Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 25
Convergência temporal


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Como vão?
Bom, venho dizer que as coisas não melhoraram por aqui, mas estão encaminhadas. Nesse tempo pude pensar mais sobre a fic e tudo mais, então POR FAVOR leiam as notas finais tem recados importantes lá.
Esse capítulo eu dedico à CaptainSwan em agradecimento pela recomendação. Muito obrigada anjo, fiquei muito contente aqui!



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"Vevé,

Essa é a primeira carta que lhe escrevo daqui de Storybrooke, uma cidadezinha no Maine. Sei que está magoada comigo e com minhas atitudes, e não tiro-lhe razão disso, afinal, eu fui completo idiota. Espero lhe escrever sempre que possível, mas não pretendo enviá-las por correio: quero entregá-las em suas mãos. Se um dia essas cartas chegarem até você, será através de um novo Graham: aquele que conseguiu alcançar seus objetivos. Quando você começar a ler essas palavras, eu já terei lhe dito a verdade, justificando a minha ausência e minhas ações infantis - ou pelo menos tentado. Espero que entenda que eu nunca quis me afastar de você, mas eu precisei, para o seu bem e sua proteção.

Espero, também, que não julgue Neal por ter acobertado essa minha mentira. Sim, ele sabia da verdade desde o começo, mas eu o pedi para que não lhe contasse. Precisava de alguém, além de me ajudar nos meus planos, que tomasse conta de você enquanto eu estivesse fora. Eu tenho certeza que ele tem feito um excelente trabalho! Com a ajuda dele eu consegui comprar uma pequena cabana aqui nessa cidade pequena, afastada do mundo e perfeita para que eu executasse tudo aquilo que lhe contei antes de entregar essas cartas.

Sempre que saia de Nova York, eu vinha para Storybrooke com meus pais, desde bem criancinha antes de te conhecer. Nessa confusão toda de viagens, fiz algumas amizades e até conheci uma mulher, seu nome é Ruby Lucas. Talvez agora você entenda porque nenhum de meus antigos relacionamentos davam certo: eu amo Ruby e sempre irei amá-la. Aliás, tenho certeza de que vocês duas seriam grandes amigas! Ela mesma quem me disse que passar para o papel o que sentimos nos faz bem, e quer saber? Ela estava certa. Eu estou me sentindo próximo a você, de alguma forma, como se estivéssemos realmente conversando um com o outro.

Está sendo extremamente complicado escrever isso, afinal, eu sequer sei se terei sucesso! Talvez essas cartas jamais cheguem em suas mãos, mas o que me custa tentar? E, por falar nisso, gostaria de lhe contar um pouco sobre minha nova vida.

Sou estagiário na delegacia da cidade. Gostei bastante do serviço e logo pretendo fazer algum curso para me especializar e crescer ainda mais por aqui! Tenho quatro colegas de serviço: Oliver e Colton que fazem a vigília da cidade durante a noite, os quais conheço pouco por não ter permissão para acompanhá-los, mas parecem-me caras bem legais. Os outros dois são David e Killian, ambos xerifes da cidade. Na verdade, David está um posto acima, algo como chefe administrativo - não sei ainda, sou novo nisso! Eles são meus amigos desde que era criança e estão me ajudando muito na minha adaptação por aqui. Vir para Storybrooke a passeio era uma coisa, morar aqui é algo totalmente diferente.

Ao longo de todas essas cartas, pretendo explicá-la com mais detalhes toda a minha jornada em busca da justiça e eu espero, do fundo do meu coração, que você possa me perdoar por tudo que lhe fiz.

Com amor,

Graham Humbert."

Após terminar de ler a primeira carta, e com um pouco de dificuldade devido às lágrimas, encarei o horizonte, observando os raios de sol batendo nas águas escuras do rio Hudson. Não disse nada, apenas permaneci por uns instantes em silêncio antes de sentir uma das mãos de Killian repousar sobre as minhas, enquanto a outra abraçava-me por cima dos ombros.

– Ei, você não está sozinha. - ele sussurrou depois de depositar um delicado beijo em minha testa.

– Eu sei... Obrigada. - respondi, permitindo-me sorrir um pouco - Por isso, pelas cartas e por vir passar o final de semana comigo.

– Você não precisa me agradecer por nada. - retribuiu o sorriso - Aliás, por falar em vir para Nova York, acho melhor irmos para sua casa logo! Acho que se eu não conhecer seus pais o mais rápido possível, eu enlouqueço. - completou em tom divertido, porém demonstrando um pouco de nervosismo.

– Killian Jones tem coragem de enfrentar tempestades em alto mar e ser xerife de Storybrooke, mas tem medo de conhecer meus pais? - o provoquei.

– Não é medo! É só... - ele gesticulava enquanto elaborava alguma desculpa, fazendo-me arquear a sobrancelha. - Ok, é medo.

– Killian, minha mãe foi às compras só pela sua chegada e meu pai arrumou a casa sozinho. Se eles são assim sem nem te conhecer, imagina quando você chegar lá? Eu quem deveria estar com medo, ou você me rouba os pais ou meu pai rouba você de mim. - respondi rindo.

– Hm, mas ai depende... seu pai é bonitão? - Jones perguntou brincando, mas não conseguiu manter a pose por muito tempo já que caiu na gargalhada segundos após terminar a frase.

– Uau! Vamos embora que isso está ficando bem estranho, Jones. - falei enquanto me levantava, estendendo-lhe a mão para irmos ao carro.

Durante o caminho Killian me contou tudo que acontecera de importante em Storybrooke: desde os passeios com Belle até a presença misteriosa de Neal. Aproveitei para lhe contar sobre meu projeto também e sobre as coisas que havia feito e investigado. Contudo, não nos atrevemos a pensar sobre isso, pois se quiséssemos aproveitar esse final de semana, nenhuma investigação deveria interferir.

– Está nervoso? - perguntei quando saíamos do carro de mãos dadas.

– Não, por que?

– Sua mão está soando, Jones. - respondi rindo.

– Ha-ha-ha muito engraçado, Swan. Se seu pai me jogar pela janela a culpa é sua que não fez boa propaganda!

– Considerando que eu menti para eles por mais de dois meses, acho que se alguém aqui é o favorito: esse alguém é você. Só seja você mesmo, nada mais importa. - dei-lhe um breve beijo e abri a porta de casa.

Meus pais não estavam na sala então, provavelmente, já foram para cozinha preparar o almoço. Olhei para Killian como quem pedisse para ser seguida, ele apenas ajeitou nossos dedos entrelaçados e veio atrás de mim sem dizer nada. Ouvindo o barulho de alguns talheres, tive a confirmação de que eles realmente estavam cozinhando algo.

– Mãe? Pai? - falei delicadamente enquanto entrava com Jones na cozinha. Eu não iria admitir jamais isso, mas eu também estava nervosa. O único namorado que eu havia apresentado para os meus pais foi Neal e, enfim, não acabou bem. Era apostar alto demais pensar que logo o primeiro daria certo, o que realmente me incomoda é o fato de que não houve um término "normal". Ele me usou, mentiu, traiu nosso melhor amigo e foi a causa da morte dele. Meu nervosismo vinha ao tentar imaginar o pensamento de meus pais que, com certeza, pensariam sobre esse passado em algum momento. Meu único desejo, no momento, era a aprovação deles pela nova pessoa que estou lhes apresentando, não num comparativo. Seria pedir muito? - Esse é Killian, meu namorado. - disse sorrindo e olhando rapidamente para Jones que também sorria.

– Veja só se não é meu companheiro de jogo! - meu pai veio contente em nossa direção.

– É um prazer conhecê-lo, senhor Josh. - Killian respondeu apertando-lhe a mão firmemente.

– Ora, já conversamos sobre isso. Deixe o "senhor" de lado, rapaz. - meu pai falou por fim, batendo levemente no ombro de meu namorado.

– Olá, Killian. É um prazer enorme recebê-lo aqui em nossa casa. - Ginny se aproximou com um sorriso no rosto, o mesmo que ela esboçava desde que havíamos entrado no cômodo. Ela, então, puxou suavemente Killian em um abraço, fazendo-o soltar minha mão para corresponder adequadamente ao carinho.

– Imagina, eu que fico grato por vocês me receberem.

– E uau! Ele é bonitão mesmo, hein, filha?! - comentou travessa.

– Mãe! - disse rapidamente repreendendo-a, mas sem evitar que meus olhos se arregalassem tamanha era a falta de inibição da mais velha. Isso, entretanto, arrancou a primeira risada de Killian e meu pai.

– Você acostuma. - Josh falou ao fim da risada.

– Eu vou é morrer de vergonha até domingo. - disse colocando uma das mãos sobre o rosto, mas logo prossegui - Eu acho que nós dois tínhamos que voltar no carro e pegar suas malas enquanto esses dois loucos preparam o almoço.

– Sim senhora. - Jones rendeu-se, levantando as mãos em brincadeira.

Fomos até o carro brincando com toda aquela situação: Jones perguntando-me sobre a história do "bonitão" e eu provocando-o com um "não foi tão ruim assim". Ele, então, pegou a única mochila que havia levado e adentramos a casa novamente.

– Vem, vamos colocar isso no meu quarto. - o chamei enquanto subia as escadas.

– Sabia que eu estou começando a gostar ainda mais dessa ideia de passar o final de semana em Nova York? - disse alcançando-me e com um sorriso malicioso nos lábios.

– Não provoca! - disse rindo e entrando na primeira porta à direita do corredor.

Killian entrou em silêncio e pude percebê-lo observar cada pedaço do meu quarto, como se estivesse decorando os mínimos detalhes. Em alguns momentos ele arqueava a sobrancelha, em outras sorria, mas sempre olhava-me em seguida com um belo sorriso no rosto.

– O que está fazendo? - perguntei sentada na cama.

– Só olhando. - ele respondeu, deixando a mochila em cima da poltrona do lado da janela e aproximando-se para sentar ao meu lado.

– Isso eu reparei, Senhor Óbvio. - falei revirando os olhos - Eu quero saber, exatamente, o que você está observando.

– É que desde que eu cheguei aqui parece que eu estou conhecendo uma nova Emma.

– E isso é ruim? - perguntei preocupada.

– Não. Claro que não! - ele respondeu sorrindo e logo continuou a explicação - Ver você com seus pais foi como ver a sua essência. Ali você não estava preocupada com nada, não tinha aquele semblante apreensivo de 90% do tempo que passamos em Storybrooke. Em menos de um dia eu te vi sorrindo de maneiras que jamais havia visto e isso é incrível! - ele pegou uma de minhas mãos e começou a brincar com nossos dedos entrelaçados - Ali, em cima da estante, tem livros que eu jamais imaginei que você tivesse lido. Tem fotos suas em uma boate e eu nunca poderia imaginá-la no meio daquela confusão de luzes e música alta.

– Eu senti a mesma coisa quando entrei na sua casa pela primeira vez. - respondi sorrindo.

– Sério?

– Sim. Logo na entrada você tem várias fotos da Belle, seus pais, David e outras pessoas que foram importantes para você. Lembro de ter pensado o quão "família" você era. - comentei - É diferente, não é?

– Sim, mas um diferente bom. E eu espero ter confirmado esse seu pensamento inicial sobre mim! - brincou.

– Claro que sim. - bati levemente em seu braço, mas continuei de forma animada - Então eu vou te mostrar algumas coisas que você não sabe sobre mim. Que tal?

– Perfeito! - falou animado vendo-me levantar da cama e ir até o guarda-roupas trazendo um violão. - Espera, você toca?

– Não. - respondi rindo - Mas era pra eu ter aprendido.

– Me dá ele aqui. - pediu fazendo um sinal com a mão.

– E você toca? - perguntei dando-lhe o instrumento.

– Arranho alguma coisa. - disse concentrado nas cordas afinando-as, ou pelo menos tentando. - Graham tentou me ensinar uma vez, mas eu não aprendi tudo.

– Ele foi a última pessoa que encostou nesse violão. - disse, despertando-lhe a atenção e fazendo-o me encarar rapidamente. - Está tudo bem, eu não lhe mostraria se você não fosse especial.

Killian nada respondeu, apenas inclinou-se para beijar-me docemente. Separando nossos lábios e distribuindo alguns selinhos, ele sussurrou "eu te amo" e voltou ao violão, porém, dessa vez, iniciando uma melodia.

– Eu não sei cantar, aliás, eu nem sei em qual parte da música eu estou. - disse rindo enquanto seguia com os arranjos. Eu apenas o observava e, provavelmente, devia estar com cara de boba apaixonada. Ele, então, começou a murmurar a canção - Sometimes I feel like the world is against me. The sound of your voice, baby that's what saves me. When we're together I feel so invincible. 'Cause it's us against the world, you and me against them all. If you listen to these words know that we are standing tall... na na na na– repetiu, atrapalhando-se com a letra e rindo, mas, recordando-se da parte perdida, retornou - I don't ever see the day that I won't catch you when you fall, 'cause it's us against the world tonight...*

– É uma música linda. - comentei assim que o último acorde ecoou pelo quarto.

– E ela nunca fez tanto sentido na minha vida. - Killian comentou com um largo sorriso no rosto.

– Como assim? - perguntei confusa.

– Lembra quando eu prometi que nós dois resolveríamos toda essa história do Graham juntos? - respondi positivamente com a cabeça, fazendo-o prosseguir - Somos nós contra todo mundo. Só nós dois, lutando contra o que estiver pela frente, seja naquelas cartas, no negócio de Gold e Dylan ou no maldito caminhão do Neal. No final de tudo, restará apenas nós dois... do jeito que eu te prometi.

Com meus olhos cheios d'água, Killian sabia que eu não conseguiria dizer absolutamente nada. Por esse motivo, ele abandonou o violão do outro lado da cama e se aproximou, abraçando-me forte. Estar envolvida nos braços de Jones fazia-me sentir uma proteção que a muito não sentia. Acredito que se o teto caísse sobre nós, nada me machucaria, pois eu o tinha ali ao meu lado, protegendo-me. A última vez que me senti dessa maneira foi quando era criança e havia acabado de tirar as rodinhas da bicicleta. Na minha primeira volta, cai com tudo ao chão e lembro-me de somente o abraço de meu pai conseguir acalmar-me e parar meu choro. Nem mesmo com Neal havia sentido algo tão forte. Será que essa era a sensação que "a pessoa certa" nos proporcionava, levando-nos de volta aos melhores momentos e fechando as feridas ainda abertas?

– Eu não sei se queria ver isso. - meu pai disse encostado na porta, tampando os olhos com uma das mãos.

– Era só um abraço pai. - respondi rindo e limpando algumas lágrimas.

– Estou de olho em vocês. - alertou-nos com um gesto, porém com um tom brincalhão - O almoço está pronto, estão com fome?

A refeição foi incrivelmente agradável, meus pais e Killian conversavam como velhos amigos. Claro, houveram momentos em que eles o questionavam milhões de coisas sobre sua vida, querendo conhecê-lo um pouco mais, mas Jones respondeu a cada uma das perguntas, dando-lhes detalhes. Devo dizer, também, que ele e meu pai abriram um bom tempo da conversa para falar do último jogo do Lakers e do quão preocupados estavam com a lesão que havia tirado Kobe Bryant da temporada.

Pela tarde, fomos caminhar no Central Park e tomar sorvete. Inclusive, esse fora mais um dos momentos que minha mãe quase me matou de vergonha. Sabe quando você deseja cavar um buraco no chão, enfiar sua cabeça lá e jamais retirá-la? É assim que eu descreveria o momento no parque. Ao sentarmos de baixo de uma das árvores para terminarmos de comer e conversar um pouco mais tranquilamente, minha mãe observava algumas crianças correndo em nossa frente. Foi então que ela abriu a boca.

– E quando eu vou ganhar netos? - perguntou animada.

– Mãe! Você precisa parar com isso. Meu Deus do céu... - falei rápido, escondendo meu rosto entre a palma das mãos. Já que estava sentada entre as pernas de Killian, na mesma posição que meus pais, pude senti-lo rir. Sim, "senti-lo" porque ele reprimia o som, mas não conseguia evitar que sua barriga e ombro chacoalhassem um pouco. - E você está rindo? - perguntei incrédula, virando-me para ele.

– E você quer que eu faça o que, amor? - perguntou rindo e, finalmente, emitindo algum som.

– Vocês não acham que eu estou bem jovem pra isso não?

– Poxa, Swan... - Killian disse fazendo biquinho.

– Ei! Ela tem que casar primeiro. - meu pai disse.

– Sim, senhor! - ele respondeu batendo continência. Eu olhava para todos ali e, aparentemente, só eu achava aquela ideia absurda. Minha mãe, entretanto, apenas ria no canto dela.

– Um dia você vai morder a língua e morrer com o próprio veneno, mãe. - disse encarando-a e cruzando os braços.

– Sabe o que eu acho?

– O que, Jones? - esbravejei.

– Acho que você não quer ter uma criança agora porque você ainda é uma. - respondeu provocando-me e fazendo meus pais rirem.

– Como é que é? Repete, Jones! - disse batendo-lhe no peito.

– Emma Swan ainda é uma criança. E bem resmungona! - disse divertido.

– Ah é? Espera só até eu te mostrar quem vai resmungar aqui.

Dizendo isso, eu e ele nos levantamos quase juntos, como se ele tivesse lido meus pensamentos. Em seguida, vi-me correndo no meio do Central Park atrás de Killian para batê-lo. Pronto, agora sim eu estava parecendo uma criança! Assim que o alcancei, pulei em suas costas e ele rapidamente segurou-me pela coxa. Ele me girou por alguns segundos enquanto ríamos da cena ridícula em que estávamos, mas quer saber? Eu não me importava. Eu estava feliz. Assim que Killian colocou-me ao chão, um garotinho se aproximou sem perceber, atrapalhado com a linha de sua pipa enrolada no pé.

– Ei, campeão! - Jones abaixou para falar com o garoto. - Quer ajuda?

– Quero, a linha tá presa na minha sandália. - ele disse embolado e cambaleou quando levantou o pé para mostrá-lo, fazendo-me segurá-lo nas costas antes que caísse.

– Opa, quase você cai, rapaz!

– É, quase. - respondeu rindo e coçando a cabeça, divertindo-se com a situação.

– Encosta no meu ombro pra não cair enquanto eu ajeito a linha, pode ser? - Killian perguntou.

– Pode. - o garoto respondeu positivamente e fez o que meu namorado havia dito.

Como vi que iria demorar um pouquinho e eu estava cansada da corrida, resolvi voltar ao encontro de meus pais e tomar um pouco de água. Confesso que, no meio do caminho, olhei para trás e pude notar o quão bom Killian era com crianças. O garotinho, às vezes, curvava-se para trás gargalhando de algo que ele disseram. Além disso, as mãos de Jones pareciam leves como uma pena, tentando não machucar a criança. Permiti-me sorrir por um instante. Talvez aquilo fosse um sinal do que minha mãe havia dito. Talvez fosse Deus dizendo-me que se, algum dia, eu tivesse uma criança, Killian Jones seria o pai perfeito.

– Devo dizer que vocês dois fazem um casal maravilhoso. - minha mãe derreteu-se comentando ao ver-me aproximar.

– É, o rapaz é muito bem apessoado. Estou muito feliz que vocês estejam juntos. - meu pai adicionou.

– Então está aprovado? - perguntei sorrindo e sentando-me novamente com eles.

– Com certeza! - Ginny falou, abraçando-me de lado. - E ele é ótimo com crianças, Emma. Olhe que gracinha! - ela completou, apontando para Killian e o garoto e que se despediam com um toque de mãos.

– Tá, mãe, uma hora o seu neto chega. - disse em rendição, mas continuei, olhando para meu pai - Mas, claro, depois do meu casamento.

– Bela recordação, mocinha.

Depois que Jones voltou, resolvemos voltar para casa. Por um grande milagre, meus pais não fizeram nenhum comentário sobre o garotinho da pipa - Matheus, segundo Killian. Isso fora quase um presente, já que a situação levaria-me para mais um momento de pura vergonha.

Chegando em casa, eu e Killian fomos deitar, afinal, ele estava cansado da viagem. Não lembrava-me como era bom dormir abraçada a ele, sentindo seus braços em minha cintura e sua respiração em minha nuca. A melhor parte era a certeza de que minha cama ficaria impregnada com seu cheiro, o que seria bem útil quando a saudade batesse. Aliás, pretendo roubar-lhe uma das camisas para usar de pijama nas noites após sua partida.

Fomos acordados por minha mãe anunciando o lanche da tarde com seu famoso bolo de chocolate. Tenho quase certeza de que essa era uma tarefa destinada a meu pai, mas conhecendo-o bem como eu, apostaria tranquilamente que ele nos viu abraçados na cama e deu meia volta desconfortavelmente.

– Esse bolo é maravilhoso! - Killian elogiou enquanto pegava mais um pedaço.

– Obrigada e, por favor, coma o quanto quiser. - Ginny respondeu.

– O quanto quiser não, vai ficar gordo! - brinquei.

– Deixa de ser ciumenta só porque sua mãe está me agradando, Swan. Bad form.– disse tocando-me a ponta do nariz com o indicador.

– Eu vou roubar Belle de você assim que voltar para Storybrooke. - cruzei os braços.

– Oh senhorita ciumenta, porque você não pega uma daquelas cartas do Graham para lermos juntos? - meu pai perguntou de bocha cheia, recebendo um tapa de minha mãe.

– Não fala de boca cheia!

– Ah pai, não sei... Eu não quero ler aquelas cartas, encontrar alguma pista e estragar esse final de semana com investigações. E não só agora, mas tenho certeza de que me perderia novamente na faculdade com isso.

– É verdade, amor. Emma já se arriscou demais. - minha mãe comentou.

– Por que você não lê a última, amor? Se na primeira não teve nada, não teve ter nada demais na última. - Killian propôs.

– É... tem razão. - disse pensativa - Vou pegá-la e já desço! - avisei-os antes de sair da cozinha.

Quando desci as escadas, eles estavam na sala. Meus pais em um dos sofás abraçados e Jones no outro, onde sentei-me. Coloquei minhas pernas sobre as de meu namorado e o senti passar um de seus braços por cima de meu ombro, dando-me o conforto necessário para começar. Todos estavam em silêncio, olhando-me em apoio para que eu iniciasse mais uma das cartas do Graham. Contudo, eu não movia-me ou fazia qualquer menção de iniciar, apenas encarava o papel dobrado em minhas mãos.

– Eu não posso fazer isso. Eu não quero falar do passado, não esse final de semana. Nem sobre o futuro, mãe. - disse-lhe diretamente essa última parte, em referência ao pedido pelo neto mais cedo no parque - Eu só quero viver o aqui e o agora com vocês. Por favor.


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Notas finais do capítulo

*A música é Us Against The World - Westlife. A parte que eu usei traduzida fica: "Ás vezes sinto que o mundo está contra mim. O som da sua voz, amor é o que me salva. Quando estamos juntos me sinto tão invencível. Porque somos nós contra o mundo, eu e você contra todos eles. E se você ouvir essas palavras saberá que estamos suportando. Eu nunca quero ver o dia em que eu não possa pegá-la quando você cair, porque somos nós contra o mundo essa noite".

RECADO: Eu já estou com o capítulo final pronto, ou seja, isso significa que a Open Wound já está encaminhando para sua última parte. Essa é uma etapa da história que eu devo perguntá-los se, para uma eventual próxima publicação, vocês preferem: 1. uma continuação, sendo esta uma nova história porém com esses personagens apresentados aqui, ou seja, Emma e Killian com essa história de vida mas num futuro; 2. nova história, nova Emma e Killian com tudo novo?

DICA: Gente, minha amiga Mika retornou com a fanfic dela e eu gostaria de compartilhar isso com vocês, mas o Nyah não deixa publicar links aqui mais, então sigam ela no Twitter @_CS_MyRuin, o nome é "Love is so unpredictable".

Obrigada por acompanharem! Desculpem-me pelas notas finais enormes e pelos possíveis erros de digitação hahaha Vejo vocês no próximo?