Open Wound escrita por littlelindy


Capítulo 15
Envelope


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Como vocês estão?
Queria dizer que eu to MEGA feliz com todos vocês que acompanham e comentam aqui, juro. E eu fico extremamente grata por saber que vocês gostam da história, o que me faz cada vez mais tentar melhorar não só o enredo como a escrita. MUITO OBRIGADA



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A superfície lisa do envelope em minhas mãos parecia estar prestes a ganhar vida própria e abrir-se por si só. Os olhos de Killian repousavam em mim, observando-me, enquanto uma de suas mãos alisava minhas costas, transmitindo o conforto usual que seu toque transmitia. A tranquilidade dele diante do momento era invejável. Eu sabia que ele também desejava ler o conteúdo dos papéis mas, mesmo assim, estava ali reprimindo essas sensações para me dar suporte. Aliás, devo admitir, os últimos dias ao lado de Killian me fizeram um bem surreal pois ele sabia exatamente o que eu precisava e respeitava toda e qualquer decisão que eu tomasse — embora, claro, não concordasse com todas elas. Jones jamais me intimava a algo, pelo contrário, ele expunha sua opinião, oferecendo-me, apenas, outras e novas opções.

Restabelecendo minha coragem e força, lentamente retirei os papéis e comecei a examiná-los. Tratava-se, claro, do contrato de compra da casa de Graham que eu havia pedido à Regina e, logo na primeira página, visualizei um nome conhecido: Dylan Humbert. Depois de ler e reler, verificando se não era nenhum devaneio, levei meu olhar para Killian, incrédula no que estava escrito.


— Emma? - ele me chamou, trazendo-me de volta a realidade e livrando-me do transe.
— Oh, oi... Desculpa, eu só... - tentava dizer, sem sucesso.
— O que houve? - perguntou preocupado.
— Quando eu cheguei aqui, você e David me disseram um motivo para Graham ter vindo morar em Storybrooke. Qual foi?
— Ora, Swan, você já sabe!
— Qual foi, Jones? - insisti.
— Os pais dele faleceram, embora você tenha dito que--
— Mortos não assinam contratos. - disse, interrompendo-o.
— Como assim? - questionou surpreso.
— O responsável financeiro pela compra é Dylan Humbert, pai do Graham.
— Você só pode estar brincando, Swan! - ele disse, visivelmente atordoado, enquanto pegava o contrato de minhas mãos.
— Vê lá se eu vou brincar com isso, Jones! - disse nervosa.

Como se já não fosse suficiente todas as mentiras contadas em Nova York, aparentemente, meu melhor amigo chegou afiado em Storybrooke também. Apoiei os cotovelos no joelho, enquanto repousava as mãos em minha cabeça, confusa com mais uma reviravolta na história. Não havia barulho algum no quarto, exceto pelo som das páginas viradas por Killian, que também não entendia nada e parecia buscar mais informações nas entrelinhas de cada fragmento ou cláusula.


— Swan... - ele disse quase num sussurro, olhando fixamente para a última folha.
— O que é dessa vez? - disse ainda na mesma posição, fitando o chão.
— Me promete uma coisa? - disse, ainda atônito, enquanto me olhava.
— Prometer o que? - soltei minhas mãos e direcionei meu olhar para ele, arqueando a sobrancelha.
— Não surta, por favor... - sua voz saiu falha e ele fez menção de me entregar os papéis, mas recuou o braço esperando minha resposta. Assenti com a cabeça e só então ele estendeu-me o contrato novamente, o qual peguei com certo pânico.

Não haviam muitas informações na página, apenas declarações de testemunho para ratificação da compra. Entretanto, as poucas palavras e assinaturas ali contidas foram suficientemente fortes para fazer meu mundo desabar. Como aquilo era possível? Não fazia o menor sentido — aliás, não poderia fazer.

Soltei a papelada na cama e comecei a chorar e, por um instante, tive a sensação de que o quarto girava. Não me importava se Killian estava ali, vendo-me perder a compostura de tal forma e repetindo inúmeras vezes a palavra "não". Ele abraçou-me delicadamente e depositava beijos em minha cabeça como se quisesse dizer que ele estava ali.


— Como isso é possível? - disse, enfim, com a voz embargada e contendo alguns soluços de choro.
— Eu não sei... - ele respondeu tão surpreso quanto eu - Mas nós vamos descobrir, juntos. Eu te prometi isso, lembra?
— Eu odeio ele, Killian. Odeio. Como ele teve coragem de fazer isso comigo?

O contrato exigia duas testemunhas para que fosse efetivada a transferência do imóvel: Georgina Humbert, mãe de Graham, e Neal Cassidy. Sim, o idiota responsável por destruir a minha vida e expectativas amorosas, resolveu estragar-me ainda mais. E, como se já não fosse ruim o suficiente, observar a data e ver que o acordo fora feito durante a época em que eu e Graham estávamos brigados foi algo ainda mais devastador. Neal, então, em nossos dois últimos anos juntos, me viu sofrer e chorar enquanto continuava a manter contato com Humbert? E mentia ainda mais por dizer que também sentia saudade dele?

As lágrimas haviam dado uma pausa após algumas horas, mas meu rosto continuava inchado de tanto chorar. Estava deitada com Killian em minha cama, apoiando minha cabeça em seu peito e ele, por sua vez, acariciava meus cabelos. Em pouco tempo adormecemos, afinal, estávamos cansados e a carga emocional do dia havia extrapolado todos os limites - incluindo as coisas boas, como a gravidez de Mary Margareth.

Acordei com alguns feixes de luz que atravessaram as cortinas e bateram diretamente em meus olhos. Não queria sair da cama, não naquela hora. Lembrei-me que Killian havia dormido comigo mas, tateando o lado oposto da cama, não o senti ao meu lado. Abri meus olhos rapidamente e sentei-me na cama, talvez ele tivesse ido embora no meio da noite...


— Eu pensei que a Bela Adormecida não iria acordar nunca, estava até pensando na hipótese de testar o tal do beijo. - ouvi sua voz e virei-me em sua direção. Ele estava escorado na pilastra, ainda com a calça jeans da noite anterior, mas sem o casaco, vestindo apenas uma camiseta branca. Sorri ao vê-lo ali, era bom saber que ele não tinha ido embora no meio da noite, me deixando ali sozinha. Ele aproximou-se de mim e selou nossos lábios.
— Bom dia.
— É... Olá! - sorri.
— Ah... regra das nove horas. - ele disse rindo selando nossos lábios novamente.
— Regras são regras! - disse rindo.
— Você demorou tanto que eu já até tomei banho! E a senhorita deveria fazer o mesmo, estamos mais do que atrasados, David vai nos matar. E nós ainda temos que passar lá em casa, não vou trabalhar com a mesma roupa de ontem né?

Levantei-me e fui até o armário escolher uma roupa para levar para o banheiro, afinal, não iria me trocar na frente de Killian. E, como teríamos que passar na casa dele antes, deveria arrumar-me um pouquinho mais rápido.


— Emma, você precisa comer algo. - ele insistiu pela terceira vez assim que eu sai do banheiro.
— E eu já disse que não quero, Killian. Não consigo comer nada. - disse, sentando-me na cama ao lado dele para colocar minhas botas.
— Mas você precisa, deixa de ser teimosa! - ele puxou-me pela cintura e me deitou na cama, então, pôs-se por cima de mim, prendendo uma de minhas mãos e acariciando minha bochecha com o polegar da outra - Olha, você precisa se alimentar, não pode ficar sem comer. E você sabe que eu vou repetir isso até você ceder. - sorri, ele tinha razão, ele não iria desistir - Que tal deixarmos o Granny's de lado e eu cozinho para você?
— Killian Jones: chefe de cozinha ou xerife de Storybrooke?
— Eu prefiro aquele que está com muita fome e quer fazer a namorada se alimentar, mas ela é teimosa demais e não dá o braço a torcer. - ele dizia divertido, tentando me alegrar. Sorri ao perceber que ele disse a palavra "namorada". Ele não pareceu se importar com aquilo, fora natural, verdadeiro. Pensei em questioná-lo sobre, mas eu já tinha problemas demais, não iniciaria uma conversa mais séria a essa altura.
— Hm, e o que o meu namorado vai cozinhar pra mim? - disse por fim dando o mesmo toque naturalidade e espontaneidade que ele havia feito, despertando-lhe um largo sorriso.
— Vem que eu te mostro! - ele se levantou, puxando-me delicadamente pelas mãos. Enquanto estávamos de pé, ele fitou os papéis e então os pegou, prosseguindo sua fala, - Emma, isso que está escrito aqui é muito sério. Nós precisamos tomar alguma atitude sobre.
— Você disse que íamos comer. - reclamei.
— Eu não terminei de falar, mocinha! - ele tocou meu nariz com a ponta do indicador, esboçando um breve sorriso - Nós vamos ter que fazer alguma coisa, vamos buscar uma saída e resolver isso, mas não agora. Não hoje. O que eu queria mesmo te falar é sobre esse Neal. Ele assinou isso enquanto você estavam juntos, te viu sofrer e não ajudou. Por algum motivo ele preferiu se aliar ao Graham que ajudar a pessoa que ele dizia amar. Ele foi um grande idiota. O maior de todos. Eu só não quero que você fique com isso na cabeça.
— E como eu não vou ficar? Ele destruiu a minha vida. Mentiu pra mim da mesma maneira que Graham fez. E outra, eu pensei que eles nunca tinham se encontrado! - disse um pouco mais nervosa.
— Eu sei... - Killian pegou em meus ombros e deslizou suas mãos por meu braço até chegar em minhas mãos, entrelaçando-as encaixando nossos dedos uns aos outros - Eu só não quero que você pense que todo mundo é assim. Eu não vou te deixar de lado, nem David, Mary, Regina, Belle ou Ruby. Nenhum de nós vai te abandonar.
— Isso é uma promessa?
— Não, isso é a verdade. Eu não preciso te prometer o que já é certo, Emma. Confia em mim.
— Eu confio.

Embora eu soubesse que Killian estava falando tudo aquilo para me dizer que eu não estaria sozinha, também tinha plena consciência da outra razão daquela conversa. Ele, sutilmente, queria me mostrar que não faria o mesmo que Neal fez comigo. Eu não havia o contado absolutamente nada da história (e me culpava por isso) mas, mesmo assim, ele entendeu que aquilo não era nada fácil para mim. Mais uma vez, Killian Jones me impressionava com sua sensibilidade. Ele puxou-me pelas mãos e, então, fomos andando de braços dados até sua casa.


— Qual é, Jones. Me fala logo o que você vai cozinhar. - eu gritei para ele, que estava na cozinha, enquanto pendurava meu casaco na entrada.
— Não mesmo!
— Sabe o que eu acho? - disse entrando na cozinha e me apoiando no balcão.
— O que a senhorita acha? - respondeu, apoiando-se na minha frente.
— Eu acho que você não sabe fazer nada e só inventou isso pra me trazer aqui.
— Oh, Swan você acha mesmo isso de mim? - ele fingiu estar ofendido, fazendo-me rir - Infelizmente você errou feio.
— Infelizmente?
— Sim, teria sido um plano melhor mentir só pra te trazer aqui. - disse alterando o tom de voz, aproximando um pouco mais e com aquela maldita sobrancelha arqueada.
— No fundo eu sempre soube que você era um tarado! - disse empurrando-o.
— Ah vai, só um beijinho, Swan! - ele pediu fazendo biquinho.
— Tudo bem, só um! - sorri e aproximei-me dele, enlaçando pelo pescoço e iniciando um breve beijo. Essa não fora a primeira ou segunda vez que nos beijávamos, certamente não seria a última também, mas sempre havia algo diferente como se fosse lapidado pelo momento. Era uma sensação única que me fascinava e apavorava ao mesmo tempo.
— Você é muito má. - ele disse após nos separarmos.
— E a má está com fome, vá cozinhar! - o empurrei para o fogão - E ah, posso usar seu telefone? Esqueci o meu celular no hotel.
Mi casa es su casa, madame.– respondeu fazendo um gesto como se saudasse uma personalidade real e, em seguida, sorriu.

Saí da cozinha e fui para a sala, procurando o telefone. No dia anterior, estava na biblioteca onde Belle trabalha e conversávamos sobre Killian, até que seu marido chegou e nos interrompeu. Eu prometi que ligaria para continuarmos a conversa, mas acabei me esquecendo. Agora, além disso, precisava falar com ela sobre o envelope também, já que Robert era o dono da cabana antes de Graham.

Encontrei o telefone atrás das almofadas no sofá. Por mais organizada e limpa que fosse a casa de Killian haviam duas coisas que ele jamais fazia: colocar o telefone na base para recarregar e repor as toalhas do banheiro. Disquei o número de Belle e a esperei atender.


— Oi Killy! - ela disse animada.
— Oi Belle! É a Emma. - disse rindo.
— Emma? Dormiu na casa do meu irmão não é? - brincou em tom malicioso, fazendo-me rir.
— Não, senhora! Ele dormiu no hotel comigo, mas só dormimos ok?
— Sei... Não vou nem perguntar se você está bem então, acho uma pergunta meio sem sentido depois disso. - ela respondeu, abafando uma risada.
— Não é bem assim...
— Odeio quando você fala assim. O que aconteceu? Ele foi grosseiro com você? Ele te machucou? Brigou com você?
— Belle, alguém já te disse que respirar é bom?
— O Killian. - respondeu rindo.
— É, eu acho que ele está certo. Enfim, não para todas as perguntas, pelo contrário, seu irmão foi maravilhoso comigo ontem. - após falar essa última frase, ouvi certo ruído de risada e completei, - NÃO NESSE SENTIDO. Por Deus, French, qual seu problema? - brinquei.
— Eu não disse nada, Emma Swan. Absolutamente nada.
— Continuando... Eu abri o envelope.
— Sério? E o que tinha lá? - perguntou curiosa.
— Além da confirmação de que os pais de Graham estão vivos como eu disse, tem o testemunho do meu ex.
— Espera... os pais de Graham estão vivos? Mas ele disse que--
— Ele mentiu. E seu marido também. - eu estava começando a compartilhar do mesmo ódio de Killian sobre aquele homem. Ele, inclusive, me evitava em todas as ocasiões.
— Eu não acredito que Robert fez isso... - disse desapontada, mas continuou - E seu ex também não é? Como se já não bastasse o que ele fez!
— É, eu sei... não consegui contar pro Killian ainda.
— Então, presumo que ainda não falou para ele que você tem que voltar pra Nova York não é?
— Não, não consegui. E eu não sei o que eu faço.
— Emma, ele vai entender. Por mais triste que ele vá ficar, ele vai entender que você precisa concluir seu curso.
— É... estava pensando em procurar Neal.
— Eu ia te dar essa ideia agora! Aliás, com meu marido também.
— É verdade... peça a ele para ir à delegacia depois do almoço.
— Posso ir?
— Claro! Você ficou chateada por ele ter mentido não é? - perguntei com certa pena. Robert sempre a colocava em segundo plano quando se tratava de seus negócios, eu odiava isso! Belle não merecia passar por essas situações, era como se os outros sempre soubessem mais do marido dela do que ela mesma.
— Você sabe que sim... Mas, enfim, nos vemos mais tarde!

Desliguei o telefone e, assim que o coloquei no devido lugar, levante-me para ir para a cozinha ver como Killian estava se saindo. Entretanto, o vi parado na porta, observando-me sem qualquer brilho em seu olhar. Eu não consegui decifrar o que ele estava sentindo ou tentando transmitir, mas não era algo bom.


— Há quanto tempo está ai?
— Então você vai procurar o idiota do Neal? - ele disse seco.
— Killian, não é nada disso. Você entendeu errado.
— Então por favor, Emma, me explique. - disse firme, voltando para a cozinha enquanto eu o acompanhava.
— Eu preciso voltar pra Nova York.
— E se encontrar com ele? - perguntou de costas para mim, apoiado na pia.
— Não! Por Deus, não! Killian, olha pra mim. - aproximei-me dele, encostando delicadamente em seus ombros e pedindo atenção. Eu ainda não sabia o que se passava na cabeça dele mas, a julgar pelos músculos rígidos e contraídos de suas costas, havia raiva.
— Então por qual motivo você tem que voltar? - ele virou e me encarou.
— Killian, eu tenho uma vida em Nova York. Meus pais estão lá, minha família e amigos também. Eu preciso, além de tudo, completar a minha faculdade. Eu não vim para Storybrooke com o intuito de morar aqui, você sabia que eu teria que ir uma hora.
— E como fica tudo?
— Só porque eu não vim para ficar isso não significa que eu não desejo continuar aqui. Eu estou tão feliz ao seu lado... E não se trata do Neal, você entendeu tudo errado. Eu estava falando com sua irmã sobre o envelope. E como eu vou ter que voltar, eu vou sim atrás dele.
— Por que?
— Porque eu vou atrás das minhas respostas e procuro por aquilo que desejo saber, você mesmo disse isso. Não vai ser diferente agora só por ter meu ex namorado envolvido.
— Desculpa. - ele respirou fundo, relaxando um pouco os músculos e apoiando-se de costas para a pia. - Eu só... Emma, eu não quero te perder.
— E não vai. - sorri e fiquei de frente para ele, pegando em suas mãos - Quem disse que isso aconteceria?
— Ele é seu ex... Talvez você ainda sinta algo por ele e não consiga resistir.
— A única coisa que eu não vou conseguir resistir é dar um belo de um soco na cara dele! Não é hora de ter ciúmes, Jones.
— Eu sei, desculpa. - ele puxou-me para mais perto, segurando minha cintura e colocando-me entre suas pernas - É que, sei lá, você em Nova York, ele lá... eu nem sei se você vai voltar!
— Ei! - sorri e selei nossos lábios - Vamos deixar pra pensar nisso depois, pode ser? Afinal, nós ainda temos que conversar com Robert hoje.
— Será que nós nunca vamos ter algo bom pra fazer no dia? - disse frustrado, erguendo a cabeça para trás com olhos fechados.
— Hoje de manhã você me chamou de namorada e recebeu um "namorado" em troca, pensei que isso fosse algo bom. - respondi provocando-o.

Não era o melhor momento para tocar naquele assunto, mas não era o pior também. Ver Killian com ciúmes me fez sentir algo diferente e até estranho. Tive medo de vê-lo com raiva de mim e senti uma necessidade extrema de me explicar, evitando que isso acontecesse. E, quando ele disse que não queria me perder, foi como se tivessem derretido meu coração. Não pude deixar de notar, também, que minhas mãos ficaram geladas. Eu sabia o que aqueles sinais indicavam, mas não podia aceitar. Eu estava tão certa de não estar amando ele...


— Pensei que não tivesse percebido. - disse nervoso, coçando a cabeça.
— E eu ia deixar escapar a chance de ter Killian Jones como namorado?
— Não ficou brava? - perguntou surpreso.
— Por que eu ficaria?
— Não sei... Talvez fosse muito cedo. Eu só não vi... quando notei já tinha dito e não dava pra voltar atrás.
— E você queria voltar atrás?
— Não. Não mesmo. - disse sério, e completou, - Mas se isso te incomodasse, eu retiraria.
— Sim, talvez fosse um pouco cedo, mas não me incomodou. Aliás... - disse, enquanto alisava seu rosto - eu achei uma excelente ideia.
— Então quer dizer que agora você é a minha namorada? - perguntou sorrindo.
— Na verdade não, já tem mais de uma hora. - brinquei, fazendo-o rir e roubar-me um caloroso beijo. - Eu só quero saber uma coisa. - disse após selar nossos lábios.
— O que?
— Eu quero saber o que você fez pra comer. Eu pensei que eu "precisava me alimentar" - disse tentando o imitar.
— E eu pensei que você "não conseguia comer nada". - Jones entrou na brincadeira, também me imitando.
— Ei, minha voz não é aguda desse jeito! - dei-lhe um tapa nos ombros e afastei-me, indo para os banquinhos do balcão.
— Será? - provocou-me, arqueando a sobrancelha (ou ela fez isso sozinha, vai saber?) - E eu fiz torta de frango, já tava semi pronta na verdade. - disse rindo.
— Uau, torta de frango pro café da manhã? Robert Gold que se cuide então, vou estar cheia de energia para interrogá-lo!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Desculpem os possíveis erros, tô de mudança e em final de semestre na faculdade então esse foi meio que na correria :( mas espero que gostem mesmo assim