Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 45
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Este é oficialmente o fim de Dilemma pessoas lindas... Estou quase chorando aqui porque não quero marcar o "Fanfic finalizada", mas como sempre, nem tudo dura para sempre, não é mesmo?
Eu quero fazer uma short do Nuno e da Érica, mas isso não sairá agora... Enfim! Quem quiser ler e também acompanhar outras fics minhas, meu twitter @seoungfannie está aqui para isso :D

Eu espero que todos tenham gostado de Dilemma tanto quanto eu e... Vamos logo com isso ;')



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Assim que pisamos no aeroporto eu senti como se tudo houvesse finalmente ficado no lugar. Dormi em algum momento da viagem e acordei no colo de Sara completamente babando, mas antes que eu pudesse falar para ela qualquer coisa, ela disparou a rir e eu simplesmente a acompanhei.

De mãos dadas, fomos para a parte das bagagens e eu não conseguia me conter. Havia o que? Mais de um ano que não víamos Érica e nem Nuno e agora os dois estavam nos esperando a poucos metros. Sim, eu estou animada como nunca, pois nada melhor do que ver um amigo querido e minha prima que além de estarem juntos, estavam completamente perdidos um pelo outro. Sorri um pouco com isso. Quem diria que as coisas aconteceriam desta forma?

– Rexy? – Escutei sua voz me chamando e um leve aperto na minha mão. Olhei para ela e ela sorriu animadamente. – Nós realmente estamos aqui.

Sorri abertamente e avistei nossas malas. Nós fomos pegá-las e tivemos ajuda de um senhor perto, porque simplesmente não dava. Tentamos nos manter econômicas nas roupas, mas roupa de frio ocupa muito espaço e Portugal estava muito frio em dezembro.

– Pois é, mas eles bem que poderiam estar em uma cidade mais ao sul. Foram morar logo em Bragança – “reclamei” e ela sorriu. – Vamos, Érica deve estar desesperada lá fora.

Levando as malas, nós atravessamos o portão e não precisou de muito tempo para que eu escutasse um grito e visse alguém correndo em nossa direção. Soltei a mala e tirei a mochila das costas para que eu não sofresse tanto quando ela pulasse em cima de mim.

– Roxanne! – Gritou e pulou nos meus braços. A abracei e ela disparou a rir. Com um sorriso, a coloquei de volta no chão e ela logo se virou para Sara. – Cunhada!

Eu ri, porque era simplesmente impagável a expressão que Sara fazia quando Érica a chamava de cunhada. Enquanto as duas se abraçavam o vi andar calmamente com um sorriso leve e as mãos nos bolsos do casaco pesado. Com passos lentos me aproximei dele e trocamos um abraço rápido, mas não consigo explicar o quanto foi bom.

– Parece que você está bem melhor – falei e ele assentiu.

– Quem não fica perto dela? – Quase soltei um “que fofo”, mas me segurei. Empurrei-o com meu ombro levemente e sorrimos. – Quero dizer... Todos os problemas parecem nada quando eu estou com ela. Ela faz tudo parecer tão pequeno e simples de resolver.

Olhei para as duas conversando animadamente e suspirei pensando em tudo o que aconteceu no ano anterior. Todas as brigas, confusões e conversas pareciam tão distantes agora que eu simplesmente agradecia por serem passado.

– Está um frio do caralho aqui – suspirei e ele riu. – Qual é temperatura aqui, pelo amor de Deus?

– Estamos bem, na verdade. Aqui chega a -10 em dezembro. Vocês estão com a agradável temperatura de -1. – Revirei os olhos e ele sorriu. – Senti sua falta também. Falar por Skype não é o mesmo.

– Pois é, mas parece que você se manteve bem ocupado.

– Olha quem fala. – Foi a vez dele de revirar os olhos e com um sorriso prepotente continuou: - Parece que eu estava certo o tempo todo.

– Como assim?

– Sobre a sua namoradinha – piscou e suspirou. – Nicolas também se ajeitou, pelo visto.

Ok. Sinto que devo a todos algumas explicações sobre tudo o que aconteceu.

Ao voltar para a escola, duas semanas antes das férias, às coisas pareceram se encaixar nos trilhos.

Nicolas foi até nos buscar num dia. Érica já estava de frente a escola nos esperando e quando saímos – eu, Sara e Nuno – ela acenou para nós. Ela falou algo para Nicolas e ele assentiu levemente. Correu em nossa direção e me abraçou para logo depois sorri para Nuno e abraçá-lo levemente. Eu olhei para Sara e o olhar dela dizia “estou te falando que esses dois...”.

– Querem ir para algum lugar? – Nicolas perguntou quando nos alcançou. – Estávamos pensando em ir comer algum lanche ou algo assim.

O tom de voz dele era desanimado e, me atrevo a dizer, cansado. Sara havia me dito mais cedo que achava que Nicolas não estava dormindo de novo. Não tinha como perguntar para ele o porquê – além de tudo ser especulação nossa – e não sabia como abordar o assunto.

Segurei a mão dela e senti os dedos longos se entrelaçarem aos meus. Respirei fundo e tentei pensar em algo para falar, mas Érica começou a falar que iria embora logo.

– Estou viajando dia sete – falou desanimada. – O voo está marcado de madrugada para completar.

– Você está indo para onde? – Nuno perguntou e ela respondeu que estaria num voo para França com escala em Portugal.

– Eu ainda não comprei minha passagem, posso ver se consigo pegar o mesmo voo que você. – Os olhos grandes dela se arregalaram e ela abriu um grande sorriso. – Eu tenho que ir para Portugal de um jeito ou de outro. – O dar de ombros dele mais a expressão indiferente não diminuiu em nada o entusiasmo dela.

Andaram alguns passos à frente de nós duas e Nicolas ficou um pouco mais atrás. Sara olhou para o chão um pouco desconfortável, mas antes que eu pudesse tentar começar uma conversa entre nós uma mulher que estava andando em sentido contrário ao nosso, parou de repente.

– Nicolas?

Viramos para vê-lo levantar o rosto e olhar surpreso para a moça à nossa frente. Ela usava um jeans escuro e seus olhos verdes sorriram para ele. Seu sorriso era leve e ela segurava uma menina pela a mão.

– Há quanto tempo não o vejo... quantos anos? Quatro, cinco?

– Katiane... – disse baixinho e suspirou com um leve sorriso. – Pois é, faz um bom tempo mesmo. Vendo nossos olhares confusos ele nos apresentou. – Ela era uma colega minha quando... tudo aconteceu.

– Eu era a irmã mais nova da Rebeca – falou com um triste sorriso. – Nunca tive a chance de te agradecer por tê-las achado. Aquelas duas eram inseparáveis até mesmo...

– Eu não fiz nada. – Suspirou e ela balançou a cabeça levemente.

– Você correu na direção delas, Nicolas. Pode não ter conseguido as salvar, mas o que fez e o que passou foi muito mais do que qualquer um teria feito.

– Não sou um herói.

– Não estou dizendo que você foi. – Sorria de lado e ele suspirou. – Foi para a França, não é? Aposto que foi uma merda lá. – Nicolas assentiu um pouco hesitante e ela olhou para a menina que levava. – Essa aqui é Luana, minha irmãzinha. Diz oi para o Nicolas, Lu.

– Oi. – A menina foi um pouco para trás, se escondendo atrás das pernas da irmã mais velha.

– Olá, garotinha. – Ele sorriu um pouco e acenou para ela. – Você é muito bonita.

– Eu sei. – Nicolas riu um pouco com a resposta dela.

– Convencida igual a Rebeca. As duas são mais parecidas do que imagina. – Katiane acariciou os cabelos da menina e olhou novamente para Nicolas. Percebi que os olhos dela carregavam um ar irônico e eu me perguntei se os dois eram amigos na época do sequestro. – Tenho que ir. Não queremos que ninguém chegue atrasado, certo?

A menina assentiu fortemente e ela sorriu. Passou por Nicolas e colocou uma mão em sem ombro.

– Fico feliz que tenha voltado. – Nicolas não falou nada, apenas assentiu para ela. – Te vejo por aí? – Nicolas piscou para ela em confusão e ela riu. – Você ainda tem meu número? Eu não mudei desde aquela época.

– É... Acho que tenho sim – disse coçando a nuca. – Tenho a agenda daquela época ainda...

– Manda uma mensagem depois. – O sorriso dela era fechado, mas ela transparecia felicidade.

Ela acenou para nós e saiu andando com a garotinha. Olhamos para Nicolas que apenas a seguiu com o olhar. Passou a mão nos cabelos e suspirou com um leve sorriso.

– Ela continua a mesma.

Sara perguntou se os dois eram amigos e ele disse que na época chegaram a conversar bastante sobre bandas. Ele falava pouco com ela porque ela era de uma série abaixo, mas se davam bem. Depois que foi para a França, ele não manteve contato com ninguém, mas tinha uma agenda com telefones no quarto dele. Talvez o número dela estivesse lá.

Após este dia, nós comemos numa hamburgueria ali perto e continuamos a conversar sobre a volta de Érica para a França e a ida de Nuno para Portugal. Nicolas finalmente contou os seus planos e Nuno – por incrível que pareça – deu um tapa de leve em seu ombro.

– Qualquer coisa, estamos aí para ajudar.

Agora tinha se passado mais de doze meses e Nicolas não havia saído do Brasil. Para falar a verdade, ele, com a ajuda de Katiane, começou a procurar faculdades e alguns vestibulares para prestar. Ele veio conversar comigo algumas vezes sobre isso e eu como não tenho muito conhecimento, acabei me mostrando uma fonte péssima para essas coisas, então isso meio que fez com que ele passasse a conversar mais com a garota de cabelos escuros.

Para lhe dar uma geral de como o segundo ano do Ensino Médio foi... Só posso lhe dizer que foi extremamente exaustivo, mas com Sara ao meu lado nada parecia difícil. Cansei de escutar Érica soltar gritinhos quando eu contava algo sobre nós duas e apesar de achar aquilo muito desnecessário, eu não me incomodava muito.

O grupo de artes não era mais tão divertido sem Nuno, mas eu acabei por aprender a conversar com as pessoas e ao menos manter um relacionamento escolar com elas.

– Pois é, Nuno..., mas quem diria que Érica e você se dariam tão bem. – Voltei meus pensamentos para o momento atual e ele rolou os olhos com um sorriso. – Ela veio da França para poder passar as férias com você.

Ele não conseguiu conter o sorriso e assentiu.

– Meus pais gostaram um bocado dela – disse. – Acho que os pais dela também gostaram de mim... não é?

– Não pergunte para mim. – Eu ri e vi que ele ficou um pouquinho tenso com isso. Dei um soco leve em seu ombro para tranquilizá-lo. – Relaxa, tenho certeza de que ao ver o tanto que Érica ama você, eles nunca seriam contra.

Respirou fundo e assentiu. As duas vieram em nossa direção e ele olhou para mim com uma sobrancelha arqueada.

– Você parece que se deu mais do que bem, garota.

Olhei para Sara ao lado de Érica andando com passos lentos em nossa direção. Os cabelos azuis, agora mais longos, balançando levemente com o vento frio, os olhos mel brilhando de animação por estar em outro país, as bochechas levemente vermelhas e os lábios rosados um pouco rachados.

Tudo que a formava. Tudo que formava a garota que eu amo e que eu sei que vou amar por toda a minha vida.

Mesmo se meus pais não aceitassem, mesmo se os pais dela não aceitassem ou mesmo se o mundo inteiro estivesse contra isso... eu nunca teria feito diferente.

Nossos olhos se encontraram e ela sorriu levemente.

É. Eu criei uma confusão de sentimentos, não percebi o que estava realmente acontecendo e acabei entrando num dilema completamente desnecessário, porque no final de tudo... ela é a certa.

Eu sei disso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente:
https://www.youtube.com/watch?v=vMnZh7d0y2U



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