E se... escrita por Virgo


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Pode ser meio feio da minha parte dizer isso, mas quando eu tô lendo Saint Seiya, eu dou mais risada do que levo as coisas a sério. Talvez seja porque eu já sei o que vai acontecer, mas tem hora que eu penso: "Não. Eles tão brincando comigo. Isso é sério?!". E é tipo nas horas que eles tão falando o óbvio ou tá acontecendo uma coisa muito brisada, ai você cai na risada e por mais que a coisa esteja feia no mangá, você não consegue parar de rir XD
Tenham uma boa leitura :)



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A aflição agora tomava seu coração e tudo o que podia fazer era rezar pela segurança do amado.

O moreno já tinha intervindo pelos Bronze antes na Casa de Gêmeos, mas tinha sido fazendo apenas o uso de uma pequena parcela de seu cosmo. E agora ele estava ali arriscando-se para ajudar os irmãos.

O virginiano não precisou se esforçar em nada. Com um único golpe foi capaz de reduzir os Bronzes a nada. Ainda estavam vivos, mas não por muito tempo se dependesse dele.

¬ É verdade que sou o homem mais próximo de Deus entre os Doze Cavaleiros de Ouro.— dizia se aproximando do virginiano mais novo. – Mas devo confessar que há algo que Deus tem e eu não. A compaixão para com os fracos!— ergueu a mão ameaçadora. – Porém, desferir o golpe final para acabar com o sofrimento pode ser uma demonstração de compaixão.

Sentiu algo acertar sua mão no momento que a descia contra o pescoço do jovem rapaz. Parou o ato antes de causar qualquer ferimento, vendo um liquido vermelho e quente escorrer por entre seus dedos.

¬ S-Sangue...?!— fazia muito tempo que não via o próprio sangue.

¬ Isso mesmo, Shaka de Virgem...

Virou-se para entrada de sua casa tendo de controlar sua fúria. O recém-chegado tinha abusado e desonrado sua morada, além de ter feito o mesmo com a grandiosa Casa de Virgem. Só com sua presença já se sentia tomado por sentimentos tão baixos e mesquinhos característicos de homens comuns, tais como a cólera desenfreada e o sentimento agonizante de vingança.

¬ Fênix.— teve que respirar muito fundo para não rosnar. – Tem ideia do castigo que recebera por me ferir?

¬ Não estou interessado.— respondeu assumindo a posição de batalha. – Mas digo que vai se arrepender por ter ferido meus irmãos de Bronze.

¬ Presunçoso. Ostensivo. Insolente.— rebateu. – Abusaste de minha bondade, ceio em minha mesa e descansou em minha alcova para trair a mim e meus companheiros logo em seguida. Manchou a minha honra e a desta divina Casa com sua presença profana e imunda. Vais pagar muito caro pelo ato parvo.

¬ Não teria tanta certeza disso homem “santo”.— respondeu mal educado.

¬ Veja seus pés então.— volveu. – Veja como já está adentrando o reino de dor e ódio conferido aos pecadores mortos.

Sangue. Muito sangue. Um mar de sangue. Sem fim ou começo, apenas sangue efervescente e turbulento, tentando tragá-lo de qualquer maneira. Era como estar preso em areia movediça.

¬ Nani?!— foi engolido de uma vez até o peito. – I-Isso é impossível! Uma gota de sangue não geraria um mar de sangue!

Lutava em vão. Quanto mais resistia, mais era arrastado para as profundezas.

¬ ARG!!— agora estava no pescoço. – ISSO É UMA ILUSÃO?!

¬ Huh! Não é ilusão.— respondeu já certo de sua vitória. - Mas digamos que é seu castigo divino.

¬ O... O que disse...?— estava difícil respirar.

¬ Mas ainda pode salvar-se. Desde que se ajoelhe e me venere, implore por meu perdão.— se bem que nem mesmo assim adquiriria o seu perdão, traiu a confiança ganha e isso não tinha perdão. - Talvez assim consiga sua remissão.

Sentiu uma pressão esmagadora. Já sentira aquela pressão outras vezes quando treinava com seus companheiros em dias normais, mas não fazia sentido algum a pressão, afinal seu único oponente era o leonino e duvidava muito que tamanho poder podia ser dele.

No entanto, se esqueceu de que errar é humano e que ele era tão humano quanto seu adversário era divino.

O sangue começou a borbulhar com mais intensidade e uma fumaça de gosto ferroso começou a tomar o lugar. Aquela reação era cada vez mais violenta, até que o sangue virava fumaça em instantes. Ao mesmo tempo a pressão de antes ia aumentando.

Logo se viu frente a frente com o moreno, o sangue que manchava sua pele ia evaporando aos poucos e um olhar cheio de ódio era adornado por sua expressão séria e dura.

¬ O... O sangue evaporou...?!— não conseguia acreditar, ele era um mero Bronze.

¬ Eu sinto muito, mas não acredito em deuses, muito menos em justiça divina.— endireitou a postura, seu olhar queimava por onde passava. – A única coisa em que acredito é na minha própria força.

Escadaria abaixo, por outro lado, as coisas continuavam nas mesmas situações.

A lacrima tinha ajudado bastante, mas não mudara em nada as condições em que a deusa se encontrava. Sempre que alguém tentava encostar na flecha, esta se afundava na carne e a lacrima voltava a ganhar tempo. Não era um tempo tão grande quanto o anterior, só que ainda era um tempo deveras valioso.

Com isso a aflição voltava a atingir os presentes com brutalidade, que não só temiam por sua deusa como também temiam pelos companheiros que batalhavam nas Doze Casas.

¬ Kiki.— chamou após ver a chama de Virgem começar a se apagar. – Consegue ver o que está acontecendo?

¬ Estou tentando.— o pequeno fazia careta. – Sei que meu Mestre também, mas nenhum de nós consegue. Virgem não quer que ninguém atrapalhe como Gêmeos foi atrapalhado, ele não vai deixar que nos infiltremos em sua morada ou em sua mente.

¬ E na mente de seus oponentes?— estava aflita, precisava de informações, qualquer que fosse.

¬ Vou tentar.— respondeu.

Além da agitação do pequeno acampamento, mais nenhum som era ouvido, nem mesmo os animais se manifestavam. O fato do silencio reinar somado com a forte pressão gerada pelos choques de poderes durante as batalhas era o que causava tamanha aflição e nervosismo na virginiana.

Foi quando o pequeno lemuriano deu-lhe uma resposta. O menino agarrou os cabelos cobre e começou a urrar entre lágrimas, sentia uma dor absurda. Sua primeira reação foi trazê-lo para seus braços.

¬ Kiki!— o menino continuava a urrar. – Kiki! Se acalme! Kiki!

O lemuriano mais velho não demorou para se juntar a ela nas tentativas de acalmar o menino. Este não parava de chorar e gritar, puxava os cabelos com força e apertava os olhos.

¬ O que houve com ele?!— perguntou o mais velho aflito, tocando sua cabeça com carinho e a ajudando a contê-lo com a outra mão.

¬ Eu não sei!— respondeu com a voz embargada. – Ele estava tentando ver o que acontecia em Virgem, então sugeri que tentasse pela mente dos rapazes não pela de Shaka, ai ele começou a chorar e gritar. Desculpa. Eu não sei. Eu não sei!— as lágrimas espessas escorriam por seu rosto, mostrando sua aflição e dor com a situação.

O mais velho iria dizer algo, mas acabou virando-se na direção das escadarias. Sua expressão era de surpresa e dor, ao mesmo tempo seu bebê se agitava sem parar em seu ventre e por alguma razão a imagem do moreno veio a sua mente.

Ao olhar para o relógio de fogo pode ver que a chama da Casa de Virgem tinha se apagado por completo. Naquele momento sua vontade foi de afogar-se em lágrimas apesar de não entender exatamente o porquê disso.

¬ Apenas mantenha-o em seus braços.— disse o mais velho tocando a testa do menor, que quase instantaneamente parou de gritar e chorar.

Apenas assentiu e viu o dourado se afastar. Não tinha ideia do que estava acontecendo, mas decidiu não perguntar justamente por temer a verdade. Por isso preferiu ficar ali acalentando o menino em seus braços.

As horas que se passaram eram torturantes. Aos poucos as chamas do relógio iam se apagando e o tempo de Athena se esvaia com o fogo azulado. Nesse meio tempo sofreram ataques, passaram pela aflição de verem companheiros caírem por ferimentos e exaustão, e sentiram outras vezes o mesmo peso de quando a chama de Virgem extinguiu-se.

¬ Urgh...— colocou a mão no ventre dolorido. – Calma...

¬ Está tudo bem Esmeralda?— perguntou o pequeno lemuriano ainda em seus braços.

¬ Urgh...— outra pontada. – Estou bem, Kiki...— fez carinho nos fios acobreados. – Descanse mais um pouco, está bem?

O mais novo anuiu e voltou a se aninhar no colo da virginiana, estava bastante confortável ali, ainda mais para ele que não tinha chegado a conhecer o abraço de uma mãe.

¬ Cavaleiro de Áries.— chamou um dos Cavaleiros de Bronze. – Seiya de Pegasus conseguiu chegar ao Salão do Mestre.

¬ E os demais?— questionou preocupado.

¬ Não se sabe ao certo.— respondeu.

O mais velho suspirou e o dispensou, mirando-lhe logo em seguida quando grunhiu de dor.

¬ Esmeralda.— chamou. – Tudo bem mesmo?

¬ Tudo...— outra pontada. – Estou ótima...

¬ Esm-...— pareceu travar.

Se encolheu de dor com a última pontada enquanto assistia o ariano virar-se levemente com a expressão um tanto atônita e mirar o nada.

¬ Essa voz que fala diretamente com meu cosmo...— falava com o nada. – É você, Shaka...?— atentou-se ainda mais ao suposto dialogo nesta parte. – Sei que você é capaz de voltar de qualquer dimensão sem minha ajuda.— grunhiu com uma nova pontada. – Está bem. Basta trazê-lo de volta à Casa de Virgem, certo? Está feito então.

¬ O que houve?— perguntou depois de um tempo.

¬ Prometo lhe explicar mais tarde.— respondeu se aproximando e ajoelhando-se a sua frente. – Agora me deixe ver o que está acontecendo com seu bebê.

Acabou concordando com uma nova e dolorosa pontada. Não sabia o que estava acontecendo ao certo, só sabia que agora se sentia estranhamente confortável, era como se o leonino estivesse ao seu lado daquele momento. Mal desconfiava que ele agora corria contra o tempo.

¬ Queria lhe pedir um favor.— disse o virginiano após ajudar sua armadura a se reintegrar. – Se você conseguir deter o Grande Mestre, gostaria que não tirasse a sua vida.

¬ Nani?— queria uma boa razão para não o fazer.

¬ Já disse durante nossa batalha que o Grande Mestre não é mau. Na realidade, ele é um defensor da justiça, porém...— hesitou por alguns instantes. – Não... Este não é o momento de explicar isso. Vá depressa.

¬ Mas, Shaka... Por que me trouxe de volta com você?— realmente não entendia.

¬ Porque, primeiramente, eu jamais tiraria o pai de uma criança. Também porque, pela primeira vez na vida, nasceu uma dúvida em meu coração e foi você quem a semeou.— respondeu desviando o rosto. – Agora vá!

Definitivamente o Cavaleiro de Virgem tinha subido em seu conceito. Ainda tinha a certeza de que brigariam caso um dia fossem comparar as ideias de mundo, só que agora também tinha a certeza de que ele era uma boa pessoa, apenas se esquecia de sua humanidade em alguns momentos.

¬ Shaka...— ficou o encarando por um tempo, mas por fim acabou indo.

As coisas também estavam começando a se tornar preocupantes escadaria abaixo.

Mais Cavaleiros se juntaram ao grupo que resistia no pequeno acampamento e os ataques finalmente pararam. Agora o que havia de mais desesperador era a vida de Athena por um fio e a situação em que a virginiana se encontrava.

¬ Tenha calma e respire fundo.— dizia o lemuriano. – Kiki. Qualquer coisa me grita.

¬ Sim, senhor, Mestre Mu.— respondeu o pequeno segurando a mão da virginiana.

Realmente não esperava que seu bebê fosse escolher justo aquele momento para nascer, mas a vontade era de seu bebê e não sua. Tudo o que podia fazer era respirar fundo e empurrar quando sentisse a necessidade.

¬ Urgh...— mais uma pontada. – Kiki. Quero que me informe de tudo, está bem?

¬ Mas...— o menino se viu perdido. – Mas Esmeralda...!

¬ Por favor, Kiki... Urgh...— se encolheu de dor.

¬ Tá bom!— respondeu segurando sua mão com mais força ainda.

Faltava pouco para a chama do relógio se apagar e, juntamente, a vida de Athena se esvair de vez. E a justiça só podia chorar frente aquele cenário de horror e dor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ;)

Bjs. L :3



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