Já fazia alguns dias que Yue e Seishirou tinham saído, Ryuho ainda não tinha voltado. Iza temia que tivesse acontecido alguma coisa grave no meio do caminho. Porém não tinha muito tempo para pensar nisso, todos os dias tinham muitos feridos, e tinham que se dividir entre cuidar dos feridos e cuidar da comida. Miya estava em cima dela sempre que via que a sacerdotisa deixava de comer ou descansar, e toda vez que a morena reclama de tal atenção, Miya sempre respondia que estava seguindo recomendações de Yue.

O dia estava claro, porém não transparecia tranquilidade, Iza corria de um lado para o outro, tentando atender a todos. Para sua sorte os lobos e lobas que estavam bem a ajudavam muito, e todos a respeitavam e adoravam.

Quando Iza terminou de cuidar de mais um lobo, Miya veio correndo avisando que seu primo tinha chegado junto com Myoga e Toutousai, Iza correu para encontra-los.

— Até que enfim! Que demora! Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou afobada.

— Relaxa prima. Não aconteceu nada demais. Demorei para achar o velho Toutousai, ele estava no nosso vilarejo fazendo uma visita. Nossos furiosos com a situação, tio Inuyasha principalmente – falou ele.

— Senhor Inuyasha quase quis vir junto, porém sua mãe o convenceu a ficar lá, seu pai nervoso só iria piorar as coisas e além do mais tinha que ter alguém protegendo a vila – falou Toutousai.

— Bem eu casualmente estava fazendo uma visita na vila e quando o seu pai ficou sabendo de tudo, ele me mandou vir também – falou Myoga. 

— Muito obrigada, aos dois. Toda ajuda vai ser bem vinda – falou a pequena miko.

— Fico feliz que puderam vir, eu gostaria que não fosse preciso – falou Kenji, chegando junto com os pais.

— Bem vamos aos assuntos importantes. Ryuho me contou as coisas por cima, e eu fico muito surpreso da Souunga ter sido despertado. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer – falou Myoga preocupado.

— De início precisam saber que Souunga tinha outra forma. Era um Dai-Youkai muito poderoso, ele ficava mais forte usando cadáveres, e sugando a alma das pessoas que acabavam de morrer. Quando estava em sua forma verdadeira era um verdadeiro horror, youkais, humanos, animais, Souunga não fazia diferença, seu maior desejo era destruir tudo, até que com a ajuda de uma poderosa miko e um outro Dai-Youkai, conseguiram lacrar a alma de Souunga em sua espada, porém o poder era tão grande que não conseguiram deixa-lo totalmente adormecido, por isso que quando alguém que não seja tão forte, tenta empunha-la tem seu coração e alma possuídos. Antes do Inu-Taishou tê-la, todos os outros falharam em usa-la. Somente com ele a Souunga ficou quieta. Agora... eu não faço a mínima ideia de como lacra-lo novamente – explicou Toutousai suspirando.

— Mas... não é usando o poder da Tenseiga e da Tetsaiga? – perguntou Miya.

— Era da primeira vez, porém como eu não sei como que ela voltou, poder que a mesma técnica não funcione – explicou Myoga – se usaram algum feitiço, este pode anular o selo das duas espadas que senhor Inu-Taishou fez.

— Seishirou e Yue saíram para investigar a área dos inimigos, pode ser que consigam descobrir alguma. Do jeito que minha irmã é, não vai deixar escapar nada – falou Iza.

— Tudo o que podemos fazer por agora é cuidar das defesas e cuidar de quem precisa, quando eles voltarem nós pensamos em alguma coisa – falou Ayame.

— Eu vou ajudar consertando suas armas, sou um ferreiro dos bons – falou Toutousai.

— Eu agradeço por terem vindo aqui – falou Kouga, realmente feliz.

E assim todos foram para seus afazeres. Kouga saiu para patrulhar e Kenji o acompanhou, queria aproveitar e conversar com o pai.

— Pai eu gostaria de conversar com o senhor – começou o jovem.

— Nem precisa enrolar. É sobre a Iza certo? – perguntou o mais velho.

— Co...co...como sabe?

  - Kenji não precisa ser muito observador pra ver que você está gostando da Iza – falou Kouga.

— Está tão na cara assim? – perguntou ele receoso.

— Um pouco, praticamente todos os lobos já perceberam, seus olhos brilham quando a Iza está perto, e só de falar dela parece que você fica mais vivo e atento – respondeu – mas tenho certeza que a própria
Iza não reparou nisso.

— Bem... e o senhor o que acha disso? – perguntou com medo da resposta do pai.

Kenji estava com medo, pois em sua tribo não existiam mestiços, e realmente não sabia o que faria se tivesse que escolher entre sala família e a mulher de sua vida.

— Relaxa garoto! Não precisa suar de nervoso! Faço muito gosto de sua união com a Iza, ela é uma menina adorável, se ela é que te faz feliz que assim seja! Sua mãe já tinha comentado disso comigo, agora só tem que esperar ela crescer mais um pouco, então você se declara – falou Kouga bagunçando os cabelos de seu filho do meio.

— Obrigado pai, não sabe o peso que você me tirou das costas – falou o mais novo suspirando de alivio.

— Bem... o seu problema não é me convencer desse relacionamento, e sim convencer o cabeça dura do Inuyasha e da Yue – falou Kouga risonho, imaginando a cena quando Inuyasha descobrisse aquilo tudo.

— Se da Yue eu já tenho medo, do pai delas então... ele arrancar minha cabeça fora – falou o lobo preocupado.

— Relaxa garoto! Agora não é o momento pra você se preocupar com isso, deixa isso pra quando a Iza crescer, no momento precisamos parar uma guerra! – falou Kouga enérgico – Kenji sempre se lembre disso: tudo o que eu e sua mãe queremos é que você e seus irmãos sejam felizes, não importa quem sejam, me entendeu? – acrescentou abraçando o filho.

— Pode deixar pai, vou me lembrar disso sempre e obrigado, eu não poderia quer um pai melhor – falou o jovem retribuindo o abraço.

— Ótimo! Agora hora de caçarmos uns intrusos! – falou o mais velho.

O jovem assentiu para o pai e começaram a correr floresta a dentro, sem caminho certo.

O dia passou rápido, o entardecer estava chegando.

Yue estava procurando Seishirou, tinham se separado para pegarem mantimentos, porém não o tinha achado no lugar combinado. Então como se sentisse o que ele ia fazer correu em direção a fortaleza e no caminho ouviu barulhos de espadas. Quando saiu da densidade da floresta viu que o lobo estava lutando contra vários soldados, tentando invadir a fortaleza. Apertou os punhos, estava puta da vida. Tinha sido uma imprudência sem tamanho, olhou o céu e suspirou, sabia bem o que estava por vir, porém não ia deixa-lo lutar sozinho, apertou a bainha da espada em sua cintura e se preparou para lutar. Sabia dos riscos, mas realmente não se importava, independentemente da força que estivesse sempre faria aquilo que achasse correto.

E foi o que fez... se posicionou e correu para o campo de batalha.