Someday escrita por Jonh White


Capítulo 5
Let's play some game


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO ATUALIZADO - Ele estava incompleto!!
Desculpem a looonga demora pessoal, mas finalmente aqui está.
Pequeno, mas... Espero que esteja legal.



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Eu dormi muito pouco, mas mesmo assim quando acordei Chris e sua mãe já estavam tomando café da manhã. Eu saio do quarto bocejando e vejo os dois na mesa servindo-se, e ambos riem ao me ver todo despenteado e com uma expressão de quem está internado a dias em um cemitério - forma comum de como eu sou ao acordar todos os dias. Eu entro novamente no quarto pego minha escova de dente e vou para o banheiro.

Depois de lavar o rosto, e me encarar no espelho por alguns segundos de olhos fixados em minhas olheiras, escuto uma batida no portão da frente - alguém havia chegado - seguida de passadas rápidas e o arrastar das cadeiras da cozinha. Eu saio cuidadosamente e espio pelo canto da porta, era Beatrice, mas todos a chamavam de Tricie. Eu vou cumprimentá-la também, nos abraçamos e depois ela fica com um olhar safado olhando vagamente para mim e Chris em sequências alternadas. Sim ela já tinha deduzido tudo, mesmo embora não tivéssemos nada concreto ainda, ela percebeu que ali tinha alguma coisa suspeita.

Termino o que tinha para fazer no banheiro e vou par o quarto me trocar, eles já estavam lá conversando e rindo vendo vídeos no celular e de forma vergonhosamente sem graça eu atraio o olhar de ambos no exato momento em que entro no cômodo - estava de toalha. Chris não tira os olhos de mim, e mesmo assim eu precisava me vestir então decido marginalizar minhas inibições, afinal, eu sabia que Tricie era lésbica e não pretendia esconder nada de Chris, quanto mais meu corpo.

Logo pude sentar-me ao lado deles, e assim que faço a sua mãe aparece falando que iríamos sair em poucos minutos minha reação de surpresa foi imediata, mas naquele momento lembro-me de que não havia ligado para a minha mãe ainda e já eram por volta de 11 da manhã. Eu estava morto. Levanto-me em um pulo, assustando-os e agarro minha mochila atrás do meu telefone e para minha "surpresa", apenas onze chamadas não atendidas.

Eu ligo de volta, mas ela não atendia, desisti na sexta vez com o pessoal me chamando para a cama e me pedindo para relaxar, pois eu já estava aos prantos em tais circunstâncias. Estava tudo estabilizado quando escutamos o som de uma buzina de carro na frente de casa, e eu o reconheci, era do carro da minha mãe e vamos rapidamente para a janela da entrada a qual nos possibilitava ver todo o trecho da rua que estava diante de nós, e lá estava ela estacionada olhando fixamente para o portão prateado.

Eu dou um passo para trás, dou um suspiro nervoso e vou até ela. Ela me aguardava com um sorriso maléfico no canto de sua boca, e de óculos escuros ficava a esperar por cada passada que dava diante dela, até que bato no vidro e ela o baixa, tira os óculos e indaga-me.

“Onde estão as suas coisas querido? Esqueci-me de lhe avisar, ou foi você de atender o seu telefone como sempre, - disse enquanto pegava o seu aparelho e o desbloqueou mostrando-me seu registro de ligações – que hoje vai ter um culto especial para jovens. Pode chamar seus amigos se quiser! – acena para Tricie e Chris.”

“Mãe, eu não vou! A senhora me prometeu que poderia passar o dia aqui!”

“Você me prometeu alguns meses atrás que não me desobedeceria mais... Estamos em um impasse. Se quiser chama-los faça logo, pois você vai! – levantou o vidro novamente e colocou os óculos, em seguida colocou o rádio no máximo.”

Eu decido assim fazer, entro irritado e com pisadas fortes e passo por eles que me olhavam pensativos e a melhor parte foi ouvir Chris indo até a sua mãe pedir para que eles pudessem ir comigo para a igreja. Eu ri sozinho em silêncio, me senti ótimo. Eles entraram no quarto e eu os questiono sobre o que tinham feito afinal eles iam sair e desistiram para ir comigo para a igreja, mesmo eles sendo uma ateia e um agnóstico.

Entramos no carro e a mãe de Chris estava saindo junto conosco, e seguiu seu caminho. Minha mãe desligou o celular, girou a chave e sai guiando até a igreja. Chegamos em poucos minutos, e a música gospel me envergonhava em meio ao desconforto de meus visitantes, mas minha mãe amava imaginar que poderia os estar evangelizando e assim seguimos até o nosso destino.

Era uma igreja bem grande, e eu me sentia muito descolocado na mesma, pelo simples fato de que estavam lá quase todas as pessoas que tinham mais de 40 anos da cidade. Nada contra pessoas mais velhas, mas aquilo já era demasiadamente estranho. Sentamos bem nas últimas fileiras, por indicação minha, ali ficaríamos longe da cegueira alheia e manteríamos uma distância segura de minha mãe que os faria ter uma péssima experiência no local.

Começamos a prestar atenção, mesmo eu distraído olhando para Chris eu pensava em segredo sobre minhas intenções diante de tal área santa. Decidi esquecer qualquer bobagem que viesse a incomodar minha ética. Entre breves cochichos e bocejos em excesso, finalmente, aquela minha sessão semanal de tortura teológica havia terminado. Iríamos para casa em seguida, e nada me deixara mais feliz.

Já era próximo de duas da tarde quando chegamos na minha casa, e a mãe de Chris só chegaria de noite, então ele e a prima passariam o dia comigo de qualquer forma. Fomos para o meu quarto quando meu celular toca, e minha vizinha Karen pergunta se podia vir para cá e eu aceito instantaneamente, e aviso-a de minha companhias. Seria uma tarde maravilhosa se não fosse por minha mãe que decide por fim, entrar no meu quarto e pedir para participar do que fôssemos fazer.

Tricie então avisa que escutou algum barulho no portão e eu corro logo para a entrada de casa, era Karen e ela trazia algo. Quando volto para meu quarto acompanhado dela, minha mãe brinca ao perguntar se íamos fazer alguma festa na casa dela. Pergunto Karen o que ela trazia, e era um jogo de verdade ou desafio. Eu rio e pergunto sua idade, já estávamos crescidos para aquele jogo besta, mas isso não me impediu de pegar um estojo que tinha em uma gaveta e colocar entre nós que formávamos um círculo.

Quando minha mãe percebe do que se tratava, pronuncia-se em alto e bom tom.

"O que vocês pretendem fazer? Este jogo só induz ao pecado! Guardem isso, e Karen não traga mais isso para a a minha casa! - levanta-se ao atender o seu telefone e sai - Alo? Quem é..."

Nós nos encaramos por alguns segundos, e eu vou até a porta e fecho-a e enquanto sentava-me novamente pergunto a eles o que estavam esperando par começarem. Sim, eu queria jogar aquele joguinho de criança, afinal, quem nunca tirou proveito de algo inocente para outra coisa mais sombria?

Era apenas um jogo, mas significaria bem mais se conseguisse fazer o que eu realmente estava planejando a tempos. Tricie gostava de Karen, elas se viam frequentemente devido a suas mães serem bem amigas desde sempre e Tricie nunca teve uma certa confirmação quanto ao que Karen sentia, essa era a minha chance e eu sabia que ambas esperavam por meu empurrãozinho típico.

Pegamos os envelopes, cada um escrito respectivamente com "verdade" e o outro com "desafio". Girei inicialmente o estojo, parou na Karen. Pergunto qual a escolha dela, verdade. Tiro um papel e leio em voz alta, ele dizia.

"Qual a sua experiência mais intensa?"

Ela ri insanamente por alguns segundo, confundindo a todos. Ela para, pensa por uns instantes e depois de mexer os lábios por diversas vezes responde.

"Quando eu tinha sete anos, eu beijei um meninozinho na hora do banho na creche e ele pegou na minha... - ela trava e ri - Vocês entenderam."

"Que horror! - Chris reage de forma negativa, franzindo a testa com repulsa."

Continuamos, era a vez de Karen, ela gira o estojo, parou em Chris. Ele escolhe verdade e assim seguimos.

"Qual a primeira profissão que você quis seguir e por que?"

"Eu quis ser pediatra. - todos se surpreendem, pelo simples fato de ele odiar crianças com todas as suas forças - Calma galera, eu tinha uns seis anos e foi porque os pediatras não nos deixam pelados e ficam nos... - ele usa aspas - "cutucando" naquela região. Pois é, eu queria cutucar outras crianças."

No geral, todas as pessoas da face da Terra poderiam morrer sem saber daquilo, era muito perturbador. Mas apenas rimos em choque e continuamos o jogo como se nada pervertido tivesse sido revelado momentos antes. Chris prosseguiu e parou em mim, decidi animar as coisas e escolho desafio. Ele lentamente pegou o envelope, tirou um papel e leu.

"Me beije... - e levantou o rosto para mim."

Todos acharam que era brincadeira, mas ele falava serio e estava olhando para mim fixamente esperando. Tricie toma o papel de sua mão e realmente era aquilo que estava escrito, ele então estica sua mão e me puxa pela gola e ficamos um diante do outro, por alguns segundo ele bem de perto me observa e enfim eu o beijo. Era bem arriscado minha mãe entrar no quarto e nos pegar ali, mas quem recusaria aquele olhar doce me drogando a cada segundo que se passava.

Terminamos e Tricie e Karen ficaram nos encarando de olhos bem abertos. Tricie já sabia mas mesmo assim foi bem surreal para ela processar de forma tão repentina e Karen, bom, ela já suspeitava. Decidimos então continuar.

E ficamos assim pelo resto do dia, revezando entre o jogo e vídeos no YouTube, até que por volta das sete e meia da noite a mãe da Tricie passou lá em casa e levou os dois, alegando que mãe de Chris teve algum imprevisto e pediu para ela ir pegá-los. Minha mãe estava na porta, não pude me despedir como queria de Chris, contentei-me com um rápido abraço e um olhar fixo dentro de meus olhos, mas valeu acima de tudo. Karen foi embora em seguida, como sempre cansada.

Sim aquela foi uma tarde maravilhosa, e fiquei pensando nela até ir dormir naquela noite estrelada de domingo.


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Notas finais do capítulo

Eu vou ser bem sincero, eu perdi completamente a minha inspiração para a história, o que alimentava a minha criatividade morreu e eu tive um grande briga interior quanto a isso, portanto, estou bem fraco quanto a isso, tentarei ser breve na conclusão e não deixarei vocês na mão!!!
Abraço!



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