Someday escrita por Jonh White


Capítulo 13
On my bed


Notas iniciais do capítulo

AEHO, aqui estou eu mais uma vez!
este capítulo contem cenas inadequadas para shippers de "Phincet - Vincent + Phil" (acredito que ninguém, pq ne...)
enfim, n se preocupe que vdc!!!



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Ao fim de outubro, na minha família já havia começado o alvoroço das festas de fim de ano, e pelos planos de minhas tias juntas a minha mãe a comemoração duraria do dia 24 de dezembro até o dia 2 de janeiro. Como desta vez não iria ter Chris para me salvar dos sermões de ano novo da minha avó, minha animação poderia ser escalada abaixo de zero.

A única coisa que me fazia sentir compensado era o fato de poder finalmente rever Andressa e George, além do resto do pessoal. Entretanto, ficar mais de uma semana em uma área rural e sem internet ou qualquer tipo de conexão de banda larga seria um castigo infernal. Tinha pouco menos de um mês e meio para me preparar psicologicamente para aquilo, e nada colaborava. Mas, de certa forma, estava contente por me desligar daquele meu mundo por um tempo antes de começar a faculdade.

Numa das noites destes períodos, saí de vela com Mike e Iana para um restaurante qualquer e o clima entre eu e Iana estava visivelmente tenso, afinal, ela sabia que eu ainda não a havia perdoado pelo que fez a Mike – embora eu estivesse sendo um puta hipócrita, com ela era diferente – e quase não nos falamos a noite inteira, cabendo ao nosso companheiro todo o entretenimento que lhe coube.

A surpresa é quando avisto Syan na entrada do estabelecimento, e eu não a via já tinha um tempo devido a ela ter faltado a festa de formatura. Ela estava só até que um rapaz alto e moreno entra que a conduz pelo braço direito. Quando ela nos avista o puxa e o vira de costas, apenas eu os vejo até o momento e ainda não tinha reconhecido o rosto de seu acompanhante, e isso só me inspirou mais para ir atrás deles e indagá-los com uma aproximação brusca.

Antes de sentarem, eu os intercepto e deparo-me com a face de Mark a acomodar Syan à cadeira. Eu fiquei em choque, ela apenas cobriu o rosto com as duas mãos e apoiou os cotovelos sobre a mesa em sinal de vergonha, quase todos do restaurante estavam olhando para nós eu então uso o pouco que aprendi com Chris e utilizo do improviso.

– Meu velho amigo Mark! Nossa cara, a quanto tempo! Dá cá um abraço! – o abraço, e ele permanece com uma expressão fixa de quem estava realmente confuso.

Syan sussurra baixo perto dele para que interagisse comigo conforme o que eu fizesse, ele demora um pouco mas pega a ideia.

– Claro irmão! Senta aqui e me conta umas novidades! – todos desviam o olhar depois disso e voltam a comer, e eu puxo uma cadeira e sento-me junto a eles.

Ela não espera muito para me alfinetar quanto à minha postura no restaurante – uma das coisas que ela mais odiava era ser envergonhada em público.

– Você sabe que eu odeio passar por constrangimentos! Meu Deus, como eu te odeio! O que você queria aqui? – ela estava inconsolável, e pela sua expressão de fúria, poderia me matar com os talheres se já os tivessem entregado-a.

– Como assim o que eu queria? – fico realmente irritado com essa pergunta – Eu não falo com você faz um bom tempo, se eu não posso rever e falar com uma amiga, o que me resta?

– Você está muito bem acompanhado Vincent... Só não pode perder uma chance de ser inconveniente! – afasta-se de mesa como se fosse levantar.

– Tudo bem Syan, eu vou te deixar em paz afinal. – Levanto-me antes que ela pudesse ter qualquer tipo de reação e saio voltando para a mesa onde estavam Mike e Iana que observavam tudo discretamente desde o momento em que saí de lá.

Aquilo por mais forte que quisesse parecer mexeu perceptivelmente com ela, que ficou em silêncio me vendo ir embora e antes que eu pudesse me sentar ela nos chama para sentar com ela, e eu ainda de costas apenas dou um sorriso que Mike se surpreende ao perceber. Eles se levantam e avisam ao garçom que era para transferir o pedido para aquela mesa, mas manter as contas separadas. Prontamente é colocada mais uma mesa junto à outra e sentamos todos juntos enfim, na sequência de Syan, Iana, Mike, eu e por fim Mark que finalizava ao outro lado de sua acompanhante.

Até que conseguimos conversar bastante, foram horas de papo furado e breves e longas sessões nostálgicas dos nossos últimos anos que passamos juntos, e todas aquelas lembranças inesquecíveis que estávamos guardando conosco eram as coisas mais gostosas que iríamos herdar de nossos anos de escola, mas o momento que tivemos que nos despedir foi quando a realidade nos deu mais um de seus famosos choques. Nos vemos nos distanciando, indo para longe um do outro e cada um seguindo a sua vida como indivíduo independente. Aquilo nos partiu os corações.

Vou no carro com Mike e Iana, eles iam me deixar em casa e passamos todo o percurso falando sobre como seria as nossas futuras estadias nos campus de nossas respectivas universidades. Eu e meu melhor amigo íamos para a Holden, que era a melhor academia em humanas de nosso país, e Iana, iria cursar a faculdade nacional da aeronáutica, a ANU. A separação não ia ser tão forte entre a gente, visto que o campus dela era na cidade vizinha a nossa, mas comparado ao resto da nossa turma, nunca poderíamos estar mais distantes.

Chego em casa e minha mãe já dormia, entro silenciosamente e vou para o meu quarto o mais rápido possível. Tranco a porta e me troco, estava com uma suave preguiça para ir tomar um banho e já era tarde, por volta das duas e meia da manhã. Assim que deito, sem sequer saber o motivo percebo meus pensamentos em volta de Mark, algo que comigo particularmente nunca tinha ocorrido, e me pareceu bastante estranho. Depois de recompor-me de tais pensamentos avulsos consigo dormir.

“Eu estava no colégio, do nada estava no meio do pátio com meus antigos colegas passando por mim com usas respectivas mochilas em suas costas, uns rindo, outros conversando e outros nos bancos copiando atividades. Eu começo a subir as escadas, fui para a minha sala depois que o sinal tocou para assistir a suposta aula que teria, lá reencontro toda a minha turma antiga, foi algo emocionante, sentir que tudo voltaria ao normal e que tornaria a rever meus amados amigos do colégio. Antes de entrar na sala decido ir ao banheiro, entro e vou ao mictório que costumava usar – o último – e sou surpreendido pelo fato de ele já estar em uso, era Mark. Abaixo minha farda e começo a utilizá-lo, logo ele me vê e começa a falar comigo em um tom irritado:

– É foda! A gente se forma, mas tem que continuar neste inferno! Não aguento mais esse colégio! – o fato estranho e que ele sequer estava com seu membro externado para urinar, ele só estava lá olhando para a parede.

– Eu não acho tão ruim assim! Eu até curto estar aqui! – respondo eu bem otimista.

– Você é doente... nem tô com vontade de fazer xixi, só queria ficar só!

– Você quer que eu saia logo? – ele põe para fora – O que?

– Não, não. Na verdade gostaria que você ficasse um pouco mais! – e começa a me beijar, mas eu não exprimo qualquer tipo de reação até que correspondo ao beijo.

Entramos numa das cabines do banheiro, elas não eram tão apertadas como estamos acostumados e eram diferentes das que eu lembrava de minha antiga escola. Ele tira sua camisa e desce sua calça por inteiro e põe a mão dentro da minha enquanto passa a me beijar mais profundo e intensamente...”

Acordo, assustado. Estava excitado e com as pupilas dilatadas, ofegante. Aquilo era muita informação e liberação de hormônios para um sonho só, estava também acima de tudo confuso com aquela súbita obsessão por Mark, o qual antes eu apenas cumprimentava e raramente tinha qualquer tipo de conversa idiota.

Ligo para Mike imediatamente, precisava contar para ele, mas ele não atendia. Mandei mensagens pelo Whatsapp , mas também não davam em nada e falar com ele tornou-se uma coisa impossível visto a esses dois últimos fatos. Vi que teria de esperar por outra oportunidade, e me arrumo rapidamente e desço as escadas, maldito erro. Era domingo e graças aquele sonho esqueci completamente que iria forjar estar doente para não precisar ir à igreja e ter de falar com Phil, que provavelmente iria me cobrar atenção ou criticar algo que fiz de errado com ele. Mas já era tarde demais para isso.

Minha mãe estava a mexer em seu celular, enquanto cortava as unhas e assistia uma pregação qualquer na televisão, de praxe. Ela se vira rapidamente ao escutar minhas passadas nas escadas, era como um monstro das multitarefas. Ela me chama e diz que deixara meu almoço dentro do aparelho de micro-ondas na cozinha. Era feijoada com arroz, meu prato favorito da minha mãe. Devorei tudo em cinco minutos e me despedi dela, ia visitar Karen que já fazia dias que não a via. Sem demorar muito – fui à pé – toco a campainha e sua mãe que me atende, ela havia saído com Beatrice e não ia voltar hoje. Volto pra casa, e decido tentar falar com Mike mesmo, por mais que ele não atendesse ou respondesse, desabafei pelo bate-papo com ele off-line mesmo, foi terapêutico.

Ao cair da noite, aprontei-me e fui junto à minha mãe para a igreja quando ainda na entrada sou abordado por Phil que me cumprimenta normalmente como se nada tivesse acontecido e me ignora durante todo o culto, o qual passo inteiro o observando e percebo sua indiferença, ele me estava desprezando por completo. No fim do culto ele passa direto por mim, e eu vou atrás dele mas ele desviava sempre que percebia a mim aproximando-se dele. Por fim desisto e vou embora com minha mãe.

Eu estava irado, não conseguia perdoá-lo por aquilo ou simplesmente esquecer, e decido então bloqueá-lo em todas as redes sociais ou formas de comunicação em que tínhamos um ao outro, apaguei suas fotos do meu celular e mandei um último snap em vídeo para ele falando o seguinte: “Aquele abraço na igreja foi o mais perto que você vai conseguir pra fazer outro cara sorrir na vida” e na legenda escrevi “Graça e paz p vc tbm!”. Foi o dia mais terapêutico da minha vida. Depois disso fui dormir, e que noite de sono maravilhosa que eu tive.

No dia seguinte soube através de Iana que Mike havia viajado para o exterior, e era um Tour pela Europa se não me engano e ele ficaria fora por quatro semanas, voltando já na véspera do início das aulas. Por isso saímos os três, e ele não me contou pois sabia que eu daria um show e ficaria muito irritado com isso, além de perturbá-lo o suficiente para fazê-lo desistir, algo que ele não queria. Só me restou então afogar meus últimos dias de recesso em séries, comida, mais séries, alguns filmes, shopping com Karen, mais comida e talvez quando estivesse faltando só mais uma semana eu adiantasse as matérias das cadeiras que eu iria prestar, só pra já ir entrando no ritmo, enquanto comia claro!

...

Finalmente, era sábado e as aulas começavam na segunda. Mike tinha chegado na quarta porque perdeu sua passagem do voo de volta no aeroporto e teve de comprar outra, porém, só teria disponível na quarta. Eu ia sair pela última vez antes de passar pelas portas da responsabilidade e tomar os dias mais importantes da minha futura carreira. Fomos a festa de aniversário de Mary, foi em um boliche e foram pouco mais de doze pessoas, pois ela chamou apenas os mais próximos pro seu aniversário de dezoito anos. E na verdade, foi uma merda, nenhum dos meus amigos foi a não ser a infelicidade do ocorrido de ter de ver o casal maravilhoso mais uma vez se pegando ao invés de jogar com o resto do pessoal.

No fim, Cath foi embora antes dele e ele veio atrás de mim para ter aquela conversa de que tinha me falado que precisava ter comigo. Eu não gosto de assumir, mas fiquei esperando por isso durante todo o evento e acho que acabei por lhe julgar como ruim devido à conversa não ter fluído como eu queria que tivesse. Mas no meio do caminho dele até mim, percebo meu celular vibrando e acredite se quiser só fui ver as 25 chamadas não atendidas da minha mãe neste momento. Coincidência ou não, foi o suficiente para eu me despedir grosseiramente de todos e sair correndo pelo shopping... foi lindo.

Ele ficou lá com uma expressão de indignação, e parado na mesma posição que o deixei me observando ir. Quem sabe era algo sério, vai saber...

Minha mãe estava do lado de fora com algumas viaturas ao seu redor e um policial falando com ela escrevendo em um pequeno bloco de notas que estava na sua mão. Eu estaciono ao lado do carro da polícia, e desço do carro já preocupado, ela corre em minha direção e me abraça chorando. O policial logo vem em minha direção e fala comigo.

– Parceiro, invadiram a sua propriedade enquanto estava só a sua mãe, mas fique tranquilo que vamos encontrar o sujeito que fez isso para a senhora Jane. – era o policial Gurgel, um velho amigo da família.

– Tudo bem Gurgel, mas levaram alguma coisa? – segurava forte minha mãe que estava aos prantos nos meus braços.

– Sua mãe não deu falta de nada, o policial Chagas irá cuidar do caso, mas eu o acompanharei de perto para ter certeza de que não haverá erros. Não precisa se preocupar que se algo foi perdido, tentarei ao máximo recuperar.

Já dentro de casa, minha mãe estava sentada no sofá, encolhida olhando com seu olhar distante para a televisão que estava ligada no mudo num programa de curiosidades, ainda não era tão tarde. Sento-me junto a ela e deito-me sobre seu ombro, afinal, ela precisava de algum apoio meu naquele momento difícil. Ela disse que ao entrar o viu – o invasor – pulando pela janela e correndo, estava todo vestido de preto e tinha meu tipo físico, ligou imediatamente para mim e como eu não atendia ligou para a polícia. A noite ganhou um novo tom, que eu preferiria que não tivesse ganhado.

Logo me deitei e fiquei diante de uma cabeça lotada com problemáticas, a invasão, Chris e sua conversa, a faculdade, a situação psicológica da minha mãe e inclusive minha saudade de Mike – estava ficando dependente dele cada dia mais, e aquilo era muito ruim para mim, mas mesmo assim ainda não nutria sentimento algum por ele. Mas sabia que meu foco agora deveria estar no meu primeiro dia na faculdade, uma vida nova iria começar para mim e eu devia estar preparando quando acontecesse. Era tudo ou nada naquele momento, e só cabia a eu fazer tudo aquilo dar enfim, certo.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE!!!
O capítulo 14 será onde Vincent (FINALMENTE) entrará na faculdade! Vcs nao tem nossau de como aguardei por isso!
SIM EU SEI, que eu nao coloquei a parte de fim de ano e natal do Vinc com a familia dele, pq simplesmenmte eu achei que ficaria cansativo pra vcs uma cópia dos capítulos 6 + 7 + 8, então tudo esta nas reticências e se quiser imaginar como seria, basta reler os capítulos já citados anteriormente!
well, comentem, deixem seu abraço e até a próxima meuzamores...



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