Someday escrita por Jonh White


Capítulo 6
At morning upside the trees


Notas iniciais do capítulo

Gente, foi mais de um mês escrevendo esse capítulo e mais outro pensando sobre a continuação da historia e eu finalmente consegui escrever o seu rascunho da forma q estava imaginando desde o começo do projeto, e enfim, aqui está o sexto capítulo.
Vou continuar sim, e decidi terminar essa bagaça, bjoks e boa leitura.



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Depois de vários meses nesta rala e rola sem fim entre mim e Chris, decidimos que ele iria comigo passar o natal no sítio da minha família e eu o ano novo com a dele em uma casa de praia do tio dele.

Quando ainda era dia 24, ele vem para a minha casa no meio da tarde e quando chega ele me pareceu extremamente inquieto, não entra normalmente, ele estava visivelmente agitado e assim que passa pela porta pergunta pela minha mãe para certificar-se de que ela realmente não estava.

Segundos depois entra alvoroçadamente e me puxa e me vira de costas tapando meus olhos com uma venda que puxa do bolso. Pega a chave - pude ouvir o barulho - me põe para fora e tranca a porta. Correndo ele me guia segurando em meus ombros, atravessamos uma rua e andamos um pouco e finalmente o escuto batendo na porta de alguém.

Um cachorro vem correndo e começa a cheirar nossos pés, eu senti o cheiro da casa. Era a onde Karen morava, eu não sei como mas eu conseguia sentir um cheiro diferente vindo de lá. Escuto risadas vindas do lado de dentro da casa e passadas fortes. Enfim ele entra comigo e tira minhas vendas. Era apenas uma pinhata (piñata) bem pequena e em forma de coração, pendurada em um galho da grande árvore do quintal de Karen. Ele me dá um bastão de beisebol, com o qual eu a quebro e dentro dela tinha umas fotos nossas e um pedido de namoro escrito em um papel amassado, enfim, eu aceitei nos beijamos e fomos pra minha casa rapidamente. O importante é saber que agora estávamos namorando, e era sério. Quis sim que parecesse algo tosco, afinal, fiquei muito constrangido.

Minha mãe já tinha chegado, então arrumamos nossas coisas e seguimos viagem. Da minha casa pro sítio eram quase cinco horas de estrada, e eu e Chris fomos no banco de trás e passamos todo o percurso ouvindo músicas, rindo e brincando e isso chamou a tenção da minha mãe que nos observava discretamente pelo vidro retrovisor interno a cada segundo. Aquilo particularmente a perturbava, e sua mente obscura já lhe alertava que algo estranho ocorria.

Depois de quase duas horas desde que saímos de casa, ela decide manifestar-se contra suas suspeitas. Nos manda tirar os fones e escutar uma pregação muito boa a qual era dedicada aos jovens em geral e era superinteressante que a ouvíssemos. Não gostamos da ideia, mas ela usou seu poder de persuasão e nos prendeu a atenção durante alguns poucos minutos, até que ouvimos as palavras aberração e homossexualismo na mesma frase, nos olhamos ao mesmo tempo e trocamos olhares de deboche decidimos que para continuarmos relax, fingiríamos que não estávamos ouvindo.

Tivemos de ficar com certa distância um do outro no carro, era algo que tinha conversado com ele sobre fazer, assim manteríamos as aparências. Passaram-se mais de uma hora e finalmente aquele discurso que se tornou ridículo acabou, minha mãe encostou ela havia avistado um restaurante do outro lado da estrada. Descemos e seguimos até lá, ainda me lembro do quão salgado estava aquele feijão, mal conseguimos comê-lo.

Certo momento eu e Chris fomos explorar o lugar antes mesmo de a comida chegar, e bom, exploramos um pouco mais que o lugar, atrás tinha um espaço para crianças brincarem e estava totalmente deserto. Aparentemente ninguém usava aqueles brinquedos a alguns meses. Nosso beijo anterior havia sido bem singelo, algo do momento, nada comparado ao que ele me deu no segundo em que me pressionou contra aquele escorrega subitamente, aquilo me jogou no céu e antes que eu pudesse reagir ele colocou uma de suas pernas entre as minhas e pôs a mão por dentro da minha camisa enquanto me beijava violentamente e puxava meus lábios com seus dentes. Eu conseguia senti-lo enquanto ele mexia as suas pernas contra as minhas e me fazia delirar em puro êxtase, enquanto nossos membros faziam contato por debaixo das bermudas eu não conseguia mais pensar em nada.

Infelizmente, ouvimos um sino, aquilo queria dizer que a comida estava para ser servida e tivemos que voltar, ele ficava me puxando e dando beijos simultâneos e me impedindo de ir, me atrasando pela cintura, e aquilo só me fazia ficar mais apaixonado por ele, cada vez mais.

Chegamos à mesa já sérios e com olhares distantes, como se realmente estivéssemos observando e procurando algo. Era um restaurante de comida típica do interior de meu avô, nada demais. Voltamos ao carro e seguimos estrada. Comparado a primeira parte da viagem não demorou tanto, chegamos de noite, ninguém havia chegado ainda e meus avós já dormiam.

Perguntei pelo resto da família minha mãe diz que só chegariam amanhã, e nos mandou para um quarto a sós. Eu pude ouvir os gritos de alegria internos na cabeça de Chris. Essa noite prometia ser louca.

Minha mãe estava bem cansada, e disse que já ia se deitar e que era para nos instalarmos e irmos dormir, pois bem cedo ela iria nos chamar. Porém, ninguém dorme às oito e meia da noite quando tem 16 anos. Fomos para nosso quarto e tinha uma cama de casal e duas de solteiro, nos entreolhamos, jogamos nossas malas no chão e pulamos juntos na de casal, como nos filmes e começamos a rir e eu olhei para ele, e o encarei até chegar ao centro de seus olhos castanhos claros e percebi que naquele momento não havia outro lugar em que eu quisesse estar – embora estar deitado com ele em uma cama no Caribe ou na França não fosse ruim.

Ele sequer me beija, conversamos a noite toda sobre qualquer besteira, contei a ele sobre meus primos, eu os conhecia muito bem e já se era de esperar, afinal, eu havia crescido junto a eles naquele grande e simples sítio, íamos lá todos os finais de semana quando meu pai ainda estava conosco. Ele ria muito ouvindo de minhas aventuras se é que assim posso chamar as nossas brincadeiras infantis.

Na cozinha decidimos fazer sanduíches – péssima ideia – e começamos a brigar com comida, eu acabei com um monte de geleia no rosto. Não demoramos muito para voltar ao quarto, e enquanto abria a porta Chris me surpreende com um beijo intenso, eu chiava para ele não fazer barulho e ele fecha a porta depois que me empurra pra dentro do quarto e me joga na cama, e se deita por cima de mim devagar e volta a me beijar, tira minha camisa e beija meu pescoço e começa a baixar minha bermuda com o pé e me deixa só de cueca e volta a beijar minha boca indo profundamente, comigo completamente envolto por ele, eu estava imóvel estirado sobre a cama. Começo a tirar sua camisa suja de pasta de amendoim, que suja meu abdômen e prontamente Chris já o estava lambendo e tirando a sua bermuda, quando ouvimos buzinas e luzes cruzando as venezianas que eram viradas para a rua, meus tios haviam saído mais cedo de casa e chegaram perto da meia-noite e meia.

Nos vestimos rapidamente, arrumamos a cama e bagunçamos o sofá para parecer que estávamos só assistindo TV, e fomos abrir os portões de madeira. Meus primos tinham descido do carro, Andressa claro já estava com celular em mãos procurando qualquer sinal com os braços estendidos ao ar, e George de braços cruzados apoiado na parede e admirando o céu estrelado.

Os dois carros adentram o terreno, e estacionam, foi aquela alegria, todos se revendo e se abraçando, eu apresentava Chris para eles e ele era o mais simpático que conseguia, apesar de ser a pessoa mais carismática que conhecia ele estava visivelmente desconfortável com o jeito invasivo e receptivo da minha família, com seus apertos de mãos fortes e abraços apertados.

George e Andressa foram logo para o nosso quarto, como todos costumávamos sempre ficar. Andressa se apossa logo da cama de casal, e eu digo que já estou nela – Andressa sempre que pode fica com essa cama, mesmo tendo um acordo fixo conosco sobre fazer um rodízio da cama a cada vez que fossemos para o sítio, e da última vez tinha sido o George e na lista de nascimento, eu era o próximo – com o Chris, e por só ter três camas, achei mais sensato ele dormir comigo por ser o único que ele conhecia até o momento. Ela reluta, mas as regras eram claras, e teve de ceder.

Fomos dormir bem tarde, quando ouvimos o galo cantar decidimos que já havíamos passado dos limites. Mas minha mãe fez questão de nos acordar bem cedo, por volta de oito da manhã, pois teríamos de colher alguns ingredientes para que minha avó e minha tia preparassem o jantar. Nos aprontamos ao estilo caipira, pegamos algumas ferramentas e com olheiras gigantescas e sorrisos maiores ainda nos rostos partimos para as hortas.

Andressa foi com Chris pegar verduras frescas, e eu e George que éramos mais fortes fomos pegar leguminosas. Andressa o observou por alguns momentos e perguntou da forma mais típica e indiscreta possível.

– Vocês... Estão namorando, ficando? – e se apoiou em seus joelhos, acocorada.

Chris trava e fica o mais vermelho que o seu tom de pele o permitiu, ele fica receoso de respondê-la, mas a pressão que seus grandes olhos lhe puseram não lhe permitiu ficar em silêncio.

– N-não sei do que está falando. Somo amigos a muito tempo. – e volta a arrancar beterrabas.

– Nossa. – ela ri – Eu teria pensado melhor em uma resposta se estava tão interessado em me convencer. – fica de joelhos e o vira para ela segurando-o pela gola da camisa. – Vai querer que eu arranque a resposta de você?

– Estamos namorando a alguns dias! – e a faz soltá-lo, irritado.

– Há, eu sabia que ele era gay! – bate palmas em animação, e dá um sorriso descontentado e volta a sua colheita como se nada tivesse ocorrido.

Já do outro lado do sítio, eu estava pegando batatas bem alegre, algo que despertou em George uma curiosidade bem peculiar diante de seu comportamento básico. Logo ele para, se apoia em sua enxada e me desfere a pergunta.

– O que te anima tanto? São só mais três dias nesse fim de mundo! – e põe a mão sobre os olhos protegendo-se do Sol.

Eu simplesmente sorrio para ele um sorriso singelo e um olhar com um duplo sentido que eu sabia que ele entenderia, ficamos entendidos naquele momento, terminamos de encher o balde com as babatas e voltamos para a casa, encontramos Chris e Andressa voltando juntos e rindo, eu fico feliz por eles terem de dado bem.

Já de noite, eu e Chris ficamos por último, e nos arrumamos no quarto depois que meus primos saíram e corremos ou perderíamos os “espetáculos” da introdução de toda ceia de natal que eram lendárias na minha família. Quando chegamos, minha mãe nos chama a atenção e levo um leve e amoroso puxão de orelha da minha tia, e Chris mal soube disfarçar a risada que deu.

Começou com meu tio ligando o seu reprodutor de slides e inicia a sessão de fotos do ano que ele mesmo faz todos os natais antes de vir com suas poucas e suficientes habilidades no Movie Maker. Só se ouviam as risadas das fotos mais ridículas as mais adoráveis daquela galeria, eu depois pude perceber como estava feliz naquela noite, eu olhava para aquelas pessoas que eu amava e as via sorrindo e confraternizando em câmera lenta com uma serenidade que me deslumbrou profundamente.

Começaram a troca de presentes, o nosso velho e bom amigo secreto familiar, onde sempre ganhava cuecas ou alguma camisa que nunca dava em mim e depois eu trocava por cuecas. Essa sim era a minha parte favorita da noite inteira, quando as pessoas mostravam como uma lembrancinha besta pode ser tão relevante antes de comer para lhe deixar de bom humor.

Depois teve uma oração liderada pela minha mãe, que era a mestra de cerimônias em qualquer ocasião na minha família, a qual arrancou algumas lágrimas daquelas pessoas que estavam rindo segundos atrás.

“Estamos aqui reunidos mais uma vez para celebrar o nascimento de nosso salvador, que ao vir para o meio de nós nos abençoou com esta alegria e nossa salvação. É uma honra, mais uma vez estarmos aqui depois da ida de seu filho Richard, que foi para teus braços alguns anos atrás e que nos enchia de felicidade com sua presença no meio de nós, mas que esse ano que vem ai nos compense todas as tristezas dos anos anteriores, e que nossa mesa continue farta enquanto estivermos aqui na Terra e respirando enquanto o Senhor continuar a nos permitir. Amém.”

Todos aplaudiram e em meio segundo, a mesa da ceia já estava cercada por homens, mulheres e crianças com fome, preservando espaço em seus estômagos desde cedo para se fartarem em comida à noite. Eu como sempre, esperei a poeira baixar e me servi junto ao meu companheiro calmamente. Assim

Quando todos foram se deitar, ficamos só nós quatro acordados do lado de fora, sentados na bancada do deck aonde comemoramos, era numa parte mais alta onde sentamos e ficamos conversando coisas que falar dentro de casa seria perigoso.

Até que Andressa pede para ver um beijo nosso, eu fico completamente envergonhado e sem graça enquanto Chris apenas ri e aperta mais seu braço que estava em volta do meu pescoço, então ele beija minha bochecha e faz parecer que ficaria por isso mesmo. Até que ela tira minhas mãos do meu rosto e me encara indagando que eu estava sendo covarde e que ela já sabia de tudo, George apenas nos observava com um sorrisinho bem tímido e tão sem graça quanto eu, - ele nem sequer era gay, ele inclusive namorava há dois anos com uma menina que sempre cometo o crime de esquecer o nome, mas me amava muito e me apoiava. – e então se pronuncia dizendo que precisava ser oficial.

Decido então me virar para Chris que me encarava fazendo caretas diversas para tentar me relaxar, mas aquilo me avermelhava ainda mais e enfim, dou-lhe um beijo simples e Andressa grita em comemoração o que acorda minha tia que vem nos escoltar para dentro de casa logo em seguida. Fomos então dormir, estávamos cansados por não dormir na noite anterior.

Acordamos bem tarde, com todo mundo já arrumando as coisas para sair de tarde depois do almoço, nos aprontamos e fomos comer, era churrasco, como sentira saudades daquele churrasco do meu tio, como só ele sabia fazer. Algumas horas depois, com todos no carro terminamos de nos despedir e seguimos a estrada. Chris foi deitado no meu ombro e nós caímos no sono, dessa vez minha mãe não nos forçou a ouvir nada, ela estava feliz. Tudo parecia perfeito. Quando voltássemos, eu ia ficar em casa dois dias e ia com o Chris para não sei onde passar o ano novo, a ansiedade que me afligia era fantástica.


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Notas finais do capítulo

Resumindo, até o prox cap



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