Another Tale escrita por WIND Flower


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá;Estou nervosa, mas vamo que vamo. /o/

POR FAVOR - LEIAM

O primeiro capítulo vai começar a partir de um trecho da página 292.Coloquei o trecho escrito em itálico para vocês se recordarem, mas recomendo abrir a página do livro para se situarem, assim compreenderão o que está acontecendo na fanfic. Então a partir do texto "normal" foi a minha imaginação que apareceu, então espero de coração que apreciem. xD

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612536/chapter/1

— Gemma?

Sua voz me assustou tanto que eu quase caí. Mas me segurei e consegui passar para o outro lado. Você estava de pé, olhando para mim, com os braços estendidos. Por um segundo, pensei que você estivesse esperando por mim nessa posição, pronto para me abraçar; para me aninhar como fizera na noite passada. O sol estava batendo em cheio no seu peito, fazendo sua pele brilhar. Ainda havia restos de pintura grudados nela e nos seus cabelos. Senti vontade de correr na sua direção.

— Dormiu bem? — Você perguntou me petrificando com o azul intenso de seus olhos.

As minhas bochechas se incendiaram, pois me lembrei do calor que senti através do seu corpo na noite anterior. Como desejei tê-lo me envolvendo com seus braços fortes, me aquecendo e me acariciando naquela manhã. Você estava começando a me mudar. Detestava assumir, mas assim que despertei e senti a sua falta fiquei com vontade de passar o dia todo ao seu lado.

— O que está fazendo? — Perguntei fugindo de sua pergunta. Na verdade não ia conseguir te responder. Até porque ficaria sem jeito me lembrando da forma que dormimos.

— Estava a procura de alguma cobra, mas parece que hoje estou com azar. — Você deu um meio sorriso. Estava desapontado por sua aventura começar mal. De repente, os cantos de sua boca formaram-se covas profundas, agora mostrando um sorriso completo. — Que tal checarmos a nascente da lagoa?

Concordei. Passamos pelos Separados e seguimos em frente com o silêncio nos rodeando. Um corvo voava acima de nós fazendo um círculo enquanto cacarejava, talvez estivesse comemorando por alguma refeição à vista.

Você caminhava próximo o bastante que se eu esticasse um centímetro da minha mão iria encostar-se a sua. Observava-o pelo canto do olho. Você estava de testa franzida, provavelmente pensando: O que devo falar? Você é muito transparente. Aposto que seu cérebro estava trabalhando em que tipo de assunto se puxar comigo, afinal você não era bobo, sabia tão bem quanto eu que as coisas estavam começando a tomar um rumo. Um rumo que você almejava.

Quando chegamos a lagoa, me lembrei do dia que viemos juntos pela primeira vez. Naquele dia estava pensando na minha fuga. Olhei ao longo do horizonte avistando mais terra, terra e terra. Senti um aperto no coração.

— Vai querer nadar desta vez, Gem? — Você perguntou enquanto tirava a camisa.

Olhei para você, desta vez realmente olhei para você. Meus olhos percorreram por seu peito bronzeado e os músculos distribuídos ao longo de seu tronco. Cheguei a me imaginar te acariciando, tocando a sua pele quente e você a minha. Desviei o olhar para a lagoa e observei a água parada.

— Não.

Você deu de ombros. Entrou no laguinho e sua miragem sumiu quando mergulhou. Próximo a beira da lagoa encostei minhas costas no tronco da arvore e fiquei a sua espera.

O sol alcançou o topo do céu. Agradeci pela árvore me conceder um pouco de sombra, mas nem isso me salvava do calor intenso. Senti gotas de suor forma-se nas axilas e a minha nuca arder com os raios passando pelos fletes das folhas batendo contra a minha pele.

Segundos depois, você surgiu saindo da água e vindo em minha direção. Os fios louros de seu cabelo estavam escuros e totalmente caídos sobre a sua testa. Você sacudiu a cabeça e os fios tornaram-se uma bagunça, mas foi uma bagunça que combinou com o seu estilo selvagem.

No caminho de volta, o único som que ecoava era de nossas botas batendo contra o solo da areia. Aquele silêncio estava começando a me incomodar. Na noite passada você falou tanto; contou histórias sobre as estrelas. Senti falta das suas frases cuspidas sem pausa. Como se você lesse a minha mente, perguntou:

— O que vai querer comer no almoço de hoje?

Foi uma pergunta estranha. Virei o rosto para te olhar, mas você não me olhou. Era a primeira vez que fazia àquela pergunta. Sempre que você cozinhava, tinha costume de fazer comidas que eu comia quando estava em casa.

— Tanto faz.

— Ah qual é, Gem?! — Você reclamou e me olhou. — Diga-me o que você quer comer! Quero te fazer um prato especial. — Você deu uma piscadela. Até fez me lembrar de quando piscou para mim no nosso encontro no aeroporto em Bangkok.

Você estava se referindo a minha comida preferida. Deveria ter sido mais direto. Senti um frio na barriga porque sabia que queria me agradar. Apesar de que desde que me trouxe para aquele deserto, você tentou me agradar do seu jeito.

Não consegui sustentar o seu olhar. O que não é novidade. Olhei para frente e fiquei alguns segundos em silêncio. Pensei em dizer: “Milagre que você não sabe qual é o meu prato preferido”. Mas se eu respondesse algo deste tipo, você ficaria tenso e voltaríamos para o inicio; onde você se trancaria no galpão e só voltaria tarde da noite. Ou seja, outra barreira se ergueria entre nós. Passei a te conhecer muito bem, então para evitar qualquer coisa deste tipo, respondi:

— Eu gostaria de comer arroz com purê de batata.

Encolhi os ombros, pois era um prato estranho. Mamãe sempre dizia que era um tipo de comida diferente, mas eu amava.

Seu rosto pareceu iluminado como de uma criança que acabara de receber uma informação valiosa. Um sorriso de orelha a orelha se formou em seus lábios ressecados.

— Farei o melhor arroz e purê de batata para você, Gem.

Sorri. Meu sorriso não foi forçado. De alguma forma, vê-lo radiante, me causou uma sensação de alívio e ansiedade ao mesmo tempo.

Atravessamos a cerca entrando na área em que a Camela estava repousando com as pernas embaixo do corpo. Quando nos avistou, ela ergueu a cabeça, estava prestes a levantar quando você disse:

— Agora não, neném. — Você fez um gesto com a mão indicando para ela permanecer onde estava.

Era incrível como a Camela entendia suas palavras, pois desistiu de se levantar e voltou a descansar. Lembro de quando a capturamos. Você tinha sugado toda a selvageria dela, agora era um animal domesticado e dócil. Você a conquistou aos poucos, assim como estava fazendo comigo.

Entramos na casa. Você deixou a porta aberta e graças a esta o ambiente ficou claro.

— Vou começar a preparar o almoço. — Você me avisou. Ainda estava empolgado. Sua boca parecia congelada porque o sorriso não se desfazia.

Fui para o quarto, sentei na beira da cama e fiquei olhando para a janela. Ouvia o barulho das panelas que você pegava, mas procurei concentrar nos meus pensamentos.

Pensei na nossa conversa; quando você disse que me daria quatro meses para se acostumar com o deserto, caso contrário me levaria de volta. Precisava me manter firme, acreditar nas suas palavras, pois elas causaram esperanças. Através das tentativas de escapadas mal sucedidas, aceitei que você era a minha única rota de fuga. Só que algo ainda me cutucava. A amnesia em esquecer o rosto de meus pais me causou desespero. Precisava vê-los, voltar para eles. Voltar para o lugar do qual você não tinha direito de ter me tirado.

Suspirei. Era melhor concentrar em você. Gostaria de se aproximar e te mostrar que poderia confiar em mim, afinal dependia de você para que me levasse de volta. Queria fazê-lo acreditar que eu estava começando a se relacionar contigo; de forma a não te ver apenas como um sequestrador. Você me colocou em uma situação esquisita.

Pensar em tantas coisas me deixou com dor de cabeça. Resolvi tomar banho. Naquele mesmo dia usei pela primeira vez um dos vestidos que você comprou. Sabe-se lá por que.

O tecido do vestido era leve. Leve o bastante que se eu saísse com ele para fora da casa e passasse um vento forte estaria com problemas, mas gostei da cor verde e das flores estampadas. Você não deixava passar nada quando o assunto era meus gostos pessoais.

Quando apareci na cozinha, você parou de mexer a colher na panela e me olhou com as sobrancelhas arqueadas. Seus olhos percorreram o meu corpo dos pés a cabeça. Fiquei com vontade de te bater, porque você não disfarçou que estava me admirando. Fiquei com vergonha, me sentia uma menina boba quando está diante do namorado no primeiro encontro. Assim que percebeu que eu não estava à vontade com a sua forma de me olhar, rapidamente sua voz ecoou pela cozinha:

— Desculpe. — Você virou as costas e voltou a remexer a colher na panela. Aquele era o seu refúgio para não olhar em meus olhos. — Vestida assim, você parece uma garota sensível e delicada a qual quero proteger para sempre.

Suas palavras ficaram pairando no ar. Não queria pensar nelas. Pelo menos tentei não pensar nelas. Sentei na cadeira da cozinha, apoiei meus cotovelos na mesa para assisti-lo enquanto cozinhava. Aquela vontade de passar o dia ao seu lado, ainda permanecia em mim.

Você percebeu que eu estava te observando, pois até ficou meio atrapalhado. Era estranho te ver afobado daquele jeito. Você derrubou duas vezes a faca no chão e depois queimou o dedo com o fósforo quando foi acender o fogão. Desta forma, concedi que a minha presença pudesse atrapalhar o seu “almoço especial”, então decidi sentar no sofá da varanda.

Apertei os meus olhos para se acostumarem com a claridade. Desta vez, não demorou muito para que pudesse abri-los normalmente. A pressão do ar era sufocante. Você tinha dito que provavelmente a chuva cairia em algumas semanas, mas com a extremidade do clima abafado, era mais provável a chuva cair mais cedo do que você previra.

Escutei você derrubar alguma coisa na cozinha e seguidamente um xingamento ecoar por sua voz irritada. Era estranho ouvir tanto barulho, ainda mais feito por você. Estava com dificuldade para preparar um simples almoço? Não, você estava nervoso por preparar pela primeira vez uma comida que eu desejava. Você às vezes agia como um menino quando o assunto era “eu”.

Meus olhos se fisgaram em você, mas desta vez não percebeu que eu estava te observando. Você caminhava de um lado para o outro dentro da cozinha. Hora ou outra derrubava alguma coisa, mas depois de uns minutos comecei a sentir o aroma familiar. O cheiro do arroz e a pimenta branca que você não dispensava. Pela primeira vez fiquei ansiosa para degustar a sua comida.

Suspirei. Foi neste momento que percebi que estava te olhando com um sorriso esboçado. Certamente, minha expressão era tipo de uma menina quando admira o amado a distância. Balancei a cabeça para espantar estes pensamentos. Odiava esse efeito que você causava em mim. Às vezes agia de uma forma e só depois percebia o que estava fazendo. Ou seja, era como se existisse duas eu. A que deseja lutar para voltar para casa e a nova Gemma, a nova Gem que você estava trazendo a tona. A nova pessoa que nem eu mesma conhecia.

Fechei os olhos. A tonalidade laranja dominou as minhas pálpebras fechadas. Pensei, pensei muito em nossa situação. As coisas estavam tomando um rumo errado. Desculpa. Comecei a ficar confusa comigo mesma. A minha situação era bizarra. Através dos dias que estava naquele deserto, ao seu lado, passei a me acostumar e a agir como se tudo fosse... Normal. Às vezes, os meus pensamentos eram ocupados apenas por você e a natureza que nos rodeava. Não, sabe que não é normal esse tipo de coisa. Até porque isto é o início. Não era certo sentir nada em relação a você. Você tinha me sequestrado. O que aconteceria se me apaixonasse por você? Essa frase passou a dominar bastante a minha consciência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que vocês acharam?Gente, queria tanto encontrar mais pessoas que tenham lido essa maravilhosa obra. Meu deus//Queria poder debater sobre ela, enfim...Aguardo opiniões se alguém ler//Beijinhos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Another Tale" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.