos e os cumprimentando, e minha mãe em seu lugar favorito não conseguia parar de sorrir. Era “graça e paz” para cá e para lá, e no fim eu só estendia a minha mão direita e correspondia aos sorrisos.

– Graça e paz irmã Jane. Graça e paz Vincent. – dizia um diácono.

Entramos e sentamos - no lado direito como sempre – nas cadeiras e minha mãe ajoelha-se para orar. É quando percebo alguém olhando para mim, eu o conhecia, seu nome era Phil se não me engano. E ele me olhava com um sorrisinho bobo e um olhar indireto. Eu me viro para frente novamente, e começa o louvor. Foi um culto longo, era algo sobre a história de Moisés e sobre como sempre devemos obedecer a Deus e seguir seus mandamentos. Mas enfim acabou, e já do lado de fora eu avisto minha mãe com gracinhas para cima do irmão do pastor, eu apenas rio e balanço a cabeça ironicamente, quando Phil chega e me cumprimenta. Ele se apoia na parede e põe as mãos nos bolsos, como quem queria seduzir alguém. Conversamos por alguns minutos, ele pega meu número e minha mãe me chama para irmos, eu o abraço fraternalmente e vou embora.

No carro, eu me senti obrigado a comentar sobre o que havia visto. E a ataco logo com uma pergunta sorrateira:

– E então mamãe, fazendo novos amigos?

– Você me respeite Vincent! Eu ainda sou sua mãe, e acima de tudo, ainda sou mulher e se achar alguém que eu goste se for da vontade de Deus é claro, tenho toda a liberdade divina para amar. – Ela para o carro, e abre o portão elétrico.

Descemos do carro e entramos em casa. Eu corro para meu quarto e me deito, pego meu celular só para checar se Syan tinha recebido as mensagens mas minha mãe entra, e me dá um beijo na testa e diz que me ama. Até que quando ela sai e fecha a porta eu posso finalmente olhar – não Syan não tinha recebido ainda – e tinha uma de um número não salvo, era o Phil.

< Boa noite! ] 22:14

Eu fico particularmente sem graça, e o respondo mandando o mesmo. Eu sabia que não poderia me envolver com ele, eu amava Chris e não o tinha esquecido por mais que estivesse furioso com ele. Decido me deitar cedo pro outro dia chegar logo, era só questão de perspectiva.

Amanhece e por volta das dez e meia da manhã eu estava de pé, e antes de qualquer coisa checo novamente se Syan já havia respondido, e finalmente ela tinha visualizado e dito que meu lugar já estava reservado. Ligo pra minha mãe que estava no trabalho e a aviso, aproveito para falar que eu iria com a Karen e bendita foi a hora que ela me ofereceu a carona, fomos no meio da tarde, a tempo suficiente de conversar com elas sobre o que eu estava planejando.

– Bom Syan você ainda não sabe, mas eu estava namorando com o Chris desde mais ou menos o ano passado e...

– Finalzinho do ano passado você quis dizer, mal passaram três semanas juntos! – Karen me interrompe e eu a olho da pior forma possível.

– Pera um momento, como assim, muita informação! Mas gente eu estou morta, não, calma, como assim? – Syan fica completamente atordoada, põe a mão na testa incrédula e em choque.

– Sim S, a gente só terminou por causa de uma coisinha que aconteceu na casa dele durante a virada de ano.

– Mas ele não tá namorando a Cath? Puta que pariu! Seus filhos da puta, porque não me contaram isso? – ela me empurra o ombro.

– Desculpa, mas não deu tempo nem pra curtir, quem dirá sair divulgando o namoro entre os amigos, principalmente devido a gente nem ter ficado em casa na maior parte do tempo!

– Eu o vi pedindo o Vincent em namoro! – Retruca Karen ironicamente – Viva com isso! Foi na minha casa!

– Eu odeio vocês! Mas e ai? Como tu vai fazer? Vão estar os dois aqui, e tipo, eu coloquei beijos no desafios e nas verdades, tu sabe que já é um clássico. – ela pega os papeis picotados e começa a desenrolar procurando pelos tais desafios para descarta-los.

– Não S, você vai deixar todos eles ai, se possível coloque mais deles! Relaxe que eu tive tempo suficiente, e eu já pensei em tudo!

Passam-se algumas poucas horas e o pessoal começa a chegar. Nós três já tínhamos nos arrumado e estávamos só os esperando. Chris e Cath foram os penúltimos a chegar, só perderam para Tricie. Depois que todos chegaram pudemos finalmente começar o nosso jogo. E como eu havia esperado por aquilo.

Syan como era a anfitriã foi a primeira a girar a garrafa – ela gostava de jogar Verdade e Consequência com garrafas de cerveja vazias porque sentia um maior conforto, vai entender – e para em Cath, que para variar escolhe verdade:

– Diga uma coisa que você faz quando ninguém está olhando. – todos fazem aquela expressão sacana, e se entreolham esperando ela falar algo bem “íntimo”.

– Eu tomo banho. – responde ela prontamente frustrando a todos.

Continuamos. Depois de várias rodadas, nada de dar eu e Chris, até que finalmente a garrafa para em mim mas era ele que perguntava. Eu escolho desafio, e pude vê-lo suando frio ao dar um suspiro profundo.

– Beije alguém da roda à sua escolha, essa pessoa não pode recusar ou ela beberá um copo da água do cachorro.

– Hm, eu não sei. Cath. – ela me olha assustada e surpresa.

– Não Vincent! Escolhe sério! – Ela reclama.

– Você! Porque não?

– Você sabe que eu estou namorando com o Chris! Para de frescura! – ela já estava irritada, e todos observavam em pleno silêncio.

– Ele não se importa! – neste momento Chris se contrai da cabeça aos pés, solta o ombro de Cath e serra o punho discretamente para mim, apenas Karen e eu vemos, e aquilo me enfurece – Ele mesmo fica com outras pessoas enquanto está namorando com alguém não é Chris?

– Como assim? – Cath se surpreende e vira-se para ele.

– Não sei do que ele está falando amor! – ele a responde nervoso.

– Está tudo bem então, eu topo beijar ele já que você não quer Cath, eu te livro do copo de água com saliva de cachorro. – e viro-me para ele.

Neste momento todos se voltam para mim, com uma expressão de “mas ele é gay?”, e a julgar pelo número de pessoas que estavam lá eu já estava com minha imagem completamente comprometida. Mas eu não dava a mínima. Ele então vem até mim e me beija em uma questão de menos de um segundo, mas para mim era o suficiente. Cath fica fora de si de tanta raiva, se levanta e sai, mas ele não vai atrás dela.

Eu pego a garrafa e giro, afinal, era minha vez. Mas eu nunca na minha vida conseguiria fazer um clima amigável e descontraído como aquele estava virar aquela zona de tensão e seriedade novamente. O jogo termina, colocam a música, servem a comida e depois disso quase todos vão para casa, ficamos apenas eu, Karen, Syan, Tricie, Chris e Gabriela – Cath ia dormir lá, mas não teve cabeça para suportar uma noite por lá. Vamos para nossos quartos, e Syan cuidou direitinho de separar as meninas dos meninos – propositalmente lógico.

Chris diz que não ia dormir no mesmo quarto que eu, e vai para a sala. Por mais que digamos a ele que ele não iria suportar o frio ele ignora e vai mesmo assim. Eu fico só no quarto, e não conseguia dormir, tenho uma crise de choro e tenho uma ereção espontânea. Neste exato momento alguém entra no quarto, e eu viro de bruscos rapidamente, era Chris, ele deita na cama ao lado violentamente e vira de costas para mim. Eu apenas o observo e o ignoro, tinha que parecer forte.

Não demora muito e ele levanta-se e mexe em algo na sua mochila, também não estava conseguindo dormir, em seguida ele para de pé de frente para a sua cama e fica lá parado, eu não sabia que ele havia me percebido acordado o assistindo e vem até a minha cama e deitasse ao meu lado:

– Por que você fez isso? Eu fiquei com ela pra poder negar as acusações do meu tio contra mim. – e me abraça e me vira para ele.

– Não importa, não devia ter feito isso. – ele sente minha ereção e me beija suavemente.

– Eu preciso parar de te amar e conseguir te odiar. – continua me beijando, cada vez mais intensamente ate que pega em mim e começa a me masturbar por cima da “bermudinha” fina e curta ele tira meu casaco e eu a camiseta dele.

Eu havia sentido falta dele, não poderia recusar aquilo por nada principalmente na condição em que estava. Ficamos quase a noite toda, era um reencontro, uma reconciliação e um adeus, ele não poderia terminar com Cath e me fez prometer que eu pelo menos tentaria entender. Ele vai embora antes de eu acordar quando amanhece, e isso me destruiu.

Tomo café da manhã sorrindo, mas pensando nele a cada mordida naquele sanduíche seco, e em como eu o havia perdido. Eu tinha que superá-lo, estávamos a caminho do nosso último ano de ensino médio, e nos separaríamos de qualquer forma. Agora era viver nossas vidas, amigos se possível e no máximo, mas esquecer... isso era impossível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

olais
deixem um comentário, xinguem, elogie, faça o que quiser...
repetindo, prox cap quinta e um abrassos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Someday" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.