A Filha de Afrodite escrita por SrtaTames


Capítulo 2
Os dois colares. E o anel.


Notas iniciais do capítulo

http://www.franciscajoias.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/800x/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/a/n/anel-semi-joia-folheado-ouro-18k-pedra-natural-zirconias-francisca-joias_5_.jpg anel que Alison recebeu



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ALISON

Já era início da noite e, de acordo com Peeter (descobri que esse é o nome do sátiro), eu tinha dormido apenas umas 3 horas. Piper e eu estávamos saindo do lago de canoagem, terminando o tour pelo acampamento, e nós fomos ao refeitório, onde antes de tudo tinha que oferecer parte de sua comida aos deuses.

– Para você, mãe e... tios? - joguei metade da minha pizza na fogueira.

Piper me disse que eu ficaria no chalé 11 até ser determinada, se não me falha a memória era o chalé de Hermes, acho. Então eu não sentei na mesa dela, mas eu não gostei muito de onde eu fiquei. Tinhas dois irmãos beem parecidos, gêmeos talvez e só ficavam com sorrisos sarcásticos como se fossem aprontar a qualquer momento. E tinha mais menino do que menina. Depois que terminei minha refeição, Piper me apresentou e logo saí dali correndo antes de todo mundo. Andei em direção ao bosque, pensando nas poucas horas atrás.

Meu pai? Devia estar preocupado. Manda sua filha pra escola e ela desaparece do nada depois. Como eu falaria com ele? Olha, um bode e uma ave me fizeram desmaiar e me trouxeram para um lugar em um cavalo voador onde se treina filhos de deuses que estão sempre sujeitos a serem comidos por cães enormes e galinhas. Ah, normal. Coisas assim acontecem todos os dias.

Ainda não acreditava que meu pai tinha quase se casado com uma deusa e não me contara. O que eu não sabia era que, essa deusa estava mais próxima de mim do que eu imaginava.

Me sentei encostada em uma árvore. Uma garota grande de cabelos castanhos ondulados que usava uma faixa vermelha em torno de sua cabeça, devia ser um pouco mais velha que eu, chegou e sentou ao meu lado. Ela ficou me encarando por uns segundos como se quisesse me matar.

– Alison então. Filha de quem? - ela me perguntou.

– Não sei - respondi.

– Clarisse La Rue, filha de Ares.

– Deus da... guerra? - me afastei um pouco.

– Algum problema? - ela sorriu.

A forma como ela sorria me dava calafrios. Aquela garota me dava calafrios. Mas ao mesmo tempo me dava sensação de conforto, como se eu já a conhecesse de algum lugar.

– Nenhum - falei me ajeitando. - Você me seguiu?

– Por que saiu no meio do jantar? - ela finalmente desviou o olhar, ignorando minha pergunta. Aquele povo amava fazer isso.

– Ah, sei lá... Meu pai deve está preocupado.

– Ele provavelmente já deve ter entendido que você finalmente chegou aqui.

– Como? Não dei notícias.

– Ele sabe.

Ela falava com tanta certeza que quase acreditei. Aquela menina não tinha nada a ver com minha vida, ela não podia saber como meu pai estava. Nem eu sabia, por que ela deveria?

– Eu te segui - ela disse finalmente.

– Percebi.

Então ela me olhou de novo, me estudando. Fiquei meio incomodada.

– Vem. Hora da fogueira.

Nesse pouco tempo que ficamos conversando, meio acampamento já tava sentado no chão em volta de uma fogueira, e o fogo dela as vezes ficava baixo e as vezes alto, as vezes mudava de cor também. Pelo que ouvi, dependia do humor dos campistas. Aí enfim pude olhar melhor para cada campista.

Tinha um garoto de cabelos escuros e olhos verde-mar invejáveis que olhava para o chão, com os olhos perdidos e um pouco inchados; Piper estava conversando seriamente com um menino de cabelos cacheados que tinha um cinto de ferramentas; Clarisse estava com outro garoto, tinha aqueles irmãos com sorrisos sarcásticos, mesmo com todo o acampamento para baixo; tinha Drew, que de acordo com Piper era uma invejosa mal-humorada e mimada que só sabia mandar em tudo; vários filhos de Apolo estavam com arco e flecha, e alguns outros campistas estavam com elmo.

Todos envolta da fogueira, a não ser por aqueles irmãos, estavam com caras sérias e falavam pouco, claramente cansados. Alguns olhavam diretamente para mim, talvez observando o que aquela garota esquisita estava fazendo naquele monte de semideuses fortes e treinados. O fogo dessa vez estava baixo e roxo. Alguma coisa estava acontecendo.

Perguntei para Clarisse por que estavam todos daquele jeito e ela respondeu:

– Uma das melhores campistas desapareceu. A conselheira do chalé de Atena. Tá vendo aquele garoto ali? - ela apontou para o menino de olhos verde-mar invejáveis. - Ele acabou de salvar o mundo duas vezes e de perder a namorada duas vezes.

– Eu não aguentaria.

Ela assentiu. Parecia que de repente o assunto tinha se tornado aquela menina. Enfim fui dormir, porque estava exausta pelo dia de hoje. Cheguei no meu chalé que estava vazio e deitei em qualquer lugar. Minha mochila da escola estava em algum canto por ali, mas eu não me importava na hora. Acho que não faria mal pegar o lugar de outro campista só uma vezinha né?

Sonhei que estava em um lugar muito escuro onde se ouvia gritos por toda a parte. Era um abismo envolta de uma névoa laranja, amarela e vermelha como fogo e era quente lá dentro. Sem saber onde eu estava, olhei para trás, mas o caminho parecia infinito. Quando cheguei mais perto da beirada, deu para ver que também não tinha chão. Mesmo com o calor, uma sensação de frio percorria meu corpo, então olhei para trás.

A mesma garota pálida dos meus sonhos anteriores estava ali em pé, olhando fixamente para mim. Dessa vez usava um vestido branco e longo, preso com um cinto na cintura, seus cabelos voavam mesmo sem vento e ela estava em perfeito estado, sem ferimentos ou manchas. Carregava um arco e uma aljava cheia consigo, presa às costas. Ela se aproximou e me disse:

– Lembre-se disso quando chegar.

Assim, sem explicação, e me jogou dois colares e um anel. Um dos colares era simples e se encontravam 10 contas, igual aos dos campistas do acampamento. Outro colar era totalmente prateado, inclusive a figura de uma lua no centro. Já o anel era ouro mesmo (não é banhado, é ouro puro mesmo) e possuía duas pedras em cima: uma preta e outra dourada.

A garota começou a tremeluzir.

– Tenho que ser rápida. Olha, você vai saber como usá-los e para quem entregá-los. Apenas... leve consigo até tudo acabar. Adeus e boa sorte! Nos veremos de novo - e então ela sorriu e desapareceu.

Eu estava sozinha novamente, e olhei para baixo. Tirei meu sapato e joguei ali. Esperei alguns minutos sentada, dez talvez. Nada. Nenhum mísero som. Me levantei e segui sem rumo àquela estrada sem fim, esperando acordar.

O mais estranho quando isso aconteceu, é que um sapato do meu par não estava mais onde eu tinha deixado; Na minha mão estava os dois colares. E na outra, o anel.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap não é narrado pela Alison =) *suspense* *carinha de lua*
e ah, é assim que eu imagino o tártaro! bjxx



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