Pov. Violetta

Eu sabia que não ia dar muito certo.

Depois do fim do Studio, acabei me afastando de Leon. Ele assinou um contrato com uma gravadora, e em poucos dias foi transferido para a Espanha. Namoramos um mês à distância, mas não deu certo. Assim, um mês depois, eu estava sozinha de novo.

O problema apareceu um mês depois. Os enjoos e a dor de cabeça não me deixavam me concentrar nas reuniões com uma gravadora, e tanto as meninas insistiram que eu fui fazer um teste de sangue, e aquela palavrinha virou meu mundo de cabeça para baixo.

Positivo.

Meu pai ficou uma fera! Gritou comigo a noite toda, me fazendo ir para a cama chorando. Angie conversou comigo durante horas naquela noite, e as meninas ficaram comigo a noite toda. Depois de uns dias, meu pai voltou a falar comigo e pediu desculpas pelo comportamento anterior. Todos me diziam a mesma coisa: “Você tem que contar para o Leon!”. Eu bem que queria, mas tinha medo que ele não assumisse e eu acabasse sozinha e muito mais triste. Se eu quisesse ser uma boa mãe, precisava me manter alegre e positiva, decidi manter em segredo para ele e pedi para ninguém contar também, e eles concordaram mesmo relutantes.

Hoje, eu era mãe de uma menina perfeita e saudável. Minha Elena era mimada por todos, uma princesinha na vista dos padrinhos, mais uma pequenina para Olga e uma meiga que adorava ursos na vista do meu pai. Elena tinha os cabelos castanhos escuros e os olhos verdes, exatamente iguais aos de Leon, quase nunca chorava de noite, estava sempre rindo e tinha o sorriso mais perfeito do mundo.

Meu único medo foi quando Leon me ligou dizendo que iria voltar para as férias e queria me ver. Tinha medo que ele notasse sua semelhança com Elena, mas com sorte ela ficaria dormindo enquanto eu estivesse conversando com ele, que deveria chegar no dia seguinte.

Acordei com Elena resmungando um pouco. Sentei na cama e a peguei do berço logo ao lado da minha cama, dei de mamar a ela e a pus em cima da minha cama. Fiz um coque bagunçado no meu cabelo e coloquei um roupão por cima do pijama. Depois de colocar nela um vestidinho de verão (já que estava quente), desci as escadas e segui para conzinha, onde Olga preparava o café da manhã.

-Olá minhas pequeninas! – ela falou quando eu entrei na cozinha com Elena no colo. Ela ainda apoiava a cabecinha no meu ombro, um pouco sonolenta.

-Bom dia Olga. – dei um beijo na bochecha dela – Bom dia papai.

-Bom dia Vilu – ele falou distraído com uns papéis – Angie ainda está dormindo.

– Vilu, deixa que eu cuide dela enquanto você se arruma.

-Obrigada Olguinha – falei colocando Elena no carrinho perto da porta e a trazendo para perto da mesa – Ela já tomou o “café da manhã”, se chorar pode me chamar.

-Claro pequenina, pode deixar.

-É hoje que Leon vem pra cá? – meu pai perguntou.

-Sim, é hoje. – falei soltando o cabelo do coque e mexendo nele com os dedos.

-E você pretende contar para ele sobre Elena?

-Bom...

-Vilu, ele tem o direito de saber.

-Eu sei papai, mas hoje não. Amanhã talvez.

-Ok, vá se arrumar, eu cuido dela.

Saí da cozinha e fui para meu quarto. Depois de tomar banho, coloquei uma regata verde água e uma saia coral, fiz minha maquiagem e estava terminando de pentear o cabelo quando alguém bateu na porta.

-Olga? Aconteceu alguma coisa com Elena? – perguntei quando a vi.

-Não querida, é que Leon...

-O que foi? – pedi.

-Veja por si só pequenina. Na cozinha – ela falou descendo as escadas. A segui preocupada e parei estática na porta, olhando a cena que por vários meses sonhei, mas que hoje era preocupante.

Elena estava no colo de Leon. Ela ria e dava alguns gritinhos agudos de vez em quando, e Leon sorria. Aquele sorriso de canto que normalmente era direcionado a mim. Encostei-me a e na parede e permiti dar um sorriso também, queria que as coisas pudessem ter sido assim o tempo todo. Mas fui arrancada dos meus pensamentos com a voz que a muito não ouvia.

-Violetta?