O cenário que encontrei ao sair do quarto era algo assustador. Vi meus amigos jogados no chão uns sobre os outros, uns vestidos e outros não com cigarros ainda acesos em suas bocas, bebida escorrendo do teto, a piscina estava um verde escuro – com certeza tinha muito vômito ali – tinha uma piscina inflável cheia de salgadinhos e é então que avisto Mike dormindo no sofá.

Iana não estava com ele, e pelo que já tinha visto daquela festa, não esperava nada de bom de seu desaparecimento. Ele não estava dormindo. Havia desmaiado sobre outro cara que particularmente não prestei o mínimo de atenção, eu então o levanto e o sento no sofá, de imediato não o acordo, visto que eu não conseguiria, então, pego um copo com o que parecia ser refrigerante de uva e jogo nele... aquilo foi super eficaz. Ele se assusta e fica atordoado por alguns segundos antes de me questionar.

Eu pergunto a ele sobre Iana, minha mãe já deveria estar louca a aquele horário, mas ele não fazia ideia de onde ela estava. Corro por toda a estrutura daquela casa, e a cada amigo com aparência de cadáver que eu presenciava me fazia inspirar e expirar cada vez mais forte. Depois de tantas deploráveis cenas da natureza humana em sua complexidade exagerada, finalmente a encontro, ela estava quase despida em um quarto aleatório da casa deitada em uma cama de casal envolta por um lençol branco quase transparente.

A cama estava toda bagunçada, e pelas marcas deduzi que havia alguém com ela lá, mas ela adormecia profundamente é quando escuto o barulho de algo vindo do banheiro que ficava de frente para a cama, e assustado vou olhar o que se passava lá e enquanto me aproximava silenciosamente, de dentro dele sai Marcela com uma escova de dentes na boca e sem seu sutiã. Ela me encara paralisada com seus olhos a quase saltar de suas órbitas, e neste momento coincidentemente Iana acorda e dá-se conta do que estava acontecendo.

– Vince, Vince, eu posso explicar por favor! – ela levanta rápido da cama cobrindo-se e estendendo sua outra mão para mim.

– Pois explique! E eu quero uma boa explicação! Como você pôde? – estava indignado.

– Você sabe que eu e Cell somos melhores amigas e... Bom nós estávamos conversando e de repente estávamos nos beijando e a gente estava bêbada, drogada, cansada e tudo de ruim que poderíamos. Enfim, quando vimos estávamos aqui nuas nos pegando e pelo amor de Deus não conta pro Mike! – ela se desespera.

– Primeiro pare de falar “estávamos” como se estivessem inconscientes! Vocês sabiam exatamente o que estavam fazendo!

– Bêbadas? – ela deixa o lençol cair e logo o põe sobre seus seios novamente – Você é um ser humano anormal que permanece consciente bêbado? – levanta-se, pega algumas roupas do chão e dá a Marcela e a empurra para dentro do banheiro, feito isso ela me pega pelo braço e senta-me na cama de frente para ela.

Ela pede-me incessantemente para que eu guardasse segredo daquilo, e me promete com todas as letras que nunca se repetiria, mas falava baixo, ela parecia aflita, e o namoro deles ainda era recente ao meu ver e eu não queria que ela o magoasse e não permitiria, fiz ela prometer mais uma vez e pedi para que conversasse com Marcela que até o momento estava completamente alheia ao que ocorria no quarto.

Saio de lá intrigado, e a levo comigo depois que ela se veste. Descemos juntos e instruímos a sua amiga a somente fazer o mesmo depois que já tivéssemos ido embora. Mike estava no sofá conversando com Louis que tinha ido para a sala e nos esperava ir para começar a arrumar a bagunça. Eu encaro este por uns minutos e ele percebe e retribui com um sorriso besta, quando Mike nos avista ele salta do móvel e vai direto ao nosso encontro irritado por não saber onde estávamos, de forma evasiva eu digo que a achei dormindo no quarto dos pais de Louis, e ela complementa dizendo que estava com muita dor de cabeça e aquele era o quarto mais calmo que iria encontrar na casa.

Eu fito Louis com um olhar cerrado como pedindo para que ele complementasse com algo, ele então inventa que ela chegou até ele pedindo a chave e foi bem insistente. Ela então dá a chave do quarto onde estava com Marcela para ele fingindo que era a que trancava o quarto do casal, e dizendo um muito obrigada bem grata que chegou inclusive a me convencer daquela história.

Em seguida nos despedimos e vamos embora cada um em seu carro, eu vou pra casa e antes de chegar ligo para minha mãe que estava tão ou até um tanto mais irritada do que eu imaginei. Quando chego em casa, exausto e de cabeça cheia ainda sou recepcionado com perguntas e uma discursão qualquer entre nós. Eu não esperava nada mais vindo de minha mãe, e eu particularmente não estava nem um pouco disposto a enfrenta-la naquela situação, decido então dá-la como certa e ir direto para o meu quarto.

Conecto meu celular no carregador, o ligo e ativo o Wi-Fi, vou tomar banho. Quando volto, haviam muitas fotos, textos, status e mensagens de todos comentando sobre a festa e ela havia sido um sucesso, e nem metade das pessoas que foram já haviam acordado da noite anterior. Surpreendo-me ao ver uma mensagem de Phil e outra de Vincent, eles queriam conversar comigo, mas Phil queria pessoalmente, aquilo sim era uma ótima manhã-tarde de sábado para se acordar com dor de cabeça e com vontade de vomitar álcool.

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Estávamos no banheiro, seminus e nervosos. Chris estava de joelhos a espiar o quarto pela fechadura. Eu havia trancado a porta, mas de qualquer forma se alguém quisesse entrar estava nas regras da festa que deveríamos deixar ou caso contrário teríamos que sair, e se saíssemos juntos, aconteceria tudo de ruim que já foi listado anteriormente.

Não demorou muito e pudemos ouvir a tranca ser aberta, era alguém que possuía a chave do quarto além de nós – na sala, tinha uma mesa pequena com as chaves de quase todos os quartos da casa, com numerações improvisadas que correspondiam a cada um – e logo entra Louis, acompanhado de Mark e Sasha. Ele joga ela na cama e deita-se sobre a mesma beijando-a profundamente e tirando a sua camisa. O outro se deita na cama também e acomoda-se ao lado, ela para de beijar um e começa a beijar ele mais intensamente ainda, enquanto o moreno – Mark – tirava o seu vestido e sutiã.

Logo o loiro o manda parar e pegar camisinhas no banheiro, neste momento eu vi o suor frio escorrer pelas costas de Chris. Ele se aproximou de mim, pegou as roupas que estavam no chão e jogou dentro da banheira e me mandou entrar nela e não fazer nenhum barulho nem sair do banheiro em hipótese nenhuma, eu entro e ele puxa a cortina me escondendo e minhas roupas. Eu apenas conseguia enxergar silhuetas e percebi que ele pegou as roupas dele e as colocou na pia e tirou sua cueca, sentando-se na privada. Começa a se masturbar.

Mark entra bruscamente, e passa direto por ele. Vai direto à gaveta e é então que avista Chris sentado no vaso. Ele se assusta e começa a rir.

– Caralho! – fecha a porta – O que tu ta fazendo cara?

– Eita, fala ai Mark tudo bem? – ele puxa a cueca e se veste novamente.

– Mano, eu e o Louis íamos comer a Sasha agora! Ela tá ali deitada na cama e vim só pegar umas camisinhas! – volta a procurar.

– Eu digo onde tem se você pegar três. – Mark se vira pra ele com um risinho sacana – Eita nego! Bora de trio comer a mina? – ri.

– Se vocês toparem... To nessa! – levanta-se e abre a gaveta inferior, tirando de lá alguns preservativos.

– Então bora nessa viado! – o abraça pelo ombro e sai com ele pela porta a fechando novamente, mas não por completo, eu ainda podia ouvi-los.

Escuto um gritinho de Louis que teve uma ótima recepção de Chris ao grupo. Não conseguia imaginar que ele estava entrando em um ménage. Sasha também o recebe muito bem, o agarrando e lhe beijando, deitando-lhe rapidamente na cama junto aos outros, ele virou a estrela do grupinho. Mark e Louis começam a se beijar depois que ela os empurra um pra cima do outro, e eles eram héteros, mas depois foi bem visível que estavam sob efeito de êxtase e tiram um a roupa do outro enquanto ela já tinha tirado a cueca de Chris, e já tinha os seus seios externados.

Todos colocam suas camisinhas e começam a transar mutuamente, o loiro a penetrava por trás e o moreno nele. E na parte frontal, sim, ele estava lá. Enquanto eu na minha insignificância de ser estava encolhido na posição fetal escutando os gemidos intermináveis de todos aqueles quatro indivíduos.

Depois de certo tempo eu acabei cochilando, numa banheira, de cueca, com minhas roupas jogadas e molhadas, e adivinhem só, acordo já de manhã com a imagem de Louis apenas de toalha de baixo para cima – mas que manhã gloriosa. Ele apenas me dá um comando com a cabeça para eu sair da banheira, e eu prontamente junto minhas roupas e levanto, ele logo tira liga as torneiras e tira a sua toalha. Eu fico excitado quase que instantaneamente e ele ri.

– Sempre soube! Mas e ai... o que você e o Chris estavam fazendo aqui no meu banheiro? – entra na banheira e se senta.

Eu estava o mais vermelho que alguém da minha cor poderia – eu era branco, mas releva-se esse fato. Cubro-me o mais rápido que pude e sento-me no vaso. E o fico encarando por alguns segundos antes de respondê-lo, olho para o chão completamente envergonhado, mas enfim, tomo coragem e digo.

– A gente tava meio que conversando, ele sobre a Cath e coisas do tipo. – fico bem contente com essa desculpa esfarrapada que invento.

– Até parece! Vocês estavam de cueca, só, explica isso. E outra, ele avançou no Mark, praticamente esqueceu a Sásh (era como ele a chamava), inclusive estou assustado em como o ele estava confortável com aquilo. – olha perdido para o lado, como se pensasse.

– Na verdade, ambos tivemos a mesma ideia de tomar um banho, e acabamos vindo para o único quarto que estava disponível. – começo a me vestir, neste momento ele se levanta e o vejo nu de novo, ele pega seu sabonete e senta-se novamente.

– Nossa você realmente e um péssimo mentiroso. Mas tudo bem quero que você relaxe! Afinal, não foi o único que transou com ele enquanto ele namora a Cath não é meu amigo. – e ri sarcasticamente.

Assim que eu termino de me vestir eu me despeço e simplesmente saio pela porta, estava irritado com o que ele tinha dito e não conseguia mais lhe olhar à face e bato a porta com força o deixando dando uma leve risada cínica sentado em sua banheira e fitando a parede à sua frente, algo nele sobre mim o deixava relaxado, e algo em mim sobre ele me fazia sentir que eu estava muito, mais muito ferrado.