Leiam as notas finais e iniciais!!

Acordei com os raios solares quentes entrando pelos buraquinhos de minha pequena janela.

Então, bem devagar, fui abrindo e fechando os olhos bem calmamente tentando me acostumar com a brilhante e resplandecente luz do dia. E finalmente, abri a janela pro mundo, mostrando minhas íris castanhas e as deixando expostas a nossa estrela diurna.

O dia sorria mais uma vez. Nada de nuvens tristes e pesadas, ou gotas de água caindo levemente no chão, que pareciam até o choro silencioso de alguém.

Com alguma dificuldade, devido não só à preguiça como também ao facto de a pequena princesa dentro de mim não parar um instante de se movimentar dentro do meu ventre, me sentei sobre o leito, me levantando de seguida e calçando minhas pequenas e peludas pantufas. Olhei brevemente para o aparelho electrónico colocado especificamente no criado mudo. Eram 8:30.

Depois, levei as mãos até minha barriga.

– Calma meu amor...

Senti então os pequenos pés de Catarina cessarem aos poucos as batidas. Sorri com seu ato. Vai ser uma menina linda e obediente.

Após este "diálogo" com minha bebé, me dirigi até ao box, me despindo e deixando posteriormente a água cair sobre meus ombros, relaxando meu corpo e levando consigo todos os pensamentos de ontem à noite.

Quando terminei, fiz o resto de minhas higienes matinais e rumei ao grande Closet de meu quartinho. Escolhi algo simples, umas calças de ganga azul, uma blusa na cor salmão bebé com leves detalhes de renda em cima do ombro, um sapato de salto plataforma baixo bejes e uma mala no tom beje também. Como não estava muito frio, dispensei amargamente o casaco.

Desci então a grande escadaria que levava do 1º andar, até ao rés de chão, e depois me dirigi apressadamente até a cozinha.

Tomei rapidamente o café da manhã, e de seguida foi até ao elevador, que, depois de descer 3 longos andares, finalmente abriu passagem.

Rumei então à rua, e peguei um táxi.

Meia hora depois, estava em frente do grande e conceituado "Hopital Salpêtrière".

(...)

– Liguem o disfribilador cardiaco, vamos salvar essa menina! (Finjam que elas tão a falar francês ta?)

Gritos e mais gritos, pessoas correndo de um lado para o outro, enquanto eu e Ludmila, estávamos bem no centro da sala tentando salvar aquela menina inocente e que ainda tem toda uma vida pela frente, que ainda vai descobrir o mundo... Mas parecia que nada dava resultado e que o maldito mundo estava conspirando...

– Mais voltagem! Dra. Castillo, peço-lhe que se retire!

_ Mas...

– Sem mas Violetta! Faça isso pela Catarina... faça isso pela Oceane...

Sem escolha, me retirei da sala de cirurgia, com gotas quentes saindo de meus olhos e escorrendo pela minha face. Segui então caminho para o meu escritório, e aí me deixei cair no choro...

– Porque meu Deus? Primeiro, perco meu melhor amigo que na realidade é o amor de minha vida, depois por extremamente pouco não perco minha filha, e agora quer me tirar também a Oceane?

Senti então que não estava sozinha naquele ambiente. Sequei as lágrimas e ouvi o leve bater da respiração de alguém. A única coisa que senti a seguir, foi alguém me abraçando.

– Vilu, você não me perdeu meu amor, eu estou bem aqui!

Olhei então para o rosto dessa pessoa, encontrando aquelas esmeraldas verdes que me faziam sonhar. Ele estava ali... bem na minha frente, sem qualquer sinal de ódio ou repulsa que eu pensei que teria quando o visse de novo. Eles emanavam felicidade, e brilhavam como duas estrelas, minhas estrelas...

– Eu te amo Violetta Castillo...

Depois, olhou para meu ventre e sorriu colocando uma de suas mãos lá.

–...amo vocês duas!

E pela primeira vez, numa voz rouca e baixa, me pronunciei.

– Eu também te amo Leónard Vargas... nós também te amamos.

A sua respiração já estava bem próxima de meu rosto, nossos olhares se cruzavam e novamente senti seus lábios pousando sobre os meus.