— Percy, o poder manipulador é na verdade ele conseguir controlar os outros para fazerem o que querem. Inclusive monstros.

— Então aqueles soldados, ele recrutou eles?

— Provavelmente, mas não entendo porquê simplesmente não controlar o pessoal do UFC para conseguir o que ele quer.

— Talvez ele não consiga controlar mortais. E usa monstros para intimidar.

— Agora eu babei, como concluiu isso?

Eu falei rindo e dando um beijo na sua bochecha.

— Para de ser ofensiva, eu penso muito.

Ele falou rindo e me puxando para um beijo.

— Tá bom, e agora senhor pensante, o que fazemos?

— Vamos tentar falar com ele antes da luta. Ele parece ter medo de deixar essa vida fácil daqui, mas não podemos deixar ele controlando ex-soldados para conseguir o que quer. Ele precisa mesmo do apoio do Quiron, da Clarisse. Qualquer hora pode aparecer um monstro do mal querendo usar ele. E bum, teremos outra guerra para enfrentar.

— Pelos deuses, você anda pensando muito!

— Verdade, mas não só sobre isso.

Ele falou olhando para além da parede a qual encarava.

— Ei, algum problema?

— Não, não. Só é algo que venho pensando há um tempo. Acho que já tá na hora colocar pra fora.

— Você tá me assustando. O que tá pensando?

— Não se preocupe logo você vai saber Sabidinha. Agora vem aqui, vamos dormir. Se acharmos o Cam antes, voltamos antes.

Nisso o assunto se encerrou com ele me puxando para si. Antes de pegar no sono, a curiosidade sobre o que o Percy estava pensando me fez pensar em mil coisas. O que aquele Cabeça de Alga estava aprontando?

Acordei na quinta por volta das 8 horas da manhã, a luta como não era uma das principais seria mais cedo às 3 horas da tarde. Levantei e fui tomar banho porque o dia seria agitado. Foi ai que senti duas mãos apertando meus ombros, descendo vagarosamente para minha cintura e finalmente nos juntando.

— Bom dia meu amor.

— Bom dia meu lindo. Preparado pra hoje?

Ele começou a encher a banheira rapidamente me puxando para sentar junto dele.

— Sempre tô.

Uma fala abafada porque seu rosto estava na curva do meu pescoço.

—Poderia acordar todo dia assim, eu não reclamaria.

— Concordo, concordo e concordo. Logo acabamos com essa história de escola e podemos passar muito mais tempo juntos.

— Faltam alguns meses até junho. Mas é isso aí. Nossa.

Ele tinha virado meu rosto para si enquanto a outra mão descia pela minha barriga. Provocando arrepios involuntários.

— Quero te pedir uma coisa, desculpa se assim meio atrapalhado eu também não sei se agora é a hora, devia ser mais formal. Caramba.

Ele falava urgente e tinha esquecido até de respirar.

— Ei, calma. Respira aí. O que tá acontecendo Percy?

— Ok. Seguinte, aqui com você assim tão próximo sentido você, e tudo o que você provoca em mim sem mesmo me tocar. Fora o que já passamos juntos, o que vamos passar. Em como você se tornou a razão de tudo. Sabidinha você é a pessoa perfeita pra mim como se eu tivesse te encomendado.

— Ainda bem que você nunca precisou me comprar. Seu jeito, sua força, até seu corpo me faz querer ter você pra sempre.

— Pra sempre?

— Sim.

— Eu também, te quero pra sempre. Desse jeito, juntos, enfrentando o mundo mortal e imortal. Preparados pra tudo.

— Você acordou inspirado hoje Percito. Acredite também quero tudo isso com você.

Ele me puxou novamente para si. Dando-me um beijo calmo, selando tudo aquilo que estávamos conversando. Então me virei para ele, passando as pernas pela sua cintura nos juntando de vez.

Beijei seu pescoço levando minhas mãos para o ponto nas suas costas. Ouvi um gemido baixo saindo sem sua permissão. Isso bastou para que eu subisse de vez em seu colo. E ali naquela banheira com a água na temperatura perfeita concretizamos o nosso para sempre.

Após aquele banho perfeito nos trocamos e fomos atrás do café da manhã. Comemos reforçado, só para garantir. Depois subimos para o quarto arrumando todas as nossas coisas. Fiquei me perguntando se ainda ia precisar usar aquele vestido, mas levei-o de qualquer jeito.

Coloquei MGM no GPS, e ficava bem próximo de onde estávamos. Seguimos na direção de lá, ao chegarmos lá vi que além de ter espaço para eventos era também um hotel e um cassino.

— O que um lutador faria antes da luta?

Percy perguntou.

— Bom, cassino, piscina, ficaria no quarto.

— Vamos dar uma olhada nas piscinas, se ele estiver em alguma deve ser interna. Nem aquecedor espanta o frio que tá lá fora.

— Ok, vamos então.

Passamos pelas piscinas e nada. Resolvemos então tentar o cassino, apesar de parecer pouco provável estava agitado demais para alguém que precisava concentrar antes de uma luta. Quando passávamos por um grupo em volta de uma mesa de dados três caras nos barraram.

— Ei!

— Com licença mocinha, vocês poderiam esperar?

Percy me puxou para trás colocando-me atrás de suas costas e deixando sua mão esquerda no bolso.

— Esperar pelo o que? Quem é você?

— Pelo meu comandante.

Então ele acenou para um rapaz sentado nos fundos do cassino, próximo do bar. Era o Cam.

— Vamos?

Seguimos em direção à mesa que ele estava sentado, tomando apenas água.

— Olá casalzinho! Gostando de Vegas?

Percy quis guiar a conversa.

— Não temos boas lembranças daqui.

— Ah, já vieram aqui antes?

— Sim, Hotel e Cassino Lótus, conhece?

— Claro, já me colocaram lá. Mas sai para seguir com as lutas.

— Então lutar é a sua coisa?

— Sim, sempre tive aptidão para aprender os vários tipos de luta, e com meu poder consegui pessoas para fazer com que eu subisse mais rápido.

Eu precisava entender o poder dele.

— Licença, esse seu poder. Ele manipula apenas soldados?

— Sim, sejam eles mortos ou mesmo vivos.

— Interessante.

— Então cara, por que você não quer ir para o Acampamento? Por favor, não fique na defensiva só queremos conversar.

Ele se remexeu na cadeira desconfortável e tomou um gole da água.

— Aqui é meu lugar. Aprendi a me virar porque e aqui tenho tudo o que preciso. As lutas principalmente. E hoje é o meu começo no UFC, se eu conseguir a luta e usar os soldados logo atinjo o máximo.

— Entendi, são boas razões. Os sátiros te contaram sobre como é o Acampamento?

— Não dei a oportunidade, mas vocês parecem conhecer bastante lá né?

— Annabeth conhece mais ainda, conta pra ele Annie.

Ele passou o braço pelos meus ombros.

— Eu fui para o Acampamento bem nova, o Percy foi aos 12. Antes era bem mais complicado, havia muito mais monstros. Depois da Guerra diminuiu muito.

— Reparei mesmo, menos ataques.

— Sim, essa missão nossa foi muito calma, até tava com medo de ter perdido o jeito, porque já tem alguns meses que não estamos no Acampamento treinando todos os dias.

— É treino diário? Treino forte mesmo? Por que não estão lá?

Ele parecia realmente curioso sobre como funcionava o Acampamento, então decidi aproveitar toda essa curiosidade.

— Sim, treinamos todos os dias. Temos aulas de esgrima, arco e flecha, escalada, grego, tudo o que um semideus precisa pra sobreviver no nosso mundo.

— Tem de luta?

— Sim, sua irmã que ensina Clarisse Larue.

— Nunca tive ninguém assim, irmã sabe.

— Eu também não, mas me encontrei no Acampamento. Atena tem muitos filhos lá.

— Então você é filha da sabedoria. Legal. E tem muitos filhos de Ares?

Eu ri sem graça e Percy falou.

— Bastante, só perde para Apolo e Hermes. Ah, eu ensino esgrima e dou um apoia na canoagem. Fora que temos a fogueira, caça-bandeira e o refeitório. Melhor lugar, sério.

— Muito bom.

Ele parecia estar debatendo sobre tudo.

— Temos outro Acampamento também, o romano. Vamos iniciar o intercâmbio no verão. É algo recente. Percy conhece lá mais que eu. Mas como você é filho da versão grega, tem que conhecer o Meio-Sangue.

— Entendi.

Ele estava realmente pensativo. O que mais poderia convencê-lo definitivo?

— Cara, você parece estar considerando tudo isso. E eu só digo pra você, vale a pena. Lá é um novo começo e você vai curtir demais aquele lugar. Eu me encontrei lá, me preparei lá, encontrei a Annie. O Acampamento vai te dar muitos coisas, e depois que você conhecer o Quíron e conversar com ele. Vai entender porquê é tão incrível.

Depois que Percy disse que me encontrou lá, não prestei atenção em mais nada. Ele se superava.

— É cara, parece ser bom mesmo. Mas eu vou deixar de ganhar com as lutas e tudo mais.

— Você não vai deixar de ganhar. Ser semideus tem suas vantagens. Dizem que sempre temos sucesso no quer que resolvamos para nossas vidas. E outra vai pra lá aprende sobre o nosso mundo, esteja preparado para qualquer combate, e então volte a investir na luta.

— Interessante.

— E seu pai quer que você esteja lá. Ele pediu para fazermos isso. Acredite quando os deuses demonstram algo é importante.

— Meu pai quis?

— Sim, na verdade a Afrodite também. Mas isso é coisa nossa.

— Hum. Que horas são Annabeth?

— São dez e meia. Por quê?

— Daqui ao Acampamento demora muito?

Olhei para ele e depois para Percy não acreditando, conseguimos.

— Um dia e meio se formos sem parar.

— Com três motoristas é mais rápido ainda não?

— Sim, é sim.

Eu disse rindo.

— Você vai mesmo? Caramba, obrigada. Eu não sei o que Ares faria conosco se não levasse você.

— Melhor irmos não. Minhas roupas estão aqui no hotel e posso passar em Nova York para comprar outras.

— Sim, vamos agora mesmo.

Assim os três levantaram seguindo em direção à saída. Estava de mãos dadas com Percy e nossa volta seria tão calma como a vinda. E no final veríamos nossos amigos. Nada mais podia deixar esse fim de ano mais perfeito.