Noivo Em Fuga escrita por Teen Spirit


Capítulo 4
Capítulo 4 - Richard


Notas iniciais do capítulo

OIIII GENTE! DEUS, QUE SAUDADE DO NYAH! Quero agradecer a De An, a Rainbow, lia1, ninalore, Á TODOS por acompanhar a fanfic :33 Beijão!



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– Isso é uma merda, mais-que-merda, uma grande e flutuante pedaço de merda. - Murmurou Melissa evasivamente. Ela parecia espantada, seus olhos estavam arregalados e mordia o lábio inferior.

O vidro do carro estava embaçado, estávamos dirigindo por uma rodovia com poucos carros, sempre seguindo as orientações do GPS. Eu acho um pouco engraçado a voz da mulher que me indicava os lugares, mas propriamente dito, a voz robótica da mesma. No painel do carro havia uma luz piscando em vermelho, indicando que o combustível estava acabando. Precisávamos parar em um posto urgentemente.

–Bem... - Cocei o nariz desjeitosamente- Há um posto no próximo quarteirão.
Melissa deu um sorriso largo que tentava mostrar que estava tudo bem, e eu sabia que ela estava se reprimindo para não pular em meu pescoço. Pousou as mãos em meus ombros e deu dois tapinhas afetuosos.

–Mas necessito de sorvete. - Disse ela, com o entusiasmo de uma criança.

❄️

12h45

Acordei Melissa a dizendo que chegamos em Hoboken. Ela deu um grande bocejo enquanto esfregava os olhos. Observou a paisagem pela janela e deu um sorriso aprovando-a quase no mesmo instante. A estrada era de terra e pedras, fazendo com que o carro acelerasse cada vez mais para sairmos de alguns buracos. Montanhas e árvores com troncos espinhosos eram o que mais se encontravam ao redor, havia folhas amareladas das árvores ao chão.

– É bem bonito. - Melissa inspirava o ar lentamente pelas narinas e sem perceber fiz o mesmo, renovando os pulmões com ar puro. Digo para irmos com animação e saímos do carro, batendo as portas com uma força maior que o de costume. Meu corpo doía, estava com câimbras e formigamentos em todas as partes por ficar um tempo apenas sentado. Uma brisa fria tomou conta dos nossos corpos. O céu estava nublado ameaçando de chuva, mas isso não danificava a paisagem.

Mel exibiu um sorriso vasto e fechou os olhos angelicalmente, deixando que a cidade a abraçasse e acolhesse. Peguei a máquina fotográfica e tirei uma foto daquele momento. Sei que parece idiotice, mas espero que quando Melissa estiver velha com feições de cansaço e com rugas, estivesse folheando um álbum fotográfico e essa foto estivesse lá. Imaginei ela ficando surpresa, e logo depois dando um de seus sorrisos largos lembrando que sua vida teve turbilhões de sensações boas, e essa seria uma delas.

Então decidimos encontrar algum hotel pela cidade pois precisávamos dormir e tomar banho imediatamente, além do mais, ficar no carro por horas seguidas era incrivelmente chato. Minhas articulações doíam, e não consigo parar de pensar o quanto minha família deve estar preocupada comigo. Havia trinta ligações perdidas da minha mãe, e aposto que lá pela vigésima nona vez ela já deveria está chorando e com os olhos vermelhos. Isso me fez ficar mal, mas era essa atitude que eu queria fazer. Não ouvia as vozes da minha família havia semanas, os gritos eufóricos da minha irmã dizendo o quanto me vestia mal, os murmuros que dava para ouvir perfeitamente quando um deles esquecesse de desligar o telefone:

"Será que ele vai voltar para casa?" - Minha mãe dizia cabisbaixa, imaginei ela com o rosto abaixado, monótona.

"Claro, ele não seria louco de ficar naquela cidade sozinho." - Minha irmã era a única da família que acreditava nessa possibilidade. Imaginei ela dando um de seus sorrisos encantadores, como uma fada madrinha.

E então houve o silêncio, e eu soube instantaneamente que as duas estavam sozinhas como sempre. Desde daquele dia não telefonei para elas novamente, tive falta de coragem e me sentia cada vez mais inútil. O único rapaz da família havia se mudado para Los Angeles em busca de emprego, e deixara para trás sua mãe e sua irmã. Me sentia um monstro, me sentia péssimo.

Naquele mesmo dia contei sobre isso para Melissa, pois ela percebeu que eu não estava bem. Eu até lhe contaria sobre o resto da noite, mas sinceramente não me lembro de nada, apenas de ter caído na cama e ter dormido como nunca.

❄️

A olhei sobre a cama, dormia como um anjo. Um anjo sonhando com seu sonho mais sereno. Melissa respirava lentamente, o sol iluminava seu rosto. Passei os dedos delicadamente pelo seus fios louros e sussurrei :

–Melissa?

–Hum? - Murmurou, ainda com os olhos fechados.

–MEU DEUS, O QUE É ISSO NO SEU ROSTO?! - Então, joguei uma porção generosa de sorvete ali, prossegui com uma voz séria: -Tenha um bom dia.

Ela, por sua vez, tomou um grande susto. Mel começou a se debater na cama e se esparramar, gritando. Só conseguiu se acalmar quando caiu da cama e percebeu que era apenas sorvete. E não sei se ela ficou muito tranquila mesmo sabendo disso.

–Idiota. - Ela berrou. - Mais-que-idiota. - Se levantou do chão e me lançou um olhar de desprezo. O que não pude levar muito a sério, pois seu rosto estava todo lambuzado.

–Você tem que parar com essa mania incontrolante de dizer "Mais-que.", Mel. Isso não existe.

–A boca é minha e falo o que quiser. - Veio até mim e limpou seu rosto na minha camisa. Tentei não me irritar com aquele ato, mas era impossível quando era a unica camisa limpa que eu tinha.

Saímos do quarto e fomos para a recepção. A mulher que estava do outro lado possuía uma expressão péssima de mal-humor, era um pouco gorda e tinha bochechas grande demais, ainda usava maquiagem exageradamente e mascava um chiclete fazendo um som bastante irritante. Até o final do corredor seus olhos castanhos se mantinham em mim, estavam concentrados e mantendo tanto foco que fiquei com medo. Melissa ria baixinho e me empurrava o tempo inteiro.

–Ela está tão na sua. Vai lá garanhão, essa é sua chance de se divertir!

– Prefiro continuar vivo.

– Qual é? Aposto que ela faz como ninguém. - Ela enfatizava com as mãos. - E talvez você consegue sempre voltar aqui e não precisar pagar. - Ergueu as sobrancelhas com uma mensagem subliminar.

–Você é tão idiota, Melissa. - Continuamos andando.


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