Hontou Seishin escrita por Der Kaiser


Capítulo 8
Sombra




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Tensão. Qualquer movimento que Ryozaki pensava em fazer era impedido pelo seu senso comum e pelo seu medo. Ele vai disparar. Queria olhar para trás e ver como Hikari estava, mas tinha medo de fazer qualquer movimento em falso. O homem de terno gostou da reação que viu.

- E então? Os senhores podem nos acompanhar? – sorriu o homem.

- O que você quer? – disse Ryozaki tentando não transparecer seu medo.

- Apenas levá-los para uma volta e quem sabe fazermos umas perguntas simples.

- Eu não vou a lugar algum. – Ryozaki tentou afrontá-lo.

- Receio que isso não seja mais uma escolha sua. – ele aproximou a pistola um pouco mais. Ao se deparar com a cena, Hikari quase desmaiou. Ela estava fraca, não havia comido a manhã toda e ao passar por tudo isso, já era de se esperar que se sinta mal. O homem forçou o braço conrtra Ryozaki, ainda apontando a pistola.

Foi quando algo passou raspando pelas costas do homem como uma flecha. O homem se contorceu de dor e deixou a arma cair. Ryozaki não conseguiu ver o que o atingiu, mas ouviu o barulho de metal ricocheteando no chão, na parede atrás dele e depois sumiu como se tivesse voltado para as sombras de onde saiu. Silêncio. O homem pegou a arma no chão e enfurecido apontou para os lados.

      - Quem está ai?

Não houve resposta. Não houve se quer um ruído. Os de mais capangas do homem ficaram apreensivos enquanto olhavam por todo o local mal iluminado.

      - Você! – apontou o homem para um de seus parceiros. – Use a lanterna.

      Como um soldado experiente ele assentiu. Pegou a lanterna com uma das mãos, pós a arma sobre a lanterna com a outra mão e pós a iluminar os lugares mais escuros. Não havia nada. Ele olhou para o homem com uma cara de “O que está acontecendo?”. O homem rangeu os dentes. Logo outro barulho de metal começou. Agora pareciam correntes. Correntes se mexendo como serpentes ondulando. O homem com a lanterna pós a se iluminar na direção do som. Um esforço inútil. O som parecia vir de todos os cantos do local. O homem com o broche de gato engoliu seco. O que diabos estão acontecendo aqui? Ouviram-se gritos. Todos apontaram imediatamente as armas para o local de onde vinha o som. Hikari estava no chão assustada e homem que a segurava se fora. Ao ver todos apontando as armas em sua direção, a menina desmaiou. Ryozaki tentou se mexer, mas o homem apesar de abalado ainda apontava a arma em sua direção.

      - Apareça! – gritou o homem.

Ao terminar a frase a lanterna havia ido embora. O homem que estava com ela, mal sentiu ela ser puxada de suas mãos por alguma coisa. Algo frio como o metal. O metal que havia ricocheteado novamente. Um dos outros homens haviam caído no chão. Porém em suas costas era visível o que o acertara. Havia uma pequena foice feita de metal polido como prata fincada no homem. A lâmina era bem afiada e polida que o sangue estava em sua ponta, escorria por ela e voltava ao corpo do homem. Na ponta do cabo, havia um par de argolas do mesmo material. Era como se tivesse sido solta de algum lugar e podia ser presa novamente com facilidade. Foi quando outro zunido veio e botou a prova aquela teoria. Uma corrente veio em alta velocidade, agarrou a foice pela a ponta e puxou de volta para as sombras. Os homens que restaram atiraram em frenesi para o local para onde a foice foi levada. Após o barulho de tiros, silêncio novamente. Os homens ficaram perplexos. A tensão aumentou. A distração do homem deu a oportunidade perfeita para Ryozaki agir, mas ele se conteve. O homem parecia tão concentrado com qualquer som, que apenas o movimento de suas pernas seria suficiente para fazê-lo disparar contra ele. Ele também queria ajudar Hikari que ainda permanecia desmaiada e indefesa no chão, afinal não sabia que aquilo que atacara os homens estava do lado dele. Foi quando o som das correntes voltou. Os homens voltaram a disparar contra as paredes, um dele jurou ter ouvido o barulho do tiro acertar o metal e os dois se voltaram para o local e atiraram sem parar. Foi quando no frenético aperto dos gatilhos, as cargas das armas sem munição caíram no chão.

      - Droga! – praguejou o homem.

      Os dois colocaram as mãos nos paletós para procurar pro munição extra. Para a surpresa deles, não havia nada. Foi quando eles mesmos viram a munição reserva deles caindo metros à frente dos dois. Um dos homens pulou para agarrá-las em desespero, mas sua mão foi atravessada por uma pequena foice. Ele se contorceu, praguejou e tirou a foice de sua mão. Foi quando a figura das sombras se mostrou. Um homem vestindo indumentárias antigas do deserto e uma túnica que cobria seu rosto, apenas deixando os olhos a mostra. O homem avançou sobre ele, mas ele desviou com facilidade, prendeu seus braços com a corrente e cortou-lhe o peito com a foice. Ele o jogou para o lado e olhou fulminante para o homem com o broche em forma de gato. O homem recuou, segurou Ryozaki e sacou uma faca. Ele pós o fio da faca perto do pescoço do rapaz.

      - Não se mexa! – ele berrou.

      A sombra de roupas árabes não hesitou. Continuou calmamente andando em direção a ele com a foice na mão.

      - Eu estou avisando. Esse garoto irá morrer!

      Ele parou e estendeu a outra mão. Por cima de sua mão passava uma corrente de metal, que parecia sair de dentro de suas vestes. O homem acompanhou para onde a corrente estava seguindo. Ela parecia estar atrás do homem. Ele aproximou a faca mais perto do pescoço de Ryozaki. A sombra apenas puxou com força a correte. O homem esperava que a corrente saísse de trás do homem e viesse em sua direção, mas foi exatamente o contrário. Ele sentiu seu ombro sendo deslocado. A corrente estava bem atrás dele, amarrada em seu ombro e sendo puxada com força. Ele tentou cortar a garganta do rapaz, mas a corrente puxava-o pelo ombro não o deixando avançar um centímetro se quer. Foi quando um estalo seguido de um grito foi ouvido. O braço do homem cedeu, a faca caiu no chão e Ryozaki se livrou da morte. O homem se contorcia no chão e praguejava contra aquele que o tinha feito aquilo. A sombra se aproximou de Ryozaki e tirou a parte de cima de sua túnica. Um homem jovem se mostrou. Ele tinha olhos negros e profundos, um cabelo negro levemente arrepiado como se fosse cortado de qualquer jeito. Ele apontou para Hikari caída no chão.

      - Pegue-a. Temos que sair daqui agora.

      Sem dizer mais nada ele saiu andando. Ryozaki não sabia o que fazer, mas se ele não os atacou até agora é porque talvez quisesse ajudá-los. A pergunta era... Ajudar com o quê? Ao perceber que o homem se afastava rápido, ele pegou Hikari no colo e correu até o homem. Não havia muitas escolhas. Mas tinha muitas perguntas.


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