Entre suas asas escrita por AndreZa P S


Capítulo 7
É melhor cortar o mal pela a raíz, não é?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela a demora, meu note deu bugue. :'(
Escrevi o Capítulo agora, espero que goste!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612090/chapter/7

Eu esperava por Patch na sala de aula, o lápis que eu segurava batia continuamente na mesa escura. Soltei um suspiro quando o sinal bateu e o professor Nathanael apareceu. Digamos que estava ansiosa por vê-lo, mas ao mesmo tempo me sentia muito envergonhada com o incidente da noite anterior. O que aconteceria a seguir? O que ele queria comigo? Tipo, eu definitivamente não deveria fazer o tipo dele. Marcie se encaixaria mais em seu perfil: relaxada com os estudos, adora se meter em encrenca e não media esforços pra atingir seus objetivos, mesmo que tivesse que apelar para meios clandestinos.

Eu não...eu era tão...normal. Certinha. Careta, como dizia Vee.

Quando o professor depositou a mochila em cima de sua mesa e postou-se diante da turma, Patch adentrou a sala aparentemente calmo, sem se importar por ter chegado cerca de 10 minutos atrasado na aula.

–Patch -cumprimentou o Sr. Nathael, a expressão um tanto séria.

Patch balançou a cabeça firmemente e dirigiu-se preguiçosamente até mim. Arrastou a cadeira o suficiente para que pudesse se sentar e lançou-me um sorrisinho maroto. Retribui e deixei com que meu cabelo fizesse uma cortina grossa e cacheada entre nós, para poder ter algum tipo de privacidade para corar e tal...

–Bom, acredito que a maioria de vocês tenham ouvido boatos sobre mim- começou o professor ao cruzar seus braços, perecendo bem pouco à vontade. De repente passou-me pela a cabeça que ele não queria estar indo embora da escola. Que não fora escolha sua.- E caso os boatos tenham sido de que vou me ausentar do colégio por algum tempo, então os boatos estavam certos -ajeitou os óculos que começava a escorregar pelo seu longo e fino nariz e sorriu fraquinho.- Vocês terão aula com um novo professor, o lado bom é que ainda estamos no início do ano! Terão muito tempo para se acostumarem com o meu substituto.

Houve murmurios de lamentação na sala. O Sr. Nathanael não era a pessoa mais legal da escola, mas sentiriamos falta de seus sermões e ideias criativas. Eu acho. Ele abriu ainda mais o seu sorriso, claramente satisfeito com a nossa reação.

–Por que o senhor vai ir embora?- Perguntou uma garota com as pontas dos cabelos roxas.

–É complicado...-começou, erguendo minimamente os ombros. Parecia não estar disposto a dar explicações. Talvez nem sequer soubesse o motivo. Minha mente começava a se agitar e a criar possibilidades. Geralmente quando desconfiava de algo, não era em vão. E me orgulhava disso.

Alguém bateu na porta, interrompendo o início da explicação cheia de reticências do professor. Ele percorreu o curto espaço e abriu-a, deixando com que um sujeito de belos olhos azuis adentrasse o recinto. Era o tal de Damon, que Vee e eu vimos hoje mais cedo. Olhando mais de perto, ele deveria ter menos da metade da idade do Sr. Nathanel.

Percebi que Patch se contraiu todo ao meu lado e escorregou um pouco na cadeira. Sua mandíbula estava contraída. Minha atenção vacilava de segundo em segundo entre o Sr. Damon (era estranho chama-lo de 'senhor', já que devia ser apenas uns seis anos mais velho que a classe) e Patch.

O professor Nathanael gesticulou amigavelmente para o jovem ao seu lado.

–Esse será o novo professor de matemática de voçes, Damon Salvatore!

Algumas meninas soltaram gritinhos de aprovação. O Sr. Nathanael pigarreou e prosseguiu:

–Acredito que ele será um ótimo professor, com seu próprio método de ensino. Vocês não serão prejudicados de forma alguma, eu garanto.

Ele fitou Damon, esperando que ele compreendesse a deixa.

–Érrr, pelo o pouco que já conheço o Nathanael, posso presumir que ele se dedicara completamente a vocês nesse pouco tempo de convívio, e espero que eu seja bem aceito pela a turma, prometo ser o melhor que puder.

O sorriso dele era encantador. Muito educado. Cara de rico. Simpático. E apesar de tudo isso, eu não conseguia tirar aquele olhar sinistro de hoje mais cedo da minha cabeça. Quer dizer, talvez eu tenha sonhado...já que até o momento ele não me encarara mais do que o necessário. Patch soltou algo parecido com um grunhido, muito baixo. Tão baixo que talvez eu tivesse imaginado.

Será que Patch o conhecia? Qual a relação entre eles? Ex-namoradas?

Ao meu ver (pelo menos até aquele momento), ambos não tinham muito em comum. A única coisa que poderia dizer, é que o arrepio gélido que sentia com Patch, havia sentido com aquele homem também.

As apresentações não se prolongaram muito, e pouco tempo depois Damon havia saído, deixando o professor continuar a aula. Falou sobre números e mais números, e se despediu de nós mais uma vez quando o sinal bateu. Dessa vez com uma leve aura de tristeza enfeitando suas palavras.

Patch me esperava no corredor. Suas calças jeans eram justas e ficavam um tanto abaixo de sua cintura. Estava pretendendo passar por ele direto, fingindo que não o vi parado ali, mas ele me puxou delicadamente pelo o braço. Seu cabelo emaranhado agora estava protegido por um velho boné.

–Ah, oi...não tinha visto você ai- falei dissimulada, mesmo sabendo que ele sabia que eu estava mentindo descaradamente. Patch passou a língua no seu lábio inferior e sorriu.

Droga, aquele desejo de ter sua boca na minha me invadiu com força novamente. A única coisa que me impedia de agarra-lo agora, eram as centenas de pessoas passando por nós naquele momento.

–Sério?-Perguntou.

Não consegui me conter, e sorri. Na noite anterior eu havia me rendido (parcialmente) a ele. Havia confessado a mim mesma a atração irresistivel que sentia por sua pessoa.

Balancei a cabeça minimamente.

–Não parecia.

Dei de ombros.

–Vai ficar segurando meu braço por muito tempo?- Perguntei tentando parecer emburrada, mas um sorrisinho chato insistia em permanecer no meu rosto.

–Você quer que eu te solte?- Ele quase sussurrou, me olhando tão intensamente que pensei que poderia me desmanchar toda a qualquer momento.

Nora, o que está acontecendo com você?, pensei.

–Sim -disse com pouca convicção. Patch soltou uma risada baixa e rouca.

E me soltou. Pegou um pedaço de papel rabiscado de dentro da mochila e me entregou. Antes que eu pudesse abri-lo e ver do que se tratava, Patch se despediu.

–Temos um trabalho por fazer. Venha me ver- Murmurou com um sorriso indecente nos lábios antes de se virar e partir. Observei suas costas largas se afastarem de mim, deixando uma estranha sensação no ar. De repente, sem estar afetada pela a presença de Patch, cheguei a conclusão de que aquilo defintivamente era um erro. E deveria acabar antes que começasse. Cortar o mal pela a raíz.

Depois de chegar até o estacionamente e me abrigar dentro do meu carro, abri o papel branco que ele havia me entregue. Estava escrito um endereço que nunca tinha ido na vida, apesar de saber mais ou menos onde ficava. Tinha um número de telefone também.

Fiquei fitando o papel por vários minutos. O que aquilo significava? Patch estava brincando comigo, não é? Ele deve achar que sou mais uma na sua lista de peguetes! Se ele acha que seria mais um alvo fácil na sua vida, estava muito enganado!

Quando Vee entrou e me viu, ergueu uma de suas sobrancelhas.

–O que aconteceu? Você parece que está a ponto de matar alguém, baby.

Dei de ombros e tentei me recompor.

–Estressada, tenho prova de química amanhã, e você sabe que não sou muito boa com números.

Vee soltou uma risadinha marota.

–Me engana que eu gosto. É o Patch, né? O que foi? Descobriu que está super atraída por ele e está com medo de sucumbir aos desejos da carne?

Liguei o motor do carro.

–Você é tão idiota, não sei como consigo ser sua amiga.

–Querida, eu sou a luz da sua vida, sou a alegria da sua vida...me ame.

–-----------------------------♥-----------------------------

Na manhã seguinte Patch não apareceu. O novo professor foi super querido, e eu começava a suspeitar de que pegara implicância sem motivo algum, apesar daquele arrepio erguer os pelos da minha nuca toda vez que ele sorria para mim.

Assim que cheguei em casa e me joguei no sofá, recebi um SMS de mamãe dizendo que iria dormir na casa de Hugo essa noite. Eu ficaria sozinha, e apesar de meio que estar acostumada com isso, não me sentia à vontade. Havia jogado o papel que Patch me dera no lixo, mas o endereço que estava ali pairava na minha mente a cada cinco minutos. Eu não queria mais envolvimento com ele, não queria. E agora que o Sr. Nathanael tinha se afastado da escola, e Damon não mencionara nada sobre trabalho algum, talvez eu estivesse livre dele. Talvez eu pudesse fazer dupla com outra pessoa..., quem sabe Scott -que matou aula ontem e hoje, por sinal.

Me levantei num rompante e me olhei no espelho. Ajeitei os cachos com o dedo, tentando defini-los o máximo possível. Lambi os lábios, dando-os um tom mais natural e menos ressecado.

Bom, eu não sabia quando veria Patch novamente, e queria acabar com aquela palhaçada o mais rápido possível. Sem me dar tempo de pensar melhor no assunto e mudar de ideia, peguei as chaves do carro e dirigi pelas ruas. Estava começando a escurecer, e um vento razoavelmente forte agitava as folhas das àrvores do lado de fora do carro. Estacionei em uma das ruas mais ricas da cidade. Haviam várias construções antigas que foram recentemente restauradas. Quando tomei coragem e saí do aconhchego do Fiat, fui assaltada por uma friagem típica do início do inverno. Deveria ter colocado mais um casaco...

Enfiei as mãos dentro do bolso da minha jaqueta e caminhei lentamente pela a rua, procurando o número 361. Não demorei muito para encontrar uma bela casa. Tinha dois andares e era a única que tinha uma construção moderna das redondezas. Meu coração começou a marchar dentro do peito. Engoli em seco e subi os dois degraus que levavam para a varanda. Apertei a compainha.

Ouvi o som de passos e menos de 5 segundos depois Patch abriu a porta de carvalho, surgindo diante de mim com uma regata branca -apesar do frio- e cabelo bagunçado. Seus olhos se demoraram em mim, me analisavam veementemente. Vi passar pela a sua expressão surpresa, diversão e uma notinha de presunção.

Como ele não disse nada, eu corei.

–Oi- falei, sem jeito.

O que eu estava fazendo ali mesmo?

Apesar de seus lábios estarem compridos em uma línha rígida, muito obviamente tentando esconder o sorriso, seus olhos estavam fervilhando de humor. Patch gesticulou para que eu entrasse.

Meus olhos focaram por um momento atrás de Patch. Será que eu realmente deveria entrar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

õ/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre suas asas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.