Someday escrita por Jonh White


Capítulo 8
An Unexpected farewell


Notas iniciais do capítulo

Eu vou postar dois caps essa semana, mals tava elaborando a trama



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Inicialmente, eu ainda não havia conseguido processar o que se passara alguns segundos antes diante de mim, era algo bem complexo para se tratar com tanta naturalidade. Dois ou três familiares de Chris o viram, e todos estavam tão chocados quanto eu. Não é de se admirar. Ele vem correndo a mim, depois de empurrar o dito cujo e xingá-lo, eu o afasto e continuo andando – embora eu estivesse sendo completamente hipócrita, visto que Mary também me beijara, era completamente diferente, afinal, foi uma menina e ali foi literalmente irrelevante, pelo menos na minha cabeça fazia todo e completo sentido.

Ele me abraça por trás, e insiste em tentar falar comigo, até que um de seus tios o puxa pelo braço e o leva para dentro de casa, ele parecia sério e estava intencionado a conversar com ele. E a conversa inicia-se, com ele sentando Chris no sofá – jogando-o na verdade – e ele andando de um lado para o outro, segurando o seu copo de cerveja com a mão extremamente trêmula.

– O que houve lá fora? Por que Lance te beijou? – e arregala os olhos cada vez mais, em sintonia com o que falava.

– Não sei tio, ele que me beijou, não fui eu.

– Não me venha com essa, ele teria de ter certa liberdade para fazer isso. Tal liberdade que você deve ter lhe dado. E o pior de tudo é que logo em seguida lhe vejo agarrado com seu outro amigo. – senta-se e pressiona a testa com as duas mãos, depois de deixar o copo em cima da mesinha.

– Estava lhe desejando feliz ano novo, nada demais. – pega o copo do tio e da um gole – Qual o problema de abraçar um amigo?

– O problema está quando você não age como se fossem apenas isso. – ele toma o copo de Chris e levanta-se, aumentando o tom de voz – Estive te observando, e não quero tal desonra nessa família entendeu?

Em seguida a mãe de Chris aparece procurando por ele, e ao escutar os gritos do tio entra na sala e vai até ele.

– Filho vem, estava te procurando, vamos lá pra fora pessoal, porque começar o ano brigando? – abraça seu filho e o leva – Feliz ano novo Irmão, e ao meu príncipe também. – o beija na testa.

Todos saem da casa, mas a tensão entre Chris e seu tio Rodrick fica bem pesada. Ele me vê assim que sai, e me encara como quem está apreensivo, e assumo que fiquei nervoso por ele. Seu tio veio atrás dos, dois e enquanto ele falava com as pessoas e ele pega uma colher na mesa onde estava toda a comida e bate em seu copo para chamar a atenção de todos, e olhando fixamente para Chris de olhos cerrados ele se pronuncia:

– Estamos aqui neste exato momento comemorando o início de um novo ano, de novas alegrias, novas... descobertas e acima de tudo... a nossa família, que vai se manter unida apesar de qualquer contenda ou situação adversa em que a vida nos colocará. Todos aqui, acredito eu, se amam e querem o melhor para uns com os outros e dito isto eu aguardo a aprovação de vocês quando me refiro a mandar nosso amado companheiro Chris para um tratamento pessoal de reversão. – O silêncio toma conta de todo o lugar, sem a música tocando, todos voltam seus olhos para Chris que está tão pasmo e branco como um cadáver agarrado a cintura de sua mãe – Ele cresceu em meio a parentes de base cristã e sabe que deve ser curado de sua enfermidade espiritual, que lhe foi causada pela ausência de uma figura paterna que não se igualasse a um verme.

Todos ficam paralisados e com seus pescoços inertes enquanto virados para ele, que nem sequer conseguia respirar direito. Ele sai correndo durante todos os olhos naquela noite o fitavam até ele atravessar o portão principal, todos ficam perplexos. Sua mãe olha para mim e me manda ir atrás dele fazendo movimentos com a cabeça, eu prontamente a obedeço, depois de chamar Tricie para me acompanhar. Vamos correndo e a situação a qual deixamos é bem pior do que se pode imaginar.

Assim que passamos pela entrada, olhamos para os lados e não o vemos, até que avistamos com esforço sua silhueta correndo para a direita em direção à praia. Vamos atrás dele o mais rápido que conseguimos, e depois de pouco tempo já estávamos sentados ao seu lado de frente para o mar, Tricie que era mais lenta ainda ofegante se levanta novamente e põe as mãos na cintura viradas para trás, para melhorar sua respiração. Eu então o abraço, ele chorava muito, e nem me correspondeu tamanha decepção e angustia. Eu não podia larga-lo, e ele enfim corresponde, e puxa meu rosto para perto do dele e me pergunta:

– O que será de nós agora? – depois de dizer isso, caem duas lágrimas enormes simultaneamente de seus olhos.

– E-eu não sei meu amor. – começo a chorar com ele.

– Eu tenho medo de te perder, não sabe o quanto eu sofri esperando te ter, e agora tudo pode ir por água abaixo. – e me abraça forte, pressionando minha cabeça contra seu peito, naquele momento eu acho que me apaixonara novamente.

Tricie se junta a nós, e posso ver lágrimas em seus olhos, mas ela era forte demais para deixa-las caírem. Minutos depois chegam dois tios de Chris, o pai de Tricie e outro. Eles pedem para falar com ele, e o mandam ir arrumar as coisas para que fossem para casa. O que não fazia sentido, era que todos viam e sabiam de Tricie, mas ninguém falava nada, o que eu não sabia era que na verdade ninguém sabia de Tricie na família e por isso ela era deixada em paz, pois já havia namorado inúmeros rapazes e todos sabiam. Vamos todos para casa e ninguém parecia feliz, a avó deles o abraça chorando e perguntando baixinho “porque” a ele. Ele sequer a abraça de volta, e ao entrar no quarto sua mãe estava lá aos prantos e visivelmente alterada, estava muito brava. E colocando tudo de volta nas malas de forma agressiva, vamos rapidamente pegar nossas coisas.

Pouco tempo depois, todos já tinham ido embora, e a família discutia na sala principal sobre Chris e perguntavam a Rodrick de onde ele havia tirado tais conclusões e ele diz ter lhe visto beijando um rapaz e em seguida já estava abraçado com outro, e duas de suas tias confirmaram, foi o suficiente para todos estarem certos de que era verdade ele havia os convencido. O pior de todos os momentos foi atravessar aquela sala lotada de pessoas que o fitavam da forma mais odiosa e repulsiva possível, e com seu nojo alheio reprovavam qualquer tipo de afeto fraternal momentâneo para nos permitir sair daquela casa.

Eu passo por último, atrás deles e foi intrigante ver como algo tão simples pôde voltar uma família inteira que unida por sangue, rejeitou um por algo que ele sequer escolheu. Entramos no carro, eu me despeço de Tricie antes de partirmos, ela estava tão aflita quanto nós, e diante da situação, eu não iria querer ser ela para sofrer todo o interrogatório que a induziriam logo em seguida da nossa partida. No carro dois minutos depois de começarmos a andar, a mãe de Chris pronuncia-se a nós:

– Eu espero que vocês entendam que isso pode dar um problema bem mais sério. Não se trata de um tio irritado, mas era Rodrick, e eu não sei dos seus limites. Ele pode ser bem frio quando se trata de coisas assim, e eu não me surpreenderia se isso afetasse inclusive a você Vincent, eu já sabia dos dois – ficamos espantados – a um certo tempo, mas esperava mais discrição de ambos diante de tal situação familiar. – e balançava a cabeça em reprovação.

– Mas mãe, não foi o Vincent que me beijou, foi o Lance. – Indaga Chris transtornado.

– Aquele seu antigo colega de escola? Hm, ele já te deu bons problemas. O que ele estava fazendo lá? – pergunta ela confusa.

– Isso eu não faço ideia. Mas Vincent e verdade, você pode se dar muito mal com essa história, do jeito que sua mãe é não sei como vão ficar as coisas. – ele pega minhas mãos – Eu espero que entenda o porquê precisamos dar um tempo por enquanto.

– Eu não tenho medo do que o seu tio pode fazer. – e solto as mãos dele com um empurrão.

– Não se trata do meu tio, você sabe muito bem do que eu estou falando.

– Eu esperava mais coragem vinda de você Chris. Meu Deus, para quê tudo isso? Clarice, pelo amor, você acha realmente necessário? – Dirijo-me a mãe dele.

– Desculpe Vincent, mas você sabe que e o certo a fazer.

– Inacreditável. – digo eu insatisfeito com a decisão final.

Dormimos no carro, já era claro quando eu acordo em minha cama, e literalmente não lembrava como havia chegado nela. Por um momento de alegria plena, achei que tudo não tivesse passado de um sonho qualquer, até que eu vejo minhas coisas encostadas ao lado da porta. Minha mãe entra logo em seguida com uma mesinha de cama com o café da manhã servido em cima. Seu café da manha do ano, como chamávamos. Sorridente, porém, inquieta dentro de si mesma. Ela me serve, e senta-se ao meu lado enquanto eu devoro tudo insaciavelmente – afinal, não comia nada desde o ano anterior – como um desesperado. Não demora até o seu primeiro ataque por pura desconfiança:

– Bom dia meu lindo. Então meu querido, o que houve por lá? – aproxima-se de mim.

– Ué mãe, comemoramos o ano novo e voltamos. Nada demais. – continuo a comer.

– Mas por que vieram logo? Não iam ficar por lá até amanhã se não me engano.

– Sim, esse era o plano.

– Então me explique o que aconteceu! Sou sua mãe pelo amor de Deus, estou preocupada! – aumenta o tom, já ficando impaciente.

– Nada, a mãe dele só quis vir logo, ela teve um imprevisto para amanhã e decidiu que só poderia ficar pra celebrar o ano novo e pronto, nada demais. – aumento meu tom – É difícil demais para a senhora acreditar em mim não é. – irrito-me também, e empurro a mesinha e levanto da cama pego o que sobrara do café da manhã e vou pra cozinha.

– Não me dê às costas está me ouvindo!? – ela grita e bate com a mesinha em cima do balcão da pia – Eu lhe criei com respeito e que o mesmo de você!

– Desculpe-me. - E vou para o meu quarto novamente, pego meu celular e minha escova de dente e vou para o banheiro.

Ela fica na cozinha lavando a louça que sujei e eu checo meu Whatsapp enquanto escovo meus dentes, nenhuma mensagem dele, começo a ficar aflito. Mas tinha três mensagens da Cath, eu estava com saudades de falar com ela tenho que admitir. Abro a conversa e me deparo com uma que preenche a tela toda com emoticons de carinhas apaixonadas. Desço mais e leio:

CATH

< VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!!!! ELE ME PEDIU EM NAMORO!!! ♥♥♥♥ ] 08:54

< Estou tãããão feliz que você não faz ideia! ] 08:54

VINCENT

< quem te pediu em namoro??? ] 09:17

CATH

< CHRIS É LOGICO!! ] 09:18

< Meu DEUS to qse explodindo!!! ♥♥ ] 09:18

< N mostra essa cnvs pra ele pf ] 9:19

E mais uma vez a vida me mostra como ela consegue fuder com a gente do dia para a noite. Encontro-me em mais um daqueles momentos em que você fica diante de uma parede de concreto gigante, armado apenas com uma pequena colher de plástico que se arranja em festas infantis de baixo orçamento. Eu apenas pensei, ele deveria estar apenas brincando com a Cath, ou ela descobriu sobre a gente e está namorando e resolveu me sacanear. Tinha que descobrir, iria direto a fonte. Mas quando fui falar com ele, ele havia me bloqueado.

Depois de alguns longos minutos chamando ele das piores coisas possíveis e o amaldiçoando até a sua quinta geração, eu pude me recompor. Agora sim o senhor Chris Warken acabara de criar um monstro dentro de mim, e eu não só estava rancoroso como também com sede de explicações e acima de tudo, de vingança.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu estou exagerando nas reviravoltas a cada fim de capítulo para que a leitura fique mais instigante e estou contradizendo a todas as expectativas que você estejam criando
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