Só Para Manter O Jeito escrita por iRibeiro


Capítulo 2
2º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Tá aí mais um. Nada muito emocionante, mas aguardem o próximo...



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Finalmente chegou o final de semana da Winter Break, as aulas agora só voltariam depois do Ano Novo. Acordei no sábado um pouco depois das nove horas da manhã, com o cheiro de panquecas que com certeza era azuis. Levei uns minutos para sair da cama e me aprontar. Assim que entrei na cozinha minha certeza se confirmou, cara eu amo a minha mãe. Meu padrasto já estava terminando seu café e minha mãe acabava de fazer as últimas panquecas para mim. Sentei e então minha mãe me perguntou:

― Então filho, quais os planos para o recesso?

— Dormir, dormir, sair com a Annie, dormir mais um pouco e comer também. Tenho pensando em fazer isso, sabe como é.

Minha mãe riu, ela sabia que eu realmente faria isso. Terminei meu leite e as panquecas e fui me trocar para encontrar a Annie. Tínhamos combinado de ir ao Central Park, almoçar em alguma lá por perto, dar algumas voltas na pista de gelo do parque, e então voltar ao apartamento. Um dia tão simples e normal que chegava a ser estranho, nem parecia algo a ver com o nosso mundo de semideuses.

Vesti uma calça jeans, uma camiseta polo listrada de vermelho e verde, com um moletom por cima e calcei meus coturnos, era o que eu tinha de mais quente no momento. Lá fora devia estar uns 15 graus, mas com o vento parecia bem mais frio. Dei uma passada de mão no cabelo para não parecerem tão bagunçados e então peguei a carteira e as chaves. Sim, eu tinha um carro, muito maneiro a propósito, presente do meu pai por tantos feitos. E sinceramente mais do que merecido, que jovem não gostaria de ter um carro aos 17 anos. Sai gritando:

— Mãe, Paul estou indo. Até amanhã!

Ouvi um “tchau Percy!” enquanto eu fechava a porta. Peguei o elevador para o subsolo e lá estava o meu amado carrinho, um Audi RS7 Sportback. Era incrível e todo modificado para um semideus. É resistente a bronze celestial, a dardos, garras, alguns venenos. E também tinha algumas modificações internas, como por exemplo:

– GPS sempre atualizado com todos os lugares mágicos marcados;

– Um estoque, penso que seja infinito, de dracmas;

– Rádio com informações do mundo mágico e também do mortal (música é essencial);

– Um dispositivo antirroubo (lê-se dá choque), no qual apenas eu e Annie podíamos abrir a porta do motorista;

– Um console em que eu podia ativar algumas funções de ataque;

Sobre esse console eu precisava aprender como usar ele, só sabia ativar o ar condicionado. Mas vou tenho esse recesso para fazer alguns testes. Liguei então o carro e fui para o apartamento da Sabidinha, já tinha o controle do portão de lá, ou seja, era chegar e entrar. Quando cheguei, a nova vizinha da Annie estava no elevador e ela o segurou para mim. Ela era bonita, tinha um cabelo castanho claro e ondulado, um rosto suave. Se fosse semideusa, seria filha de Afrodite, pois tinha um olhar muito forte. Esse que estava me deixando constrangido, o apartamento ficava no 15º andar e a viagem parecia demorada. A garota não parava de olhar, no 10º ela resolveu aproximar um pouco e então disse:

— Está indo ver sua namorada?

Levei um instante para responder.

— Sim, temos um programa de namorados hoje.

Disse sorrindo.

Ela então sorriu de volta e se aproximou mais um pouco, 13º andar.

Quando chegamos ao 15º e as portas abriram ela apertou o botão para fechar as portas e realmente se aproximou. Começou a tatear meu peito e desceu a mão para o meu bolso. Foi ai que percebi uma mudança no seu rosto, um sorriso sinistro começou a surgir, no mesmo instante a empurrei e levei a mão no bolso do moletom e peguei minha caneta. A menina de rosto suave e provável filha de Afrodite transformou-se em um monstro a La The Walking Dead e veio com todo para cima de mim. O espaço não ajudava muito, mas consegui ir para perto do painel e apertei o botão de abrir portas e fui para o corredor, destampei Contracorrente. A Projeto de monstro veio na minha direção e bastou um corte para pulverizar a monstrinha. Mas foi o suficiente para sujar o chão e minhas roupas.

Annabeth então abriu a porta com a expressão de confusão e preocupação. Desde a última guerra sempre ficávamos assim quando algum monstro aleatório nos atacava. Mas abri meus braços e fiz minha melhor cara de “relaxa, não foi nada”.

Quando entrei fui direto ao banheiro para lavar o pó das mãos e do rosto. Dei um tapa no cabelo e vi pelo canto do olho Annabeth parada no batente da porta de braços cruzados. E então disse:

— Não acredito que a minha vizinha era simplesmente um monstro e eu não percebi.

Vi no rosto dela a chateação por não ter percebido, típico dos filhos de Atena, ficam assim quando não sabem ou percebem qualquer coisa.

Sequei minhas mãos e fui de encontro a ela, coloquei minhas mãos nos seus ombros e percebi que ela relaxou e então disse:

— Com a quantidade de proteção mágica que tem aqui você e nem ela saberia da presença uma da outra. Fico feliz que tenha acontecido comigo, te protegi mais uma vez Sabidinha. Você sabe que amo fazer isso tanto quanto amo você.

Ela me olhou quase derretendo, acreditem tenho esse efeito também. E me puxou para perto e deu um beijo quente e carinhoso ao mesmo tempo. Como se agradecesse por cada palavra. Claro que eu correspondi e aprimorei. Puxei-a para mim e aprofundei o beijo. Paramos por falta de ar, infelizmente. Olhei para ela e dei um beijo casto na testa. Fomos para a cozinha porque ela estava terminando seu café quando a confusão começou, pediu então para eu contar o que tinha acontecido.

— Bom, eu cheguei e ela já estava no elevador, segurou para mim e começamos a subir. Quando passamos pelo 10º andar ela começou a se aproximar de mim e tateou, eu acho, atrás de Contracorrente. Quando chegamos ao seu andar ela fechou a porta e veio para cima de mim, consegui desviar. E sai para o corredor e puf acabei com ela.

Terminei com um sorriso no rosto, sentia falta dessa adrenalina de ataque.

— Mas... Ela tateou onde?

Olhei para ela com cara de “oi?”.

— Hãn, aqui e no bolso da calça.

Apontei para o peito e o bolso traseiro. Annabeth olhou como quem dizia “ela tocou em você, e não fez nada? Sério?” Olhei precavido. E Annie terminou seu café, recolheu a xícara e o prato que antes tinha algumas torradas e colocou-os na pia. Veio na minha direção com um olhar que ia do nervoso ao vou bater em você. Mas quando ela chegou perto, encostou os lábios perto do ouvido e falou:

— Quem toca em você sou eu e mais ninguém. Se isso se repetir Perseu...

Então ela saiu andando ou praticamente pisando forte, enquanto os pelos da minha nuca estavam eriçados e eu morto de vontade de puxar ela para mim.

Ela se trocou rapidamente, e como sempre estava linda de matar (literalmente dessa vez). Vestia um jeans claro, com uma blusa azul e um casaco preto, calçava botas e usava um cachecol xadrez, carregava uma bolsa pequena do lado. Tão linda. Mas seu olhar estava duro, mas no fundo eu sabia que era algo passageiro, daqui a pouco eu iria impressionar ela. Abri a porta, iríamos iniciar nosso passeio de namorados quase normais. Esperamos alguns poucos segundos até que o elevador chegou e assim que entramos, então chegou o momento de impressiona-la. Assim que a porta fechou, trouxe-a para mim e olhei nos seus olhos cinza e tempestuosos, lindos também. Segurei seu queixo e disse:

— Eu sou seu, meu amor. Você pode me tocar agora que não vou puxar Contracorrente. Nunca esqueça, sou seu.

Tirei a mão do seu queixo e levei-a para a suas costas puxei para mais perto de mim e lhe deu um beijo rápido, porém intenso. Quando abri o olho, as portas se abriram também revelando um casal de idosos, que ficaram sem jeito e eu também fiquei sem jeito. Demos passagem para eles e logo Annabeth puxou minha mão para dela e entrelaçamos nossos dedos. Olhei para ela e vi que o cinza de seus olhos agora estava mais suave, e também era lindo desse jeito. Por fim, ao entrarmos no carro ela disse:

— Hoje será um dia bom, Cabeça de Alga.

E me deu o seu melhor olhar, aquele olhar calmo e seguro que eu já sabia muito bem o significado. Como eu amava essa Sabidinha. Dei partida no meu carro e fomos para o caminho do Central Park para termos um dia normal a nossa maneira.


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Notas finais do capítulo

Aguardem o próximo capítulo, pois tem uma Deusa observando esse casal...



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